scholarly journals Comportamentos de saúde entre jovens estudantes das redes pública e privada da área metropolitana do Estado de São Paulo

2000 ◽  
Vol 34 (6) ◽  
pp. 636-645 ◽  
Author(s):  
Beatriz Carlini-Cotrim ◽  
Cynthia Gazal-Carvalho ◽  
Nélson Gouveia

OBJETIVO: Estudar a freqüência de vários comportamentos de saúde entre estudantes secundários de escolas estaduais e particulares da cidade de São Paulo, SP. MÉTODOS: Estudo de corte transversal, com o sorteio de dez escolas estaduais e a seleção de sete particulares. Em cada escola, quatro salas de aula foram sorteadas, entre a sétima série do ensino fundamental e a terceira série do ensino médio. Para a coleta de dados, utilizou-se a versão do questionário de autopreenchimento utilizado pelo "Centers for Disease Control" para monitorar comportamentos de risco entre jovens. RESULTADOS: Uma proporção significativa de estudantes engajam-se em comportamentos de risco à saúde, principalmente na faixa de 15 a 18 anos de idade. Nas escolas públicas, os comportamentos mais freqüentes foram: andar de motocicleta sem capacete (70,4% dos estudantes que andaram de motocicleta); não utilização de preservativos na última relação sexual (34% dos sexualmente ativos); andar armado (4,8% dos respondentes no último ano) e tentar suicídio (8,6% nos últimos 12 meses). Nas escolas privadas, o uso de substâncias psicoativas foi o comportamento de risco mais proeminente: 25% relatou pelo menos um episódio de uso de álcool; 20,2% usou algum inalante no último ano; e 22,2% consumiu maconha no mesmo período. As estudantes do sexo feminino relataram menos comportamentos de risco, à exceção de tentativas de suicídio e de controle de peso por métodos não saudáveis. CONCLUSÕES: As informações obtidas podem contribuir para a estruturação de ações programáticas que considerem a distribuição de comportamentos de saúde na clientela-alvo.

2006 ◽  
Vol 22 (1) ◽  
pp. 163-171 ◽  
Author(s):  
Niura Aparecida de Moura Ribeiro Padula ◽  
Maria Helena de Abreu ◽  
Luís César Yoshinori Miyazaki ◽  
Nilce Emy Tomita

Inquérito epidemiológico realizado pela Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo e Secretaria Municipal de Saúde de Bauru visou à realização de exames de plumbemia em 853 crianças de 0 a 12 anos, em Bauru, São Paulo, Brasil (2002), a partir de indícios de chumbo oriundo de resíduos industriais nas proximidades de uma fábrica de baterias. Os níveis sangüíneos de chumbo no grupo controle foram inferiores aos apresentados pelo grupo exposto (p < 0,05). Mediante a existência de 314 crianças com taxas de plumbemia superiores àquelas aceitáveis pelo Centers for Disease Control and Prevention (10µgPb/dl sangue), foi desencadeado um conjunto de ações com participação dos serviços públicos, universidades e voluntariado, para promover o diagnóstico e a assistência à saúde da população atingida. Ações emergenciais, visando a reduzir riscos de recontaminação, incluíram a raspagem de camada superficial das vias públicas, resultando em 1.392m³ de terra contendo material tóxico, que permanece depositada nas dependências da fábrica. Foi promovida a aspiração de poeira do interior das residências e a lavagem e vedamento das caixas d'água. O Grupo de Estudo e Pesquisa da Intoxicação por Chumbo em Crianças de Bauru, por meio deste trabalho, faz o compartilhamento de uma experiência intersetorial, multidisciplinar e interinstitucional.


2020 ◽  
Vol 8 (10) ◽  
Author(s):  
Bárbara Faria de Sá Barbosa ◽  
Herika de Arruda Mauricio ◽  
Pedro Henrique Sette-De-Souza ◽  
Camila Ananias de Lima

Introdução: Para que a qualidade da água seja mantida, a vigilância a partir do heterocontrole é fundamental. O heterocontrole garante imparcialidade ao monitoramento das águas, na medida em que a vigilância é desenvolvida por instituições não responsáveis pelo abastecimento público. Objetivo: Caracterizar o cenário brasileiro quanto à vigilância pelo heterocontrole da fluoretação das águas no período de 2002 a 2016. Material e método: Foi desenvolvida uma revisão de literatura a partir de busca com o uso dos descritores “fluoretação da água”, “fluoretação”, “vigilância”, “vigilância epidemiológica”, “qualidade da água” e “flúor”. Resultados: Foram identificados 10 levantamentos epidemiológicos envolvendo essa temática. Entre esses, apenas 1 estudo verificou que 100% das amostras apresentavam teores adequados de flúor na água distribuída para a população. Conclusão: O estudo reforça a importância do monitoramento da água consumida, em especial por meio do heterocontrole.Descritores: Flúor; Fluoretação; Qualidade da Água; Monitoramento Epidemiológico.ReferênciasPalmer C, Wolfe SH, American Dietetic Association. Position of the American Dental Association: the impact of fluoride health. J Am Diet Assoc;2005;105(10):1620-28.Anjos GAS, Fernandes GF. Fluoretação das águas de abastecimento público no estado de Pernambuco: um resgate histórico. Odontol Clín-Cient. 2015;14(1):559-64.Bellé BLL, Lacerda VR, Carli AD, Zafalon EJ, Pereira PZ. Análise da fluoretação da água de abastecimento público da zona urbana do município de Campo Grande (MS). Ciênc saúde coletiva. 2009;14(4):1261-66.Brasil. Ministério da Saúde. Portaria nº 685, de 25 de dezembro de 1975. Aprova as normas e padrões sobre a fluoretação da água dos sistemas públicos de abastecimento, destinada ao consumo humano. Brasília: Diário Oficial da União;1975.Brasil. Ministério da Saúde. Vigilância e controle da qualidade da água para o consumo humano. Secretaria de Vigilância em Saúde. Brasília – DF, 2018.Agência Nacional de Saúde. Manual de fluoretação da água para consumo humano. Brasília: Funasa; 2012.Brienza JA. A fluoretação das águas de abastecimento público no município de Ribeirão Preto (SP) [dissertação]. Ribeirão Preto: Universidade de São Paulo - USP; 2005.Brito CS, Garbin RR, Mussi A, Rigo L. Vigilância da concentração de flúor nas águas de abastecimento público na cidade de Passo Fundo – RS. Cad Saúde Colet. 2016;24(4):452-59.Burt BA, Fejerskov O. Waterfluoridation. In: Fejeskov O, Ekstrand J, Burt BA, editors. Fluoride in dentistry. Copenhagen: Munksgaard; 1996. p. 275-90.Cardoso ACC, Moraes LRS. A associação entre cárie e fluorose dentária e a fluoretação das águas em dois municípios da Bahia. Rev Baiana saúde pública. 2003;27(1/2):7-18.Centers for Disease Control and Prevention. Achievements in public health, 1900-1999: Fluoridation of drinking water to prevent dental caries. Morbidity and Mortality Weekly Reports October 22, 1999; 48(41);933-40.Centers for Disease Control and Prevention. Engineering and administrative recommendations for water fluoridation. Morbidity and Mortality Weekly Reports 1995; 44(RR-13):1-40.Centers for Disease Control and Prevention. Recommendation for using fluoride to prevent and control dental caries in the United States. Morbidity and Mortality Weekly Reports 2001; 50(n.RR-14):1-42.Cesa KT.  A vigilância dos teores de flúor nas águas de abastecimento público nas capitais do Brasil [mestrado]. Porto Alegre: Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRS; 2007.Cury JA. Uso do flúor e controle da cárie como doença. In: Baratieri LN et al. Odontologia restauradora. São Paulo: Santos; 2001. p.34-68.Horowitz HS. The effectives of community water fluoridation in the United States. J Public Health Dent.1996;56(5 Spec No):253-58.Pires LD, Macêdo JAB, Rocha HVA, Lima DC, Vaz UP, Oliveira RF. Determinação do índice de fluoreto em águas de abastecimento público na cidade de Juiz de Fora. Eng Sanit Ambient. 2002;7(1/2):21-9.Maia LC, Valença AMG, Soares EL, Cury JA. Controle operacional da fluoretação da água de Niterói, Rio de Janeiro, Brasil. Cad Saúde Pública. 2003;19(1):61-7.Moura MS, Silva JS, Simplicio AHM, Cury JA. Avaliação longitudinal da fluoretação da água de abastecimento público de Teresina-Piauí. Rev Odonto Ciênc. 2005; 20(48):132-36.Silva JS, Val CM, Moura MS, Silva TAE, Sampaio FC. Heterocontrole da fluoretação das águas em três cidades no Piauí, Brasil. Cad Saúde Pública. 2007;23(5):1083-88.Panizzi M, Peres MA. Dez anos de heterocontrole da fluoretação de águas em Chapecó, Estado de Santa Catarina, Brasil. Cad Saúde Pública. 2008;24(9):2021-31.Moimaz SAS, Saliba O, Garbin CAS, Garbin AJÌ, Sumida DH, Corrêa MV, Saliba NA. Fluoretação das águas de abastecimento público no município de Araçatuba/SP. Rev Odontol Araçatuba. 2012;33(1):54-60.Stancari RCA, Dias Júnior FL, Freddi FG. Avaliação do processo de fluoretação da água de abastecimento público nos municípios pertencentes ao Grupo de Vigilância Sanitária XV-Bauru, no período de 2002 a 2011. Epidemiol Serv Saúde. 2014;23(2):239-48.Moimaz SAS, Santos LFP. Estudo longitudinal da fluoretação das águas em município com complexa rede de distribuição: dez anos de estudo. Arch Health Invest. 2015;4(5):11-16.Narvai PC. Cárie dentária e flúor: uma relação do século XX. Ciênc saúde coletiva. 2000;5(2):381-92.Meirelles MPMR, Sousa MLR. Importância da fluoretação das águas de abastecimento público em municípios de pequeno porte na região sudoeste do estado de São Paulo. Rev Fac Odonto Porto Alegre. 2005;46(2):15-19.Kozlowski FC, Pereira AC. Métodos de utilização de flúor sistêmico. In: Pereira AC, organizador. Odontologia em saúde coletiva. Porto Alegre: Artmed;2003. p. 265-74.Queiroz A, Cardoso L, Silva S, Heller L, Caincross S. Programa Nacional de Vigilância da Água para Consumo Humano (Vigiagua): lacunas entre a formulação do programa e sua implantação na instância municipal. Saúde soc. 2012;21(2):465-78.Nanni AS. O flúor das águas do sistema aquífero Serra Geral no Rio Grande do Sul: origem e condicionamento geológico [tese]. Porto Alegre: IGEO/UFRGS; 2008.


2010 ◽  
Vol 28 (1) ◽  
pp. 55-62 ◽  
Author(s):  
Cláudio Eduardo B. Martins ◽  
Roberto Régis Ribeiro ◽  
Antonio de Azevedo Barros Filho

OBJETIVO: Verificar as prevalências de baixo peso, sobrepeso e obesidade em escolares, segundo a localização geográfica das escolas públicas na cidade de Sorocaba (SP), Brasil. MÉTODOS: Foi avaliado o maior número possível de escolares de sete a dez anos de idade, num total de 11.290 indivíduos pertencentes à rede pública municipal de escolas. Para a determinação de baixo peso, sobrepeso e obesidade foram utilizados, respectivamente, os percentis <5, >85 e >95 do índice de massa corpórea por idade para sexo e idade propostos pelos Centers for Disease Control and Prevention (CDC, 2000). Comparou-se a prevalência de alterações nutricionais de acordo com a localização da escola. RESULTADOS: A prevalência de baixo peso, sobrepeso e obesidade nas crianças avaliadas, segundo a região geográfica de Sorocaba foi, respectivamente: Centro 3,4, 17,2 e 15,1%; Sul 4,2, 15,4 e 11,2%; Leste 3,2, 14,7 e 12,7%; Nordeste 4,3, 11,9 e 10,7%; Norte 5,8, 12 e 9,1%; Noroeste 7,5, 11 e 9,1%; Oeste 6,0, 11 e 9,2%. Os meninos apresentaram 5,3, 12,1 e 11,9% e as meninas 5,9, 12,3 e 8,2% de baixo peso, sobrepeso e obesidade, respectivamente. Houve diferença significativa na prevalência de alterações nutricionais entre as regiões da cidade (p<0,001) CONCLUSÕES: O Centro e o Leste de Sorocaba apresentaram as maiores taxas de escolares com excesso de peso, as regiões Noroeste e Oeste, as maiores taxas de baixo peso. Na análise por sexo, os meninos apresentaram maiores taxas de obesidade. Esses resultados podem ajudar a planejar políticas públicas para a prevenção da obesidade em escolares


2006 ◽  
Vol 6 (4) ◽  
pp. 411-418 ◽  
Author(s):  
Milena Baptista Bueno ◽  
Regina Mara Fisberg

INTRODUÇÃO: Não há consenso sobre o critério diagnóstico para sobrepeso e obesidade infantil. Os mais utilizados são os recomendados pela Organização Mundial da Saúde (OMS), pelo Centers for Disease Control and Prevention (CDC) e pelo International Obesity Task Force (IOTF), diferenciando-se no índice (IMC ou escore-Z), população (americana ou agregando outras) e/ou concepção. OBJETIVOS: comparar os 3 critérios de classificação do estado nutricional em uma amostra representativa de pré-escolares matriculados em creches públicas de São Paulo. MÉTODOS: 21 creches públicas do município de São Paulo e 676 crianças de 2 a 7 anos foram sorteadas aleatoriamente por um processo de amostragem por conglomerados em duas etapas. Cada criança foi classificada segundo os 3 critérios e a concordância entre os indicadores foi avaliada pela estatística de Kappa. A prevalência de sobrepeso, classificada pelos critérios da OMS, CDC e IOTF, foi de 18,6%, 13,2% e 12,2%, respectivamente. RESULTADOS: Verificou-se oscilação na diferença dos valores de prevalência de sobrepeso entre 2,7 a 12,4 e obesidade entre 3,7 a 5,4 pontos percentuais. Destacou-se o índice proposto pelo CDC quando comparado ao IOTF, principalmente entre obesos do sexo masculino, sendo o CDC até 2,6 maior. A concordância foi baixa (k < 0,40) somente entre sobrepesos do sexo masculino classificados segundo o CDC e IOTF. CONCLUSÃO: a comparação entre os estudos que utilizam diferentes critérios de classificação do estado nutricional deve ser realizada cautelosamente.


2010 ◽  
Vol 12 (2) ◽  
pp. 287-93 ◽  
Author(s):  
Marta Angélica Iossi Silva ◽  
Débora Falleiros de Mello ◽  
Diene Monique Carlos

O paradigma do protagonismo juvenil reconhece nos adolescentes potencialidades e valores de mobilização e participação, os quais podem contribuir para a promoção da saúde e melhor qualidade de vida desta população. O objetivo desta investigação foi conhecer e analisar a participação de adolescentes escolares em atividades de educação em saúde na escola e a sua inserção enquanto sujeitos protagonistas na referidas atividades. O estudo foi realizado em duas escolas municipais de ensino fundamental de Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil, no período de fevereiro a junho de 2007. Estudo transversal, a partir de uma abordagem quantitativa, cujos dados incluíram respostas a um questionário com instrumentos validados, e a análise estatística se constituiu basicamente da categorização de variáveis e obtenção das listagens de frequências, realizadas através do Programa Epi Info 3.3.2 (Centers for Disease Control and Prevention, Atlanta, Estados Unidos). Os adolescentes entrevistados apontam que ainda permanecem em uma relação de dependência da escola e dos educadores para a realização e participação de atividades educativas em saúde no espaço escolar. Isto significa dizer que esses adolescentes ainda convivem com uma relação educador-educando unilateral, pouco participativa, indicando uma urgente necessidade de se promover a inclusão desses adolescentes como atores ativos do mundo escolar. Descritores: Adolescente; Participação cidadã; Educação em saúde; Instituições acadêmicas.


2011 ◽  
Vol 45 (2) ◽  
pp. 404-410 ◽  
Author(s):  
Cláudia Aparecida Arcari Silva ◽  
Maria José Bistafa Pereira ◽  
Ana Márcia Spanó Nakano ◽  
Flávia Azevedo Gomes ◽  
Isilia Aparecida Silva
Keyword(s):  

O objetivo deste estudo foi verificar a concordância dos referenciais recomendados pelo Center of Disease Control (CDC) e pela Organização Mundial da Saúde (OMS) na avaliação do estado nutricional. Trata-se de um estudo transversal, com participação de 254 crianças de 3 a 11 meses e 29 dias de idade de São Paulo e Ribeirão Preto, nos meses de junho de 2005 a julho de 2006. Os índices antropométricos foram calculados em programas disponibilizados nos sites do CDC e OMS, respectivamente. Aplicado Teste Kappa para as variáveis nominais (comprimento/idade) e Kappa-ponderado para variáveis ordinais (peso/comprimento) evidenciou-se que os referenciais CDC e OMS apresentam diferenças na avaliação nutricional infantil, sendo encontrados resultados com maior discordância nas crianças de 3 a 6 meses.


2020 ◽  

Com o avanço da pandemia do vírus Sars-COV-2, diversos países encerraram as atividades presenciais nas instituições de ensino em 2020. A China, por exemplo, fechou as escolas no fim de janeiro (reabrindo gradualmente a partir de março) e o Japão, em 2 de março (reabrindo a partir de 18 de maio). As escolas da Suécia nunca fecharam a creche ou o ensino fundamental, ao passo que as escolas britânicas permaneceram abertas apenas para os filhos de trabalhadores críticos. Em contraste com a reabertura que ocorreu sem maiores traumas em países onde a contaminação estava razoavelmente controlada, o tema desperta muito debate em nações com grau mais acelerado de contágio, como os Estados Unidos e o Brasil. No Brasil, as escolas fecharam no Distrito Federal (DF) em 11 de março, e em Manaus as escolas particulares reabriram a partir de 6 de julho, e as públicas a partir de 10 de agosto. Em Unidades da Federação como o DF e o Rio de Janeiro, as decisões governamentais de reabertura têm sido objeto de disputa judicial. Em nosso país, os profissionais das redes de ensino municipal e estadual, das regionais de ensino e das escolas fizeram um grande esforço para prover os alunos com ensino emergencial remoto. Aulas foram oferecidas pela TV ou rádio, materiais impressos foram distribuídos para alunos sem acesso à internet e conteúdos foram organizados (para alunos, pais e professores) para serem acessados pela web. As redes com mais recursos, como a do estado de São Paulo, deram acesso a dados patrocinados (acesso gratuito a sites e aplicativos pré-definidos) a alunos e professores. Não obstante esse esforço, pode-se esperar que as perdas de aprendizado sejam significativas, principalmente no caso das famílias com menores recursos de conectividade (Nascimento et al., 2020), infraestrutura domiciliar e nível de escolaridade dos responsáveis. De acordo com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), o fechamento das escolas decorrente da pandemia da Covid-19 representa um risco sem precedentes para a educação, a proteção e o bem-estar das crianças. A interrupção da educação tem sérias consequências de longo prazo para as economias e sociedades como o aumento da desigualdade, os piores indicadores de saúde e a redução da coesão social (UNICEF, 2020). Na mesma linha, o Secretariado- Geral da Organização das Nações Unidas conclama todos a prevenir que a crise de aprendizado se transforme em uma catástrofe geracional (ONU, 2020). Quanto mais as crianças de piores condições socioeconômicas ficam fora da escola, menor a probabilidade de voltarem. Os impactos negativos também incluem questões como a alimentação escolar, o suporte psicossocial e a ansiedade causada pela falta de interação com pares e rotinas (UNICEF, 2020). Estudo da consultoria McKinsey estimou que as diferenças de rendimento escolar entre alunos de baixa e alta renda comprometeram, em 2019, de US$ 332 a US$ 550 bilhões, o equivalente a 2,0% a 2,6% do produto interno bruto estadunidense. O estudo avalia que, mesmo no melhor cenário de estudo remoto, existem perdas de aprendizado. E as perdas serão maiores para os estudantes de menor renda (quase o dobro em relação à média) e as minorias. Os autores estimaram uma perda individual de US$ 61 mil a US$ 82 mil de renda ao longo da vida em um cenário de ano escolar 2020/2021 com interrupções intermitentes nos Estados Unidos (Dorn et al., 2020). Pesquisa coordenada pelo Conselho Nacional de Juventude (Conjuve) com 24.161 jovens indicou que 24% dos estudantes de 15 a 18 anos entrevistados informaram que já pensaram em não voltar à escola após o fim do isolamento social (Conjuve et al., 2020). Barros et al. (2020) estimaram que o custo do abandono escolar equivale a R$ 372 mil por jovem, o que representa R$ 214 bilhões/ano. As informações apresentadas demonstram que os impactos econômicos e educacionais do fechamento das escolas são significativos. Outro fator não mencionado anteriormente são as dificuldades impostas aos responsáveis que continuaram ou já retornaram às atividades presenciais. Assim que as condições epidemiológicas permitam,1 é desejável a reabertura das escolas, o que pode variar no tempo conforme a localidade. No Brasil, no momento em que este texto foi escrito, as regiões mais afetadas no início da pandemia apresentam estabilidade e mesmo queda nos indicadores de contágio e óbitos, ao passo que os indicadores pioram nas regiões menos afetadas inicialmente. A reabertura das escolas deve ser determinada pelas autoridades governamentais competentes, em conjunto com as autoridades da saúde. Mas como deve se dar essa reabertura? Esta nota tem por objetivo consolidar recomendações que já foram publicadas sobre o assunto, buscando contribuir para os gestores da educação em seus diferentes níveis. Além desta introdução, a seção 2 traz algumas experiências internacionais de reabertura, a seção 3 introduz um levantamento de recomendações para a reabertura, e a seção 4 conclui o artigo.


Author(s):  
Baltazar Casagrande

Introdução: A Leishmaniose Tegumentar Americana (LTA) e Leishmaniose Visceral Americana (LVA) constituem um problema de saúde pública, assim como em parte dos continentes americano, asiático, europeu e africano. A importância das Leishmanioses levou a Organização Mundial de Saúde (OMS) a incluí-las entre as seis doenças consideradas prioritárias em seu programa de controle. De acordo com os manuais do Ministério da Saúde, no ano de 2003 foram registrados casos de LTA em todos os estados brasileiros. No estado de São Paulo, no período de 1998 a 2011, foram notificados no total de 4.722 casos de LTA, autóctones de mais de 320 municípios. A LVA no Brasil, inicialmente tinha um caráter eminentemente rural e, mais recentemente, vem se expandindo para as áreas urbanas de médio e grande porte. Em 1999 foi registrado o primeiro caso humano de LVA em São Paulo e, desde então, o que vem ocorrendo é a difusão e a adaptação do vetor aos ecótopos urbanos, evento que se acredita ter iniciado em Araçatuba e vem se expandindo em direção ao oeste Paulista. Sabendo que os programas de prevenção e controle trabalhados pelo estado de São Paulo visam somente medidas de vigilância em torno dos casos de leishmanioses, o trabalho propõe apoiar estas medidas com novos parâmetros para prevenção e controle das Leishmanioses, tendo a pesquisa um recorte empírico o Pontal do Paranapanema, em especifico o Parque Estadual do Morro do Diabo situado no município de Teodoro Sampaio/SP. Metodologia/Desenvolvimento: Para realizar este trabalho deverá ser realizado o levantamento da fauna flebotomínica no PEMD. Serão definidos pontos de captura nas proximidades, nas bordas e no interior do referido parque. Para capturar os insetos vetores serão utilizadas armadilhas luminosas tipo CDC (Center on Disease Control), alimentadas com baterias 12 Volts cada, armadilha tipo Shannon, alimentada com 01 lampião a gás de 500 velas e tubo de sucção manual - capturador de Castro. Para analise dos dados serão utilizadas técnicas de geoprocessamento e modelagem espacial. Considerações finais: Pelo Parque ser freqüentado por pesquisadores, estudante e outras pessoas, por existir moradores em seu entorno e ainda pelos resultados de pesquisas anteriores recomenda-se a necessidade de uma vigilância em saúde constante nesta área para evitar que a população moradora na região e aquela que visita o PEMD a doença. A pesquisa Entomológica também deve acontecer constantemente para se conhecer a fauna de flebotomíneos existente na área, ou se pode aparecer novas espécies para que a partir disso possa propor medidas de prevenção e de controle da LTA e LVA. Desta forma, o trabalho propõe apoiar medidas geográficas com uso de geoprocessamento e analise espacial para propor novos parâmetros para prevenção e controle das Leishmanioses.


1998 ◽  
Vol 31 (4) ◽  
pp. 355-360 ◽  
Author(s):  
Maria Lúcia Fadel Condino ◽  
Susy Mary Perpétuo Sampaio ◽  
Lúcia de Fátima Henriques ◽  
Eunice Aparecida Bianchi Galati ◽  
Dalva Marli Valério Wanderley ◽  
...  
Keyword(s):  

Realizaram-se coletas de flebotomíneos em zona de mata secundária no município de Teodoro Sampaio, Estado de São Paulo, no período de 12 meses a partir de maio de 1994. Foram selecionadas duas residências localizadas a 240 e 850m da mata com características de floresta tropical semi-decídua. Coletas noturnas com armadilhas Center of Disease Control foram realizadas quinzenalmente de crepúsculo a crepúsculo, no intradomicílio, margem e interior da mata e nos peridomicílios. Com armadilhas de Shannon, localizadas no peridomicílio, foram realizadas 24 coletas de 6 horas a partir do crepúsculo vespertino e 4 coletas trimestrais noturnas de crepúsculo a crepúsculo. Observou-se baixa densidade populacional desses insetos, com predomínio de Lutzomyia intermedia (93,5%). Foi capturado maior número de insetos nas armadilhas instaladas na margem da mata. No peridomicílio de ambas as casas, capturou-se número equivalente de exemplares, porém, na casa mais distante da mata, houve nítido predomínio de machos. No intradomicílio da casa mais próxima à mata, foi capturado maior número de exemplares com predomínio de fêmeas. Os picos de L. intermedia e L. whitmani ocorreram nas coletas do primeiro horário e caracterizaram-se por maior freqüência nos meses de maio, setembro e dezembro, quando se registraram variações de temperatura média de 21 a 25,7O C e de índice pluviométrico de 66,7 a 195,1mm.


2018 ◽  
Vol 7 (2) ◽  
Author(s):  
Tânia Adas Saliba ◽  
Aryane Kame Tamanaha ◽  
Denise Toledo Rós ◽  
Cléa Adas Saliba Garbin ◽  
Suzely Adas Saliba Moimaz

Introdução: O atendimento odontológico na gestação foi incluído no pré-natal regular das gestantes, no Sistema Único de Saúde no Brasil, a partir do ano de 2010, sendo a avaliação do serviço prestado de grande importância para melhorar a qualidade do serviço e observar até que ponto os objetivos estabelecidos foram alcançados, de acordo com a perspectiva das bases populacionais às quais se dirige. Objetivo: Verificar a qualidade dos serviços prestados no Programa de Atenção Odontológica à Gestante e a intenção de amamentação das gestantes. Método: Trata-se de uma pesquisa transversal, retrospectiva, com gestantes que concluíram o tratamento odontológico em instituição pública, no período de 2014 a 2016, em Araçatuba-São Paulo. Foram incluídas 124 gestantes, as quais responderam um questionário de avaliação sobre o serviço prestado e sua intenção de amamentação. Os dados obtidos foram digitados e analisados com auxílio do programa Epi Info 7.2.2 (Center for Disease Control and Prevention). Resultados: Das gestantes participantes da pesquisa, classificaram como ótimo 91,13% a apresentação pessoal e atendimento clínico e 91,94% a gentileza, 90,32% sentiram segurança nas orientações recebidas, e 98,38% sentiram-se seguras durante o tratamento. Com relação a amamentação, 76,61% afirmaram que pretendiam amamentar seus bebês. Conclusão: A qualidade do Programa de Atenção Odontológica pode ser considerada satisfatória e grande parte das gestantes possuia intenção de amamentar seu bebê.Descritores: Gestantes; Assistência Odontológica; Pesquisa sobre Serviços de Saúde.


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