Este artigo trata de conflitos culturais e de movimentos contracorrentes que atualmente ocorrem em torno de gênero. Nos últimos anos, observa-se a formação de um movimento musical LGBT brasileiro, liderado por linguagens trans e negras, incluindo artistas como Liniker, As Bahias e a Cozinha Mineira, Linn da Quebrada e, ainda, pop stars, como Pabllo Vittar. Tal movimento articula um impactante campo de agenciamento de gêneros e sexualidades contemporâneas. Neste artigo, analisa-se o seu impacto não apenas a partir de sua linguagem interseccional e de suas políticas LGBT, mas também através da dinâmica conflituosa que o expõe aos chamados movimentos antigênero. Como será mostrado, esses contramovimentos fazem uso de diferentes ataques digitais às cantoras LGBT, que permitem radicalizar o ódio, mais geral, voltado contra supostos traidores da nação.Abstract This article deals with cultural conflicts and countercurrent movements that currently occur around gender. In recent years, a Brazilian LGBT musical movement emerged, including artists such as Liniker, As Bahias and Cozinha Mineira, Linn da Quebrada and also pop stars, such as Pabllo Vittar. Led by trans and black activist discourse, this movement articulates a relevant field of agency of contemporary genders and sexualities. In this article, its impact is analyzed not only from its intersectional language and its LGBT politics, but also through the conflicting dynamics that expose it to so-called anti-gender movements. As will be shown, these countermovements are using different digital attacks on LGBT singers that allow to radicalize hatred towards supposed traitors of the nation.