scholarly journals Partidas

Novos Olhares ◽  
2018 ◽  
Vol 7 (2) ◽  
pp. 7-14
Author(s):  
Maria Cristina Castilho Costa

Este artigo estuda aspectos psicossociais da cultura em importantes momentos da existência humana, como a morte e o desenvolvimento da subjetividade e individuação, enfocando os sentimentos, emoções e conflitos que cada uma dessas etapas faz emergir. Nesse contexto, aborda como mitos, ritos, símbolos e linguagens possibilitam elaborar esses processos de um ponto de vista individual e coletivo, permitindo a superação dos conflitos e ambivalências que os acompanham. Nesse processo, meios e linguagens, bem como a construção da memória, se tornam especialmente importantes. Autores como Jacques Lacan, Sigmund Freud e Roland Barthes, entre outros, dão suporte teórico às análises. O mito de Antígona, transcrito na obra de Sófocles, ajuda a desenvolver o tema.

Author(s):  
Flávia Herédia Miotto

O artigo em questão se propõe a analisar O caderno rosa de Lori Lamby (1990), de Hilda Hilst, sob a luz das noções barthesianas presentes na obra O prazer do texto (1973). Mais especificamente, trabalharemos a noção de jouissance (gozo), a fim de verificar a hipótese de que a obra hilstiana se caracterizaria no que Barthes chamou de texte de jouissance (texto de gozo). A porosidade entre os seminários de Lacan e Barthes nos anos 1970 convoca-nos a nos debruçarmos sobre o conceito de gozo para Lacan e também sobre os seus primeiros contornos na obra freudiana. Finalmente, refletiremos sobre como o gozo se configura no texto de Hilst, de modo a questionar de que forma a linguagem erótica/pornográfica de que se utiliza corrobora para a potência da transgressão que visa inaugurar com a obra em questão. A proposta será arregimentada com os pressupostos teóricos de Sigmund Freud, Jacques Lacan, Georges Bataille, Eliane Robert Moraes, Alcir Pécora, Lúcia Castello Branco, entre outros. A pesquisa pretende-se, portanto, como uma contribuição aos estudos hilstianos e barthesianos no Brasil e na América Latina, revisitando suas obras e suscitando novas (e plurais) leituras acerca desses autores.    


Paragraph ◽  
2017 ◽  
Vol 40 (2) ◽  
pp. 211-227
Author(s):  
Matt Phillips

This essay examines the place of love in grief, staging a relation between a mourner and her lover. Taking as its point of departure Freud's observation that mourning leads to a ‘loss of the capacity to love’, it considers the effects bereavement might have on the bereaved's relations with those that love them, and the possibilities, pitfalls and ethics of care in such a context. This is explored largely through a reading of Roland Barthes's late work (both as a writer of grief and a theorist of love), as well as ideas drawn from Sigmund Freud, Melanie Klein, Sara Ahmed, Hamlet and personal observation. Love and care are thought through alongside notions of ‘tact’, ‘benevolence’ and ‘parrying against reduction’ in late Barthes.


2017 ◽  
Vol 19 (1) ◽  
Author(s):  
Monica Genelhu Fagundes

Ao abordar a arte, especifcamente a poesia, como meio (espaço e ato) de resistência, este ensaioparte de duas constatações e de uma confssão. As constatações: (1) para além de todo poder deordem histórica, de todo instrumento de coerção, seja político, econômico, ideológico, moralou cultural a que o homem esteja submetido e deva resistir, está a certeza da fnitude -- a sua ea daqueles que ama. Também (sobretudo, talvez) diante da consciência dessa condição mortalque limita, oprime e fere o humano, cabe resistir. O luto, como modo de lidar com a morte, é,portanto, ato de resistência; (2) Se a resistência se organiza no campo da arte, ela deve se valerdas armas próprias dessa linguagem, pelo que aqui importa, tanto quanto a temática abordadana poesia elegíaca de Camões, a forma poética como elaboração de um trabalho de luto. A confssão: este texto é em si mesmo um trabalho de luto, que se vale do exercício de pensamentopróprio do ensaio como forma para elaborar a perda que motiva sua escritura. A partir dessespressupostos e desse lugar de fala, realiza-se nas páginas que seguem uma leitura atenta de trêssonetos camonianos que compõem o assim chamado ciclo a Dinamene, pondo-os em diálogocom as reflexões de Sigmund Freud, Jacques Lacan e Jean Allouch sobre o luto, bem como coma teoria de Maurice Blanchot sobre a linguagem, que a concebe como trabalho de luto.


2018 ◽  
Vol 17 (1) ◽  
pp. 239-247
Author(s):  
DAGMAR HERZOG

I am grateful for the observations of these five wonderful and thought-provoking interlocutors: Camille Robcis, Todd Shepard, Suzanne Stewart-Steinberg, Regina Kunzel, and Michal Shapira. They have prompted me to read a whole range of clarifying texts—from Jacques Derrida's reflections on Friedrich Nietzsche to the work of classicist James Davidson on Michel Foucault and George Devereux (as well as more writings by Devereux) to historian Chris Waters's recovery of Edward Glover, and from literary scholar Shoshana Felman's brilliant Jacques Lacan-inspired rescue operation for psychoanalytic textual interpretation (in the special issue of Yale French Studies she edited in 1977) to Charles Shepherdson's turn-of-the-millennium revisionist take on Lacan and Foucault in Vital Signs. They have prompted me, too, to reconsider key texts by Sigmund Freud. And I am glad that the interlocutors challenge me with questions. These include: why the Left abandoned psychoanalysis (Robcis); how I have come to think about practices and desires and the relationships between “the sexual” and other realms of human existence (Shepard and Stewart-Steinberg, each in their own way); how a more integrated and comprehensive master narrative of psychoanalysis might be written, connecting the first and second halves of the twentieth century (Shapira); and how to delve more deeply into the role of analysands in shaping what counts as psychoanalysis (Kunzel).


Author(s):  
Maria Mirtis Caser ◽  
Silvana Athayde Pinheiro
Keyword(s):  

José Paulo Paes elegeu o epigrama como forma recorrente de sua poesia. Além disso, o humor e a ironia são também marcas evidentes em seus versos. Sob esse modo poético, há a fluência entre o grande e o pequeno, o local e o universal, a parte e o todo, a criança e o adulto, a vida e a morte, o que não implica em contraposição entre polos, mas em trânsito entre esferas que se interpenetram. O epigramático por vezes se apresenta em variadas feições poéticas que articulam esses pares, como no poema que é objeto de análise deste artigo, “Ode à minha perna esquerda”, do livro Prosas seguidas de odes mínimas (1992). O poema matiza pontos de contato entre a vida e a obra poética de Paes, portanto, apresenta um perfil autobiográfico. Para realizar tal análise, o trabalho procurou se pautar principalmente nas categorias de fragmento, segundo Roland Barthes (1977) e de unheimlich, conforme descrito nos registros de Sigmund Freud (1976).


Author(s):  
Roland Végső

The chapter examines the role of worldlessness in the works of Sigmund Freud and Jacques Lacan. The first half of the chapter concentrates on Freud and the way the worldlessness of life becomes the central problem of his metapsychological reflections. This inquiry allows us to define the Freudian unconscious as the location where the worldlessness of life and the worldlessness of thought meet. The second half of the chapter traces the idea of worldlessness in the works of Lacan. It focuses on Lacan’s discussions of the signifier, psychosis and anxiety. It concludes by arguing that Lacan defines psychoanalysis as the science of worldlessness.


2014 ◽  
Vol 10 (1) ◽  
Author(s):  
Estevan Ketzer
Keyword(s):  

O ensaio cria uma narrativa entre o teórico da literatura Roland Barthes e o psicanalista Jacques Lacan em um encontro ficcional na praça Saint Michel, em Paris, primavera de 1974. São introduzidos os problemas teóricos da escola estruturalista para em seguida se chegar ao maio de 1968 e o lugar dos intelectuais na cultura francesa, formando assim uma atitude política que está internamente associada à construção de uma revolução afetiva. Durante a conversa os dois intelectuais começam explanações livres sobre suas influências e no que suas teorias articulam conhecimentos advindos da psicanálise, do marxismo e da teoria literária recriadas em seus tempos. A política se aproxima como um objeto estranho que aos poucos ganha uma cumplicidade na vida dos autores.


Author(s):  
Adriana De Albuquerque GOMES (UFSCar)

Sigmund Freud sempre expressou uma profunda admiração por figuras emblemáticas do Renascimento italiano. Seu interesse por Roma e pela antiguidade romana – referências importantes em sua obra – pode ser constatado, inclusive, pela grande quantidade de viagens que Freud realizou rumo a cidades italianas entre os anos de 1876 e 1923. É nesse período,então, que o fundador da Psicanálise publica Eine Kindheitserinnerung des Leonardo da Vinci (1910) e Der Moses des Michelangelo (1914). Este fato chamou a atenção de autores como Eric Fromm e Jacques Lacan, os quais, na década de 60 do século XX, teceram considerações completamente divergentes acerca da complexa relação de Freud com o humanismo renascentista. Este artigo objetiva, portanto, examinar a oposição radical que se pode estabelecer entre essas duas interpretações.


Author(s):  
Filipe Manzoni

Nosso trabalho se propõe a uma análise de duas figurações para a relação entre visualidade e trauma na produção poética de Adriano Espínola, observadas a partir de uma analogia com a fotografia. A poesia de Adriano se pautaria, em um primeiro contexto, por uma tentativa de redimir uma experiência urbana anestesiada pelo excesso de estímulos visuais (isto é, buscaria gerar imagens “mais genuínas” da cidade). Em contrapartida, em seus últimos volumes a produção do poeta se voltaria para um conceito de trauma que aponta para (mas também que esbarra em) um limite intransponível para a simbolização, jogando, portanto, com a própria irrepresentabilidade das imagens. Essa dupla articulação nos levará, assim, a um percurso teórico que, partindo de um contexto benjaminiano-baudelairiano do trauma, se direcionará para alguns conceitos de estudiosos como Giorgio Agamben, Jacques Lacan e Roland Barthes, na medida em que a questão central se desloca da produção de imagens para a sinalização de um limite para estas.


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