IRMÃS RELIGIOSAS E INSTITUIÇÕES ESCOLARES PÚBLICAS EM REGIÃO DE FRONTEIRA DE MATO GROSSO
O município de Tangará da Serra, localizado na região sudoeste de Mato Grosso, Brasil, foi resultado de uma política de colonização privada, desenvolvida nos anos 60 do século XX pelo Estado de Mato Grosso. No final dos anos 60, o movimento migratório foi intenso, famílias procedentes de Minas Gerais, Paraná e São Paulo avançaram para Mato Grosso em busca da riqueza que pudesse ser gerada pela produção agrícola, em especial, do café. Esse significativo avanço migratório trouxe alguns cuidados à Prelazia de Diamantino, pois, no novo núcleo populacional, o número de migrantes protestantes era significativo. Dessa forma este texto, tem como objetivo analisar uma das práticas organizadas pela Igreja Católica como meio de efetivar o processo romanizador nessa região de fronteira agrícola. Coube, como parte dessa missão, às Irmãs da Divina Providência realizar o efetivo controle da educação em Tangará da Serra. As irmãs religiosas, pela educação escolar pública, deveriam manter a doutrina e a fé católica em Tangará da Serra e, com este intuito, elas ocuparam a função de diretoras em escolas públicas. A História Cultural, abordada por Roger Chartier e Justino Magalhães, constituiu a baliza teórico-metodológica que permitiu a pesquisa junto às fontes documentais, em especial as fontes paroquiais, às crônicas das irmãs da Divina Providência e às fontes orais, que nos possibilitaram um registro significativo desta intenção da Igreja Católica em manter seu espaço educacional, social e religioso, determinado assim uma cultura escolar específica, marcada pela presença da educação católica no espaço público.