scholarly journals MÁRIO DE ANDRADE: A “LÍNGUA BRASILEIRA”, A ORALIDADE E A RACIALIDADE

Trama ◽  
2020 ◽  
Vol 16 (37) ◽  
pp. 112-124
Author(s):  
Nathalia Muller CAMOZZATO

O presente artigo, de viés panorâmico e inserido nos estudos sobre a linguagem e discurso e contemplando aspectos éticos e políticos da língua, investiga uma série de discursos de Mário de Andrade perfilando quais concepções de língua, de oralidade e de racialidade são operadas pelo modernista, de forma a compreender o caráter ético, estético e político presente em projetos do autor, como a “Gramatiquinha”, o “Ensaio sobre a Música Brasileira” e o “I Congresso da Língua Nacional Falada e Cantada”. Ademais, é na tensão entre projetos de sistematização dos sentidos culturais e políticos brasilidade – em que são aproximadas a escrita literária, a oralidade da língua sob a forma do falar das ruas e o canto popular – que se delineia uma concepção de língua atrelada à cultura popular, à racialidade e à política nacionalista.REFERÊNCIASAnais do I Congresso da Língua Nacional Canta. Departamento de cultura do governo do Estado de São Paulo. 1938.ANDRADE, Mário de. Aspectos da música brasileira. São Paulo: Martins, 1965. ______. Ensaio sobre a música brasileira. 3ª ed. São Paulo: Martins, 1972.AUROUX, Sylvain. A revolução tecnológica da gramatização. Campinas: Ed. Unicamp, 2015.CARNEIRO, Sueli. A construção do outro como não ser como fundamento do ser. Tese (doutorado). 339 f. Programa de Pós-graduação em Educação. Universidade de São Paulo. 2005.CASTRO, Yeda Pessoa de. Falares africanos na bahia: um vocabulário afro-brasileiro. Rio de Janeiro: Topbooks, 2001.Cultura política. A música na nova política nacional. N.28, Rio de Janeiro, RJ, 1943.FOUCAULT, Michel. Microfísica do poder. Organização e tradução: Roberto Machado. Rio de Janeiro: Edições Graal, 1979.______. História da sexualidade III - o cuidado de si. Rio de Janeiro. Ed. Graal, 1985______. História da sexualidade I - a vontade de saber. Rio de janeiro: Ed. Graal, 1999.______. Poder e saber. In: FOUCAULT, Michel. Ditos e escritos IV: estratégia, poder-saber. Rio de Janeiro: Editora Forense Universitária, 2003.______. A arqueologia do saber. São Paulo: Forense Universitária, 2015.PINTO, Edith Pimentel. A gramatiquinha de mário de andrade texto e contexto. São Paulo: Duas cidades: Secretaria do Estado da Cultura, 1990.RODRIGUES, Leandro Garcia. A língua brasileira de Mário de Andrade: nacionalismo, literatura e epistolografia. In: Todas as musas. Ano 4, n. 2, jan.-jun. 2013.SALGADO, Álvaro F. Radiodifusão, fator social. In: Revista cultura política. N.6, 1941. Pp. 79-94.SCHWARTZMAN, Simon; BOMENY, Helena M.B.; COSTA, Vanda M.R. Tempos de capanema. Rio de Janeiro: ed. Paz na Terra e Ed. FGV, 2000.VERGARA, Jorge I. O. Toda canção de liberdade vem do cárcere: homofobia, misoginia e racismo na recepção da obra de Mário de Andrade. 2018. 225 fl. Tese (Doutorado em Música) - Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (2003), Rio de Janeiro, 2017.ZUMTHOR, Paul. Escritura e nomadismo. São Paulo: Ateliê Editorial, 2005.Recebido em 18-12-2019 | Aceito em 16-02-2020

Opus ◽  
2019 ◽  
Vol 25 (3) ◽  
pp. 281
Author(s):  
Geam Gonçalves Aguiar ◽  
Magda De Miranda Clímaco

Waldemar Henrique, compositor paraense, em muitas de suas composições investiu na cultura popular da Amazônia, em sua música, seus mitos e crenças, o que o caracterizou como um compositor regionalista. As primeiras análises de sua trajetória de vida e de sua trajetória musical, no entanto, levaram a considerar que teve oportunidade de dialogar também com os nacionalismos de Mário de Andrade e de Getúlio Vargas. Daí este trabalho ter objetivado investigar como se deu o diálogo do compositor regionalista com os nacionalismos marioandradiano e getulista com os quais teve contato e como estes nacionalismos se evidenciaram em duas canções que compôs: Minha Terra e Uirapuru. Uma canção do início de sua carreira em Belém (PA) e uma canção composta durante a sua residência no Rio de Janeiro, o que possibilitou verificar que já havia sintonizado com os movimentos nacionalistas que ocorriam no eixo Rio/São Paulo, mesmo antes de domiciliar-se nessa região. Levando em consideração este contexto descrito, os processos de interação com diferentes dimensões culturais que Waldemar Henrique efetivou, as análises musicais realizadas e a fundamentação teórica adotada, foi possível estabelecer uma relação de seu trabalho com uma “construção simbólica da nação”. “Construção simbólica da nação” sujeita à transversalidade de diferentes poderes, ao entrecruzamento de um sistema de representações, onde sentidos e significados relacionados a uma cultura popular interagem, diretamente ou não, com intenções e interesses políticos e/ou ideológicos.


2021 ◽  
Vol 18 ◽  
pp. 1
Author(s):  
Paulo Arthur Silva Aleixo ◽  
Eline Maria Mora Pereira Caixeta

Durante os primeiros anos da década de 1960, no período que permeia o golpe militar no Brasil, houve um momento singular em que os profissionais das artes e da arquitetura estiveram interessados em sair de suas estritas esferas, posicionando-se politicamente ao repensar a produção cultural e visando estreitar a relação com as camadas populares e mudar a situação estabelecida. Nesse contexto, dentre diversos agentes, pode-se recortar os nomes da arquiteta ítalo-brasileira Lina Bo Bardi (Roma, 1914 – São Paulo, 1992) e do artista carioca Hélio Oiticica (Rio de Janeiro, 1937 – Rio de Janeiro, 1980) como protagonistas na construção de um pensamento que buscou, sobretudo, caminhos para questionar o status quo. Atuando em lugares distintos e pertencentes a diferentes gerações e campos de atuação, suas trajetórias em nenhuma ocasião se cruzaram, apesar de apresentarem uma forte afinidade de convicções. Sendo assim, este trabalho busca mobilizar uma reflexão acerca das interlocuções entre as produções de Bo Bardi e de Oiticica com a cultura popular, reconhecendo essa aproximação como uma forma de resistência à difícil realidade do Brasil durante a ditadura militar. Para tanto, determinadas atividades desenvolvidas são colocadas em uma mesma perspectiva e analisadas,objetivando contribuir para a imagem de um potente fenômeno cultural que lutou por um maiorengajamento social e político.


2020 ◽  
Vol 12 (1) ◽  
Author(s):  
Andre Rezende Benatti

Este artigo tem como objetivo uma apreciação de alguns aspectos que envolvem o realismo e a violência na Literatura, para tal tomamos como objetos de estudo que nos auxiliarão na compreensão dos conceitos contos da escritora hispano-paraguaia Josefina Plá, a saber “La pierna de Severina”, “La Vitrola”, “Sisé” e “Siesta”. Para tal, nos valeremos dos estudos sobre real e o realismo de Roman Jakobson, Roland Barthes e Tânia Pellegrini, entre outros, assim como dos estudos da violência de Hannah Arendt, Xavier Crittiez e Karl Erik Schollhammer. A RENDT, Hannah. Sobre a violência. Trad. André Duarte. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2011.ARISTÓTELES. Poética. Tradução de: SOUZA, Eudoro de. São Paulo: Nova Cultural, 1987. p. 209.BAKHTIN, Mikhail Mikhailovich. Cultura popular na idade média e no renascimento: o contexto de François Rabelais – 7ª edição. Trad. Yara Frateschi Vieira. São Paulo: Hucitec, 2010.BARTHES, Roland. O efeito de real. In: _______. O rumor da língua. Trad. Mário Laranjeira. São Paulo: Cultrix, 2004. CANDIDO, Antonio. Literatura e sociedade. Rio de Janeiro: Ouro sobre azul, 2014. CRITTIEZ, Xavier. As formas da violência. Tradução de Lara Christina de Malimpensa e Mariana Paolozzi Sérvulo da Cunha. São Paulo: Edições Loyola, 2011. GALEANO, Eduardo. Las venas abiertas de América Latina. Barcelona: Siglo Veintiuno Editores, 2011. GRAMUGLIO, Maria Teresa. El imperio realista. Tomo 6. Noé Jitrik (Dir.) Historia crítica de la literatura argentina. Buenos Aires: Emecé, 2002. GOMES, Renato Cordeiro.  Por um realismo brutal e cruel. In: MARGATO, Izabel; _______. (Org.). Novos Realismos. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2012. JAKOBSON, Roman. Do realismo na arte. In: TODOROV, Tzvetan. Teoria da literatura: textos dos formalistas russos. Trad. Roberto Leal Ferreira. São Paulo: Editora UNESP, 2013. LEENHARDT, Jacques. O que se pode dizer da violência? In.: LINS, Ronaldo Lima. Violência e literatura. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1990. LINS, Ronaldo Lima. Violência e literatura. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1990. PELLEGRINI, Tânia. Realismo: modos de usar. In: Estudos de Literatura Brasileira Contemporânea, n.39, p. 11-17, 5 jun. 2012. PLÁ, Josefina. Cuentos completos. Miguel Ángel Fernández. Asunción (org.), Asunción: El Lector, 1996. SCHOLLHAMMER, Karl Erik. A cena do crime: violência e realismo no Brasil contemporâneo. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2013. WELLEK, René; WARREN, Austin. Teoria da literatura. 4. ed. Lisboa: Europa-América, s.d.


1999 ◽  
Vol 13 (35) ◽  
pp. 231-253 ◽  
Author(s):  
Maria Ignez Novais Ayala

NESTE ARTIGO é analisada uma manifestação popular desenvolvida em diferentes locais do estado da Paraíba, principalmente por negros e seus descendentes. Nela se entrelaçam literatura oral, música, canto e dança. Os cocos foram registrados com rigor científico nas décadas de 20 e 30 devido à iniciativa de Mário de Andrade, de que resultou uma ampla documentação. A preocupação em organizar um rico acervo sobre os cocos, fundamentado em observação direta e registros por meios mecânicos e eletrônicos em campo, com procedimentos técnicos e metodológicos que permitam análises criteriosas dessa manifestação de cultura popular nordestina, buscando ressaltar suas especificidades, motivou a pesquisa que vem sendo desenvolvida desde 1992 na Paraíba. Neste artigo reconhece-se a importância dos acervos constituídos por Mário de Andrade e pelos integrantes da Missão de Pesquisas Folclóricas da Discoteca Municipal de São Paulo, sintetiza-se questões relacionadas à manifestação de poesia, canto e dança no presente, considerando-se o contexto em que vivem os dançadores e cantadores, o significado que a brincadeira do coco tem para eles, a ponto de se configurar até como afirmação de identidade. Analisa-se, ainda, a situação da cultura popular numa sociedade em que a escrita é hegemônica, explicitando a perspectiva militante adotada nesta pesquisa.


ABEI Journal ◽  
2012 ◽  
Vol 14 ◽  
pp. 124
Author(s):  
Telê Ancona Lopez

Mário de Andrade (1893-1945), the renowned polymath in Brazilian literature and culture, has an immensely rich trajectory as a journalist. Comprising articles, chronicles, essays, poems, short stories and novel excerpts, his journalistic production revolves around São Paulo and Rio de Janeiro, in the wider press and in specialized periodicals; it does not spurn tabloids and branches out into occasional contributions to newspapers of other Brazilian cities. His journalistic production may be found in every journal of our Modernism; it takes up sections and columns, and also flourishes in newspaper series. His death on February 25, 1945, however, brought all this to an end. In the present essay – part of a longer one about the chronicles related to the creationof Paulicea Desvairada [Hallucinated City], in 1920-1921, I intend to focus on the strategies designed by those who aimed at celebrating the centenary of the Brazilian Independence, in 1922, endowing São Paulo Capital with a landmark of Modernism, the Monumento às Bandeiras, by sculptor Victor Brecheret.This goal is fostered by Mário de Andrade’s journalistic texts, and they have been preserved in the archive as well asin the library that he organized.


Trama ◽  
2019 ◽  
Vol 15 (36) ◽  
Author(s):  
Débora Ballielo BARCALA

O presente trabalho tem por objetivo apresentar uma análise comparada das personagens femininas Hulga/Joy do conto “Good Country People” (1955), de Flannery O’Connor, e Dolores/Dôda do romance O tigre na sombra (2012), de Lya Luft, em uma aproximação inédita. As semelhanças entre as personagens vão desde a deformidade física e a complicada relação mãe-filha, até a duplicidade de nomes e a percepção de si mesmas como seres ambivalentes. Apesar de viverem conflitos e experiências diferentes, ambas as personagens retratam experiências vividas por muitas mulheres em sociedades patriarcais. Assim, este artigo propõe uma leitura do conto de O’Connor e do romance de Luft como críticas aos papeis de gênero e à sociedade patriarcal construída por meio das imagens e personagens grotescas, bem como uma discussão sobre as possibilidades feministas nas obras das autoras.REFERÊNCIAS:BABINEC, Lisa. Cyclical Patterns of Domination and Manipulation in Flannery O’Connor’s Mother-Daughter Relationships. Flannery O’Connor Bulletin, v. 19, 1990, p. 9-29.BAKHTIN, Mikhail. A cultura popular na Idade Média e no Renascimento: o contexto de François Rabelais. Trad. Yara Frateschi Vieira. 8ª ed. São Paulo: Hucitec, 2013.CARUSO, Teresa (Org.). “On the subject of the feminist business”: re-reading Flannery O’Connor. New York: Peter Lang, 2004.COSTA, Maria Osana de Medeiros. A mulher, o lúdico e o grotesco em Lya Luft. São Paulo: Annablume, 1996.CRIPPA, Giulia. O grotesco como estratégia de afirmação da produção pictórica feminina. Estudos Feministas, Florianópolis, 11(1): 336, jan-jun/2003, pp. 113-135.FEITOSA, André Pereira. Mulheres-monstro e espetáculos circenses: o grotesco nas narrativas de Angela Carter, Lya Luft e Susan Swan, (Tese de Doutorado) UFMG. Ano de obtenção: 2011.GENTRY, Bruce. Flannery O’Connor’s religion of the grotesque. Jackson and London: University Press of Mississippi, 1986.GILBERT, Sandra M.; GUBAR, Susan. The Madwoman in the Attic: The Woman Writer and the Nineteenth Century Literary Imagination. 2 ed. New Haven and London: Yela University Press, 2000.HARVID, David. The saving rape: Flannery O'Connor and patriarchal religion. The Mississippi Quarterly. 47.1, Winter 1993, p. 15.Disponível em: http://www.missq.msstate.edu/Acesso em: 23 abr. 2015KAISER, Gerhard R. Introdução à Literatura Comparada. Trad. Teresa Alegre. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1989.LUFT, Lya. O tigre na sombra. Rio de Janeiro: Record, 2012.MACHADO, Álvaro Manuel; PAGEAUX, Daniel-Henri. Da literatura comparada à teoria da literatura. Lisboa: 70, 1988.O’CONNOR, Flannery. Collected Works. New York: The Library of America, 1988.O’CONNOR, Flannery. Contos completos: Flannery O’Connor. Trad. Leonardo Fróes. São Paulo: Cosac Naify, 2008.RUSSO, Mary. O grotesco feminino: risco, excesso e modernidade. Trad. Talita M. Rodrigues. Rio de Janeiro: Rocco, 2000.XAVIER, Elódia. Narrativa de autoria feminina na literatura brasileira: as marcas da trajetória. Mulheres e Literatura, v. 3, 1999.Disponível em: http://www.letras.ufrj.br/litcult/revista_mulheres/volume3/31_ elodia.htmlAcesso em: 23 ago. 2004WILSON, Natalie. Misfit Bodies and Errant Gender: The Corporeal Feminism of Flannery O’Connor. In: CARUSO, Teresa (Org.). “On the subject of the feminist business”: re-reading Flannery O’Connor. New York, NY: Peter Lang, 2004, p. 94-119.YAEGER, Patricia. Dirt and Desire: Reconstructing Southern Women’s Writing, 1930-1990. Chicago: The University of Chicago Press, 2000.ENVIADO EM 10-05-19 | ACEITO EM 28-07-19


Author(s):  
Amina Di Munno

Il proposito del presente articolo è quello di mettere in luce la presenza e il ruolo della città, non tanto come spazio urbano contrapposto a quello rurale-bucolico, ma di una città che assume una posizione privilegiata, da protagonista o, quanto meno, da coprotagonista, in romanzi prodotti tra la fine del secolo scorso e l’attualità nel panorama letterario brasiliano. Storia, finzione, mito, memoria sono aspetti già presenti nella città descritta durante il Modernismo da autori come Carlos Drummond de Andrade, Manuel Bandeira e Vinicius de Moraes, ma anche, in tempi diversi, da Lima Barreto, João do Rio, Rubem Fonseca, testimoni delle trasformazioni di Rio de Janeiro. Dal canto suo Mário de Andrade con l’opera Paulicéia Desvairada rivela, conciliando estetiche differenti, i cambiamenti di São Paulo dovuti anche alle forti immigrazioni. Tuttavia, l’obiettivo principale di questo testo verte sull’importanza attribuita alle città di Manaus e di Brasilia rispettivamente nei romanzi di Milton Hatoum e João Almino. Questi autori non si inseriscono nel filone del regionalismo, così marcato nella tradizione brasiliana, ma, piuttosto, fanno agire le presenze umane in un contesto cittadino che assume vita propria, quasi personificandosi.


Author(s):  
Revista Travessia

E a festa, onde foi parar? Editorial (Ed. 7, Cultura) O lazer da população de origem migrante na metrópole O retorno para a festa A música sertaneja entre o pão e o circo As sete vidas da cultura popular A música urbana de Luiz Gonzaga O migrante e o movimento operário (Depoimento) O tempo de festa é sempre Festa no sertão Televisão, classes populares e mediação cultural Festas de migrantes Sentidos da festa à brasileira É dia de festa no rio Curipi Festa no cerrado Festas arouquenses no Rio de Janeiro: reinventando tradições Festa “gaúcha” nos gerais da Bahia (Crônica) As associações recreativas nas regiões de colonização alemã no Sul do Brasil: kultur e etnicidade CTN: um Nordeste paulistano A Praça Sílvio Romero – a “tradição” A linguagem dos símbolos no contexto da migração “Salud! Sirvase compadre!” a comida e a bebida nos rituais bolivianos em São Paulo Migração e diversidade linguística em Luanda A linguagem fotográfica no Islã A alimentação e a culinária da imigração italiana A linguagem dos símbolos no contexto da migração Os brincantes de Lucas e histórias de um boi migrante Receber e incorporar o diferente Hospitalidade a qualquer hora, hospitalidade a qualquer tempo Migrações e interculturalidade no Brasil e na França Presença cultural francesa no Brasil O made in Brasil em Londres: migração e os bens culturais O livro da hospitalidade: acolhida do estrangeiro na história e nas culturas. Alain Montandon (Org.) São Paulo: Senac, 2011. (Resenha) Los migrantes paraguayos y la lengua guarani As manifestações da cultura popular nordestina em Sorocaba-SP Multiculturalismo, Migration, and the Politics of identity in Singapore. Kwen Fee Lian (Ed.). Brunei: Editora UBD, 2015. (Resenha)


2019 ◽  
Vol 16 (31) ◽  
pp. 89
Author(s):  
Maria Celeste Mira ◽  
Vera Lúcia Cardim de Cerqueira

Desde a sua origem, a noção de “cultura popular” está vinculada ao trabalho de intelectuais. Foram eles que criaram o conceito no século XIX para abranger o conjunto de práticas populares de caráter oral e tradicional, as quais supunham ameaçadas pelo avanço da civilização capitalista. O artigo procura discutir a relação entre intelectuais e cultura popular na atualidade, tendo como foco a cidade de São Paulo. Para tanto, recupera a trajetória fundamental de Mário de Andrade e os seus estudos de Folclore; a de Rossini Tavares de Lima, integrante do Movimento Folclórico Brasileiro; de seu discípulo e renovador do folclorismo paulista, Antonio Teixeira de Macedo, até chegar ao Movimento das Culturas Populares e suas conquistas no terreno das políticas culturais. Neste percurso, procura analisar suas ações e representações, suas relações com o Estado, os limites e possibilidades de sua atuação no campo da “cultura popular”.Palavras-chave: Intelectuais. Cultura popular. Folclore. Políticas culturais.The intellectuals and the “popular culture” in São Paulo: from folklore to cultural policiesAbstractSince its origin the notion of “popular culture” is linked to the work of intellectuals. It was they who created the concept in the nineteenth century to embrace the set of popular, oral and traditional practices which they believed were threatened by the advance of capitalist civilization. The articleaims to discuss the relationship between intellectuals and popular culture in the present time, focusing on the city of São Paulo. In order to do so, it recovers the fundamental trajectory of Mário de Andrade and his studies of Folklore; that of Rossini Tavares de Lima, member of the Brazilian Folkloric Movement; of his disciple and reformer of the São Paulo folklore, Antonio Teixeira de Macedo, until reaching the Movement of Popular Cultures and their achievements in the field of cultural policies. In this way, it seeks to analyze its actions and representations, its relations with the State, the limits and possibilities of its action in the field of “popular culture”.Keywords: Intellectuals. Popular culture. Folklore. Cultural policies.


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