Stephane Naiara Carvalho dos Santos
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Ana Barbara Xavier da Silva
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Samara Ferreira de Souza
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Juliana Figueirêdo Costa Lima Suassuna Monteiro
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Cláudio Júlio da Silva
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Introdução: A Leishmaniose Tegumentar (LT) é uma doença negligenciada de relevância para saúde pública, responsável por acometer a pele com lesões e de amplo espectro clínico(1). Essa antropozoonose é causada pelo protozoário do gênero Leishmania e da família Trypanosomatidae a partir da hematofagia do flebótomo fêmea infectado com o parasito. O diagnóstico é realizado mediante ao inquérito epidemiológico, das manifestações clínicas e dos métodos laboratoriais(1). No entanto, no diagnóstico clínico, as lesões podem se assemelhar facilmente com dermatoses fúngicas, bacterianas e virais como Esporotricose, Paracoccidioidomicose, Erisipela, Sífilis e Herpes Zoster(2). Sendo necessário o diagnóstico laboratorial para identificação do seu agente etiológico ou antígenos por metodologias sensíveis e especificas afim de obter-se um diagnóstico e tratamento assertivo para o paciente. Objetivo: O estudo tem como objetivo destacar a importância do diagnóstico diferencial da LT frente a progressão e tratamento da doença. Métodos: Foi realizada uma busca no portal científico PubMed utilizando os descritores, Leishmaniasis; Differential diagnosis; Humans com os filtros sem restrição linguística para os últimos 5 anos (2016-2021) em modelos humanos. O retorno obtido foi de 130 artigos, dos quais 23 foram selecionados para revisão bibliográfica. Resultados: A depender da espécie envolvida na infecção e da resposta imune do hospedeiro as manifestações clínicas podem ser diversas, devido a esse fator os resultados mostram que a LT pode mimetizar outras dermatoses com suas manifestações de lesões ulcerativas, indolores, secas e duradouras(3). Além disso, utilização de teste sorológicos para o diagnóstico é outro elemento implicativo no diagnóstico laboratorial, pois sua sensibilidade é variável e reações cruzadas são recorrentes com os agentes etiológicos da Doença de Chagas, Esporotricose e Paracoccidiodomicose(1). Em consequência, pode-se ocorrer falsos-negativos levando o paciente com LT a fazer um tratamento incorreto, resultando na progressão da doença e surgimento de morbidades(4). Conclusões: A LT é prevalente no Brasil e sua incidência tem aumentado devido a urbanização e desmatamento. Nas áreas endêmicas a aplicação do diagnóstico diferencial nas dermatoses por inquérito epidemiológico e técnicas laboratoriais sensíveis e especificas como PCR ou qPCR é de extrema relevância para um laudo assertivo da LT para que o paciente tenha um tratamento direcionado e o não agravamento da doença.