scholarly journals Mobilização precoce a prática do fisioterapeuta intensivista: intervenções e barreiras

2021 ◽  
Vol 11 (2) ◽  
pp. 298
Author(s):  
Francisca Vitória Dos Santos Paulo ◽  
Márcia Cardinalle Correia Viana ◽  
Andrea Stopiglia Guedes Braide ◽  
Marcus César Silva de Morais ◽  
Virgínia Maria Bezerra Malveira

INTRODUÇÃO: Pacientes em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) requerem longos períodos de internação, estando submetidos ao imobilismo, que resulta em perda significativa de massa muscular. A mobilização precoce é uma terapêutica realizada no ambiente de UTI e tem como objetivo diminuir o comprometimento funcional decorrente do período de internação. OBJETIVO: analisar a prática de mobilização precoce realizada pelo fisioterapeuta intensivista, identificar as principais intervenções utilizadas por esses profissionais e descrever as barreiras encontradas que inviabilizam a prática da mobilização precoce, em pacientes internados em unidades de terapia intensiva. METODOLOGIA: Estudo de campo, quantitativo e transversal, realizado entre fevereiro e maio de 2020, com fisioterapeutas intensivistas de três hospitais na cidade de Fortaleza, a saber dois deles são da rede pública (um municipal e outro estadual) e o outro de rede privada. Foram inclusos no estudo fisioterapeutas intensivistas atuantes nos hospitais mencionados e que possuam vínculo com a instituição. Foram excluídos os fisioterapeutas na função de residentes, estagiários e preceptores presentes. Para coleta de dados foi utilizado o formulário eletrônico on-line viabilizada por meio do aplicativo Google Forms. Os dados foram analisados e tabulados através do Software Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) versão 20.0. A estatística descritiva, com frequências absolutas e relativas foi utilizada para caracterizar o perfil da amostra estudada. Os testes estatísticos aplicados foram o Qui-Quadrado para determinar diferenças nas respostas dos critérios de segurança e barreiras para implementação da mobilização precoce e o tempo de experiência em unidade de terapia intensiva e o Kruskal-Wallis para comparar as intervenções de mobilização precoce entre grupos de Fisioterapeutas dos três hospitais. RESULTADOS: Participaram da pesquisa 68 fisioterapeutas, a maioria (36,8%) com tempo de atuação na terapia intensiva de 6 a 10 anos. O gerenciamento da mobilização precoce é realizado em sua maioria apenas pelo fisioterapeuta. Acerca da utilização de escalas funcionais utilizadas em UTI, a Medical Research Council (MRC) foi a mais citada pelos profissionais com (67,7%). A estratégia de mobilização mais utilizada foi a sedestação (91,2%). O desconforto respiratório foi a situação clínica mais citada para a interrupção da mobilização precoce (83,8%). CONCLUSÃO: As intervenções mais frequentes foram a sedestação, uso do cicloergômetro e transferências leito poltrona. As barreiras relacionadas ao paciente foram a instabilidade hemodinâmica, uso de drogas sedativas e analgésicas.

2014 ◽  
Vol 22 (2) ◽  
pp. 120-126
Author(s):  
Carlos José Augusto Junior ◽  
José Rodrigues do Carmo Filho ◽  
Ana Luiza Lima Sousa

Introdução: Durante a fabricação do cimento há emissões de poluentes variados conhecidos por terem efeitos tóxicos à saúde humana, sobretudo no que se refere à saúde respiratória. A pesquisa de sinais e sintomas respiratórios é um importante meio de se conhecer os possíveis efeitos dessa poluição em populações residentes em áreas próximas às fábricas de cimento.Métodos: Estudo epidemiológico descritivo transversal de base populacional realizado em Cezarina, Goiás. A amostragem foi aleatória probabilística por conglomerados. O instrumento utilizado foi baseado no questionário do British Medical Research Council para a pesquisa de sinais e sintomas respiratórios. A análise estatística foi feita no programa Statistical Package for the Social Sciences(SPSS) versão 20.0.Resultados: A amostra foi composta, em sua maioria, por mulheres (60,9%; p<0,001). A fábrica de cimento foi o local de trabalho de 11,1% da amostra. A prevalência de tosse foi de 23,1% (p<0,001), expectoração 22,8% (p<0,001), falta de ar 29,3% (p<0,001) e chiado no peito 17,9% (p=0,014). Tabagismo foi referido por 16,6% dos entrevistados.Conclusão:Não houve associação dos sintomas respiratórios com o local de moradia. O tabagismo apresentou associação com todos os sintomas respiratórios pesquisados.


2018 ◽  
Vol 8 (3) ◽  
pp. 361-367
Author(s):  
Larissa Conceição Dias Lopes ◽  
Adriele Mascarenhas Araujo ◽  
Tiago da Silva Lopes ◽  
Bruno da Silva Pires ◽  
Jorge Luís Motta Dos Anjos

INTRODUÇÃO: Pacientes pós-cirúrgicos podem apresentar redução da capacidade funcional e força muscular devido as complicações pós-operatórias ou do internamento hospitalar. Porém, até o momento pouco se sabe sobre o estado funcional de indivíduos internados na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) cirúrgica. OBJETIVO: Verificar a força muscular periférica e a capacidade funcional de indivíduos no pós-operatório internados em uma UTI cirúrgica. MÉTODOS: Estudo transversal, descritivo, do qual participaram 72 pacientes admitidos na UTI cirúrgica com idade ≥18 anos, de ambos os sexos, no período pós-operatório. Os critérios de exclusão foram os casos onde os pacientes estivessem: hemodinamicamente instáveis, com desordem cognitiva ou com comunicação limitada que comprometesse a acurácia do registro de dados e aqueles que se recusaram a participar da pesquisa. A avaliação da capacidade funcional foi realizada através da medida de independência funcional, a força muscular através do Medical Research Council. RESULTADOS: A média de idade 51.2 ± 19 anos, sendo 35 (46,8%) do sexo feminino. A média da capacidade funcional foi 95,7 ± 21,3, sendo que 40 (55,6%) dos pacientes apresentaram dependência modificada (assistência de até 25% das tarefas) e 28 (38,9%) independência completa/modificada. A mediana da força muscular periférica foi 58 (48-60). A mediana do tempo de permanência na UTI foi 4 (2-7) dias. O tempo de permanência na ventilação mecânica foi de 24 horas para a maioria dos indivíduos 46 (63,9%). CONCLUSÃO: A força muscular periférica dos pacientes internados em UTI cirúrgica no pós-operatório não foi encontrada alterada. No entanto, grande parte dos pacientes apresentaram limitações funcionais.


2019 ◽  
Vol 12 (1) ◽  
pp. 32043
Author(s):  
Clarissa Blattner ◽  
Ananda Binato Filomena ◽  
Emerson Dalmoro ◽  
Gabriel Tocchetto Makarewicz

Objetivo: Avaliar a prevalência da polineuromiopatia do doente crítico (PNMDC), através da mensuração de força muscular, correlacionando com o tempo de ventilação mecânica (VM), desmame e período de internação em unidade de terapia intensiva.Materiais e Métodos: Estudo transversal prospectivo, onde participaram do estudo homens e mulheres maiores de 18 anos. Foram realizadas avaliações por pesquisadores treinados, durante a pausa da sedação e com paciente apto para desmame. A força muscular periférica foi avaliada através da escala MRC (Medical Research Council), e a força de preensão palmar através de DPP (dinamometria de preensão palmar) da mão dominante. As variáveis quantitativas foram descritas por média e desvio padrão; as categóricas, por frequências absolutas e relativas. Para verificar as correlações entre os dados foi realizado o teste de correlação de Spearman, com nível de significância estatística de 5%.Resultados: Amostra de 39 pacientes com predomínio do sexo masculino (n=21; 53,8%), média de idade de 63,67±17,61. Observou-se um total de 66,7% (n=26) pacientes que preenchiam algum critério para diagnóstico de polineuromiopatia. A prevalência de PNMDC, diagnosticada pela tabela do MRC foi observada em 23 pacientes (59%), enquanto que utilizando a DPP, em 10 indivíduos (25,6%). Quando associadas, as avaliações diagnósticas detectaram 7 polineuropatas (17,9%). Não foram observadas correlações entre diagnóstico de PNMDC, com o tempo de VM, de UTI ou de desmame.Conclusão: As ferramentas utilizadas para diagnóstico de PNMDC, de forma isolada ou associadas, identificaram a prevalência de pacientes fracos. Não foram identificadas correlações entre tal fraqueza e tempo maior em VM, tempo de desmame e permanência prolongada na UTI.


2021 ◽  
Vol 26 (7) ◽  
pp. 2899-2910
Author(s):  
Gabriela Sousa Martins ◽  
Samara Vasconcelos Toledo ◽  
Joanlise Marco de Leon Andrade ◽  
Eduardo Yoshio Nakano ◽  
Renato Valduga ◽  
...  

Resumo Avaliar e correlacionar o estado funcional (EF) e a força muscular (FM) em adultos jovens, adultos e idosos em Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Coorte prospectiva com 48 pacientes avaliando EF por meio do Functional Status Score for the Intensive Care Unit (FSS-ICU) e FM pelo Medical Research Council Sum-Score (MRC-SS) e força de preensão palmar (FPP), no despertar e na alta da UTI. Dados analisados pelos testes Kruskall-Wallis, Qui-quadrado, Wilcoxon e Correlação de Sperman. Na comparação do despertar em relação à alta, o EF e o MRC-SS foram maiores na alta em todos os grupos, com menor ganho nos idosos. A FPP aumentou bilateralmente na alta, exceto no grupo de adultos, pois apresentavam valores maiores no despertar. Na comparação dos grupos, o FSS-ICU foi maior nos adultos no despertar e alta, e a FPP-D menor nos idosos. O EF apresentou forte associação com a FM em adultos jovens e adultos, pois ambos apresentam progressiva melhora durante a permanência na UTI. Os idosos apresentam menor ganho do estado funcional, além de apresentarem menor força muscular desde o despertar. Estas variáveis apresentam importante associação apenas nos adultos jovens e adultos, considerando a natureza multifatorial do processo de adoecimento e incapacidade nos idosos.


Author(s):  
Jessyka Santos ◽  
Helga Muniz ◽  
Renata Zanetti

Embora existam muitas ferramentas para avaliar a mobilidade funcional, nenhuma delas é considerada padrão-ouro para avaliação do paciente crítico. Para avaliar de forma rápida, específica e objetiva a funcionalidade do paciente crítico na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) foi desenvolvida a Perme UCI Mobility Scale. O objetivo deste trabalho é analisar o perfil de mobilidade funcional dos pacientes críticos através da PERME nos primeiros dias de VMI. A pesquisa de campo, do tipo estudo clínico transversal descritivo, com o procedimento de coleta de dados, foi realizada no Hospital Getúlio Vargas (HGV) no período de agosto a novembro de 2019. Após a aprovação do comitê de ética e pesquisa, 71 pacientes foram avaliados. Os dados dos voluntários foram organizados em uma ficha de avaliação própria com a escala PERME e escore do Medical Research Council (MRC). Chegou-se a conclusão que o perfil da mobilidade funcional fica reduzido nos primeiros dias de VMI e a escala PERME é um instrumento válido na avaliação dos pacientes críticos.


Author(s):  
Sara Costa Olímpio ◽  
Matheus Gomes Marques ◽  
Vitória Maria Santos De Moura ◽  
Cleivannylson da Silva De Araújo ◽  
Erikson Alcântara ◽  
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Objetivo: Correlacionar a sensação de dispneia obtida pela escala Medical Research Council modificada (mMRC) com as variáveis respiratórias e o tempo de internação em portadores de doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) hospitalizados. Material e Métodos: Estudo transversal de caráter observacional e descritivo; no qual participaram do estudo pacientes internados na Santa Casa de Misericórdia (SCM) de Goiânia-GO e Hospital Geral de Goiânia Dr. Alberto Rassi (HGG), com diagnóstico de DPOC. Foram coletados sinais vitais, dados antropométricos e aplicada a escala de mMRC. Resultados: Foram avaliados 28 participantes, com média de idade de 74,1012,46 anos; a média de mMRC foi de 3,10±1,19, comprometimento moderado, não ocorrendo diferença de mMRC entre homens e mulheres (p=0,503), além de não ter sido encontrada correlação entre o mMRC com a FR (r= -0,035 p=0,864), SpO2 (r=-0,228 p=0,222) e o tempo de internação (r=0,140 p=0,486). No entanto, em relação a necessidade de internação em unidade de terapia intensiva e o tempo de internação na unidade houve correlação significativa (r-0,457 p


2017 ◽  
Vol 5 (3) ◽  
pp. 67-76
Author(s):  
Ana Carolina Do Nascimento Calles ◽  
Afrânio Torres de Oliveira Junior ◽  
Camila de Menezes Almeida ◽  
Evelin Aparecida Batista De Oliveira ◽  
Lara dos Santos Camilo

INTRODUÇÃO: O longo período de internação em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) pode gerar prejuízos em diversos sistemas, tais como, o sistema musculoesquelético, cardíaco, respiratório e neurológico. Após a alta da UTI os pacientes apresentam debilidades que podem persistir por até um ano, incapacitando-os a realizar as suas Atividades de Vida Diárias (AVD’s). OBJETIVO: Avaliar a variação da força muscular periférica e funcionalidade em pacientes hospitalizados. METODOLOGIA: Estudo prospectivo, composto por 32 pacientes conscientes na UTI, onde foi aplicado o Medical Research Council (MRC) e o Índice de Barthel por um mesmo avaliador no momento da admissão e na alta da UTI. RESULTADO: Apesar da média geral do MRC ter sido reduzida na alta, a força muscular periférica não sofreu alterações significativas, entretanto a funcionalidade apresentou diminuição significativa no domínio “Atividades rotineiras”, como higiene pessoal, cuidados com o rosto, cabelo, dentes e barba. CONCLUSÃO: Não houve perda significativa da força muscular periférica, entretanto, ocorreu uma redução da funcionalidade apresentada pelos pacientes no momento da alta.


2018 ◽  
Vol 6 (2) ◽  
pp. 125-132
Author(s):  
Daniella Alves Vento ◽  
Amanda Marques Faria ◽  
Laiza Gonçalves Silva ◽  
Jhennifer Cristina Miranda Ferreira ◽  
Viviane Assunção Guimarães

Objetivo:Realizar um levantamento bibliográfico sobre a utilização do Medical Research Council no desmame de pacientes críticos. Fontes de dados: Foram analisadas e selecionadas as publicações realizadas entre os anos 2004 até o ano de 2018 publicadas nas bases de dados da National Library of Medicine, PubMed, Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciência da Saúde (LILACS), na Scientific Electronic Library Online (SciELO), na LanTIndeX e no pubmed. Realizou-se a busca por estudos que possuíam como descritores os termos “paciente crítico”, “fraqueza muscular”, “medical research council”, “desmame” e “extubação” nas línguas portuguesa e inglesa, de forma individual e combinada. Foram selecionados 40 artigos para construção do texto. Síntese dos dados: Foram encontrados pouquíssimos estudos de campo referentes ao tema, porém os estudos selecionados apontaram para a possível relação do escore do Medical Research Council com o processo de desmame. Conclusão:Foi possível identificar que são muito escassas as referências associando a fraqueza da musculatura periférica com o sucesso de desmame. Apesar disso, está muito claro que é de extrema relevância a realização de mobilização precoce com o intuito de minimizar as consequências que uma internação em Unidade de Terapia Intensiva demanda, tal como a fraqueza muscular, pois uma vez minimizada, os benefícios tanto no tempo de desmame quanto no tempo de internação são evidentes


Lux Médica ◽  
2018 ◽  
Vol 13 (39) ◽  
pp. 11
Author(s):  
José Roberto Meza-Ontiveros ◽  
Yaneth Guadalupe Pedroza-Morán ◽  
Claudia Michelle Villanueva-Acosta ◽  
Martha Lilia Zamudio-Sánchez ◽  
José Manuel Arreola-Guerra ◽  
...  

Introducción: Alguno de los efectos adversos de la inmovilización en el paciente críticamente enfermo son: reducción del volumen y capacidad respiratoria, disminución de la fuerza y masa muscular lo que conlleva a una mayor estancia hospitalaria. Materiales y métodos: se realizó un estudio prospectivo experimental y abierto de pacientes hospitalizados en la unidad de cuidados intensivos (UCI). Los pacientes incluidos fueron asignados de forma secuencial a una de dos maniobras: el grupo experimental a rehabilitación impartida por fisioterapeutas y el grupo control a rehabilitación impartida por el familiar en base a recomendaciones verbales y escritas. Ambos grupos fueron valorados con la escala de la Medical Research Council (MRC) para fuerza muscular al inicio del tratamiento y al momento del egreso hospitalario. Como desenlace primario se evaluó la delta de fuerza (final – inicial), tiempo de estancia en UCI y hospitalario total. Resultados: Fueron incluidos 10 pacientes, de edad promedio 47.6 a (mín.- máx. 23 - 80), 8 hombres y 2 mujeres. La delta de fuerza del grupo experimental mostro una mejoría en comparación con el grupo control (11.8 vs 3.0, p=0.008). Los días de estancia hospitalaria posterior al inicio de la rehabilitación no fueron diferentes entre los grupos. Conclusión: La rehabilitación impartida en la UCI por personal calificado en rehabilitación aumentó significativamente la fuerza muscular en comparación con la rehabilitación impartida por familiares capacitados.


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