Duchamp, o sensível, a indiscernibildiade
Nos inventários da arte do século XX, o trabalho de Marcel Duchamp é com freqüência compreendido apenas em sua dimensão conceitual, ignorando-se uma possível presença do sensível em sua obra. Partindo do conceito da obra de arte como “um ser de sensação” criado por Gilles Deleuze e Félix Guattari, proponho, nesse trabalho problematizar tanto o lugar reservado a Duchamp pela história da arte, quanto os limites da definição de arte formulada por aqueles filósofos. Para explorar a possibilidade de se pensar uma poética duchampiana este texto se vale estrategicamente de duas referências: as teses de Rosalind Krauss a respeito da materialidade e do erotismo na obra do artista e os conceitos de duração, memória hábito e reconhecimento atento formulados pelo filósofo Henri Bergson.