A bancada evangélica da Câmara de Vereadores do Recife viveu dois momentos distintos nas eleições de 2016 e na de 2020. Na primeira, os votos destinados aos parlamentares que viriam a integrar a bancada passou dos 80 mil. O número caiu para 66 mil na segunda eleição. Neste artigo, apresentamos os dois cenários: primeiro, o de 2016, com o apogeu dos candidatos evangélicos e, depois, a perda de 20% dos votos em quatro anos. A partir dos dados que traremos, vamos discutir o comportamento do voto evangélico, que passou a admitir novas realidades com o advento da modernidade. Para tanto, apresentamos de que modo se dá a crise institucional evangélica e como ela se reflete no comportamento dos fiéis, inclusive na hora do voto. Ainda, demonstramos aqui, fazendo uso de conceitos trabalhados por Peter Berger, de que forma este grupo de eleitores consegue transitar entre distintas realidades a partir do conceito da alternação biográfica, ainda que estas realidades sejam contraditórias.