scholarly journals Reportagens seriadas e jornalismo literário

2021 ◽  
Vol 10 (2) ◽  
pp. 198-213
Author(s):  
Monica Martinez ◽  
Leila Gapy

PT. Este trabalho discute os resultados de pesquisa de mestrado que investigou como a Reportagem Seriada é praticada por jornalistas profissionais da imprensa nacional escrita. O referencial teórico contempla os estudos em Jornalismo Literário (Bak; Martinez, 2018; Martinez, 2018; Bak; Reynolds, 2011; Lima, 2009) e em Reportagens Seriadas (Souza Júnior, 2011; Meyer, 1996; Andretta, 2008, 2013; Gapy, 2018). Do ponto de vista metodológico, emprega revisão de literatura e análise de conteúdo (Bardin, 2016). Devido à dificuldade de rastreamento das peças, percebeu-se a necessidade de se repensar a noção conceitual porque o termo até então usado, Série de Reportagens, remetia à localização de produções de suítes ou às coleções de matérias sobre um único assunto publicadas como uma grande reportagem numa única edição (Gapy, 2019). O que nos levou a optar pelo termo Reportagem Seriada por entender que este não leva a dúvidas relacionadas às suítes ou grandes reportagens -- o que é entendido como uma das duas principais contribuições deste estudo. A segunda contribuição, a nosso ver, é a metodologia exploratória desenhada para esta análise. Desta forma, o corpus consistiu em um jornal de cada uma das cinco regiões brasileiras, mais um diário local: 1) Região Norte – A Crítica, de Manaus (AM); 2) Região Nordeste: Diario de Pernambuco, Recife (PE); Local – Cruzeiro do Sul, Sorocaba (SP); 4) Região Sul – Correio do Povo, Porto Alegre (RS); 5) Região Sudeste –Tribuna de Minas, Juiz de Fora (MG); 6) Região Centro-Oeste - Correio Braziliense, Brasília (DF). Além da sugestão de termo e metodologia empregados, os resultados apontam a falta de planejamento que permeia o processo produtivo, da proposta de reportagens seriadas por repórteres/editores à divulgação das mesmas nos veículos. Os achados também ressaltam que os jornalistas estão usando esse espaço para propor pautas que primam pelas narrativas de transformação, optando por temas de cunho social e desenvolvimento humano. *** EN. The article presents the conclusions drawn from a graduate thesis aimed at understanding the practices of serial reportage by professional journalists in the Brazilian print press. The theoretical framework draws on studies in literary journalism (Bak ; Martinez, 2018 ; Martinez, 2018 ; Bak ; Reynolds, 2011 ; Lima, 2009) and serial reportage (Souza Júnior, 2011 ; Meyer, 1996 ; Andretta, 2008, 2013 ; Gapy, 2018). The methodology of the study consists in a bibliographical review and content analysis (Bardin, 2016). Difficulties in finding productions on this topic led to redefine the concept. The term « Série de Reportagens» referred indeed to a localized serial production or collection of narratives on one topic, published as a grand reportage in one issue (Gapy, 2019). Instead, we want to introduce the term Reportagem Seriada (series of reportages / serial reportage), making a distinction with sequels or grand reportage. This constitutes the main critical contribution of the study, along with the exploratory methodology developed for the analysis. The corpus consists in five newspapers from the five federal regions in Brazil, and one local daily newspaper (Cruzeiro do Sul, Sorocaba – São Paulo) : 1) Northern region - A Crítica, from Manaus (Amazonas) ; 2) North-eastern region - Diário de Pernambuco, Recife (Pernambuco) ; 3) Southern region - Correio do Povo, Porto Alegre (Rio Grande do Sul) ; 4) South-eastern region - Tribuna de Minas, Juiz de Fora (Minas Gerais) ; 5) Central-western region - Correio Braziliense, Brasília (Federal District). In parallel to redefining the concept and the specificity of the methodology deployed, conclusions underline a lack of programing in the production process – from the pitching serial reportage by reporters to its dissemination in the media. Conclusions also shed light on how journalists use these work processes to push forward social and human development narratives. *** FR. Cet article présente les résultats d'une recherche de mémoire de master qui a pour objectif de comprendre comment le reportage en série est pratiqué par les journalistes professionnels dans la presse écrite brésilienne. Le cadre théorique engage les études en journalisme littéraire (Bak ; Martinez, 2018 ; Martinez, 2018 ; Bak ; Reynolds, 2011 ; Lima, 2009) et en reportage sériel (Souza Júnior, 2011 ; Meyer, 1996 ; Andretta, 2008, 2013 ; Gapy, 2018). D’un point de vue méthodologique, la recherche s’appuie sur une revue de littérature et sur une analyse de contenu (Bardin, 2016). La difficulté d’accès aux productions sur le sujet a révélé la nécessité de renommer le concept. En effet, le terme « série de reportages », employé jusqu'alors, nous renvoyait plutôt à la localisation de productions en série ou de collections de récits sur un même sujet, publiées en tant que grand reportage en une seule édition (Gapy, 2019). Ainsi, nous avons choisi le terme Reportagem Seriada (reportage en série/reportage sériel), de façon à le distinguer des dossiers ou des grands reportages, cette redéfinition terminologique étant perçue comme le premier apport principal de cette recherche. Le deuxième, à notre avis, renvoie à la méthodologie exploratoire conçue pour l’analyse. Le corpus se compose d’un journal de chacune des cinq régions du Brésil, et d’un seul quotidien local (Cruzeiro do Sul, Sorocaba – São Paulo) : 1) Région Nord - A Crítica, de Manaus (Amazonas) ; 2) Région Nord-Est - Diário de Pernambuco, Recife (Pernambuco) ; 4) Région Sud - Correio do Povo, Porto Alegre (Rio Grande do Sul) ; 5) Région Sud-Est - Tribuna de Minas, Juiz de Fora (Minas Gerais) ; 6) Région Centre-Ouest - Correio Braziliense, Brasília (District Fédéral). Au-delà de cette redéfinition conceptuelle et de la spécificité de la méthodologie employée, les résultats soulignent le manque de planification du processus de production, de la proposition des reportages en série par les reporters/rédacteurs à leur diffusion par les médias. Les résultats montrent également que les journalistes profitent de cette modalité pour proposer des récits de transformation, en y insérant des sujets sociaux et de développement humain. ***

1967 ◽  
Vol 34 (70) ◽  
pp. 551
Author(s):  
Heródoto Barbeiro

 Belo Horizonte foi sede, de 29 de abril a 4 de maio de 1967, do III Seminário Interuniversitário de Estudantes de História, promovido pelo Centro de Estudos Históricos da Universidade Federal de Minas Gerais, tendo comparecido 20 delegações; de São Paulo (Universidades de São Paulo, Católica, de Campinas, Faculdade de Filosofia de Lins, de Santos, de Assis, de Bauru e de Lorena), Minas Gerais (Universidades Federal e Católica de Belo Horizonte, Faculdades de Uberlândia, Uberaba, Montes Claros, Itaúna), Rio Grande do Sul (Pôrto Alegre), Paraná (Faculdades de Curitiba e Ponta Grossa), Goiás (Goiânia) e Rio de Janeiro (Niterói) . 


2020 ◽  
Vol 12 (1) ◽  
Author(s):  
Frederico Rios C. dos Santos

O presente trabalho tem o objetivo de traçar a construção histórico-sociológica do discurso socialista, entendido em sentido amplo, bem como situar o mesmo no espectro ideológico do discurso político. Para isso, lança-se mão dos pressupostos teórico-metodológicos propostos por Bobbio e Charaudeau de distinção entre esquerda e direita. A conclusão é que o discurso socialista é mais afeito ao progressismo, excetuando o discurso socialista de países que o utilizam como política de estado de manutenção autoritária do poder, como aconteceu com o stalinismo. ADORNO, Theodor W.; HORKHEIMER, Max. Dialética do esclarecimento. Rio de Janeiro: Zahar, 1985.ARANHA, Maria Lúcia de Arruda; MARTINS, Maria Helena Pires. Filosofando: introdução à filosofia. São Paulo: Moderna, 1993.BOBBIO, Norberto. Direita e Esquerda: razões e significados de uma distinção política. São Paulo: Editora Unesp, 2011.CHARAUDEAU, Patrick. Le discours politique: les masques du pouvoir. Paris: Librairie Vuibert, 2005.CHASIN, J. “Posfácio: Marx – Estatuto Ontológico e Resolução Metodológica”. In: TEIXEIRA, Francisco José Soares. Pensando com Marx: uma leitura crítico-comentada de O Capital. Editora Ensaio, 1995.DUARTE, Rodrigo. Adorno/Horkheimer & A Dialética do Esclarecimento. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2002.GRAMSCI, Antônio. Cadernos do Cárcere. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2014.HEGEL, G. W. F. Fenomenologia do Espírito. Petrópolis: Vozes, 1997._______. Princípios de filosofia do Direito. São Paulo: Martins Fontes, 1992.HOBSBAWM, Eric. Era dos extremos: o breve século XX (1914-1991). São Paulo: Cia das Letras, 1995.LÊNIN, Vladimir I. Estado e Revolução. São Paulo: Boitempo, 2017.MARX, Karl. Manifesto do Partido Comunista. Porto Alegre: LP&M, 2001._______. Contribución à la critica de la economía política. In: Obras escogidas en dos tomos. Moscú: Editorial Progreso, 1966.PAZZINATO, Alceu L.; SENISE, Maria Helena V. História Moderna e Contemporânea. São Paulo: Editora Ática, 2002.QUADROS, Marcos Paulo dos Reis. O conservadorismo à brasileira: sociedade e elites políticas na contemporaneidade. 2015. 273f. Tese (Doutorado) - Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais. Porto Alegre, 2015.REALE, Giovanni et ANTISERI, Dario. História da Filosofia: de Freud à atualidade, v. 7. São Paulo: Paulus, 2005b.SANTOS, Frederico Rios Cury dos. A retórica da guerra cultural e o parlamento brasileiro: a argumentação no impeachment de Dilma Rousseff. Tese (Doutorado em Linguística do Texto e do Discurso) – Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2019.WEBER, Max. Economia e Sociedade: fundamentos da sociologia compreensiva. Vol. 2. Brasília: Editora Universidade de Brasília, 2004.WEFFORT, Francisco C. (org.). Os clássicos da política. Vol. 2. São Paulo: Ática, 2003.


2009 ◽  
Vol 43 (1) ◽  
pp. 207-227 ◽  
Author(s):  
Alceu de Castro Galvão Junior ◽  
Sandra Regina Nishio ◽  
Beatriz Baraúna Bouvier ◽  
Frederico Araujo Turolla

Este artigo analisa os marcos regulatórios estaduais para o setor de saneamento básico. A pesquisa documental identificou a presença de leis estaduais em apenas cinco estados (São Paulo, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Rio Grande do Norte e Goiás). Os marcos legais estaduais são descritos quanto a um conjunto de atributos ou funções selecionadas: universalização, instrumentos financeiros, regulação e controle social. A principal conclusão é que o desenvolvimento dessas políticas, assim como sua regulamentação, encontra-se em estágio incipiente e poderá receber impulso com aprovação de nova lei federal de dezembro de 2006.


Author(s):  
Zulmar Fachin

Com imenso júbilo acadêmico, apresentamos o v. 3, nº 1, da Revista do Instituto de Direito Constitucional e Cidadania. São, ao todo, 14 textos, sendo 6 de autores do estado do Paraná e 8 de diversos estados da Federação: Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Sul, São Paulo (2 textos), Santa Catarina, bem como do Distrito Federal. Cada artigo tem, no mínimo, um professor doutor. Os temas pesquisados denotam a interdisciplinaridade desta publicação, colocando em relevo a cidadania. A Revista do Instituto de Direito Constitucional e Cidadania nasceu comprometida com elevada qualidade que toda produção científica deve ter. Desde a edição do seu volume n. 1, ela se inseriu no campo do Direito Constitucional brasileiro, em uma perspectiva interdisciplinar e de interrelação científica. Aqui se faz a defesa de um Direito prospectivo e com os olhos plantados nos horizontes do futuro. Neste desafio, volta-se para os avanços jurídicos e sociais experimentados nas últimas tres décadas, especialmente sob a inspiração da Constituição cidadã. Os textos ora levados à publico são frutos de esforços de professores doutores que dedicam parte de suas vidas à pesquisa e/ ou ensino em Programas de Mestrado e Doutorado em Direito das mais diversas e respeitáveis universidades brasileiras.


2009 ◽  
Vol 15 (3) ◽  
pp. 581-591
Author(s):  
Ailton Paulo de Oliveira Júnior ◽  
José Fausto de Morais

O presente estudo destinou-se à construção e validação de uma escala de atitudes de professores de Estatística em relação à Estatística em cursos de Graduação no Brasil. A validação da Escala de Atitudes de professores de Estatística em relação à Estatística (EAPE) contou com uma amostra de 87 professores de sete estados brasileiros (Distrito Federal, Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina, São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais), de instituições de Ensino Superior públicas e privadas. Foi realizada análise fatorial experimental para a verificação da dimensionalidade da EAPE, sendo a solução de quatro fatores considerada a mais adequada. Os fatores extraídos foram denominados cognitivo, educativo, afetivo/social e de conduta, com alfas de Cronbach de 0,65; 0,68; 0,51 e 0,63, respectivamente. A escala geral apresentou uma consistência interna de 0,76.


2006 ◽  
Vol 22 (1) ◽  
pp. 41-52 ◽  
Author(s):  
Augusto Hasiak Santo

A asma é subestimada nas estatísticas de mortalidade que consideram apenas a causa básica de morte. Foram estudados os óbitos de residentes nos Estados do Ceará, Pernambuco, Bahia, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo e Rio Grande do Sul, e total de óbitos no Brasil em que a asma foi mencionada em qualquer linha ou parte da Declaração de Óbito. As causas de morte foram processadas pelo Tabulador de Causas Múltiplas. No Brasil, o coeficiente de mortalidade aumentou cerca de 50% considerando todas as menções de asma nas declarações de óbito, aumento que diferiu nos estados entre 36% no Ceará e 76% no Rio Grande do Sul. Maiores coeficientes ocorreram entre as mulheres e nas idades mais avançadas. A maioria das mortes ocorreu em hospitais, exceto no Ceará, em residências. As doenças dos aparelhos circulatório e respiratório, destacando-se as doenças pulmonares obstrutivas crônicas, se apresentaram como causas básicas e associadas nas mortes relacionadas à asma. A mortalidade pela asma como causa básica no Brasil foi maior que na Austrália, Escócia, Estados Unidos, Inglaterra e País de Gales, e Suécia.


2017 ◽  
Vol 3 (2) ◽  
Author(s):  
Joana Braun Bassi

Em uma paisagem na Mata Atlântica do Rio Grande do Sul, junto a habitantes que compartilham vínculos com fundos de vales, atentamos para as experiências mobilizadas na relação pessoa-mato partindo de uma questão central: considerando as relações sociais nas suas dimensões humanas e não humanas, como o mato é constitutivo desta socialidade? A localidade, denominada Confim das Águas, situa-se em contexto estratégico para as políticas preservacionistas globais, incidindo sobre ela uma série de regulamentações quanto ao manejo dos recursos biológicos. No entanto, transitando por uma série de caminhos habitados na paisagem, orientando-se pelas pessoas em suas múltiplas experiências, reconhecemos um mato que desconstitui a lógica da purificação entre espaços naturais e culturais, onde sua aparente imperatividade e uniformidade comporta uma pluralidade de vivências, criações e invenções. A trajetória empírica revelou variadas perspectivas etnoecológicas de pensar e viver o mato em sua indissociabilidade da dinâmica das atividades produtivas. O tema mato distendeu-se em narrativas[1] e agenciamentos que explicitaram suas diferentes relações e significados, pretéritos e presentes, mas fundamentalmente integrado à dinâmica da paisagem, das experiências, dos aprendizados e dos ritmos cotidianos da vida das pessoas. As experiências registradas imageticamente revelaram um conjunto de interações sociais imanentes à relação pessoa-mato, implicando em um entrelaçamento tático de ciclos humanos e não humanos. Evocaram, também, um conhecimento tácito e experimental inscrito no corpo pelo processo de engajamento direto com experiências e tarefas habituais - habilidades corporais não acessíveis discursivamente. Mobilizou-se um mato pensado e vivido a partir de uma perspectiva que problematiza os limites disciplinares entre a antropologia e a ecologia[2], visando um enfoque interdisciplinar das relações entre humanos e seus ambientes, o que incorre também na construção de uma narrativa visual[3] sensível a esta perspectiva. Tirando brejo nos mato: a samambaia-preta Acompanhar Bento na coleta da samambaia-preta, planta que emerge nas capoeiras, faz aguçar a percepção de que, através das experiências de uma trajetória de vida, se participa ativamente da produção de uma paisagem em conexão com outras pessoas, plantas, bichos e meio. Com um passo característico de quem observa e reconhece rapidamente os caminhos já trilhados, o movimento de Bento acompanha as curvas dos morros. Na perspectiva do antropólogo Tim Ingold[4], o contorno da paisagem não é tão medido quanto sentido; ele é diretamente incorporado à experiência do corpo. A agilidade e destreza de Bento em tirar, ajeitar, apertar, amarrar, levantar e, por fim, carregar quase cinquenta quilos de samambaia nas costas expressa uma experiência incorporada em seus 30 anos de convívio com a planta, a partir de habilidades constituídas neste processo de engajamento na atividade extrativista: É jeito, e não força – diz ele. Tem que ser na lua certa: manejando madeiras, balaios e fibras O manejo das madeiras, da corda da embireira, taquaras e cipós segue impreterivelmente a lua: É que antigamente tudo se trabalhava com a lua [...] – esclarece dona Margarida, após revelar que a época ideal para o corte da madeira de lei é no inverno, na minguante de junho ou julho. Sugerindo tratar-se de um conhecimento que aprendeu por conta, Bento diz reconhecer as madeiras pelo tronco, pelas folhas e pelo cheiro, o que revela no processo de ensinar-me, tirando pedaços da casca com seu facão para realçar sua cor e textura e chamando atenção para os aromas e formas das folhas. A feitura do balaio pelo Seu João demanda uma habilidade de todo o corpo: os pés firmam as primeiras urdiduras, compondo seu fundo a partir de um fio mestre, guia para os demais. Com ele vai se trançando todo o balaio, até chegar em sua boca, envolvendo um acabamento minucioso a fim de garantir que o emaranhado não se abra. [1] Remetendo a figura do narrador em BENJAMIN, W. O narrador. Considerações sobre a obra de Nikolai Leskov. In: Magia e técnica, arte e política: ensaios sobre literatura e história da cultura. São Paulo: Brasiliense, 1994. [2] A perspectiva em foco é a etnoecologia, remetendo à COELHO-DE-SOUZA, G.; BASSI, Joana Braun; KUBO, Rumi. ETNOECOLOGIA: DIMENSÕES TEÓRICA E APLICADA. Transformações no espaço rural. Porto Alegre: Editora da UFRGS, p. 25-48, 2011. [3] ROCHA, A. L. C. Tecnologias Audiovisuais na Construção de Narrativas Etnográficas, um percurso de investigação. Campos, v. 4, p. 113-134, 2003. [4] INGOLD, T. Perception of the Environment: Essays on Livelihood, Dwelling and Skill. London: Routledge, 2000.


2003 ◽  
Vol 33 (2) ◽  
pp. 377-379 ◽  
Author(s):  
Cláudio Wageck Canal ◽  
Silvio Luís da Silveira Rocha ◽  
Joice Aparecida Leão ◽  
Luiz Cezar Bello Fallavena ◽  
Silvia Dias de Oliveira ◽  
...  

Ornithobacterium rhinotracheale (ORT) é uma bactéria Gram negativa recentemente descrita que se encontra associada às doenças do trato respiratório em criações de aves comerciais e silvestres em vários países do mundo. No Brasil, foram detectados anticorpos em um pequeno número de frangos de corte e suas matrizes dos Estados de São Paulo e Minas Gerais. Como a bactéria é fastidiosa, a Reação em Cadeia da Polimerase (PCR) torna-se útil para sua detecção e identificação. O presente trabalho visou verificar a ocorrência da ORT no Rio Grande do Sul pela detecção do DNA da bactéria. Foram coletadas 84 amostras de suabe de traquéia de aves pertencentes a 14 lotes de diferentes empresas avícolas. O DNA foi purificado e a PCR realizada com iniciadores específicos para o gene do RNA ribossomal 16S da ORT. Foram observados produtos de amplificação com 784 pares de bases em 10 das 84 amostras. As amostras positivas pertenciam a quatro lotes de três empresas estabelecidas em diferentes regiões do RS. Os resultados indicam que este patógeno respiratório de aves existe no Brasil e está presente em importantes regiões criatórias do RS. Outros estudos estão em andamento para determinar a prevalência e caracterização dos isolados obtidos.


2011 ◽  
Vol 33 (spe1) ◽  
pp. 144-149 ◽  
Author(s):  
Umberto Almeida Camargo ◽  
Jorge Tonietto ◽  
Alexandre Hoffmann

A viticultura brasileira nasceu com a chegada dos colonizadores portugueses, tornando-se uma atividade comercial a partir do início do século XX. Houve absoluto predomínio do cultivo de uvas americanas até meados do século XX, quando se iniciou o plantio de videiras europeias. Até a década de 1960, a viticultura brasileira ficou limitada às regiões Sul e Sudeste. A partir daí, a uva alastrou-se como alternativa econômica em diversas regiões tropicais do País e ganhou nova dimensão nas zonas temperadas de cultivo. Atualmente, a área vitícola brasileira situa-se ao redor de 83.700 ha, com uma produção anual oscilando entre 1.300.000 e 1.400.000 toneladas. Destacam-se, pelo volume de produção, os Estados do Rio Grande do Sul, São Paulo, Pernambuco, Paraná, Bahia, Santa Catarina e Minas Gerais. A grande maioria das uvas e seus derivados são consumidos no mercado interno. O suco de uva concentrado e a uva de mesa são os principais produtos de exportação. A diversidade é a marca da viticultura brasileira: são diferentes condições ambientais, variados sistemas de cultivo e recursos genéticos com ampla variabilidade. Neste trabalho, é traçado o perfil da viticultura brasileira e são apresentados os principais avanços tecnológicos obtidos nas últimas décadas. Entre outros tópicos, destacam-se a criação de novas cultivares, o desenvolvimento de técnicas e sistemas de manejo da videira - especialmente para as zonas tropicais e o desenvolvimento de sistemas de certificação de produtos vitivinícolas.


1984 ◽  
Vol 79 (1) ◽  
pp. 125-137 ◽  
Author(s):  
Ernesto Hofer

Fez-se uma análise da distribuicão da frequência dos lisotipos VI e dos tipos fermentativos segundo o esquema de Kristensen, em 1.150 amostras de Salmonella typhi, isoladas de diferentes regiões do Brasil (Pará, Pernambuco, Bahia, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo e Rio Grande do Sul). No computo geral, observou-se a prevalência dos lisotipos A (38,1%); Ela (18,9%); amostras VI negativas (16,6%); D6 (8,7%) I + IV (4,6%); T (2,3%) e C1 (2,1%) e a ocorrência de alguns tipos fágicos característicos para determinadas áreas (B3, C4 e 40 na Bahia; E1b, F2, G1 e L1 em São Paulo; E4 e 28 no Rio de Janeiro). Quanto a classificacão bioquímica, 55,2% das amostras caracterizaram-se no biotipo II (xilose e arabinose negativas), 44,2% no tipo fermentativo I (xilose positiva e arabinose negativas) e 0,52% no tipo III (xilose e arabinose positivas), respectivamente.


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