scholarly journals Muita guerra e alguma paz: análise de um episódio de Cidade dos homens

Author(s):  
Angela Taddei

Este artigo analisa as imagens e representações da cidade do Rio de Janeiro, tendo como ponto de partida A coroa do imperador, primeiro episódio da série televisiva Cidade dos homens, produzida pela Rede Globo e pela 02 Filmes e veiculada em rede nacional de 2002 a 2005. Contrariamente à tradicional representação do Rio de Janeiro geralmente mostrada como Cidade Maravilhosa, neste episódio o leitmotiv é a guerra – seja a aprendida na aula de História, seja a vivenciada pelos personagens na favela onde habitam. Acerola e Laranjinha, dois adolescentes negros, são os protagonistas da narrativa que focaliza o cotidiano dos dois amigos, seus conflitos e suas estratégias para superar a pobreza e a violência. Nosso percurso analítico recorre a conceitos de Ítalo Calvino, Roland Barthes e Mikhail Bakhtin que funcionam como referências para a cidade-discurso, suas vozes, acentos e interpretações. .

Author(s):  
Cimara Valim De Melo

O presente ensaio busca analisar o romance O fotógrafo, de Cristóvão Tezza, para dele extrair elementos comuns à romanesca contemporânea quanto ao modo como esta realiza a projeção imagética e plástica das relações eu/outro nos limites espaciais da criação literária. Para isso, a pesquisa tem como base os estudos de Mikhail Bakhtin sobre as relações entre atividade estética, imagem, espaço e personagem, além dos de Roland Barthes e Susan Sontag sobre o fotográfico e de Erving Goffmann sobre representação.


Author(s):  
Luis Gustavo Dos Santos ◽  
Tatiana Galieta

O artigo apresenta resultados de uma pesquisa empírica cujo objetivo principal consistiu em analisar as imagens que alunos constroem de si próprios e de seus professores de Ciências e Biologia a partir dos processos de interação verbal-social que acontecem no contexto escolar. O estudo tem seu referencial teórico sustentado nos conceitos de dialogismo e dialogicidade propostos por Mikhail Bakhtin e Paulo Freire, respectivamente. Os dados foram coletados por meio de entrevistas com alunos do terceiro ano (ensino médio) de três escolas públicas do estado do Rio de Janeiro. A análise qualitativa aponta que os alunos consideram que a boa relação com os professores está relacionada à presença do diálogo, propiciando melhor convívio entre eles e diminuindo as possibilidades de conflitos.


2021 ◽  
Vol 5 (S1) ◽  
pp. 70-82
Author(s):  
D. Pandeeswari ◽  
A. Hariharasudan ◽  
Nishad Nawaz

Postmodern intertextuality abbreviates the relation between the texts that has related to incidents, quotes, allusions, translation and so on. The aim of the study accolades on the postmodern tendency of intertextuality in Preeti Shenoy’s selected texts, Life is What You Make It, It Happens for a Reason and A Hundred Little Flames. Preeti Shenoy is a multifarious postmodern writer. The term intertextuality has linked with other texts. The features of intertextuality are quotation, scenes, characters, narration, allusion etc. The notable theorists of intertextuality are Julia Kristeva, Roland Barthes and Mikhail Bakhtin, and the present study has adopted the intertextual concepts from the considered theorists. The methodology of the study splits into four intertextual concepts -- description of a word, different circumstances link, language and dialogue. The first two concepts, proposed by Julia Kristeva, are description of a word and different circumstances link. Roland Barthes has proposed the intertextual concepts of language and dialogue. Mikhail Bakhtin also has proposed the intertextual concept of language. These intertextual concepts are adopted in the present study, and the authors have investigated the intertextual elements in the select texts of Shenoy. 


Dialogia ◽  
2009 ◽  
Vol 8 (1) ◽  
pp. 109-122
Author(s):  
Wiiliam Soares dos Santos

Esta pesquisa tem como objetivos discutir 1) a problemática do ensino religioso em escolas públicas através de uma pesquisa realizada em um ambiente real de sala de aula de ensino religioso e, 2) de que forma a identidade religiosa dos alunos é trabalhada pelo professor no ambiente pesquisado (uma classe de ensino religioso de uma escola pública no Rio de Janeiro). O paradigma de pesquisa que conduz esta investigação é o de cunho interpretativista de caráter etnográfico e busca construir o significado através de investigação na sala de aula. A aula analisada neste trabalho foi registrada em áudio e transcrita horas depois. Esta pesquisa é, também, orientada pela Análise Crítica do Discurso (Fairclough, 1989, 1992) e pelas reflexões acerca do discurso e da linguagem como prática social, propostas por lingüistas e outros estudiosos da linguagem, tais como Mikhail Bakhtin ([1929] 1997), Sara Mills (1997). Os resultados indicam, entre outros aspectos, que, no modelo de aula pesquisado, não se contempla a multiplicidade de manifestações religiosas presentes na sociedade e, assim, os alunos têm acesso apenas a uma visão parcial do que seja religião, que pode entrar em choque com outras realidades religiosas que encontram fora da sala de aula.


1999 ◽  
Vol 51 ◽  
Author(s):  
Santiago Juan-Navarro

Em sua obra mais conhecida (Ultime lettere di Jacopo Ortis), o autor italiano do século XVIII, Ugo Foscolo, reúne e explora os motivos e técnicas tradicionalmente associados ao gênero epistolar. Esta reflexão se materializa em três níveis discursivos: amoroso (busca da plenitude pessoal através de um objeto de desejo), político (luta pela unidade e identidade nacionais) e literário (criação de uma nova forma de expressão e de uma nova audiência). Em cada um desses três níveis as contradições do protagonista, Jacopo Ortis, o situam em um beco sem saída de que só pode escapar mediante sua autodestruição. A intenção do presente ensaio é estudar cada um desses três níveis em relação à estrutura epistolar do romance de Foscolo. Ainda que tais níveis discursivos (amoroso, político e literário) tendam a ser considerados em separado, em meu ensaio estabeleço uma correlação íntima dos três à luz das teorias de Roland Barthes (Fragmentos de umdiscurso amoroso), Mikhail Bakhtin (Problemas da poética de Dostoiévski) e Jacques Derrida (Gramatologia e A escritura e a diferença).Minha análise contempla a fragmentação do material narrativo e a dispersão de suas vozes e destinatários como reflexo da cisão espiritual do homem romântico e da desintegração política da Itália nos primordios do século XIX. Por outro lado, considero que a tensão resultante do enfrentamento entre postulados estéticos (neo-classicismo e romantismo) e conceitos excludentes (artificiosidade e espontaneidade, escrita e oralidade) tende, em última instância, a problematizar o ato de escrever e, portanto, a base do gênero epistolar.


Ícone ◽  
2009 ◽  
Vol 11 (2) ◽  
Author(s):  
Roberto Ramos

A queda do Airbus A330, da Air France, voo 447, Rio de Janeiro-Paris, com 228 passageiros, foi impactante. Reavivou o sentido de Tragédia no cotidiano. A Revista Época fez uma ampla cobertura sobre o fato. A sua representação, através dos discursos verbal e não-verbal, será o objeto de estudo do presente ensaio. Disponibilizaremos a Semiologia, de Roland Barthes, para interpretá-la, como informação midiática.


2015 ◽  
Vol 14 (2) ◽  
Author(s):  
Diana Luz Pessoa de BARROS

Neste estudo a intenção é mostrar as várias facetas daquilo que em geral é chamado de dominação pela linguagem ou de poder da linguagem, e qual o papel dos estudiosos da linguagem, e do discurso em especial, no tratamento da questão. Essa questão será examinada na perspectiva dos estudos do discurso em geral e da semiótica discursiva de linha francesa em particular (Greimas, 2014, Greimas e Courtés, 2008), pois é na língua em uso, no campo dos discursos que a dominação ocorre, que o poder se manifesta, e é lá também que ele pode ser contestado ou aligeirado. Nosso ponto de partida nessas reflexões são três autores que, em seus escritos, por caminhos diferentes, mas que muitas vezes se cruzam, tratam do poder da linguagem: Roland Barthes, Mikhail Bakhtin e Mia Couto. 


Author(s):  
Ricardo Emanoel Lago Silva

Neste trabalho, estudam-se os aspectos de imagens da loucura na poesia do poeta baiano Carlos Anísio Melhor Filho, (1935-1991). Procede-se preliminarmente a uma contextualização do autor, situando o ambiente cultural em vários livros do autor, destacando-se, entre outros, Canto agônico, 1982 e O espelho das horas, publicado postumamente em 1998, considerando os temas do fazer poético propriamente dito, e também diálogos intertextuais. Para tanto, recorre-se a um instrumental teórico constituído por Roland Barthes (1974), além de Octavio Paz (1982). Em seguida, trabalha-se a questão na literatura de Mikhail Bakhtin (1997) e as teses da carnavalização. Postula-se que a poesia de Carlos Anísio Melhor Filho, apresenta sintonia com a produção contemporânea em alguns dos seus aspectos mais representativos. Poeta das horas nostálgicas, Carlos Anísio, delira entre as paredes dos manicômios onde esteve internado na capital baiana. Destilando lirismo por todos os poros, o poeta, filho do educador baiano Carlos Anísio Melhor, natural de Nazaré das Farinhas, recôncavo baiano, trilha a trajetória dos eleitos pela poesia a conduzir a tocha onírica da simplicidade. Na juventude fez parte da Geração Mapa, sob a liderança de Glauber Rocha responsável pela publicação da revista de mesmo nome e inspirada num poema de Muríllo Mendes da época. É com satisfação que apresentamos Carlos Anísio Melhor.


2019 ◽  
Vol 1 (11) ◽  
pp. 284-302
Author(s):  
Leandro Teofilo de Brito ◽  
Dilton Ribeiro Couto Junior

Este trabalho se propôs a problematizar sentidos das masculinidades dissidentes às normas regulatórias de gênero na escola. Para isso, analisamos trechos de duas entrevistas estabelecidas com jovens adolescentes autoproclamados gays, estudantes do ensino médio de instituições públicas do Rio de Janeiro. A pesquisa foi fundamentada teoricamente pelas contribuições da filósofa feminista Judith Butler, através das noções de performatividade e precariedade, além dos estudos de gênero em articulação com o campo da Educação. Nos apropriamos da noção de entrevista narrativa de Leonor Arfuch, do conceito de experiência de Joan Scott e das teorizações de Mikhail Bakhtin sobre dialogismo e alteridade para pensar, teórico e metodologicamente, a produção de conhecimento realizada em parceria com os entrevistados. Ao analisar performatizações dissidentes, concluímos para a urgente necessidade de (re)construirmos novos modos de (re-)existência que contribuam com o enfrentamento dos diversos tipos de violência no espaço escolar, objetivando transformar as experiências dissidentes em aprendizados coletivos que nos afetem e que possam afetar os/as outros/as.


Author(s):  
Adriana M. Assumpção ◽  
Guaracira Gouvêa

Na perspectiva dos estudos de linguagem, analisamos enuncia ções produzidas em um evento temático de divulgação científica, intitula do "Contadores de Histórias do Museu da Vida". Este evento se insere em meio às ações desenvolvidas pelo Programa Leitura e Ciência, organiza do mensalmente na Fundação Oswaldo Cruz, no espaço em questão. Inclui a apresentação de um grupo de contadores de histórias que utilizam textos de literatura, cenários criados com associações ao tema abordado e um convidado - pesquisador ou profissional da divulgação científica - que apresenta o tema durante quinze ou vinte minutos, ao que se segue o debate com o público. Registros videográficos do evento constituem o material empírico analisado. Tendo como enfoque de pesquisa o cunho qualitativo e interpretativo, apoiamo-nos em estudos de Mikhail Bakhtin, considerando o caráter dialógico da linguagem e enfatizando aspectos como a esfera de comunicação humana, a presença dos "já-ditos", e os sentidos estabelecidos pelos enunciadores na elaboração dos enunciados. Concluímos que, nesta esfera de comunicação, a constituição da enuncia ção é predominantemente do gênero cotidiano, estruturada por meio da linguagem coloquial, com momentos marcados pelo léxico da linguagem científica.


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