scholarly journals Waldemar Henrique, um compositor paraense: regionalismo e interações com os nacionalismos de Mário de Andrade e Getúlio Vargas

Opus ◽  
2019 ◽  
Vol 25 (3) ◽  
pp. 281
Author(s):  
Geam Gonçalves Aguiar ◽  
Magda De Miranda Clímaco

Waldemar Henrique, compositor paraense, em muitas de suas composições investiu na cultura popular da Amazônia, em sua música, seus mitos e crenças, o que o caracterizou como um compositor regionalista. As primeiras análises de sua trajetória de vida e de sua trajetória musical, no entanto, levaram a considerar que teve oportunidade de dialogar também com os nacionalismos de Mário de Andrade e de Getúlio Vargas. Daí este trabalho ter objetivado investigar como se deu o diálogo do compositor regionalista com os nacionalismos marioandradiano e getulista com os quais teve contato e como estes nacionalismos se evidenciaram em duas canções que compôs: Minha Terra e Uirapuru. Uma canção do início de sua carreira em Belém (PA) e uma canção composta durante a sua residência no Rio de Janeiro, o que possibilitou verificar que já havia sintonizado com os movimentos nacionalistas que ocorriam no eixo Rio/São Paulo, mesmo antes de domiciliar-se nessa região. Levando em consideração este contexto descrito, os processos de interação com diferentes dimensões culturais que Waldemar Henrique efetivou, as análises musicais realizadas e a fundamentação teórica adotada, foi possível estabelecer uma relação de seu trabalho com uma “construção simbólica da nação”. “Construção simbólica da nação” sujeita à transversalidade de diferentes poderes, ao entrecruzamento de um sistema de representações, onde sentidos e significados relacionados a uma cultura popular interagem, diretamente ou não, com intenções e interesses políticos e/ou ideológicos.

Trama ◽  
2020 ◽  
Vol 16 (37) ◽  
pp. 112-124
Author(s):  
Nathalia Muller CAMOZZATO

O presente artigo, de viés panorâmico e inserido nos estudos sobre a linguagem e discurso e contemplando aspectos éticos e políticos da língua, investiga uma série de discursos de Mário de Andrade perfilando quais concepções de língua, de oralidade e de racialidade são operadas pelo modernista, de forma a compreender o caráter ético, estético e político presente em projetos do autor, como a “Gramatiquinha”, o “Ensaio sobre a Música Brasileira” e o “I Congresso da Língua Nacional Falada e Cantada”. Ademais, é na tensão entre projetos de sistematização dos sentidos culturais e políticos brasilidade – em que são aproximadas a escrita literária, a oralidade da língua sob a forma do falar das ruas e o canto popular – que se delineia uma concepção de língua atrelada à cultura popular, à racialidade e à política nacionalista.REFERÊNCIASAnais do I Congresso da Língua Nacional Canta. Departamento de cultura do governo do Estado de São Paulo. 1938.ANDRADE, Mário de. Aspectos da música brasileira. São Paulo: Martins, 1965. ______. Ensaio sobre a música brasileira. 3ª ed. São Paulo: Martins, 1972.AUROUX, Sylvain. A revolução tecnológica da gramatização. Campinas: Ed. Unicamp, 2015.CARNEIRO, Sueli. A construção do outro como não ser como fundamento do ser. Tese (doutorado). 339 f. Programa de Pós-graduação em Educação. Universidade de São Paulo. 2005.CASTRO, Yeda Pessoa de. Falares africanos na bahia: um vocabulário afro-brasileiro. Rio de Janeiro: Topbooks, 2001.Cultura política. A música na nova política nacional. N.28, Rio de Janeiro, RJ, 1943.FOUCAULT, Michel. Microfísica do poder. Organização e tradução: Roberto Machado. Rio de Janeiro: Edições Graal, 1979.______. História da sexualidade III - o cuidado de si. Rio de Janeiro. Ed. Graal, 1985______. História da sexualidade I - a vontade de saber. Rio de janeiro: Ed. Graal, 1999.______. Poder e saber. In: FOUCAULT, Michel. Ditos e escritos IV: estratégia, poder-saber. Rio de Janeiro: Editora Forense Universitária, 2003.______. A arqueologia do saber. São Paulo: Forense Universitária, 2015.PINTO, Edith Pimentel. A gramatiquinha de mário de andrade texto e contexto. São Paulo: Duas cidades: Secretaria do Estado da Cultura, 1990.RODRIGUES, Leandro Garcia. A língua brasileira de Mário de Andrade: nacionalismo, literatura e epistolografia. In: Todas as musas. Ano 4, n. 2, jan.-jun. 2013.SALGADO, Álvaro F. Radiodifusão, fator social. In: Revista cultura política. N.6, 1941. Pp. 79-94.SCHWARTZMAN, Simon; BOMENY, Helena M.B.; COSTA, Vanda M.R. Tempos de capanema. Rio de Janeiro: ed. Paz na Terra e Ed. FGV, 2000.VERGARA, Jorge I. O. Toda canção de liberdade vem do cárcere: homofobia, misoginia e racismo na recepção da obra de Mário de Andrade. 2018. 225 fl. Tese (Doutorado em Música) - Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (2003), Rio de Janeiro, 2017.ZUMTHOR, Paul. Escritura e nomadismo. São Paulo: Ateliê Editorial, 2005.Recebido em 18-12-2019 | Aceito em 16-02-2020


2012 ◽  
Vol 5 (3) ◽  
pp. 4-19
Author(s):  
Sandro Vieira Soares ◽  
Kamille Simas Ebsen ◽  
Elisete Dahmer Pfitscher ◽  
Maria Denize Henrique Casagrande

Esta pesquisa teve por objetivo analisar o perfil acadêmico dos pesquisadores em Ciências Contábeis no Brasil. A metodologia foi classificada como descritiva quanto aos objetivos, com uma abordagem qualitativa. A amostra foi composta por 53 grupos de pesquisa de modo que a fração amostral foi de aproximadamente ¼ da população. A formação em nível de graduação dos pesquisadores foi identificada predominantemente nas áreas de Contabilidade, Administração, Economia e Direito. A formação em nível de mestrado dos pesquisadores foi principalmente nas áreas de Contabilidade, Administração, Engenharia de Produção e Economia. A maioria dos pesquisadores que compôs a amostra se doutorou na área de Contabilidade em instituições brasileiras, principalmente na Universidade de São Paulo – USP, na Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC e na Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ. A maioria dos doutorados foi cursada entre os anos de 1996 e 2010. A análise dos pós-doutorados apontou que a maioria foi desenvolvida em instituições estrangeiras, como, por exemplo, a University of Illinois. Já no Brasil as duas instituições mais procuradas foram a Universidade de São Paulo e a Fundação Getúlio Vargas - FGV/SP. A análise apontou também que a maioria deles foi concluída entre 2001 e 2010.


2021 ◽  
Vol 18 ◽  
pp. 1
Author(s):  
Paulo Arthur Silva Aleixo ◽  
Eline Maria Mora Pereira Caixeta

Durante os primeiros anos da década de 1960, no período que permeia o golpe militar no Brasil, houve um momento singular em que os profissionais das artes e da arquitetura estiveram interessados em sair de suas estritas esferas, posicionando-se politicamente ao repensar a produção cultural e visando estreitar a relação com as camadas populares e mudar a situação estabelecida. Nesse contexto, dentre diversos agentes, pode-se recortar os nomes da arquiteta ítalo-brasileira Lina Bo Bardi (Roma, 1914 – São Paulo, 1992) e do artista carioca Hélio Oiticica (Rio de Janeiro, 1937 – Rio de Janeiro, 1980) como protagonistas na construção de um pensamento que buscou, sobretudo, caminhos para questionar o status quo. Atuando em lugares distintos e pertencentes a diferentes gerações e campos de atuação, suas trajetórias em nenhuma ocasião se cruzaram, apesar de apresentarem uma forte afinidade de convicções. Sendo assim, este trabalho busca mobilizar uma reflexão acerca das interlocuções entre as produções de Bo Bardi e de Oiticica com a cultura popular, reconhecendo essa aproximação como uma forma de resistência à difícil realidade do Brasil durante a ditadura militar. Para tanto, determinadas atividades desenvolvidas são colocadas em uma mesma perspectiva e analisadas,objetivando contribuir para a imagem de um potente fenômeno cultural que lutou por um maiorengajamento social e político.


2002 ◽  
Vol 22 (44) ◽  
pp. 393-423 ◽  
Author(s):  
Roney Cytrynowicz

A partir de uma pesquisa em fontes primárias das instituições centrais associadas à imigração judaica em São Paulo e Rio de Janeiro, este artigo mostra como, durante o Estado-Novo e a Segunda Guerra Mundial, as entidades judaicas funcionaram de forma corriqueira, adaptaram-se às restrições nacionalistas do governo Getúlio Vargas e, muitas vezes, engendraram estratégias sofisticadas para enfrentar a lei e a ideologia. Esta perspectiva de história social e do cotidiano evidencia, portanto, uma leitura distinta daquela que - analisando exclusivamente a lei, a ideologia e o preconceito do regime Vargas - considera que havia um clima de medo e perseguição generalizado entre os imigrantes judeus residentes no País. Este artigo mostra, complementarmente, que 1937-1945 foram anos decisivos para a implantação de uma comunidade etnicamente ativa e para a sedimentação de uma identidade judaico-brasileira.


2011 ◽  
Vol 23 (3) ◽  
pp. 235-249
Author(s):  
Daniela Fernanda Assis Oliveira Spudeit ◽  
Fabiane Führ

O presente artigo propõe uma discussão acadêmico-científica, na qual busca apresentar contribuições relevantes sobre a história e evolução dos sindicatos de bibliotecários, visando revelar a atual situação em que estes órgãos se encontram no Brasil. O movimento sindical, como instrumento de defesa dos direitos dos trabalhadores, vem evoluindo desde o Século XIX e impõe regras e limites para patrões e empregados. No Brasil, o sindicalismo surgiu inicialmente no meio rural e se fortaleceu durante o governo de Getúlio Vargas (1930-1945) e com a Consolidação das Leis do Trabalho, em maio de 1943, impulsionando a criação de sindicatos profissionais. Porém, somente na década de 1980, os sindicatos de Bibliotecários surgiram nos estados de Bahia, Minas Gerais, São Paulo, Paraná e Rio de Janeiro. Os demais sindicatos, nos estados de Maranhão, Santa Catarina, Pará, Amapá e Tocantins foram criados a partir dos anos 2000. Atualmente, existem três sindicatos de bibliotecários ativos, situados em São Paulo, Rio de Janeiro e no Paraná, sendo que existe um no Estado de Santa Catarina em processo de estruturação. Por meio de uma pesquisa bibliográfica e exploratória, conseguiu-se mapear e analisar a situação e a evolução dos sindicatos de bibliotecários atualmente. Percebem-se as dificuldades para estruturação e manutenção destes órgãos no país e a necessidade da participação ativa dos profissionais bibliotecários dentro dos sindicatos para o fortalecimento de sua própria profissão, visando garantir seus direitos e valorização da profissão pela sociedade.


2013 ◽  
Vol 32 (2) ◽  
pp. 189-208 ◽  
Author(s):  
Adriano Codato

O objetivo deste artigo é analisar o regime de intromissão política nos estados por meio do estudo do mecanismo das Interventorias Federais. Focalizamos o período do Estado Novo (1937-1945). Não se examina aqui uma Interventoria específica nem os conflitos específicos entre uma facção da elite política de um estado determinado com os novos comandantes do Estado nacional. O foco, a partir da discussão de evidências selecionadas de vários casos particulares (São Paulo, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Minas Gerais), coletadas tanto na historiografia do período como no Arquivo Getulio Vargas, está na análise dos principais problemas que a ditadura de Vargas - uma vez indicados os interventores no lugar dos governadores - teve de fazer, face a: i) autonomia político-administrativa dos novos chefes da política local; ii) dificuldade para impor a unidade ideológica do regime ditatorial a todos os agentes políticos; e iii) uma coordenação precária do sistema como um todo, baseada apenas na lealdade pessoal e na conveniência política das partes envolvidas neste arranjo institucional.


2020 ◽  
Vol 12 (1) ◽  
Author(s):  
Andre Rezende Benatti

Este artigo tem como objetivo uma apreciação de alguns aspectos que envolvem o realismo e a violência na Literatura, para tal tomamos como objetos de estudo que nos auxiliarão na compreensão dos conceitos contos da escritora hispano-paraguaia Josefina Plá, a saber “La pierna de Severina”, “La Vitrola”, “Sisé” e “Siesta”. Para tal, nos valeremos dos estudos sobre real e o realismo de Roman Jakobson, Roland Barthes e Tânia Pellegrini, entre outros, assim como dos estudos da violência de Hannah Arendt, Xavier Crittiez e Karl Erik Schollhammer. A RENDT, Hannah. Sobre a violência. Trad. André Duarte. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2011.ARISTÓTELES. Poética. Tradução de: SOUZA, Eudoro de. São Paulo: Nova Cultural, 1987. p. 209.BAKHTIN, Mikhail Mikhailovich. Cultura popular na idade média e no renascimento: o contexto de François Rabelais – 7ª edição. Trad. Yara Frateschi Vieira. São Paulo: Hucitec, 2010.BARTHES, Roland. O efeito de real. In: _______. O rumor da língua. Trad. Mário Laranjeira. São Paulo: Cultrix, 2004. CANDIDO, Antonio. Literatura e sociedade. Rio de Janeiro: Ouro sobre azul, 2014. CRITTIEZ, Xavier. As formas da violência. Tradução de Lara Christina de Malimpensa e Mariana Paolozzi Sérvulo da Cunha. São Paulo: Edições Loyola, 2011. GALEANO, Eduardo. Las venas abiertas de América Latina. Barcelona: Siglo Veintiuno Editores, 2011. GRAMUGLIO, Maria Teresa. El imperio realista. Tomo 6. Noé Jitrik (Dir.) Historia crítica de la literatura argentina. Buenos Aires: Emecé, 2002. GOMES, Renato Cordeiro.  Por um realismo brutal e cruel. In: MARGATO, Izabel; _______. (Org.). Novos Realismos. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2012. JAKOBSON, Roman. Do realismo na arte. In: TODOROV, Tzvetan. Teoria da literatura: textos dos formalistas russos. Trad. Roberto Leal Ferreira. São Paulo: Editora UNESP, 2013. LEENHARDT, Jacques. O que se pode dizer da violência? In.: LINS, Ronaldo Lima. Violência e literatura. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1990. LINS, Ronaldo Lima. Violência e literatura. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1990. PELLEGRINI, Tânia. Realismo: modos de usar. In: Estudos de Literatura Brasileira Contemporânea, n.39, p. 11-17, 5 jun. 2012. PLÁ, Josefina. Cuentos completos. Miguel Ángel Fernández. Asunción (org.), Asunción: El Lector, 1996. SCHOLLHAMMER, Karl Erik. A cena do crime: violência e realismo no Brasil contemporâneo. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2013. WELLEK, René; WARREN, Austin. Teoria da literatura. 4. ed. Lisboa: Europa-América, s.d.


1999 ◽  
Vol 13 (35) ◽  
pp. 231-253 ◽  
Author(s):  
Maria Ignez Novais Ayala

NESTE ARTIGO é analisada uma manifestação popular desenvolvida em diferentes locais do estado da Paraíba, principalmente por negros e seus descendentes. Nela se entrelaçam literatura oral, música, canto e dança. Os cocos foram registrados com rigor científico nas décadas de 20 e 30 devido à iniciativa de Mário de Andrade, de que resultou uma ampla documentação. A preocupação em organizar um rico acervo sobre os cocos, fundamentado em observação direta e registros por meios mecânicos e eletrônicos em campo, com procedimentos técnicos e metodológicos que permitam análises criteriosas dessa manifestação de cultura popular nordestina, buscando ressaltar suas especificidades, motivou a pesquisa que vem sendo desenvolvida desde 1992 na Paraíba. Neste artigo reconhece-se a importância dos acervos constituídos por Mário de Andrade e pelos integrantes da Missão de Pesquisas Folclóricas da Discoteca Municipal de São Paulo, sintetiza-se questões relacionadas à manifestação de poesia, canto e dança no presente, considerando-se o contexto em que vivem os dançadores e cantadores, o significado que a brincadeira do coco tem para eles, a ponto de se configurar até como afirmação de identidade. Analisa-se, ainda, a situação da cultura popular numa sociedade em que a escrita é hegemônica, explicitando a perspectiva militante adotada nesta pesquisa.


Ouvirouver ◽  
2017 ◽  
Vol 13 (1) ◽  
pp. 202
Author(s):  
Silvano Fernandes Baia

Este texto apresenta a transcrição adaptada para artigo de uma palestra proferida a alunos do curso de Música da Universidade Federal de Uberlândia. A palestra expôs uma visão panorâmica da música no Brasil do fim do século XIX às primeiras décadas do século XX, em especial nas cidades do Rio de Janeiro e São Paulo. O artigo identifica quatro vertentes composicionais, abrangendo desde uma linha mais afinada ao romantismo europeu até os compositores/intérpretes populares não letrados musicalmente que começaram a registrar suas invenções após a chegada da gravação mecânica ao Brasil, em 1902. Também localiza os primórdios do nacionalismo na música erudita brasileira, situa o surgimento da corrente do nacionalismo musical no fim dos anos 1920 como uma escola composicional que foi hegemônica até meados dos anos 1960, além de observar a relação dos músicos com o Estado a partir da ditadura de Getúlio Vargas. Enfim, analisa o caráter autoritário do projeto do nacionalismo musical para concluir com a observação de seu aspecto conservador ao cumprir um papel de resistência às técnicas composicionais surgidas na primeira metade do século XX. ABSTRACT This text presents a transcription adapted for paper of a lecture for Music college students at Federal University of Uberlândia. The lecture presented a panoramic view of the music in Brazil between the late 19th Century and the first decades of the 20th Century, especially in the cities of Rio de Janeiro e São Paulo. Four major compositional lines are identified, ranging from those more aligned with European romanticism up until the composers/performers who are musically non-literate, whose inventions started being registered only after the arrival of mechanical recording in Brazil in 1902. The study herein indicates the beginnings of nationalism in Brazilian classical music and the emergence of the stream of musical nationalism in the late 1920's, as a compositional school that was hegemonic until the mid-1960's. It also takes into account the relation between musicians and the State of former president Getúlio Vargas’s dictatorship. It analyses the authoritarian character of the nationalist musical project and in conclusion, refers to its conservative aspect, seeing that it played a role of resistance to new compositional techniques that emerged in the first half of the twentieth century. KEYWORDS Brazilian music; Musical nationalism; History of Brazilian Music


Sign in / Sign up

Export Citation Format

Share Document