scholarly journals EDUCAÇÃO AMBIENTAL, ARTE E FOTOGRAFIA – Uma perspectiva estética de natureza no Pampa

2021 ◽  
Vol 47 (47) ◽  
Author(s):  
Renata lobato Schlee ◽  
Paula Corrêa Henning ◽  
Cleber Gibbon Ratto

Este artigo busca analisar como se fabrica um discurso de natureza no Pampa do Rio Grande do Sul, Brasil; e Uruguai; região sul da América do Sul. Discute-se a relação entre natureza e cultura problematizando os enunciados e visibilidades de entrevistas e imagens produzidas por “fotógrafos de natureza” do Brasil e do Uruguai. A partir do campo teórico escolhido, declara-se o que se entende por arte e de como a fotografia participa de construções discursivas. No foco de uma educação ambiental pelo viés das experiências estéticas, tensiona-se o corpus discursivo, estimulando um agir sobre nossas relações natureza-cultura. O propósito do texto é provocar e desafiar o impensado e, quem sabe, transvalorar o que está dado como verdade instituída nesse campo. Para tanto, percorremos os caminhos teóricos de Michel Foucault, Gilles Deleuze, Felix Guattari e Friedrich Nietzsche.

Author(s):  
Juliana Corrêa Pereira Schlee ◽  
Isabel Ribeiro Marques ◽  
Renata Lobato Schlee

Em constante desassossego que nos acompanha, problematizamos alguns ditos e não ditos atrelados a discursos relacionados a mulheres, a natureza e o pampa do Rio Grande do Sul. Esses olhares que tanto se inquietam se sustentam sob o aporte teórico de autores da vertente teórica denominada filosofia da diferença, como Michel Foucault, Gilles Deleuze e Friedrich Nietzsche juntamente a intercessores que se debruçam sobre as questões de gênero, como Sandra Garcia, Mary Castro e Miriam Abromovay. Analisamos algumas construções históricas e culturais que evidenciam um antropocentrismo, bastante marcado por um androcentrismo neste Pampa. Entrelaçadas nessas teias discursivas, pinçamos mulheres, e colocamos algumas inquietações como potência para pensarmos as tramas discursivas que se articulam nesses jogos, nessas relações que se pautam na figura masculina e atribuem às mulheres, a tarefa do cuidado com a natureza.  Assim pensamos no quanto esses discursos são fabricados em processos culturais, sustentados em relações de poder que fazem emergir verdades e saberes dados como naturais nos interstícios da educação ambiental.


2019 ◽  
Vol 2 (35) ◽  
pp. 22-32
Author(s):  
André Vinícius Nascimento Araújo

As representações conformam-nos a certos modos de ver, de sentir e de enunciar que são perspectivas fechadas de nossas experiências estéticas e políticas. Sendo assim, se elas tornam restritas as nossas maneiras de se relacionar com os acontecimentos, é possível pensar para além das representações? Colocamos tal questão no horizonte da leitura de pensadores como Friedrich Nietzsche, Gilles Deleuze, Michel Foucault e Jacques Rancière. Porém, nosso foco incide sobre a crítica ao paradigma representativo, apresentada em alguns momentos distintos da obra de Deleuze, inclusive daquela que escreve junto com Félix Guattari, quando trata da questão da rostidade. Pretendemos, primeiramente, abordar aquele que para Nietzsche não é senão o maior de todos os acontecimentos a se dar na existência humana: a morte de Deus. Acontecimento que implica uma cisão nos modos tradicionais de pensar, subsumidos a representações morais e metafísicas da existência. De que maneira a morte de Deus será o horizonte de sentido para um modo de pensar, tanto em Deleuze, quanto em Foucault, que considera as coisas e as representações que fazemos delas, como interpretações de um certo jogo de forças e de subjetivação? Por último, poderemos avaliar a partir do conceito rancièriano de partilha do sensível, como encontramos em Deleuze uma prática do pensamento que busca escapar de uma distribuição sedentária do sensível e do político quando este se restringe ao paradigma das representações.


2021 ◽  
Vol 26 (2) ◽  
pp. 01
Author(s):  
Juliana Cotting Teixeira ◽  
Virgínia Tavares Vieira ◽  
Paula Corrêa Henning

Com o presente artigo objetivamos problematizar a escola. Para isso, fazemos dois movimentos distintos: o primeiro intenta compreender a fabricação da escola como instituição fundamental às engrenagens modernas e, o segundo busca olhar as possibilidades de criação e resistências experimentadas coletivamente em um grupo de professores e estudantes do extremo sul do Rio Grande do Sul. Na companhia de Michel Foucault e Gilles Deleuze pensamos nas tramas escolares como aquelas que formam subjetividades e, paradoxalmente, nos potencializam a problematizar e ocupar outros modos possíveis de existir e conviver no e com o mundo. Tensiona-se a escola de modo a explorar suas brechas, em sua potência de encontros de saberes, de coletividades, de exercícios filosóficos. Aqui se trata de uma aposta na escola e nos seus múltiplos modos de composição de sujeitos, para além das engrenagens modernas. Investe-se, sobretudo, em um convite ao pensamento e à experimentação de encontros outros, de potências de criação e de inventivas relações consigo mesmo e com o mundo através/na escola.


Author(s):  
Juliana Corrêa Pereira Schlee ◽  
Paula Corrêa Henning

Neste trabalho buscamos a partir de inquietações potentes sobre a temática Educação Ambiental e Pampa pensar nas possibilidades múltiplas de um devir menor. Com este objetivo, nos munimos de leituras de autores potentes para o campo filosófico Michel Foucault, Gilles Deleuze, Félix Guattari, Friedrich Nietzsche, Sílvio Gallo e Ana Godoy. Primeiramente situamos o pampa e seus limites geográficos, sua história e cultura que constituem os modos de ser e de viver, assim como também discutimos o campo de saber da Educação Ambiental ao olhar para esse território. Após pretendemos pôr em movimento uma menor das ecologias, inspirada na obra de Ana Godoy (2008) ao olhar para a educação ambiental produzida no Pampa. Tramadas pela potência de intersecção entre Pampa e Educação Ambiental, nos atravessamentos culturais, políticos, éticos e estéticos, um caminho que traçamos experimentando paisagens, talvez outras, ou talvez apenas desapercebidas e desconhecidas, olhar para o pampa, para a natureza com devires menores, desterritorializando e deslocando. Como um ato político de olhar para as coisas ínfimas, para a história infame, para ecologia menor ou para mais e mais educações ambientais possíveis no pampa gaúcho.


2018 ◽  
Vol 23 (2) ◽  
pp. 47
Author(s):  
Luciano Bedin Da Costa ◽  
Claudia Madruga Cunha

Este artigo analisa uma pesquisa que tem investido em incentivar os licenciandos a expressarem aquilo que excede nos discursos da formação de professores. Tendo Roland Barthes, Michel Foucault e Gilles Deleuze como intercessores, detém-se em pensar a escrita enquanto provocação, ferramenta que põe em movimento e movimenta o excurso dos discursos mais sedimentados acerca da educação, que dizem da figura do professor nos dias atuais. Traz percepções que resultam de um exercício de estranhar o que se diz a respeito do “ser professor”. Desenvolvida junto a estudantes de licenciaturas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, tem feito da escrita e do escrever, reunidos pelo conceito de fantasia, um dispositivo de intervenção. Dando forma a esse exercício de estranhamento, nomeado ornitorrincar, uma vez que se utiliza da figura do ornitorrinco, cria o Dicionário Raciocinado das Licenciaturas, que se inspira em alguns procedimentos operados pela Encyclopédie ou Dictionaire Raisonné des Sciences, des Arts et des Métiers, de Denis Diderot e Jean d’Alembert. Composto por quatro Tomos e com um total de noventa e três licenciandos participantes, agencia uma produção coletiva de textos na forma de verbetes, resultado de provocações filosóficas e literárias. O ornitorrinco surge no projeto como imagem-guia, espécie de imagem-conceito que sintetiza a força de estranhamento e o trabalho do desconhecido, qualidades vitais à docência e, por conseguinte, à formação de professores. Tal desafio tem convocado os estudantes a se perceberem e a escreverem sobre essa experiência de tornar-se professor. Ao invés da simples denúncia, os verbetes que compõem o dicionário são um convite ao estranhamento dos lugares comuns que compõem a formação de professores, uma solicitação a ornitorrincarem concepções e experiências docentes.


Author(s):  
Vanessa Lemm

Readers of Giorgio Agamben would agree that the German philosopher Friedrich Nietzsche (1844–1900) is not one of his primary interlocutors. As such, Agamben’s engagement with Nietzsche is different from the French reception of Nietzsche’s philosophy in Michel Foucault, Gilles Deleuze and Georges Bataille, as well as in his contemporary Italian colleague Roberto Esposito, for whom Nietzsche’s philosophy is a key point of reference in their thinking of politics beyond sovereignty. Agamben’s stance towards the thought of Nietzsche may seem ambiguous to some readers, in particular with regard to his shifting position on Nietzsche’s much-debated vision of the eternal recurrence of the same.


2008 ◽  
Vol 6 (3) ◽  
pp. 443-456 ◽  
Author(s):  
Ricardo Burg Ceccim ◽  
Alcindo Antônio Ferla

O artigo procura construir, a partir de uma memória da Reforma Sanitária Brasileira e de aproximações entre as áreas científicas da Educação e da Saúde, uma micropercepção (matéria para o pensar, aprender, conhecer) emergência de um domínio de conhecimento designado por Educação e Ensino da Saúde. Esse domínio emergente estaria bastante associado invenção da Saúde Coletiva, no campo científico da saúde, e com à invenção do Controle Social em Saúde, no campo da intervenção política nesse setor. O novo domínio de conhecimento seria caracterizado por uma implicação singular do ensino com a cidadania, permitindo a travessia de fronteiras entre educação e saúde pela via da educação permanente em saúde. Os temas do ensino e da cidadania são problematizados com o auxílio explícito ou não (via seus leitores) de alguns pensadores da filosofia e do contemporâneo, como Michel Foucault, Michel Serres, Gilles Deleuze, Félix Guattari, Francisco Varela, Humberto Maturana e Ilya Prigogine.


2011 ◽  
Vol 37 (3) ◽  
pp. 613-628 ◽  
Author(s):  
Cintya Regina Ribeiro

O presente trabalho visa problematizar a suposta constituição virtuosa entre educação e conhecimento oriunda de certa herança cultural da modernidade ocidental. A problemática ancora-se na indagação difusa, porém insistente, a ecoar no campo educacional: "o que é o ato do pensar, em educação, na contemporaneidade?". A tomada das condições atuais do pensamento como um problema de pesquisa educacional coloca em questão a histórica articulação entre conhecimento e pensamento reflexivo, obrigando ao confronto de certos amálgamas pedagógicos caros ao campo educacional moderno. Tal enfrentamento se realiza na companhia dos pensadores Michel Foucault e Friedrich Nietzsche, dada a relevância estratégica de suas produções, particularmente acerca da linguagem, da produção da verdade e de suas implicações nos modos de conhecer e pensar. Busca-se operacionalizar uma crítica da linguagem em direção a uma crítica do pensamento em educação, na chave de uma problematização ético-política. Nesse trabalho, tal plataforma analítica configura-se a partir das discussões de Michel Foucault - tanto em relação à questão do pensamento do fora, tal como elaborada por Maurice Blanchot, como em relação ao pensamento da diferença, tal como formulado por Gilles Deleuze. Sugerimos que a exploração desse debate possa atuar como um exercício de exterioridade ou de pensamento diferencial no jogo com o conhecimento e com o pensamento reflexivo presentes no campo educacional - seja no âmbito dos fazeres pedagógicos cotidianos da escola, seja no campo da produção da pesquisa educacional.


2018 ◽  
Vol 23 (1) ◽  
pp. 243-273
Author(s):  
Edson Luis de Almeida Teles

O objetivo deste artigo é refletir sobre o modo como as lutas locais e suas movimentações em torno do discurso dos direitos humanos podem ser alçadas à condição de ação política. Trata-se da tentativa de ampliar o conceito de política tendo em vista a potência de transformação contida nos coletivos de subjetividades portadoras de experiências comuns de violência e sofrimento. Fazendo uso do conceito de quilombo, em Beatriz Nascimento, buscaremos fundamentar o alargamento da ideia de política a partir de duas configurações: a disputa por territórios e a conectividade entre saberes específicos e menores oriundos das lutas. Para tanto, cotejaremos o pensamento da autora com a filosofia contemporânea de Michel Foucault, Gilles Deleuze e Félix Guattari. Nossa hipótese é a de que o conceito de ação política demandaria um alargamento em sua formulação de modo a abranger as variadas e singulares formas de resistência cotidianas.


2019 ◽  
Vol 10 ◽  
pp. e019017
Author(s):  
Sandra Kretli da Silva ◽  
Priscila dos Santos Moreira ◽  
Nathan Moretto Guzzo Fernandes

O artigo é decorrente de uma pesquisa maior cujo objetivo é cartografar práticas discursivas sobre currículo da comunidade acadêmico-científica vinculadas às associações do campo e propagadas no periódico internacional Transnacional Curriculum Inquiry (TCI) e nos dossiês organizados pela Associação Brasileira de Currículo (ABdC) publicados nas revistas nacionais Currículo sem Fronteiras, e-Curriculum e Teias. Problematiza as vinculações institucionais dos autores que publicaram na TCI e nos dossiês da ABdC, a partir do diálogo com Gilles Deleuze, Félix Guattari e Michel Foucault entre agenciamentos coletivos de enunciação que desenham territórios. Evidencia o pensamento-diferença e propaga a ampliação dos espaços de abertura para publicação das pesquisas produzidas por autores vinculados a diferentes instituições e a participação de outras associações e entidades internacionais, com vistas à expansão das conexões nos periódicos do campo curricular.


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