scholarly journals Homens e mulheres de "palavra": diálogo e educação popular

2018 ◽  
Vol 22 (1) ◽  
pp. 207
Author(s):  
Flávio Henrique Albert Brayner

A idéia — e uma determinada prática — do "diálogo" fazem parte tão consubstanciais da Educação Popular, que essa se define, antes de qualquer coisa, como uma "pedagogia dialogal", quer dizer, o 'meio' define a própria pedagogia! E fazemos isso de forma tão natural que nos esquecemos de inquirir a respeito do estatuto conceitual daquela noção. Tentamos, com esse artigo, mostrar que, se essa noção tem muitas vezes a finalidade de estabelecer ou facilitar consensos intersubjetivos, a própria noção não é consensual. E para mostrar os seus diferentes perfis semânticos, convidamos quatro conhecidos autores — Hannah Arendt, Martin Buber, Jürgen Habermas e, claro, Paulo Freire — para "apresentarem" suas concepções sobre o diálogo, e constatamos não apenas as grandes diferenças entre os autores, mas também o fato de que em todos reside uma declarada ou subterrânea intenção de salvar o homem pela "palavra", seja numa versão mística, seja numa acepção mais secular. O problema, conclui o artigo, é que a relação tão assente entre nós entre diálogo e libertação/emancipação precisa de uma reflexão mais aguda, sobretudo em função da grande variedade semântica que cerca estes conceitos, o que, às vezes, contribui para a confusão ou imprecisão de nossa linguagem pedagógica.Palavras-chave: Educação Popular; Diálogo (conceito de); Emancipação

2016 ◽  
Vol 7 (11) ◽  
Author(s):  
Sílvia Alves (Universidade de Lisboa, Portugal)

Este artigo tem como objetivo analisar a relação entre a desobediência civil e a democracia no pensamento político contemporâneo, através das obras de Hannah Arendt, Norberto Bobbio, John Rawls e Jürgen Habermas. A indissociabilidade entre democracia e desobediência civil emerge num ambiente favorável mas antinómico e pleno de tensão.


Author(s):  
Angelo Serpa

No espaço público da cidade contemporânea, o "capital escolar" e os modos de consumo são os elementos determinantes das identidades sociais. Aqui, diferença e desigualdade articulam-se no processo de apropriação espacial, definindo uma acessibilidade que é, sobretudo, simbólica. Visto assim, acessibilidade e alteridade têm uma dimensão de classe evidente, que atua na territorialização (e, na maior parte dos casos, na privatização) dos espaços públicos urbanos. Mas, afinal, que qualidades norteiam a apropriação social do espaço público na cidade contemporânea? Como explicar a apropriação seletiva e diferenciada de espaços, que, em tese, seriam - ou deveriam ser - acessíveis a todos? O presente trabalho pretende discutir essas e outras questões, baseando-se em uma revisão bibliográfica comentada das contribuições filosóficas de Hannah Arendt, Jürgen Habermas, Walter Benjamin e Henri Lefebvre. Em seguida, a partir da análise de exemplos concretos de espaços públicos, em cidades como Salvador, São Paulo e Paris, objetiva-se uma aplicação empírica dos conceitos discutidos, buscando-se elucidar as dimensões socioculturais e políticas da apropriação social destes espaços urbanos


Author(s):  
Marcella Coelho Andrade

O presente artigo, através de uma metodologia teórica e comparativa, analisa o tema da legitimidade do direito, com foco nos processos de validação discursiva e nos espaços de formação do discurso diante do princípio da Democracia. Para abordagem da legitimidade do ordenamento jurídico são utilizados os pontos de vista de Max Weber e Jürgen Habermas, em razão das nuances trazidas pelos referidos autores a respeito do tema. A respeito da ação comunicativa também é feita uma breve abordagem da influência do conceito de poder comunicativo, de Hannah Arendt, no pensamento Habermasiano. Delineiam-se, ainda, os alicerces da Teoria Discursiva do Direito e seus critérios de legitimação, bem como o alcance da razão comunicativa diante do discurso jurídico, paralelamente ao tema da democracia. Conclui-se que os procedimentos dialógicos de elaboração da norma são essenciais para os sistemas democráticos atuais, sobretudo tendo em vista a configuração pluralista das sociedades modernas, mas é essencial a constante avaliação dos espaços de participação existentes, sob uma perspectiva de potencialidade de participação, para que o procedimento discursivo alcance seu intuito de promover normas racionalmente instituídas.


Symposium ◽  
2020 ◽  
Vol 24 (1) ◽  
pp. 92-117
Author(s):  
Michael Bennett ◽  

Bioethicists criticize Jürgen Habermas’s argument against “liberal eugenics” for many reasons. This essay examines one particular critique, according to which Habermas misunderstands the implications of human evolution. In adopting Hannah Arendt’s concept of “natality,” Habermas seems to fear that genetically modified children will lose the contingency of their births, which would impair their capacity for political action; but according to evolutionary theory, bioethicists argue, this fear is unfounded. I explore this objection by entertaining the hypothesis that Habermas’s argument assumes Arendt’s interpretation of Darwinian evolution in addition to her conception of natality, and then I answer it by contrasting the conceptions of evolution held by Habermas, by Arendt, and by Habermas’s critics. Les bioéthiciens critiquent l’argument de Jürgen Habermas contre « l’eugénisme libéral » pour de nombreuses raisons. Cet essai examine une critique en particulier, selon laquelle Habermas comprend mal les implications de l’évolution humaine : en adoptant le concept de la « natalité » de Hannah Arendt, Habermas semble craindre que les enfants soumis à une modification génétique ne perdent la contingence propre à leur naissance, une perte qui diminuerait leur capacité pour l’action politique, mais selon la théorie de l’évolution, les bioéthiciens soutiennent que cette peur est sans fondement. J’explore cette objection à Habermas en considérant l’hypothèse que, en plus du concept de la natalité, Habermas suppose aussi l’interprétation arendtienne de l’évolution biologique de Darwin, et j’y répond en confrontant cette conception de l’évolution avec la conception propre à Habermas et avec celle des bioéthiciens qui lui ont répondu.


2008 ◽  
Vol 43 (2) ◽  
pp. 173-186
Author(s):  
Johanne Provençal

Abstract The author brings together Paulo Freire and Jürgen Habermas to ask whether dialogue is possible in the classroom or whether, in a culture of rational debate, the classroom becomes more oppressive than democratic? In a voice and style that attempts to invite the skeletons out of the classroom closet, the author asks scholarly readers to lend an ear, to give audience to the tensions in the classroom and the academy. She argues that the classroom and academy are at risk of being more oppressive than democratic, and calls for what Freire describes as “witness” and trust in academic conferences, policy boardrooms, school staff rooms, and classrooms. Finally, the author extends the metaphor to scholarly publishing, and asks also about the skeletons in the closets of many scholarly journals.


2019 ◽  
Vol 14 (1) ◽  
pp. 377-393
Author(s):  
Renata Maria Guerreiro Fontoura Costa Vaz ◽  
Marcel Brito ◽  
José Victor da Silva ◽  
Amadeu José Montagnini Logarezzi ◽  
Rodolfo Antônio de Figueiredo

a fim de promover processos de ensino-aprendizagem entre educadoras/es de uma universidade, moradoras/es de um bairro e comunidade de uma escola municipal, foram desenvolvidas interações educativas de cunho socioambiental durante o segundo semestre de 2017 entre os referidos grupos. Estas foram feitas com base, principalmente, no referencial teórico da aprendizagem dialógica, alicerçado nas obras de Paulo Freire e de Jürgen Habermas. Foi realizada uma roda de conversa com as/os moradores locais, planejamento participativo das atividades junto à direção escolar, atividades na horta escolar e uma roda de conversa entre estudantes indígenas da universidade e professoras/es da unidade de ensino. O exercício do diálogo igualitário foi um dos aprendizados nesse processo, o qual possibilitou a construção de novos conhecimentos com a participação de todas as pessoas envolvidas.


2020 ◽  
Vol 16 (39) ◽  
pp. 473
Author(s):  
MARIA MARGARITA VILLEGAS ◽  
Fredy Enrique GONZÁLEZ

En este trabajo se pretende caracterizar la mediación para los procesos del desarrollo del pensamiento matemático de niños de un preescolar público venezolano. La metodología de investigación fue de campo-descriptiva, en la cual se utilizó la observación participante y el diálogo registrado mediante video-grabaciones y diarios docentes. La data recolectada pertenece a 5 niños de 5 y 6 años de edad con sus 2 docentes, la cual fue analizada con referencia a postulados de Jean Piaget, Lev Vigotsky, Paulo Freire, Jürgen Habermas y profesionales de la educación matemática infantil. Se revela que la mediación permitió apreciar el pensamiento matemático suscrito por los niños asociados a estadios de clasificación y seriación; observándose necesario realizar investigaciones de mayor duración a fin de favorecer el conocimiento del pensamiento infantil.


Author(s):  
Irene Muñoz Espinosa

Este ensayo presenta un análisis acerca de la formación de terapeutas ocupacionales, fundamentada en el interés crítico y emancipador, que nos describe el filósofo alemán Jürgen Habermas, y el planteamiento del educador Paulo Freire. Formación que favorece aquellos contenidos y objetivos que desarrollan la autonomía, libertad y reflexividad de los estudiantes. El propósito es facilitar el conocimiento de la realidad y la experiencia diaria, tanto personal como profesional, de modo de aportar desde la Terapia Ocupacional, a la tarea de la construcción de una sociedad más democrática, solidaria, justa, libre e igualitaria.


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