scholarly journals Composição e abundância relativa dos mamíferos de médio e grande porte no Parque Estadual do Turvo, Rio Grande do Sul, Brasil

2007 ◽  
Vol 24 (4) ◽  
pp. 1087-1100 ◽  
Author(s):  
Carlos B. Kasper ◽  
Fábio D. Mazim ◽  
José B. G. Soares ◽  
Tadeu G. de Oliveira ◽  
Marta E. Fabián

Entre janeiro de 2005 e dezembro de 2006 foram realizados estudos sobre a composição e abundância relativa dos mamíferos de médio e grande porte do Parque Estadual do Turvo. Para tanto, foram utilizados registros de armadilhas fotográficas além de visualizações e dados sobre presença e ausência de pegadas ao longo de transectos pré-determinados. No total foram registradas 29 espécies de mamíferos de médio e grande porte, das quais Dasyprocta azarae Lichtenstein, 1823 e Sylvilagus brasiliensis (Linnaeus, 1758) foram as espécies com maior número de registros. No que se refere a Carnivora, Nasua nasua (Linnaeus, 1766) e Leopardus pardalis (Linnaeus, 1758) tiveram os maiores índices de registro, enquanto Leopardus tigrinus (Schreber, 1775), Leopardus wiedii (Schinz, 1782) e Galictis cuja (Molina 1782) os menores. Entre os ungulados apenas Pecari tajacu (Linnaeus, 1758) mostrou-se freqüente, sendo a quarta espécie em número de registros. Algumas espécies comuns em outros ambientes apresentaram baixos índices de registro no Parque Estadual do Turvo, tais como Dasypus novemcinctus Linnaeus, 1758 e Didelphis albiventris Lund, 1840. Finalmente, constata-se a provável extinção local de Tayassu pecari (Link, 1795), uma vez que não foram obtidos registros de sua presença ao longo do estudo. A conservação dos mamíferos de médio e grande porte do Parque está fortemente associada à preservação do "Corredor Verde de Misiones", que provavelmente representa uma área fonte para diversas espécies.

2021 ◽  
Author(s):  
Inaê Carolina Sfalcin

Introdução: No Rio Grande do Sul, os biomas Pampa e Mata Atlântica abrigam mais de 90 espécies de mamíferos terrestres. Embora ambos sustentem grande diversidade, levantamentos mastofaunísticos nos ecótonos são limitados e pouco se conhece sobre sua ecologia. Esta falta de informações somada à intensa alteração antrópica que esses biomas enfrentam há décadas, abre lacunas importantes na busca pela conservação da biodiversidade desses locais. Objetivo: Realizar um levantamento preliminar de mamíferos terrestres de médio e grande porte em São João das Missões/São Miguel das Missões, RS, Brasil. Materiais e Métodos: Em uma área rural de 155 ha, composta de campo nativo, lavoura cultivada e fragmentos de mata, aplicou-se três métodos de coleta: procura visual ativa, em busca de observações diretas e vestígios de mamíferos; captura viva em armadilhas Tomahawk e coleta de depoimentos de moradores locais. Um esforço amostral de 32 horas foi atingido em oito campanhas de campo, entre agosto e novembro de 2020. Resultados: Obteve-se o registro de 18 espécies de mamíferos distribuídas em sete ordens, quatorze famílias e dezessete gêneros, representando aproximadamente 18,4% das espécies terrestres listadas atualmente para o RS. A ordem mais diversa foi Carnivora (4 famílias; 6 espécies), seguido de Rodentia (4 famílias; 5 espécies). Foram amostradas seis espécies ameaçadas de extinção: Cuniculus paca, Leopardus guttulus, Leopardus pardalis, Mazama gouazoubira, Nasua nasua e Tamandua tetradactyla; duas espécies exóticas, Sus scrofa e Lepus sp., além de Cavia aperea; Coendou spinosus; Conepatus chinga; Dasypus novemcinctus; Didelphis albiventris; Euphractus sexcinctus; Hydrochoerus hydrochaeris; Lycalopex gymnocercus; Myocastor coypus e Procyon cancrivorus. H. hydrochaeris (LC), M. gouazoubira (VU) e N. nasua (VU) estiveram presentes em todas as campanhas. Conclusão: Os resultados demonstraram uma considerável riqueza de mamíferos, dado o curto período de amostragem. Grupos generalistas e de médio porte predominaram, incluindo espécies ameaçadas e de importância ecológica. Os carnívoros representaram um terço dos registros, reforçando a relevância do monitoramento e conservação ambiental local, já que são exigentes quanto à qualidade do habitat. Pesquisas adicionais com métodos de coleta aprimorados e em um período anual podem melhorar o perfil da riqueza e diversidade da mastofauna loco-regional.


2016 ◽  
Vol 8 (2) ◽  
pp. 131-137
Author(s):  
Arroyo-Arce Stephanny Arroyo-Arce ◽  
Ian Thomson ◽  
Roberto Salom-Pérez

Poca información ha sido generada sobre la biodiversidad del Refugio Nacional de Vida Silvestre Barra del Colorado, Costa Rica. En el presente estudio determinamos la abundancia relativa y el patrón de actividad de ciertas especies de mamíferos terrestres. Durante el periodo 2014 se empleamos diez cámaras trampa, las cuales fueron distribuidas dentro del refugio. Después de un total de 1 611 noches de muestreo, se identificaron 15 especies de mamíferos distribuidos en siete órdenes y 11 familias. Las especies más abundantes fueron Dasyprocta punctata, Leopardus pardalis, Tayassu pecari,Mazama temama, Pecari tajacu y Tapirus bairdii, mientras que Tamandua mexicana reportó la menor abundancia. Se estimaron los patrones de actividad para ocho especies, los cuales fueron similares a lo previamente descrito en la literatura. Estudios adicionales son necesarios con el fin de incrementar nuestro conocimiento sobre la biodiversidad del refugio, información que será esencial para el adecuado manejo del área.


2012 ◽  
Vol 28 (3) ◽  
Author(s):  
Iván Lira-Torres ◽  
Miguel Briones-Salas

La selva de los Chimalapas al sureste de México, es una de las regiones prioritarias para la conservación. En esta región existen áreas de bosques y selvas en buen estado de conservación queno han sido exploradas anteriormente. El estudio de las poblaciones de mamíferos así como los análisis de abundancia relativa y patrones de actividad pueden ayudar a entender la estructura del ecosistema de esta región. Por medio del uso de cámaras trampa, se determinó la abundancia relativa así como los patrones de actividad de los mamíferos medianos y grandes en la región de los Chimalapas, en Oaxaca, México. Se realizaron dos periodos de muestreo fotográfico en la temporada seca de 2009 y la lluviosade 2010 con un total de 54 cámaras trampas en cada periodo. Con un esfuerzo total de muestreo de 4,860 días-trampa, se lograron registrar 22 especies, 20 de mamíferos medianos y grandes y dos de aves. El 50% de las especies se encuentran dentro de alguna categoría de riesgo por las leyes nacionales e internacionales.Las especies más abundantes fueron Cuniculus paca, Tayassu pecari, Dasyprocta mexicana, Pecari tajacu, Tapirus bairdii y Dasypus novemcinctus, mientras que la menos abundante fue Urocyoncinereoargenteus. Se registraron tres tipos de patrones de actividad: Nocturno-Crepuscular; con 13 especies, Diurnos-Nocturno-Crepuscular (24 hr); tres especies, y Diurnos con cinco especies. Con esta información se pretende contribuir a la planeación del manejo y conservación de los mamíferos en esta importante región de México.


2008 ◽  
Vol 57 (2) ◽  
pp. 217-218 ◽  
Author(s):  
Régis A. Zanette ◽  
Aleksandro S. da Silva ◽  
Fabiane Lunardi ◽  
Janio M. Santurio ◽  
Silvia G. Monteiro

2021 ◽  
Vol 1 (1) ◽  
pp. 2-7
Author(s):  
Alex Bager ◽  
Érika Castro

O banco de dados inclui dados derivados de levantamentos de armadilhas fotográficas de mamíferos de médio e grande porte, realizados na Estação Ecológica de Taim, uma unidade de conservação federal no sul do Brasil. Todas as informações foram registradas entre março de 2002 e maio de 2003 como parte do projeto Estrada Viva, que avaliou os efeitos da estrada sobre a biodiversidade nesta área protegida. Foram instaladas armadilhas fotográficas em quatro áreas com diferentes graus de impactos antrópicos (próximo e distante da rodovia) e tipo de vegetação (campo e floresta). Foram identificadas 13 espécies de mamíferos de médio e grande porte; 11 nativas, uma exótica e outra doméstica. As espécies foram: Capivara (Hydrochoerus hydrochaeris; n = 481), Cachorro-do-campo (Lycalopex gymnocercus; n = 68), Cachorro-do-mato (Cerdocyon thous; n = 51), Ratão-do-banhado (Myocastor coypus; n = 29), Tatu-galinha (Dasypus novemcinctus; n = 24), Mão-pelada (Procyon crancrivorus; n = 7), Zorrilho (Conepatus chinga; n = 6), Lebre (Lepus capensis; n = 5); Lontra (Lontra longicaudis; n = 4); Gato-do-mato-grande (Leopardus geoffroyi; n = 4); Gambá-de-orelhas-brancas (Didelphis albiventris; n = 3); Gato doméstico (Felis catus; n = 2); Tatu-peludo (Euphractus sexcinctus; n = 2). Os dados permitem avaliar os efeitos da paisagem e da presença de estradas na composição da comunidade faunística da região.


Zootaxa ◽  
2011 ◽  
Vol 3099 (1) ◽  
pp. 65
Author(s):  
SÂMARA NUNES GOMES ◽  
TATIANA CHEUICHE PESENTI ◽  
CINTIA LIDIANE GUIDOTTI AGUIAR ◽  
GERTRUD MÜLLER

Dasypus novemcinctus, Linnaeus, 1758 (Dasypodidae) occurs from Southern United States to South America (Reis et al. 2006). They have fossorial terrestrial habits, and the majority of the species construct burrow and excavate the soil to obtain food (Carter & Encarnação 1983). They are essentially solitary except during the brief mating period. Many armadillos of this species are run over and killed on highways (Fischer 1997) and they are also extensively hunted, but they are not listed as endangered due to their large distribution.


2012 ◽  
Vol 12 (1) ◽  
pp. 261-266 ◽  
Author(s):  
Fernando Marques Quintela ◽  
Maurício Beux Santos ◽  
Alexandre Uarth Christoff ◽  
Adriana Gava

As matas de restinga representam formações vegetais originais na Planície Costeira do estado do Rio Grande do Sul. O objetivo deste trabalho foi avaliar a composição de espécies de pequenos mamíferos não-voadores em dois fragmentos de matas de restinga (mata palustre e mata arenosa ciliar) no município de Rio Grande, região sul da Planície Costeira do Rio Grande do Sul. Um total de 234 indivíduos pertencentes a três espécies de marsupiais (Didelphidae: Cryptonanus guahybae, Didelphis albiventris, Lutreolina crassicaudata) e oito espécies de roedores (Cricetidae: Deltamys kempi, Holochilus brasiliensis, Oligoryzomys flavescens, O. nigripes, Oxymycterus nasutus, Scapteromys tumidus; Muridae: Mus musculus, Rattus rattus) foi capturado. As espécies C. guahybae, D. albiventris, D. kempi, H. brasiliensis, O. nigripes, S. tumidus e M. musculus foram registradas no fragmento de mata palustre, enquanto que C. guahybae, D. albiventris, Lutreolina crassicaudata, D. kempi, O. flavescens, O. nigripes, S. tumidus e R. rattus ocorreram no fragmento de mata arenosa ciliar. Oligoryzomys nigripes e S. tumidus foram as espécies mais abundantes no fragmento de mata palustre, representando respectivamente 40,4 e 22,1% do total de indivíduos capturados. No fragmento de mata arenosa ciliar, as espécies mais abundantes foram O. nigripes e D. albiventris, representando respectivamente 63,4 e 12,4% do total de indivíduos capturados. Indivíduos de C. guahybae e O. nigripes foram capturados em estrato arbóreo (alturas entre 0,50 e 1,65 m) enquanto que todos os indivíduos das demais espécies foram capturados no solo.


2011 ◽  
Vol 11 (3) ◽  
pp. 391-400 ◽  
Author(s):  
Maury Sayão Lobato Abreu ◽  
Alexandre Uarth Christoff ◽  
Emerson Monteiro Vieira

A análise dos padrões microscópicos de pelos de mamíferos é uma técnica não-invasiva que pode auxiliar na identificação dos marsupiais brasileiros. O objetivo deste trabalho foi identificar padrões microscópicos dos pelos-guarda (cutícula e medula) de marsupiais ocorrentes no Rio Grande do Sul (RS), propondo uma chave dicotômica para sua identificação a partir dessas estruturas. Além disso, nós apresentamos, com detalhes, os padrões tricológicos de espécimes do gênero Monodelphis, um gênero ainda taxonomicamente obscuro que requer revisão no RS. Obtivemos o material analisado por meio da coleta de pelos de marsupiais capturados em campo ou provenientes de coleções de diferentes instituições. Identificamos os padrões dos pelos de dez espécies de marsupiais: Caluromys lanatus, Chironectes minimus, Didelphis aurita, Didelphis albiventris, Cryptonanus guahybae, Gracilinanus agilis, Gracilinanus microtarsus, Lutreolina crassicaudata, Micoureus paraguayanus e Philander frenatus. Os indivíduos do gênero Monodelphis foram analisados em conjunto, como parte do grupo dimidiata. Encontramos três padrões dentro desse grupo, sugerindo que possa haver uma terceira espécie além das duas normalmente reconhecidas (M. brevicaudis e M. dimidiata). A análise dos padrões microscópicos dos pelos possibilitou a identificação, com sucesso, da grande maioria das espécies à que pertencem os marsupiais do Rio Grande do Sul. Os resultados obtidos sugerem que as duas espécies de Monodelphis grupo dimidiata possam ocorrer com uma distribuição distinta no estado, estando uma presente principalmente na porção norte e a outra na porção leste do RS, com sobreposição na região central.


2021 ◽  
Vol 4 (4) ◽  
pp. 5373-5386
Author(s):  
Leticia Alves De Lima ◽  
Tatiane Gonçalves De Lima ◽  
Drielly Stefany Queiroz De Lucca ◽  
Edris Queiroz Lopes

A jaguatirica (Leopardus pardalis) é um felídeo de porte médio, de hábitos noturnos e solitários. Pode ser encontrado em quase todo território brasileiro, com exceção do sul do Rio Grande do Sul. Sua dieta é vasta, podendo incluir pequenos mamíferos, répteis e aves, até animais maiores, como tatus, filhotes de veado e macacos. Há poucos relatos que descrevem a anatomia óssea de L. pardalis. O Estudo descreve a técnica de montagem e aponta as estruturas do esqueleto de uma jaguatirica encontrada morta, devido a um atropelamento, na Serra do Mar, no município de Bertioga, São Paulo.


2021 ◽  
Vol 6 (2) ◽  
Author(s):  
Samara Nunes Gomes ◽  
Tatiana Cheuiche Pesenti ◽  
Gertrud Muller

Durante o período de 2009 e 2010 foram coletados 30 espécimes de Dasypus novemcinctus (Linnaeus, 1758) oriundos de diversas regiões do estado do Rio Grande do Sul, Brasil, com o objetivo de identificar os parasitos desta espécie no Bioma Pampa. Durante a pesquisa foram encontrados helmintos da Classe Cestoda e do filo Acanthocephala parasitando o intestino delgado de seis tatus, os quais foram identificados como Mathevotaenia sp. (Cestoda: Anoplocephalidae) e Centrorhynchus sp. (Acanthocephala: Centrorhynchidae). Ambos parasitos são registrados pela primeira vez em tatu galinha no Brasil.


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