scholarly journals Fatores psicossociais de risco no trabalho e Transtorno Mental Comum: uma revisão sistemática de estudos que utilizaram os instrumentos JCQ, JSS e SRQ-20

2018 ◽  
Vol 9 (2) ◽  
pp. 107 ◽  
Author(s):  
Aline Jacinto ◽  
Suzana Da Rosa Tolfo

O objetivo deste estudo é analisar pesquisas empíricas que utilizaram o Job Content Questionnaire (JCQ) ou Job Stress Scale (JSS) e o Self-Reporting Questionnaire (SRQ-20), como instrumentos. O JCQ e JSS avaliam fatores psicossociais de trabalho favoráveis ou de risco, enquanto o SRQ realiza um rastreio da saúde mental do trabalhador. Os resultados demonstraram relações entre alta exigência e Transtorno Mental Comum (TMC), ou seja, trabalhadores aos quais percebem seu trabalho com alta demanda e baixo controle têm mais chances de apresentarem comprometimentos em sua saúde. Outro aspecto verificado foi a correlação entre alta exigência e baixo suporte social, assim trabalhadores que recebem pouco suporte social de supervisores e colegas de trabalho, possuem mais chances de perceber o trabalho com alta demanda e baixo controle. Verificou-se que as populações mais investigadas, com maiores fatores psicossociais de risco à saúde e com maiores prevalências TMC, foram docentes e profissionais da saúde. Esta pesquisa possibilitou-se analisar o quadro atual de produção de conhecimento sobre a temática, assim como, identificar o quanto os fatores psicossociais de risco no trabalho podem ter consequências prejudiciais na saúde dos trabalhadores.

2011 ◽  
Vol 1 (2) ◽  
pp. 272 ◽  
Author(s):  
Patrícia Bitencourt Toscani Geco ◽  
Tânia Solange Bosi de Souza Magnago ◽  
Andrea Prochnow ◽  
Carmem Lúcia Colomé Beck ◽  
Juliana Petri Tavares

Objetivo: identificar as produções científicas que utilizaram o modelo demanda-controle na América Latina. Metodologia: pesquisa bibliográfica nas bases de dados LILACS, SCIELO E MEDLINE, realizada no período de junho a setembro de 2010 com as palavras-chave: “modelo demanda-controle”, “Karasek”, “job content questionnaire”, “job stress scale” e os descritores: “estresse psicológico” e “saúde do trabalhador”. Resultados: obteve-se 35 estudos (30 artigos e cinco teses). Quanto ao ano das publicações, destacam-se os anos de 2009 e 2010 (40%). O periódico com maior número de publicações foi a Revista de Saúde Pública do Brasil (20%). Os estudos investigaram trabalhadores da área da saúde (48,6%), docentes (14,3%), outras áreas de trabalho e estudos técnicos. Conclusão: evidenciou-se a importância do modelo demanda-controle na investigação do ambiente psicossocial do trabalho, principalmente os efeitos do estresse ocupacional e suas repercussões sobre a saúde, em estudos com populações de diversas áreas.


2013 ◽  
Vol 66 (5) ◽  
pp. 779-788 ◽  
Author(s):  
Denise Rodrigues Costa Schmidt

O modelo Demanda-Controle, com grande poder explanatório, tem como objetivo a avaliação do estresse ocupacional. Buscou-se conhecer, através de uma revisão integrativa, a produção científica sobre a utilização do modelo Demanda-Controle para investigação do estresse ocupacional entre profissionais de enfermagem, no período de 2000 a 2011. Dos 16 estudos selecionados, a maioria (cinco artigos) foi publicada em 2009. A Job Stress Scale e o Job Content Questionnaire foram utilizados em nove e sete estudos, respectivamente. Houve uma grande diversidade na forma de análise dos dados. As dimensões Demanda e Controle e sua associação com problemas relacionados à saúde do trabalhador foram avaliadas em 56,25% dos estudos, dos quais 37,5% estavam relacionados à saúde mental. Os artigos apontam a necessidade de produção científica nacional, sugerindo a atuação dos pesquisadores em estudos de intervenção que possibilitem a redução do estresse laboral e, consequentemente, melhoria do estado de saúde mental dos trabalhadores.


2016 ◽  
Vol 40 (6) ◽  
pp. 296-301
Author(s):  
Anastasia Bougea ◽  
Manolis Kostas Kleisarchakis ◽  
Nikolaos Spantideas ◽  
Panagiota Voskou ◽  
Thomas Thomaides ◽  
...  

Aims and methodTo identify correlates between burnout and job stress of care staff at Leros PIKPA Asylum. Forty-nine asylum employees were assessed by Maslach's Burnout Inventory, a sociodemographic questionnaire, the Perceived Stress Scale and the Job Content Questionnaire.ResultsEmotional exhaustion is related negatively to social support (P = 0.010, r = −0.362). Lack of job achievements is related positively to overall job responsibility (P =0.040) and negatively to lack of job satisfaction (r = −0.430). Depersonalisation was negatively associated with support from superiors (P = 0.036). Employees with high levels of perceived stress reported higher levels of fatigue (P = 0.050). Positive associations of perceived stress with depression (P = 0.011) and sleep problems (P < 0.001) were also detected. Positive correlation was found between monthly salary and lack of sense of personal achievement (P = 0.020).Clinical implicationsIt is necessary to address these issues through staff education and stress management.


2009 ◽  
Vol 21 (2) ◽  
pp. 216-222 ◽  
Author(s):  
Husna Maizura ◽  
Retneswari Masilamani ◽  
Tahir Aris

This small, cross-sectional study assessed the reliability of 3 scales from the Job Content Questionnaire (JCQ)—decision latitude, psychological job demand, and social support—in a group of office workers in a multinational company in Kuala Lumpur. A universal sample of 30 white-collar workers from a department of the company self-administered the English version of the JCQ comprising 21 core items selected from the full recommended version of 49 items onsite. Reliability (internal consistency) was evaluated using Cronbach's α coefficients for each scale. Corrected item—total correlation was presented for each and every item. Cronbach's α coefficients were acceptable for decision latitude (.76) and social support (.79) but slightly lower for psychological job demand (.64). Values for all item—total correlations for all 3 scales were greater than .3. In conclusion, this study suggests that the JCQ is a reliable scale for assessing job stress in this group of workers.


2020 ◽  
Vol 25 (10) ◽  
pp. 3821-3832
Author(s):  
Márcia Regina Alves Rocha ◽  
Maria José Sanches Marin ◽  
Juana Macias-Seda

Resumo O objetivo deste artigo é comparar as condições de vida, trabalho e saúde, com ênfase na saúde mental, de trabalhadores do serviço de limpeza (SL) hospitalar terceirizados da Espanha e do Brasil. Pesquisa quantitativa, transversal realizada em dois hospitais gerais, públicos, sendo um numa cidade no centro-oeste paulista e o outro em uma a sudoeste da Península Ibérica. Foram entrevistados 78 trabalhadores do hospital brasileiro e 39 do espanhol, utilizando-se de um roteiro com dados das condições de vida, de saúde e de trabalho, incluindo alguns questionários já validados como Job Content Questionnaire e o Self Reporting Questionnaire (SRQ-20). Os trabalhadores espanhóis são mais velhos, de cor branca e com renda familiar maior, apresentam escores do SRQ-20 menores em todas as dimensões. Eles fumam mais, têm maior déficit de visão e alergias, trabalham há mais tempo na mesma atividade, com carga horária menor e não contam com dois empregos. Além disso, quase quarenta por cento deles consideram ter autonomia no trabalho. Trabalhadores brasileiros se encontram em condições de vida, trabalho e saúde mental mais precarizadas. Alguns aspectos das condições de saúde foram piores entre os espanhóis, o que provavelmente pode ter ocorrido devido a idade mais avançada dos mesmos.


2017 ◽  
Vol 7 (1) ◽  
pp. 24
Author(s):  
Michelle Oliveira Neves ◽  
Talita Hevilyn Ramos da Cruz Almeida ◽  
Aline Daud Lima Querino ◽  
Débora Cristiane Silva Flores Lino ◽  
Rozemere Cardoso de Souza

Este estudo objetivou analisar aspectos psicossociais do cotidiano profissional de Agentes Comunitários de Saúde (ACS), a partir da prevalência de Transtornos Mentais Comuns (TMC) e do modelo Demanda-Controle. Trata-se de um estudoepidemiológico de corte transversal, realizado com uma amostra de 179 ACS do município de Itabuna, Bahia, Brasil. Para coleta de dados, aplicou-se questionário estruturado, contendo, dentre outras, questões relativas ao SRQ20 (Self Reporting Questionnaire), ao JCQ (Job Content Questionnaire)e às condições sociodemográficas e ocupacionais. Fez-se análise estatística descritiva, através do Programa SPSS, versão 21.0. Dentre os resultados, destacam-se: maior frequência de mulheres (82,7%), com união estável (76,5%) e idade média de 39 anos. O tempo médio de trabalho foi de 8anos. Sobre participação em treinamentos, a maioria referiu ter recebido treinamento antes (85,5%) e durante (82,1%) o exercício da função. A prevalência de TMC foi de 39,4%. Sobre o modelo Demanda-Controle frente ao trabalho, a distribuição dos ACS revelou que 39,1% dos trabalhadores vivenciam situações de vulnerabilidade, sendo expostos a baixo controle ou a alta demanda. Conclui-se que o TMC e baixo controle e alta demanda no trabalho são problemas psicossociais que afetam parcelas significativas dos ACS, os quais carecem de estratégias para melhoria da assistência e da vida no trabalho.


2014 ◽  
Vol 30 (11) ◽  
pp. 2433-2442
Author(s):  
Denise Feijó ◽  
Volney Magalhães Câmara ◽  
Ronir Raggio Luiz

O objetivo foi investigar a associação entre aspectos psicossociais do trabalho e prevalência de transtornos mentais comuns (TMC) em pilotos da aviação civil brasileira. Estudo transversal quantitativo utilizando os instrumentos de autopreenchimento Job Content Questionnaire (JCQ) e Self-Reporting Questionnaire (SRQ-20). Foram avaliados 778 pilotos. No modelo de regressão logística múltipla se observa forte associação entre alta exigência e prevalência de TMC, quando comparada com baixa exigência, definida como referência (OR ajustado = 29,0). No modelo ajustado final permaneceram estatisticamente associadas às variáveis carga de trabalho e prática regular de exercício físico. A prevalência esperada de TMC nos pilotos do subgrupo de alta exigência, com carga pesada de trabalho e que não realizavam exercícios físicos, foi de 39,7%, enquanto que para os indivíduos de baixa exigência, que praticam exercícios e têm carga leve de trabalho foi de 0,4%. As condições de trabalho podem ser consideradas como potenciais fatores contribuintes para o surgimento de TMC, com provável impacto na segurança de voo.


2004 ◽  
Vol 20 (1) ◽  
pp. 187-196 ◽  
Author(s):  
Núria Serre Delcor ◽  
Tania M. Araújo ◽  
Eduardo J. F. B. Reis ◽  
Lauro A. Porto ◽  
Fernando M. Carvalho ◽  
...  

A literatura científica sobre a saúde dos professores é escassa e recente, enfocando especialmente o desgaste e estresse. Este trabalho objetivou descrever as condições de trabalho e saúde dos professores da rede particular de ensino da cidade de Vitória da Conquista, Bahia, Brasil. Num questionário auto-aplicado foram coletadas informações de 250 professores de dez escolas. Entre as características do trabalho docente, avaliadas pelo Job Content Questionnaire, destacaram-se ritmo acelerado de trabalho, ser criativo e ter boas relações com as pessoas no trabalho. As queixas de saúde mais freqüentes estavam relacionadas à postura corporal, à saúde mental e a queixas relacionadas à voz. A prevalência de distúrbios psíquicos menores (DPM), medida pelo Self Reporting Questionnaire-20, foi de 41,5% e estava fortemente associada a longos períodos de intensa concentração em uma mesma tarefa e volume excessivo de trabalho. Os resultados sugerem relação entre a prevalência de DPM e algumas características do trabalho docente, evidenciando desgaste psicológico do educador.


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