scholarly journals Intoxicações por plantas diagnosticadas em ruminantes e equinos e estimativa das perdas econômicas na Paraíba

2010 ◽  
Vol 30 (1) ◽  
pp. 13-20 ◽  
Author(s):  
Tales S. Assis ◽  
Rosane M.T. Medeiros ◽  
Franklin Riet-Correa ◽  
Glauco J.N. Galiza ◽  
Antônio F.M. Dantas ◽  
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Foi realizado um levantamento dos surtos de intoxicações por plantas em ruminantes e equinos diagnosticados no Laboratório de Patologia Veterinária (LPV), do Hospital Veterinário da Universidade Federal de Campina Grande, Campus de Patos, Paraíba, no período de 2000-2007. Em bovinos 7,4% dos diagnósticos realizados pelo LPV foram intoxicações por plantas. Foram diagnosticadas intoxicações por Centhraterum brachylepis (um surto), Brachiaria spp. (um surto), Crotalaria retusa (dois surtos), Ipomoea batatas (um surto), Marsdenia sp. (um surto), gramíneas contendo nitratos e nitritos (um surto por Echinochloa polystachya e dois surtos por Pennisetum purpureum), Palicourea aeneofusca (um surto), Prosopis juliflora (três surtos), Nerium oleander (um surto) e Mimosa tenuiflora (sete surtos). Na espécie ovina 13% dos diagnósticos foram intoxicações por plantas. Os surtos foram causados por Ipomoea asarifolia (quatro surtos), Brachiaria spp. (três surtos), Crotalaria retusa (dois surtos), Tephrosia cinerea (dois surtos), Panicum dichotomiflorum (um surto), Mascagnia rigida (um surto) e malformações associadas à ingestão de Mimosa tenuiflora (20 surtos). Nos caprinos, 6,4% dos diagnósticos corresponderam à intoxicação por plantas. Sete surtos foram causados por Mimosa tenuiflora, um por Ipomoea asarifolia, um por Ipomoea carnea, um por Ipomoea riedelli, três por Prosopis juliflora, um por Arrabidaea corallina, dois por Aspidosperma pyrifolium, dois por Turbina cordata e um por Opuntia ficus-indica. Na espécie equina 14% das doenças diagnosticadas foram devidas a intoxicações por plantas, sendo 12 surtos por Crotalaria retusa e um por Turbina cordata. As perdas na Paraíba por plantas tóxicas são estimadas em 3.895 bovinos, 8.374 ovinos, 6.390 caprinos e 366 equinos, que representam uma perda econômica anual, por morte de animais, de R$ 2.733.097,00. São relatados alguns aspectos epidemiológicos, sinais clínicos e patologia de surtos de intoxicação por Crotalaria retusa em bovinos, Brachiaria spp. em ovinos, Prosopis juliflora em bovinos e caprinos, Nerium oleander em bovinos, Opuntia ficus-indica em caprinos e Turbina cordata em equinos e caprinos.

2006 ◽  
Vol 26 (4) ◽  
pp. 223-236 ◽  
Author(s):  
Durval M. da Silva ◽  
Franklin Riet-Correa ◽  
Rosane M.T Medeiros ◽  
Odaci F. de Oliveira

Para determinar a ocorrência de diferentes intoxicações por plantas na região do Seridó Ocidental e Oriental do Rio Grande do Norte foram entrevistadas 82 pessoas, entre produtores e técnicos em 17 municípios. De acordo com esse inquérito as duas intoxicações mais importantes são as por Ipomoea asarifolia, que causa sinais nervosos em ovinos, caprinos e bovinos, e por Aspidosperma pyrifolium que, segundo os entrevistados, causaria abortos em caprinos, ovinos e bovinos. O efeito abortivo desta última planta foi comprovado em caprinos, mas não em bovinos e ovinos. Alguns entrevistados mencionaram, também, a intoxicação por A. pyrifolium como causa de sinais nervosos em bovinos e eqüídeos, o que ainda não foi comprovado. Intoxicações por plantas cianogênicas, incluindo Manihot spp, Anadenanthera colubrina var. cebil (=Piptadenia macrocarpa), Sorghum bicolor e Sorghum halepense são importantes na região. São importantes, também, as intoxicações por Prosopis juliflora em bovinos e, com menor freqüência, em caprinos, por Crotalaria retusa em eqüinos, ovinos e bovinos e por Mascagnia rigida em bovinos. As intoxicações por Brachiaria decumbens e Enterolobium contortisiliquum ocorrem esporadicamente. Outras intoxicações menos importantes são as causadas por Indigofera suffruticosa, Ipomoea carnea e Ricinus communis. Diversos produtores descreveram a intoxicação por Marsdenia sp afetando ovinos e bovinos, além de um surto em suínos que foram alimentados com as raízes da planta. Foi demonstrado que tanto as raízes da planta quanto as folhas são tóxicas para ruminantes, causando sinais nervosos, mas sem lesões histológicas. Outra intoxicação relatada pelos produtores e comprovada experimentalmente foi a causada por Tephrosia cinerea em ovinos, que causa um quadro clínico de ascite, com lesões de fibrose hepática. Seis produtores descreveram a intoxicação por Nerium oleander, sempre em bovinos que tiveram acesso à planta após esta ter sido cortada e misturada ou não com outras plantas. Os produtores mencionaram, também, as intoxicações por diversas plantas cuja toxicidade em forma espontânea não está comprovada, incluindo Paullinia sp, Passiflora sp, Dalechampia sp, Portulaca oleracea, Luffa acutangula, Cereus sp, Leersia hexandra e Stemodia maritima. Echinochloa polystachya e Pennisetum purpureum, que podem causar intoxicação por nitratos e nitritos, foram mencionadas por alguns produtores com causa de morte em bovinos. Um produtor descreveu um surto de intoxicação em bovinos e caprinos por Dieffenbachia picta que tinha sido cortada e colocada ao alcance dos animais.


2013 ◽  
Vol 43 (7) ◽  
pp. 1281-1287 ◽  
Author(s):  
Severino Antonio Geraldo Neto ◽  
Sidnei Miyoshi Sakamoto ◽  
Benito Soto-Blanco

Foi realizado um estudo para determinar as plantas tóxicas incriminadas como de interesse zootécnico em 35 municípios das mesorregiões Central e Oeste do estado do Rio Grande do Norte (RN). Foram entrevistados 180 produtores, 20 médicos veterinários, 12 técnicos agrícolas e 5 agrônomos. Os dados obtidos nas entrevistas foram compilados e analisados com auxílio do programa Epi Info versão 6.04. As plantas tóxicas relatadas pelos entrevistados como causadoras de diversos surtos foram Ipomoea asarifolia, Aspidosperma pyrifolium, Indigofera suffruticosa, Manihot carthaginensis subsp. glaziovii, Amorimia septentrionalis, Tephrosia cinerea, Anadenanthera colubrina var. cebil, Marsdenia megalantha, Anacardium occidentale, Cnidoscolus quercifolius, Crotalaria retusa, Froelichia humboldtiana, Ipomoea carnea, Leucaena leucocephala, Manihot esculenta, Mimosa tenuiflora, Nerium oleander, Prosopis juliflora, Ricinus communis, Sorghum bicolor, Sorghum halepense e Urochloa (Brachiaria) decumbens.


2018 ◽  
Vol 1 (2) ◽  
pp. 18
Author(s):  
Larissa Raquel Carvalho Carolino ◽  
Amélia Lizziane Leite Duarte

Uma planta é considerada tóxica quando é capaz de causar uma determinada doença no animal ou até mesmo sua morte quando consumida em condições naturais, ocasionando prejuízos aos produtores de forma direta e indireta. As intoxicações por plantas em ruminantes e equinos representam grande perda econômica anual por morte de animais, o que justifica um maior investimento na divulgação de medidas preventivas, além da realização de pesquisas para melhor conhecimento das intoxicações. No semiárido Paraibano, há presença de espécies conhecidas pela sua toxicidade, entretanto na microrregião de Sousa- PB não há relatos sobre as principais espécies que podem acometer os animais de produção. Foram realizadas visitas em doze propriedades de criação de ruminantes e equinos na região semiárida Paraibana, Municípios de Marizópolis, Nazarezinho, Sousa e São João do Rio do Peixe, seguido da aplicação de questionário junto aos proprietários e obtenção de informações sobre o conhecimento e reconhecimento de plantas tóxicas, casos e/ou surtos de intoxicações. As plantas tóxicas relatadas e identificadas com mais frequência entre os produtores/criadores foram: Tinguí (<em>Amorimia septentrionalis</em>) 92%, Pereiro (<em>Aspidosperma pyrifolium</em>) 83%, Jurema preta (<em>Mimosa tenuiflora</em>) 92%, Algaroba (<em>Prosopis juliflora</em>) 90%, Maniçoba (<em>Manihot glaziovii</em>) 90%, Salsa brava (<em>Ipomoea asarifolia</em>) 100% e Sorgo (<em>Sorghum </em>spp) 60%. Em uma das fazendas, ocorreu morte de doze ovinos, sendo os jovens mais afetados, o proprietário relatou que os animais aparentemente saudáveis amanheciam mortos (morte súbita), e que totalizavam um a dois animais mortos por dia, ocorrendo em dias alternados. Quase sempre a causa da morte era associada, pelo produtor, à picada de cobra. Foram recomendadas práticas de prevenção para evitar maiores prejuízos econômicos decorrentes destas intoxicações, como impedir o acesso dos animais às plantas, cercar a área com os animais ou com as plantas ou eliminar as plantas tóxicas da área de pastejo dos animais.


2020 ◽  
Vol 30 (3) ◽  
pp. 613-619
Author(s):  
Clécio Maynard Batista da Fonseca ◽  
Elisabeth Oliveira ◽  
Leandro Calegari ◽  
Alexandre Santos Pimenta ◽  
Pierre Farias de Souza ◽  
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Visando determinar o potencial energético do carvão da Prosopis juliflora (Sw.) DC. e do Ziziphus joazeiro (Martius), o presente trabalho vem incrementar as informações sobre as espécies de ocorrência no semiárido brasileiro. Foram avaliados os parâmetros dendrométricos, tais como: altura total e comercial da árvore, diâmetro à altura do peito (DAP), o volume com casca e sem casca. Após as carbonizações da madeira, foram determinadas as características energéticas do carvão oriundo das espécies estudadas, tais como: poder calorífico superior, rendimento gravimétrico, densidade verdadeira e aparente, porosidade, rendimento em produto condensado, análise de química imediata (teor de materiais voláteis, cinzas e carbono fixo) e umidade, dos quais a Prosopis juliflora possui maiores valores, superando os do Ziziphus joazeiro e os das demais espécies arbóreas correlacionadas, tais como: Mimosa tenuiflora, Aspidosperma pyrifolium, Croton sonderianus, Piptadenia stipulacea, Amburana cearensis, Cemostigma bracteosum e Handroanthus impetiginosus. Ambas possuem um grande potencial para a produção de carvão vegetal, considerando os seus excelentes níveis de rendimento gravimétrico, carbono fixo e do poder calorífico.


2012 ◽  
Vol 32 (6) ◽  
pp. 503-509 ◽  
Author(s):  
André Flávio Almeida Pessoa ◽  
Eldinê Gomes de Miranda Neto ◽  
Clarice Ricardo de Macêdo Pessoa ◽  
Sara Vilar Dantas Simões ◽  
Sérgio Santos de Azevedo ◽  
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Foram revisados os casos de abdômen agudo de origem gastrintestinal em equídeos atendidos no Hospital Veterinário da Universidade Federal de Campina Grande, em Patos, Paraíba. No período de janeiro de 2001 a dezembro de 2010. Setenta (4,5%) do total de 1542 equídeos atendidos no período apresentaram quadro clínico de cólica, sendo 60 equinos, cinco muares e cinco asininos. A compactação de cólon maior foi a causa mais frequente de cólica, diagnosticada em 37,14% dos casos, seguida por compactação de cólon menor (10%) e corpo estranho de cólon menor (7,14%). Em quatro casos as cólicas foram causadas pela presença de fitobezoares no intestino grosso, sendo dois deles associados ao consumo de vagens de Prosopis juliflora. Em cinco casos foi observada a presença de corpos estranhos no cólon menor e em um caso os corposestranhos foram encontrados no cólon maior, sendo principalmente sacos plásticos. As lesões estrangulantes do intestino delgado foram observadas em quatro casos. Outras causas foram cólica espasmódica (dois casos por parasitose e dois por ingestão de resíduos domiciliares), sobrecarga gástrica (três casos) e deslocamento de cólon maior que foi diagnosticado em dois animais. Laceração de cólon menor, torção de ceco, compactação de ceco e timpanismo por consumo de Manihot esculenta foram diagnosticados em uma única ocasião. O principal fator de risco para o desenvolvimento de cólicas foi o consumo de Pennisetum purpureum, Brachiaria decumbens, Sorghum spp. ou Echinochloa polystachya picados manualmente ou em picotadeira ou triturados em forrageira (OR=4,03; P=0,007). Como resultado da baixa qualidade dos alimentos ingeridos, a frequência dos atendimentos de equídeos portadores de cólica foi significativamente maior no segundo semestre (época da seca na região estudada) (OR=2,61; P<0,01). Concluiu-se que a oferta de volumoso de baixa qualidade na seca contribui para a alta frequência de casos de cólica e que o manejo alimentar tem um papel importante na ocorrência da doença e, por isso, a sua melhoria pode influenciar positivamente na redução do número de casos de cólica em equídeos no semiárido nordestino.


2019 ◽  
Vol 26 (1) ◽  
Author(s):  
José Ribamar de Farias Lima ◽  
Thamires Kelly Nunes Carvalho ◽  
Gleicy Deise Santos Lima ◽  
Camilla Marques de Lucena ◽  
Reinaldo Farias Paiva de Lucena

A utilização de madeira é uma dos principais atividades humanas, historicamente reconhecida historicamente devido a gama de utilizações dada a esses recursos pelas populações humanas, utilizando-os das formas mais diversas. O objetivo deste trabalho foi identificar os usos de recursos vegetais em uma comunidade rural do semiárido paraibano, assim como seu de padrão de renovação. O inventário foi feito a partir de visitas mensais nas residências de uma comunidade rural do município de Cabaceiras, durante 12 meses, nas quais houve o registro de todos os itens presentes nas residências e nos locais em que os informantes desenvolvem suas atividades. Foram visitadas 61 residências que juntas abrigam cerca de 210 pessoas. Foi verificado o uso de 86 espécies, alocadas em nove categorias (combustível, construção rural, construção doméstica, tecnologia, mágico-religioso, medicinal, veterinário, ornamentação e outros usos, que inclui usos como higiene pessoal e sombra), de acordo com o uso dado aos produtos finais. As espécies nativas mais utilizadas foram o pereiro (Aspidosperma pyrifolium Mart.) e do marmeleiro (Croton blanchetianus Baill.), inseridas na categoria construção rural, principalmente na construção de cercas e a espécie exótica algaroba (Prosopis juliflora).  A maior quantidade de usos distintos e de espécies foi verificada na categoria tecnologia, na qual foi registrado o uso de 16 espécies, todas registradas na primeira visita, sem mudanças posteriores. A utilização como combustível (na forma de lenha ou carvão) e na construção rural ganha uma representatividade significante devido a presença de renovação dos recursos combustíveis em todas as onze visitas mensais, com ênfase na aroeira (Myracrodruon urundeuva Allemão), catingueira (Poincianella pyramidalis Tul) e jurema (Mimosa tenuiflora), entretanto, sendo verificada uma substituição dessas espécies pelo uso de P. juliflora, no uso como carvão. Já na categoria construção rural, também foi verificada a extração mensal do A. pyrifolium Mart. e do C. blanchetianus Baill. Esses dados indicam a necessidade de politicas de conservação que visem à manutenção da flora silvestre, elaboradas a partir do reconhecimento da sua importância no cotidiano das populações tradicionais do semiárido.


2013 ◽  
Vol 14 (4) ◽  
pp. 684-694 ◽  
Author(s):  
Maiza Araújo Cordão ◽  
Olaf Andreas Bakke ◽  
Gabriella Marinho Pereira ◽  
Aderbal Marcos de Azevedo Silva ◽  
Giovanna Henriques da Nóbrega ◽  
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The objectives of this study were to quantify the apparent digestibility of the diet components and the performance of lambs consuming increasing levels of the balanced (weight) mixture of Opuntia ficus indica bran and Mimosa tenuiflora leaves and fine branches hay substituting 0, 33 and 67% of Pennisetum purpureum hay, in a 60% roughage fodder to 40% concentrate diet formulated to a daily live body weight gain of 150 g/animal. Experiment was carried out at UFCG facilities, in Patos-PB, using 18 non-emasculated lambs with (20.4±1.16) kg (mean weight±SE). Dry matter, OM, CP, EE and total carbohydrates CD were affected by the levels of the mixture (P<0.05) according to a second degree model, with minimum CD values between 34 and 52% of P. purpureum hay replacement. Neutral detergent fiber and ADF CD decreased linearly (P<0.05), and those for CE and NFC were not affected (P>0.05). The inclusion of the mixture affected linear and positively the daily mean body weight gain (120, 149 and 170 g/animal, respectively for 0, 33 and 67% P. purpureum hay replacement levels), and DM, OM, CP, TCH and NFC consumptions. The balanced mixture of Opuntia ficus indica bran and Mimosa tenuiflora hay can replace up to 67% of the roughage fodder fraction (P. purpureum) of Santa Inês lamb diet and improve the daily body weight gain by 50 g/animal.


2013 ◽  
Vol 37 (6) ◽  
pp. 1153-1163 ◽  
Author(s):  
Angélica de Cássia Oliveira Carneiro ◽  
Rosimeire Cavalcante dos Santos ◽  
Renato Vinícius Oliveira Castro ◽  
Ana Flávia Neves Mendes Castro ◽  
Alexandre Santos Pimenta ◽  
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Este trabalho teve como objetivo avaliar o perfil de decomposição térmica da madeira de oito espécies utilizando as técnicas de termogravimetria (TGA) e calorimetria diferencial exploratória (DSC), bem como a consistência desses métodos para decidir quais espécies devem ser indicadas para produção de energia e carvão vegetal, comparando-os com os rendimentos gravimétricos da carbonização obtidos a partir de carbonizações em mufla de laboratório. Para as análises por TGA e DSC, amostras de serragem foram aquecidas à taxa de 10 °C min-1, sob atmosfera de nitrogênio, em vazão de 50 ml min-1 até a temperatura final de 600 °C. Foram determinados os valores de densidade básica e poder calorífico superior da madeira. As carbonizações foram realizadas em mufla de laboratório à taxa de 50 °C h-1 até a temperatura máxima de 450 °C, obtendo-se os rendimentos em carvão vegetal. Também foram determinados os valores de densidade aparente do carvão das oito espécies após a carbonização. Os resultados das análises térmicas indicaram perfis de decomposição pirolítica das madeiras e evidenciaram aquelas mais estáveis à ação térmica. O comportamento da estabilidade térmica das madeiras das oito espécies foi confirmado pela análise dos rendimentos da carbonização em mufla, em comparação com a análise por TGA e DSC. As madeiras de Aspidosperma pyrifolium e Mimosa tenuiflora apresentaram maior estabilidade térmica e, portanto, maiores rendimentos em carvão vegetal, bem como maiores densidades aparentes. As técnicas de termogravimetria e calorimetria diferencial exploratória são satisfatórias para avaliação da decomposição térmica das madeiras e garantem consistência na escolha de madeiras que resultam em maior rendimento e maior qualidade do carvão vegetal.


Revista CERES ◽  
2018 ◽  
Vol 65 (1) ◽  
pp. 74-84 ◽  
Author(s):  
Anacláudia Alves Primo ◽  
Maria Diana Melo ◽  
Graziella de Andrade Carvalho Pereira ◽  
Ludmyla Araújo Silva ◽  
Francisco Éden Paiva Fernandes ◽  
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RESUMO O uso da serapilheira de espécies da Caatinga, na recuperação de solos degradados, é uma alternativa interessante, por contribuir para o retorno de nutrientes para o solo e favorecer a ciclagem de elementos e a melhoria da fertilidade. Objetivou-se, com este trabalho, mensurar os efeitos da aplicação de doses da fração folhas, da serapilheira de oito espécies da Caatinga, sobre a fertilidade de um solo degradado e a produção de sorgo. Adotou-se delineamento em blocos casualizados, com cinco tratamentos e cinco repetições, com doses de serapilheira, equivalentes a 0, 15, 30, 60 e 120 kg ha-1 de N, por espécie. O experimento foi conduzido em casa de vegetação, utilizando-se um Planossolo Nátrico Órtico coletado em área degradada do município de Irauçuba, CE. Coletaram-se folhas, sem sinal de decomposição, de Combretum leprosum Mart., Mimosa caesalpiniifolia Benth., Mimosa tenuiflora (Willd.) Poir., Libidibia ferrea (Mart. ExTul.) L.P. Queiroz, Poncianella piramydalis (Tul.) L.P. Queiroz, Aspidosperma pyrifolium Mart, Cordia oncocalyx Allemão e Croton sonderianus Muell. Arg. Aos 75 dias após a germinação, realizou-se o corte das plantas, sua secagem e a quantificação da matéria seca e a análise de N-total e do acúmulo de N. A amostragem do solo foi feita após o corte do sorgo. O incremento das doses dos resíduos de mofumbo, jucá, catingueira, pereiro e pau-branco elevou as concentrações de P, K, Ca e Mg, o resíduo de marmeleiro acidificou o solo. Jurema e pau-branco elevaram a produção de biomassa do sorgo e o acúmulo de N.


2009 ◽  
Vol 29 (11) ◽  
pp. 919-924 ◽  
Author(s):  
Tales S. Assis ◽  
Rosane M.T. Medeiros ◽  
José Allan S. de Araújo ◽  
Antônio F.M. Dantas ◽  
Franklin Riet-Correa

Foi realizado um levantamento das intoxicações por plantas em 20 municípios do Sertão Paraibano, onde foram entrevistados 50 produtores e 11 médicos veterinários. De acordo com o levantamento realizado, Ipomoea asarifolia e Mascagnia rigida são as intoxicações mais importantes. Indigofera suffruticosa, as plantas cianogênicas (Sorghum vulgare, Piptadenia macrocarpa e Manihot spp.), Mimosa tenuiflora, Aspidosperma pyrifolium e Crotalaria retusa são plantas importantes como causa de intoxicações na região. Os entrevistados relataram casos esporádicos de intoxicação por Ricinus communis, Enterolobium contortisiliquum, Prosopis juliflorae Brachiaria decumbens. Ziziphus joazeiro, Passiflora sp., Caesalpina ferrea e Crescentia cujete foram mencionadas como causa de abortos em ruminantes. Frutos de Crescentia cujete foram administrados a duas cabras prenhes causando mortalidade perinatal e abortos. As cascas de feijão (Phaseolus vulgaris e Vigna unguiculata) e as folhas de Licania rigida (oiticica) são associadas à sobrecarga ruminal em bovinos. As frutas de Mangifera indica (manga)e Anacardium occidentale (cajú) são responsabilizadas por causarem intoxicação etílica. Dalechampia sp. e Croton sp. foram citadas pelos entrevistados como possíveis plantas tóxicas, que ainda não tiveram sua toxicidade comprovada.


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