Para essa este trabalho, apresenta-se um recorte na problematização de que os sistemas urbanos podem ser estudados a partir dos sistemas literários. Na perspectiva de que a cidade pode ser lida como texto, faz-se a interposição entre os sistemas literários e as estruturas narrativas urbanas. A partir dos textos escritos sobre a cidade e da cidade lida como texto, pode-se reconhecer os traços utópicos e míticos que permanecem ao longo da história, questionando as estruturas urbanas fundacionais. Para tanto, analisa-se o domínio do homem sobre o espaço, a partir da obra de Thomas Morus, Utopia, de 1516. Inversamente, observa-se obras onde há o domínio do espaço sobre o homem, como em New Babylon, de Constant Nieuwenhuys, de 1969, dentro das experiências situacionistas de vanguarda do século XX. Desse modo especulam-se os desdobramentos sobre o deslocamento da estrutura narrativa de alguns gêneros literários para a leitura da cidade.