scholarly journals CONTRA A PERFEIÇÃO, O MELHORAMENTO HUMANO OU PELA DÁDIVA? UMA ANÁLISE DOS ARGUMENTOS DE MICHAEL SANDEL SOBRE A ENGENHARIA GENÉTICA

2021 ◽  
Vol 48 (152) ◽  
pp. 779
Author(s):  
Murilo Mariano Vilaça
Keyword(s):  

No presente artigo, apresento e analiso criticamente os argumentos de Michael Sandel contra os usos não terapêuticos (ou melhoradores) da engenharia genética. Parto de considerações sobre algumas tendências presentes no debate bioético (seção 1) e do delineamento da vertente bioconservadora/antimelhoramento (seção 2), à qual Sandel está associado. Após, destaco o modo como ele utiliza o conceito de dádiva para criticar a perfeição/o melhoramento, aplicando-o a dois casos específicos, melhoramento genético de atletas e da descendência, retórica sobre a qual faço algumas ponderações críticas (seção 3). Com base nestas, concluo que o conceito de dádiva não é adequado para sustentar uma proscrição moral do biomelhoramento humano em sociedades livres e pluralistas.

Author(s):  
Lucas Costa Oliveira

Compra-se: barriga de aluguel indiana, direito de ser imigrante nos Estados Unidos, óvulos e esperma de grife. Vende-se: espaço no corpo para publicidade comercial, serviço de cobaia humana em testes de laboratórios farmacêuticos, esterilização ou controle permanente de natalidade. Seriam os direitos da personalidade mercadorias? Pode-se levantar ao menos duas hipóteses para o problema posto: i) direitos existenciais devem ser deixados em uma esfera alheia ao mercado; ii) direitos existenciais devem ser abarcados pela esfera do mercado. Desse modo, o artigo pretende abordar tais questões sob a perspectiva de três pensadores que se detiveram sobre o tema: Stefano Rodotà, Michael Sandel e Zygmunt Bauman. O objetivo é construir, de maneira crítica, uma base teórica sólida para pensar a problemática proposta e então estabelecer algumas notas conclusivas sobre o assunto.


2007 ◽  
Vol 6 (2) ◽  
pp. 219-226
Author(s):  
Richard Dagger
Keyword(s):  

2013 ◽  
Vol 42 (1) ◽  
Author(s):  
Michael Skowron

AbstractRecent discussions (especially in the Internet) about the question whether Nietzsche was a Transhumanist or at least a forerunner of the Transhumanist movement have drawn new attention to Nietzsche’s concept of the Overhuman and the relation to the Posthuman. The article is taking a critical stance by turning suggested analogies between education and genetic manipulation of humans into an argument against the latter, by relating self-education to self-overcoming and eternal recurrence of the same (which is excluded by Transhumanists), and by reminding of Nietzsche’s distinction between ‘Overhuman’ and ‘last human’ as two different ways to the future. Linguistic analysis of the epitheta used in speaking of the different ‘types’ in question as well as structural analogies between critical considerations in Michael Sandel and Jürgen Habermas on the one hand, Nietzsche on the other are also evidence that Nietzsche would not have endorsed the technological path to perfection of the human but would emphasize his own way of self-overcoming instead.


2019 ◽  
Vol 12 (1) ◽  
Author(s):  
Adriana Reis de Albuquerque

O presente artigo tem por objetivo discutir o espaço da religião na esfera pública, dentro de um Estado de direito de viés democrático. O texto evidencia como o desenvolvimento do Estado constitucional de cunho liberal influenciou a superveniência de uma concepção restritiva do papel da religião na esfera pública, criando um conceito de tolerância enquanto “indiferença”, a partir de uma absoluta dissociação entre o público e o privado. Correlaciona o fortalecimento da visão que afasta o elemento religioso do debate público e da esfera institucional do Estado com a cosmovisão pós-moderna. A partir da distinção entre Estado e sociedade, defende a ineficácia do conceito de tolerância liberal para lidar com uma sociedade que deve ser caracterizada como “pós-secular”, a demandar que o Estado dialogue com o elemento religioso. A partir do referencial teórico de Jurgen Habermas e Michael Sandel, o artigo defende não só a possibilidade, como a efetiva necessidade de que, cumpridos determinados pressupostos epistemológicos, o argumento religioso seja incorporado ao debate político e mesmo institucional, mediante a substituição da ideia de neutralidade como “indiferença” por neutralidade como “inclusão”, possibilitando o surgimento de um cenário social e jurídico de maior comprometimento com as divergências morais e maior densidade democrática.


1991 ◽  
Vol 21 (4) ◽  
pp. 511-521 ◽  
Author(s):  
Simon Caney
Keyword(s):  

Liberal theorists have traditionally emphasized the importance of rights and just institutions. Recently liberalism and the liberal emphasis on rights have been criticized on the grounds that they are individualistic and overlook the importance of community and fraternity. In this Note I look at two particular arguments, made by the communitarian Michael Sandel, that have been levelled at the liberal emphasis on rights, namely, what I shall call the ‘circumstances of justice’ argument and the ‘crowding out’ argument.


2017 ◽  
Vol 15 (1) ◽  
pp. 71-87
Author(s):  
Bryan R Warnick

A growing number of schools have begun experimenting with giving students cash rewards to improve academic performance. This practice has come to be known as ‘cash-for-grades’. In this article, I examine some of the philosophical and ethical questions involved with cash-for-grades programmes, rather than focusing on whether such incentives ‘work’ to increase academic performance. Building on the framework of philosopher Michael Sandel, I examine whether cash incentives are more coercive or corruptive than currently accepted educational practices. An answer to these questions ultimately requires a careful analysis of the meaning of cash as an incentive. Comparing cash incentives to grade incentives, I argue that the individuality and immediacy specific to cash incentives make them uniquely problematic in an educational environment.


Análisis ◽  
2019 ◽  
Vol 51 (95 (Jl-Di)) ◽  
pp. 319-345
Author(s):  
Antonio Luis Terrones Rodríguez

El movimiento transhumanista está despertando un gran interés en las últimas décadas con sus polémicos postulados y  cuando sus propuestas son conocidas nadie queda indiferente ante las mismas. Diversos pensadores como Jürgen Habermas, Michael Sandel, Peter Sloterdjick o Nick Bostrom han escenificado una enriquecedora discusión en torno a los postulados transhumanistas. El transhumanismo defiende una mejora de la condición humana por medio de las tecnologías más avanzadas, entre las que se encuentran la biotecnología, la nanotecnología, la inteligencia artificial, etc. Son diversas las opciones para emprender el camino transhumanista: mejora de los hijos, mejora física, cognitiva y emocional, y lucha contra el envejecimiento. Además, las tecnologías de mejoramiento de la especie generan problemáticas de tipo social y político al insertarse en contextos con identidades sociales fuertemente marcadas, desigualdad económica y discriminación ética y racial. Así pues, es fundamental invitar a una reflexión ética sobre los postulados transhumanistas.


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