scholarly journals "Pensamento do fora", conhecimento e pensamento em educação: conversações com Michel Foucault

2011 ◽  
Vol 37 (3) ◽  
pp. 613-628 ◽  
Author(s):  
Cintya Regina Ribeiro

O presente trabalho visa problematizar a suposta constituição virtuosa entre educação e conhecimento oriunda de certa herança cultural da modernidade ocidental. A problemática ancora-se na indagação difusa, porém insistente, a ecoar no campo educacional: "o que é o ato do pensar, em educação, na contemporaneidade?". A tomada das condições atuais do pensamento como um problema de pesquisa educacional coloca em questão a histórica articulação entre conhecimento e pensamento reflexivo, obrigando ao confronto de certos amálgamas pedagógicos caros ao campo educacional moderno. Tal enfrentamento se realiza na companhia dos pensadores Michel Foucault e Friedrich Nietzsche, dada a relevância estratégica de suas produções, particularmente acerca da linguagem, da produção da verdade e de suas implicações nos modos de conhecer e pensar. Busca-se operacionalizar uma crítica da linguagem em direção a uma crítica do pensamento em educação, na chave de uma problematização ético-política. Nesse trabalho, tal plataforma analítica configura-se a partir das discussões de Michel Foucault - tanto em relação à questão do pensamento do fora, tal como elaborada por Maurice Blanchot, como em relação ao pensamento da diferença, tal como formulado por Gilles Deleuze. Sugerimos que a exploração desse debate possa atuar como um exercício de exterioridade ou de pensamento diferencial no jogo com o conhecimento e com o pensamento reflexivo presentes no campo educacional - seja no âmbito dos fazeres pedagógicos cotidianos da escola, seja no campo da produção da pesquisa educacional.

Author(s):  
Vanessa Lemm

Readers of Giorgio Agamben would agree that the German philosopher Friedrich Nietzsche (1844–1900) is not one of his primary interlocutors. As such, Agamben’s engagement with Nietzsche is different from the French reception of Nietzsche’s philosophy in Michel Foucault, Gilles Deleuze and Georges Bataille, as well as in his contemporary Italian colleague Roberto Esposito, for whom Nietzsche’s philosophy is a key point of reference in their thinking of politics beyond sovereignty. Agamben’s stance towards the thought of Nietzsche may seem ambiguous to some readers, in particular with regard to his shifting position on Nietzsche’s much-debated vision of the eternal recurrence of the same.


Author(s):  
Juliana Corrêa Pereira Schlee ◽  
Isabel Ribeiro Marques ◽  
Renata Lobato Schlee

Em constante desassossego que nos acompanha, problematizamos alguns ditos e não ditos atrelados a discursos relacionados a mulheres, a natureza e o pampa do Rio Grande do Sul. Esses olhares que tanto se inquietam se sustentam sob o aporte teórico de autores da vertente teórica denominada filosofia da diferença, como Michel Foucault, Gilles Deleuze e Friedrich Nietzsche juntamente a intercessores que se debruçam sobre as questões de gênero, como Sandra Garcia, Mary Castro e Miriam Abromovay. Analisamos algumas construções históricas e culturais que evidenciam um antropocentrismo, bastante marcado por um androcentrismo neste Pampa. Entrelaçadas nessas teias discursivas, pinçamos mulheres, e colocamos algumas inquietações como potência para pensarmos as tramas discursivas que se articulam nesses jogos, nessas relações que se pautam na figura masculina e atribuem às mulheres, a tarefa do cuidado com a natureza.  Assim pensamos no quanto esses discursos são fabricados em processos culturais, sustentados em relações de poder que fazem emergir verdades e saberes dados como naturais nos interstícios da educação ambiental.


Maska ◽  
2013 ◽  
Vol 28 (157) ◽  
pp. 79-95
Author(s):  
Bojan Anđelković

The text offers a philosophical reflection on the cycle of five performances that form the Elizabethan Trilogy project (2008-2013) by director Dragan Živadinov. By introducing four conceptual pairs - theatre and sovereignty, words and things, the subject and the mask, and difference and repetition - it also attempts to reflect on Živadinov's entire opus and on the meaning of his theatre. At the centre of attention in the theatre of repetition, which is opposed to the theatre of representation, there is the relation between theatre, sovereignty and the subject; the author of this text tries to shed light on this relation by drawing on Antonin Artaud's concept of the theatre of cruelty and possible connections between theatre and the philosophies of Friedrich Nietzsche, Michel Foucault and Gilles Deleuze.


2021 ◽  
pp. 1-18
Author(s):  
Cristian Enrique Cisternas Cruz

En este artículo proponemos que en la obra literaria de Jorge Luis Borges existe una preocupación por los fines y los límites del tiempo, que ha sido abordada, desde diversos enfoques teórico-metodológicos, por sus comentadores. Este preocupación incide notablemente en el desarrollo estilístico y en el interés temático posibles de advertir en la escritura de Borges. El propósito de este artículo es iluminar las vías de orientación que genera su escritura literaria en pensadores tales como Maurice Blanchot, Michel Foucault, Gilles Deleuze y Félix Guattari. El diálogo entre literatura y filosofía es, consecuentemente, clave en este artículo, que pretende además, a partir de una serie de ejemplos de la escritura narrativa y ensayística del escritor argentino, re-instalar la preocupación por el tiempo  dentro del marco de la reflexión sobre la escritura borgeana


2021 ◽  
Vol 47 (47) ◽  
Author(s):  
Renata lobato Schlee ◽  
Paula Corrêa Henning ◽  
Cleber Gibbon Ratto

Este artigo busca analisar como se fabrica um discurso de natureza no Pampa do Rio Grande do Sul, Brasil; e Uruguai; região sul da América do Sul. Discute-se a relação entre natureza e cultura problematizando os enunciados e visibilidades de entrevistas e imagens produzidas por “fotógrafos de natureza” do Brasil e do Uruguai. A partir do campo teórico escolhido, declara-se o que se entende por arte e de como a fotografia participa de construções discursivas. No foco de uma educação ambiental pelo viés das experiências estéticas, tensiona-se o corpus discursivo, estimulando um agir sobre nossas relações natureza-cultura. O propósito do texto é provocar e desafiar o impensado e, quem sabe, transvalorar o que está dado como verdade instituída nesse campo. Para tanto, percorremos os caminhos teóricos de Michel Foucault, Gilles Deleuze, Felix Guattari e Friedrich Nietzsche.


2017 ◽  
Vol 11 (20) ◽  
pp. 69-82
Author(s):  
Annita Costa Malufe

O presente artigo discorre acerca das mudanças no conceito de sentido efetuadas por alguns pensamentos filosóficos que se deram na esteira da revolução operada por Friedrich Nietzsche; enfocaremos aqui sobretudo as filosofias de Michel Foucault e Gilles Deleuze, a partir da ideia, proposta por Foucault, de uma “hermenêutica moderna”. O objetivo é destacar a problematização do ato de interpretar, tendo no horizonte os deslocamentos que essas novas posturas diante do sentido acarretam para a leitura crítica do texto literário no contemporâneo.


2013 ◽  
Vol 13 (14) ◽  
pp. 107-126
Author(s):  
Cinthya Regina Ribeiro

El presente trabajo busca problematizar la supuesta constitución virtuosa entre educación y conocimiento, oriunda de cierta herencia cultural de la modernidad occidental. La problemática se apoya en la indagación difusa, aunque insistente, que se repite en el campo de la educación: “¿De qué se trata el acto de pensar, en educación, en la contemporaneidad?”. El tomar las condiciones actuales de pensamiento como un problema de investigación en educación, pone en duda la histórica articulación entre conocimiento y pensamiento reflexivo, lo que obliga a la confrontación de ciertas mezclas pedagógicas preciadas en el campo educativo moderno. Tal enfrentamiento se realiza a la luz de las reflexiones de los pensadores Michel Foucault y Friedrich Nietzsche, dada la relevancia estratégica de sus producciones, especialmente sobre el lenguaje, la producción de verdad y sus implicaciones en los modos de conocer y pensar. Se busca construir una crítica del lenguaje en dirección a una crítica del pensamiento en educación, en el centro de una problematización ético-política. En este trabajo, tal plataforma analítica se configura a partir de las discusiones de Michel Foucault, tanto en relación a la cuestión del pensamiento del afuera, como en relación al pensamiento de la diferencia, tal como fue formulado por Gilles Deleuze. Sugerimos que la explotación de ese debate, puede actuar como un ejercicio de exterioridad o de pensamiento diferencial en el juego con el conocimiento y con el pensamiento reflexivo presentes en el campo de la educación, sea en el ámbito de las tareas pedagógicas cotidianas en la escuela, o en el campo de la producción de la investigación en la educación.


2020 ◽  
Vol 13 (2) ◽  
pp. e36890
Author(s):  
José dos Santos Costa Júnior

Bastou a chegada de um corpo jovem na cela repleta de homens já velhos e gastos pelas dores do mundo para que algo ocorresse naquela madrugada. Assim ocorre na peça-teatral Barrela (1958), do escritor brasileiro Plínio Marcos (1935-1999), cuja narrativa densa e repleta de diálogos intensos e clivados por afetos múltiplos nos permite pensar toda uma concepção de humanidade, subjetividade e institucionalidade no espaço prisional brasileira das décadas de 1960 e 1970. O texto analisa a imagem do corpo jovem violado, descrevendo as intersecções de classe, gênero, geração e sexualidade que cindiram uma subjetividade coletiva alicerçada na dor e na reprodução da violência física e psicológica, mas sem incorrer em processos de individualização da violência, mas justamente buscando pensar as tecnologias de subjetivação que a literatura de Plínio Marcos permite analisar para pensar os afetos, percepções e tensões que sua escrita apresenta. A partir do diálogo com Michel Foucault, Gilles Deleuze e Maurice Blanchot busca-se pensar as relações entre a História e a Literatura, problematizando os modos de dar a ler a realidade através da escrita e da crítica social operada em meio a tempos sombrios. Deste modo, o artigo visa contribuir por meio de um exercício de experimentação para pensar sobre história do Brasil e história do corpo jovem a partir de uma fonte literária que por meio de seus perfectos e afectos como obra de arte sempre pode abrir outros modos de pensar e sentir. Tal processo nos permite pensar a literatura como um gesto de criação ético-político sobre o mundo e a vida.


2009 ◽  
Vol 21 (28) ◽  
pp. 87
Author(s):  
Leonardo Pinto de Almeida

A partir das reflexões de Roland Barthes, Maurice Blanchot, Gilles Deleuze e Michel Foucault sobre as vicissitudes da linguagem, analisaremos o caráter transgressivo da literatura no seio da linguagem. Para tanto, partiremos da relação entre a linguagem e as palavras de ordem, mostrando a rigidez de seu uso que estaria do lado do poder, da homogeneidade, da ordem e da constância. O estereótipo e a informação são formas de atualização do ser da linguagem em seu uso costumeiro, fazendo a linguagem funcionar a partir da padronização e da noção de utilidade. No entanto, a literatura seria uma linguagem sem poder, apontando para um modo de resistir aos padrões e aos códigos linguísticos. Ela seria um modo de resistência ao fascismo da língua – uma espécie de desvio que combate o enrijecimento e o poderio da linguagem estereotipada. Uma luta tecida nas paragens da própria linguagem. Este entendimento da literatura como resistência aponta para ela como uma potência a serviço da vida que se contrapõe ao poder, exercido por mecanismos transcendentes à experiência. Com a literatura, as palavras tecem relações intensas e, às vezes, incomuns que proporcionam uma ruptura nos usos costumeiros da linguagem. Assim, concluímos que a literatura é uma escrita a serviço da vida em sua contraposição aos elementos transcendentes à experiência que os aprisiona em sua dinâmica de coerção e captura.


2019 ◽  
Vol 2 (35) ◽  
pp. 22-32
Author(s):  
André Vinícius Nascimento Araújo

As representações conformam-nos a certos modos de ver, de sentir e de enunciar que são perspectivas fechadas de nossas experiências estéticas e políticas. Sendo assim, se elas tornam restritas as nossas maneiras de se relacionar com os acontecimentos, é possível pensar para além das representações? Colocamos tal questão no horizonte da leitura de pensadores como Friedrich Nietzsche, Gilles Deleuze, Michel Foucault e Jacques Rancière. Porém, nosso foco incide sobre a crítica ao paradigma representativo, apresentada em alguns momentos distintos da obra de Deleuze, inclusive daquela que escreve junto com Félix Guattari, quando trata da questão da rostidade. Pretendemos, primeiramente, abordar aquele que para Nietzsche não é senão o maior de todos os acontecimentos a se dar na existência humana: a morte de Deus. Acontecimento que implica uma cisão nos modos tradicionais de pensar, subsumidos a representações morais e metafísicas da existência. De que maneira a morte de Deus será o horizonte de sentido para um modo de pensar, tanto em Deleuze, quanto em Foucault, que considera as coisas e as representações que fazemos delas, como interpretações de um certo jogo de forças e de subjetivação? Por último, poderemos avaliar a partir do conceito rancièriano de partilha do sensível, como encontramos em Deleuze uma prática do pensamento que busca escapar de uma distribuição sedentária do sensível e do político quando este se restringe ao paradigma das representações.


Sign in / Sign up

Export Citation Format

Share Document