scholarly journals Comunicação e Lebenswelt, racionalidade e experiência estética: uma discussão interdisciplinar e pragmatista

2017 ◽  
pp. 106-118
Author(s):  
Michael Manfred Hanke

Resumo Este artigo pretende discutir a tríade comunicação, racionalidade e experiência estética no contexto do Lebenswelt (mundo da vida), que é essencial para a condição social do ser humano e sua cultura. Enquanto a racionalidade tem sido um dos grandes temas da filosofia desde o início da antiguidade grega – e o termo latim ratio traduz, em conjunto com oratio, o grego λόγος (lógos) –, a atenção dada à comunicação e à experiência estética, como em Alfred Schütz e William James, é mais recente, assim como a racionalidade comunicativa de Jürgen Habermas. O texto tenta desenvolver enfrentamentos e uma discussão entre esses autores e outros como John Dewey, Ernst Cassirer e Vilém Flusser, baseados numa perspectiva pragmatista e fenomenológica do Lebenswelt, que é visto como uma rede produzida pelas trocas simbólicas e comunicativas.

2017 ◽  
Vol 17 (3) ◽  
pp. 411
Author(s):  
Jan Strassheim

***Linguagem e mundo-da-vida: Schutz e Habermas sobre idealização***Jürgen Habermas criticou Alfred Schutz de maneira seminal. Este artigo traça tal divergência até a diferença na conceitualização de idealização. A teoria social de Schutz é baseada em “tipos” enquanto idealizações com uma dinâmica inerente, enquanto a teoria social de Habermas é baseada em “regras” idealmente estáveis. Primeiramente, um modelo de regra de comunicação linguística é avaliado de acordo com análises da linguística, da filosofia e da sociologia da linguagem. É constatado que um modelo falha em alcançar seu objetivo teórico de explicar a comunicação linguística. Regras de linguagem hipotéticas, portanto, não explicariam nossa compreensão intuitiva de conteúdos proposicionais mínimos expressos em enunciados. As regras seriam tanto insuficientes quanto incertas em todas as instâncias do uso da linguagem. Neste contexto, a relação entre linguagem e “mundo-da-vida” é reavaliada. Um mundo-da-vida não pode ser constituído sobre um modelo de linguagem, nem mesmo suplementar tal modelo a fim de preservá-lo. Diferentemente de um modelo, Schutz reivindica que linguagem e mundo-da-vida estão interconectados e estruturados em “tipos” que podem acomodar a flexibilidade e a precisão da comunicação linguística. Embora seja necessário o aprofundamento da pesquisa, as conclusões apontam que a fenomenologia tem sido indevidamente negligenciada pela filosofia social, e deveria receber maior atenção, assim como tem recebido na sociologia.


2017 ◽  
Vol 29 (0) ◽  
Author(s):  
José Alves de Souza Filho ◽  
Beatriz Oliveira Santos

Resumo O presente artigo objetiva discorrer acerca das relações entre o sintagma Identidade-Metamorfose-Emancipação e o construto Mundo da Vida. Realizamos uma pesquisa bibliográfica dentro da perspectiva da Psicologia Social Crítica que discute o sintagma supracitado. Privilegiamos aqueles que ofereceram subsídios históricos e epistemológicos para a compreensão do pensamento de Antonio Ciampa e colaboradores e as relações com o pensamento habermasiano mediante o construto Mundo da Vida. Iniciamos as discussões apresentando a formação histórica do pensamento de Ciampa junto à Psicologia Social. Posteriormente, expusemos a consolidação do sintagma Identidade-Metamorfose-Emancipação devido à aproximação com a Teoria Crítica de Jürgen Habermas e as colaborações de Aluísio Lima e Juraci Almeida. Em seguida, discorremos acerca das dimensões do Mundo da Vida mediante sua vinculação com o pensamento filosófico e sociológico de Edmund Husserl, Alfred Schutz, Peter Berger e Thomas Luckmann. Por fim, apresentamos novos interesses de pesquisa como exemplos da própria metamorfose do sintagma.


Author(s):  
Michael Manfred Hanke

Resumo Este artigo apresenta o conceito de mundo da vida e a sua contribuição-chave para uma teoria da cultura e da comunicação. Inicialmente desenvolvido pelo filósofo Edmund Husserl, o conceito foi aprimorado pelo filósofo e sociólogo austro-americano Alfred Schutz e adotado mais tarde por teorias consagradas, como as de Peter Berger e Thomas Luckmann no projeto de um construtivismo social, assim como por Jürgen Habermas no agir comunicativo como fundamento da razão, o que destaca a importância de tal empreendimento. O texto conceitua o mundo da vida como interface entre a teoria da comunicação e da cultura.


2017 ◽  
pp. 49
Author(s):  
Philippe Schaffhauser

Resumen:El pragmatismo y la sociología son, por decirlo así, primos hermanos ya que fueron engendrados en la segunda mitad del siglo XIX por la modernidad y la imperiosa necesidad de contrastar procesos sociales y económicos mediante una postura científica, crítica y participativa. Sin embargo este lazo de parentesco no significa que en la actualidad se haya dado una relación real a través de la constitución por ejemplo de un programa sociológico de corte pragmatista. La tradición pragmatista no es sino una fuente entre muchas otras para el pensamiento de autores tan diversos como son Jürgen Habermas y David Bloor. Lo único que encontramos cuando se revisan las fuentes son contados casos de acercamiento teórico entre ambas miradas y formas de acción, esto es, mediante textos de Emilio Durkheim (1913-1914), Charles W. Mills (1968) y hoy día con Hans Joas (1998 y 2002). En este artículo se pretende discutir sobre los posibles aportes del pensamiento pragmatista para la reflexión sociológica, los cuales giran en torno a buscar soluciones a problemas metodológicos-teóricos. En este sentido la concepción “práctica” de la realidad social como un proceso continuo y situado en un espacio “plástico” o, conforme a G.H. Mead y John Dewey, el re-planteamiento del concepto de acción social como “acción creadora culturalmente situada” pueden ser de gran interés para ampliar las perspectivas de la reflexión sociológica.Palabras clave: Sociología, Pragmatismo, Acción Creadora, Creencia y Continuidades.AbstractPragmatism and sociology are sort of first-cousins as both emerged from modernity in the second half of the nineteenth century, upon the need to contrast social processes with economic ones from a scientific, critical and participative approach. However, this does not mean there is currently a real link between the two of them given by, for instance, the development of a sociological programme based on pragmatism. The pragmatic tradition is only one of the many other sources for various thinkers like Jürgen Habermas and David Bloor. The only theoretical link and ways of action connecting these two disciplines are given in cases such as Emilio Durkheim (1913-1914), Charles W. Mills (1968) and nowadays Hans Joas (1998 and 2002).  This article aims at discussing about the potential contributions of the pragmatic thought to the sociological one in order to find answers to methodological and theoretical problems. In this sense, the "practical" conception of the social reality as a continuous process placed in a "plastic" space, as stated by G.H Mead and John Dewey, reshaping the social action concept as a "creative action culturally placed" may be of help to expand sociological perspectives.Key words: sociology; pragmatism; creative action; belief and continuities


2019 ◽  
Vol 46 (5) ◽  
pp. 702-709 ◽  
Author(s):  
Armin Grunwald

Abstract Technology assessment (TA) emerged more than fifty years ago to provide information supply, decision support, and orientation for democratic processes and institutions in many democratic countries. This historical observation alone, however, does not justify speaking of an inherent relationship between TA and democracy. The latter requires taking a conceptual view. Arguments supporting the thesis of the inherently democratic nature of TA will be given based on pragmatist approaches developed by John Dewey and Jürgen Habermas. This perspective on TA has specific implications for the inclusion of the knowledge and perspectives of stakeholders, people affected and citizens involved in TA processes, as well as the necessity to develop or strengthen thinking in alternative options. Furthermore, it makes clear that in the current crisis of democracy in many countries, TA cannot take a distant and neutral position.


Author(s):  
Armin Grunwald

Die TA ist vor über 50 Jahren zur Unterstützung demokratischer Meinungsbildung und Entscheidungsfindung entstanden und hat sich seitdem in demokratisch verfassten Gesellschaften entwickelt. Dies ist freilich eine bloß historisch-empirische Feststellung. Im Licht einer Theorie der TA stellt sich hingegen die Frage, ob und inwieweit es zwischen TA und Demokratie nicht nur eine historisch kontingente, sondern eine systematisch notwendige Verbindung gibt. In diesem Beitrag wird unter Bezug auf gesellschaftstheoretische Arbeiten von John Dewey und Jürgen Habermas die These vertreten, dass TA und – insbesondere deliberative – Demokratie grundsätzlich verbunden sind. Dies hat Implikationen für die soziale wie epistemische Inklusion von Stakeholdern, Betroffenen und Bürger/innen in TA-Prozesse, aber auch für ihre Positionierung in aktuellen Krisen der Demokratie.


Idéias ◽  
2015 ◽  
Vol 5 (1) ◽  
pp. 215
Author(s):  
Rafael Rodrigues Garcia

 Este texto expõe algumas reflexões sobre os desafios que pautam as discussões políticas atuais numa sociedade globalizada. Baseados nas obras de Ernst Cassirer e Jürgen Habermas, exploramos a necessidade de coesão e respeito à diversidade que estes autores discutem, respectivamente, a partir das noções de forma simbólica e agir comunicativo. Partindo da crise da razão que marca o fim da modernidade, tratamos da reflexão sobre os limites desse modelo de razão e o problema da unidade do conhecimento-de-si, que tem como um de seus efeitos a revitalização do pensamento mítico na esfera política. Em seguida tratamos de reflexões sobre o ressurgimento da influência da religião na esfera política, de sua legitimidade e dos desafios que isso representa para a convivência democrática tolerante. Por fim, faremos apontamentos sobre questões hoje em pauta nos debates políticos sobre tolerância e diversidade.


2016 ◽  
Vol 37 (136) ◽  
pp. 873-889
Author(s):  
Guilherme Perez Cabral

RESUMO: O artigo tem por objetivo a reflexão sobre a educação para a democracia, no âmbito do Estado Democrático de Direito, no Brasil, fundamentando-a na filosofia social do pragmatista norte-americano John Dewey e do representante da "segunda geração" da Escola de Frankfurt, Jürgen Habermas. À luz do conceito de discurso e de seu potencial de aprendizagem racional, cognitiva e moral, propõe hermenêutica enriquecida do projeto constitucional de 1988, em que, superando o passado autoritário brasileiro, educação e democracia constituam experiências comunicativas indissociáveis na realização do projeto moderno de emancipação.


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