scholarly journals Condições de vida, trabalho e saúde mental: um estudo com trabalhadores brasileiros e espanhóis que atuam em serviço de limpeza hospitalar

2020 ◽  
Vol 25 (10) ◽  
pp. 3821-3832
Author(s):  
Márcia Regina Alves Rocha ◽  
Maria José Sanches Marin ◽  
Juana Macias-Seda

Resumo O objetivo deste artigo é comparar as condições de vida, trabalho e saúde, com ênfase na saúde mental, de trabalhadores do serviço de limpeza (SL) hospitalar terceirizados da Espanha e do Brasil. Pesquisa quantitativa, transversal realizada em dois hospitais gerais, públicos, sendo um numa cidade no centro-oeste paulista e o outro em uma a sudoeste da Península Ibérica. Foram entrevistados 78 trabalhadores do hospital brasileiro e 39 do espanhol, utilizando-se de um roteiro com dados das condições de vida, de saúde e de trabalho, incluindo alguns questionários já validados como Job Content Questionnaire e o Self Reporting Questionnaire (SRQ-20). Os trabalhadores espanhóis são mais velhos, de cor branca e com renda familiar maior, apresentam escores do SRQ-20 menores em todas as dimensões. Eles fumam mais, têm maior déficit de visão e alergias, trabalham há mais tempo na mesma atividade, com carga horária menor e não contam com dois empregos. Além disso, quase quarenta por cento deles consideram ter autonomia no trabalho. Trabalhadores brasileiros se encontram em condições de vida, trabalho e saúde mental mais precarizadas. Alguns aspectos das condições de saúde foram piores entre os espanhóis, o que provavelmente pode ter ocorrido devido a idade mais avançada dos mesmos.

2017 ◽  
Vol 7 (1) ◽  
pp. 24
Author(s):  
Michelle Oliveira Neves ◽  
Talita Hevilyn Ramos da Cruz Almeida ◽  
Aline Daud Lima Querino ◽  
Débora Cristiane Silva Flores Lino ◽  
Rozemere Cardoso de Souza

Este estudo objetivou analisar aspectos psicossociais do cotidiano profissional de Agentes Comunitários de Saúde (ACS), a partir da prevalência de Transtornos Mentais Comuns (TMC) e do modelo Demanda-Controle. Trata-se de um estudoepidemiológico de corte transversal, realizado com uma amostra de 179 ACS do município de Itabuna, Bahia, Brasil. Para coleta de dados, aplicou-se questionário estruturado, contendo, dentre outras, questões relativas ao SRQ20 (Self Reporting Questionnaire), ao JCQ (Job Content Questionnaire)e às condições sociodemográficas e ocupacionais. Fez-se análise estatística descritiva, através do Programa SPSS, versão 21.0. Dentre os resultados, destacam-se: maior frequência de mulheres (82,7%), com união estável (76,5%) e idade média de 39 anos. O tempo médio de trabalho foi de 8anos. Sobre participação em treinamentos, a maioria referiu ter recebido treinamento antes (85,5%) e durante (82,1%) o exercício da função. A prevalência de TMC foi de 39,4%. Sobre o modelo Demanda-Controle frente ao trabalho, a distribuição dos ACS revelou que 39,1% dos trabalhadores vivenciam situações de vulnerabilidade, sendo expostos a baixo controle ou a alta demanda. Conclui-se que o TMC e baixo controle e alta demanda no trabalho são problemas psicossociais que afetam parcelas significativas dos ACS, os quais carecem de estratégias para melhoria da assistência e da vida no trabalho.


2014 ◽  
Vol 30 (11) ◽  
pp. 2433-2442
Author(s):  
Denise Feijó ◽  
Volney Magalhães Câmara ◽  
Ronir Raggio Luiz

O objetivo foi investigar a associação entre aspectos psicossociais do trabalho e prevalência de transtornos mentais comuns (TMC) em pilotos da aviação civil brasileira. Estudo transversal quantitativo utilizando os instrumentos de autopreenchimento Job Content Questionnaire (JCQ) e Self-Reporting Questionnaire (SRQ-20). Foram avaliados 778 pilotos. No modelo de regressão logística múltipla se observa forte associação entre alta exigência e prevalência de TMC, quando comparada com baixa exigência, definida como referência (OR ajustado = 29,0). No modelo ajustado final permaneceram estatisticamente associadas às variáveis carga de trabalho e prática regular de exercício físico. A prevalência esperada de TMC nos pilotos do subgrupo de alta exigência, com carga pesada de trabalho e que não realizavam exercícios físicos, foi de 39,7%, enquanto que para os indivíduos de baixa exigência, que praticam exercícios e têm carga leve de trabalho foi de 0,4%. As condições de trabalho podem ser consideradas como potenciais fatores contribuintes para o surgimento de TMC, com provável impacto na segurança de voo.


2004 ◽  
Vol 20 (1) ◽  
pp. 187-196 ◽  
Author(s):  
Núria Serre Delcor ◽  
Tania M. Araújo ◽  
Eduardo J. F. B. Reis ◽  
Lauro A. Porto ◽  
Fernando M. Carvalho ◽  
...  

A literatura científica sobre a saúde dos professores é escassa e recente, enfocando especialmente o desgaste e estresse. Este trabalho objetivou descrever as condições de trabalho e saúde dos professores da rede particular de ensino da cidade de Vitória da Conquista, Bahia, Brasil. Num questionário auto-aplicado foram coletadas informações de 250 professores de dez escolas. Entre as características do trabalho docente, avaliadas pelo Job Content Questionnaire, destacaram-se ritmo acelerado de trabalho, ser criativo e ter boas relações com as pessoas no trabalho. As queixas de saúde mais freqüentes estavam relacionadas à postura corporal, à saúde mental e a queixas relacionadas à voz. A prevalência de distúrbios psíquicos menores (DPM), medida pelo Self Reporting Questionnaire-20, foi de 41,5% e estava fortemente associada a longos períodos de intensa concentração em uma mesma tarefa e volume excessivo de trabalho. Os resultados sugerem relação entre a prevalência de DPM e algumas características do trabalho docente, evidenciando desgaste psicológico do educador.


2016 ◽  
Vol 15 (2) ◽  
pp. 75
Author(s):  
José Dionísio De Paula Júnior ◽  
Jordana Helena Almeida Arruda ◽  
Renata Nascimento Alves

Objetivo: O estudo tem como objetivo descrever a prevalência de indicadores psicossociais em trabalhadores da indústria de móveis e promover uma análise com distintas atividades econômicas. Métodos: Trata-se de um estudo analítico com temporalidade transversal, realizado em uma indústria de móveis da cidade de Rodeiro/MG. As ferramentas utilizadas foram o Job Content Questionnaire (JCQ) e o Self-Reporting Questionnaire (SRQ-20). Resultados: Foram avaliados 132 trabalhadores do gênero masculino do setor de produção da indústria de móveis, a média de idade apresentada foi 32,0 anos, com predomínio das seguintes variáveis: sofrimento para trabalho diário (93,9%), dores de cabeça frequente (61,4%), assustar-se facilmente (54,5%), sentir tristeza (53,0%) e dificuldade para realização das tarefas (52,3%). Sobre os aspectos do JCQ, prevaleceram elevadas a demanda psicológica e autoridade sobre o trabalho. Os resultados demonstraram uma alta prevalência de transtorno mental comum (TMC) (63,6%) para os trabalhadores. Conclusão: A pesquisa mostrou alta prevalência de TMC, o que torna importante as intervenções dos profissionais de enfermagem na adoção de práticas educativas referente às condições do ambiente de trabalho.Palavras-chave: saúde mental, trabalhador, esgotamento profissional. 


2018 ◽  
Vol 9 (2) ◽  
pp. 107 ◽  
Author(s):  
Aline Jacinto ◽  
Suzana Da Rosa Tolfo

O objetivo deste estudo é analisar pesquisas empíricas que utilizaram o Job Content Questionnaire (JCQ) ou Job Stress Scale (JSS) e o Self-Reporting Questionnaire (SRQ-20), como instrumentos. O JCQ e JSS avaliam fatores psicossociais de trabalho favoráveis ou de risco, enquanto o SRQ realiza um rastreio da saúde mental do trabalhador. Os resultados demonstraram relações entre alta exigência e Transtorno Mental Comum (TMC), ou seja, trabalhadores aos quais percebem seu trabalho com alta demanda e baixo controle têm mais chances de apresentarem comprometimentos em sua saúde. Outro aspecto verificado foi a correlação entre alta exigência e baixo suporte social, assim trabalhadores que recebem pouco suporte social de supervisores e colegas de trabalho, possuem mais chances de perceber o trabalho com alta demanda e baixo controle. Verificou-se que as populações mais investigadas, com maiores fatores psicossociais de risco à saúde e com maiores prevalências TMC, foram docentes e profissionais da saúde. Esta pesquisa possibilitou-se analisar o quadro atual de produção de conhecimento sobre a temática, assim como, identificar o quanto os fatores psicossociais de risco no trabalho podem ter consequências prejudiciais na saúde dos trabalhadores.


Diagnostica ◽  
2019 ◽  
Vol 65 (2) ◽  
pp. 63-74 ◽  
Author(s):  
Laura I. Schmidt ◽  
Fabian Scheiter ◽  
Andreas Neubauer ◽  
Monika Sieverding

Zusammenfassung. Mit dem Demand-Control-Modell und dem dazugehörigen Job Content Questionnaire (JCQ) existiert im Arbeitsumfeld ein bewährtes Modell zur Vorhersage physischer und psychischer Gesundheitsrisiken. Um diese auch unter Studierenden theoriegeleitet vorhersagen zu können, passten wir den JCQ auf den Hochschulkontext an und untersuchten mittels unseres Fragebogens zu strukturellen Belastungen und Ressourcen im Studium (StrukStud) den Erklärungsbeitrag hinsichtlich Stresserleben und Wohlbefinden. In 4 Studien mit insgesamt 732 Studierenden (Psychologie, Lehramt, Soziale Arbeit, Wirtschaftsrecht und Erziehung & Bildung) wurden die Demand-Control-Dimensionen (StrukStud), Stresserleben (Heidelberger Stress-Index HEI-STRESS & Perceived Stress Questionnaire) und weitere Referenzkonstrukte wie Studienzufriedenheit und körperliche Beschwerden erfasst. Befunde zur Reliabilität und Validität werden vorgestellt. Die Ergebnisse belegen die psychometrische Qualität des StrukStud sowie dessen Potenzial zur Erklärung von Stress im Studium. Mit dem StrukStud liegt für den deutschsprachigen Raum erstmals ein ökonomisches Selbsteinschätzungsinstrument zur Erfassung von psychologischen Anforderungen und Entscheidungsfreiräumen im Studium vor.


2013 ◽  
Author(s):  
Sung-Il Cho ◽  
◽  
Jian Li ◽  
Hyung-Joon Jhun ◽  
Jong-Tae Park ◽  
...  

2013 ◽  
Author(s):  
R. Karasek ◽  
W. Agbenyikey ◽  
M. Dollard ◽  
M. Formazin ◽  
J. Li ◽  
...  

2017 ◽  
Vol 16 (1) ◽  
pp. 70-77 ◽  
Author(s):  
Madalena Vilas- Boas ◽  
◽  
Alzira Cerqueira ◽  

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