scholarly journals Múltiplas construções da identidade lésbica: uma análise das narrativas teóricas de formação da subjetividade lésbica

2020 ◽  
Vol 30 (1) ◽  
pp. 422-437
Author(s):  
Camila P. Barbosa ◽  
Laura D. Guerim

Este artigo tem como objetivo analisar diferentes discursos teóricos que se propõe a identificar e descrever a formação da identidade lésbica. Para tanto, propomos uma retomada das principais narrativas da experiência subjetiva do lesbianismo, a saber, do lesbianismo político ou lesbianismo radical, com as contribuições de Sheila Jeffreys e Jill Johnston, por exemplo; do pós-modernismo, a partir da leitura de Judith Butler e Paul B. Preciado; e do lesbianismo materialista, sob o prisma de Monique Wittig, Linda Alcoff e Teresa de Lauretis. Além disso, demonstraremos como o aporte teórico do lesbianismo traz uma perspectiva e contribuição importantes para os temas do feminismo, de gênero, sexualidade, performatividade e de políticas identitárias. 

2020 ◽  
Vol 25 (1) ◽  
pp. 67-76
Author(s):  
Vanessa Ferreira Vieira ◽  
Eurídice Figueiredo

Este artigo tem a proposta de refletir de que maneira a representação de casais lésbicos na literatura contemporânea pode contribuir para desestabilizar o pensamento heterossexual que se sobressai em nossa sociedade. Serão analisados os contos Vó, a senhora é lésbica, Marília acorda e As tias, da obra Amora, de Natalia Polesso (2015). As três narrativas têm como personagens principais casais formados por duas mulheres, as quais vivem juntas há muitos anos e, por isso, podem ser analisadas como exemplo de relacionamento fora do padrão heteronormativo. Servirão de embasamento teórico ao estudo os textos de Monique Wittig (2017), sobre o pensamento straight, de Adrienne Rich (2010), a respeito da existência lésbica, e de Judith Butler (2016), no que tange à questão do feminismo na contemporaneidade. Embora as autoras não concordem em alguns aspectos dessa temática, todas apontam a necessidade de se discutir e se destacar o papel das mulheres lésbicas não apenas no campo literário, mas no mundo acadêmico e social.


polemica ◽  
2019 ◽  
Vol 19 (1) ◽  
pp. 111-130
Author(s):  
Diego Silva Santos ◽  
Sara Wagner Pimenta Gonçalves Jr ◽  
Sergio Baptista Silva ◽  
Anna Marina Pinheiro

Resumo: O presente artigo tem o objetivo de analisar o conceito de Abjeção, à luz de Julia Kristeva e a partir da discussão de Berenice Bento, para compreender de que forma a figura de travestis e transexuais é representada no imaginário da sociedade. Os crimes de ódio, a repulsa social e o nojo são tomados como ponto de partida para discutir abjeção social e seus sentidos. Convergindo com os pontos de reflexão de Judith Butler, Monique Wittig e Gayle Rubin, é trazida a visão da psicanálise via Lacan das fórmulas de sexuação. Conclui-se que a violência contra a população trans e travesti emerge de uma angústia pré-simbólica frente a fissura na certeza do sexo/gênero que as figuras tidas como abjetas estampam. Contudo, é importante ressaltar o apagamento dos corpos travestis e transexuais, que mesmo quando evidenciados na emergência de discursos na atualidade, são apagados na representação pela cisgeneridade.Palavras-chave: (Trans)Feminismos. Travesti. Transgeneridades. Diferença e Abjeção.Abstract: This article analyzes the concept of abjection, in the vision of Julia Kristeva and from the discussion of Berenice Bento, to understand how the figure of transvestites and transsexuals is represented in the imaginary of society. The crimes of hatred, social repulsion and disgust are taken as a starting point to discuss social abjection and its senses. Converging with the points of reflection of Judith Butler, Monique Wittig and Gayle Rubin, the vision of the psychoanalysis by Lacan and the graphs of sexuation has been brought to. It is concluded that the violence against the trans and transvestite population has born of pre-symbolic anguish against the fissure in the certainty of the sex/gender that the figures considered as abject stammer. However, it is important to highlight the erasure of transvestite and transsexual bodies, which even when evidenced in the emergence of discourses today are erased in the representation by cisgenerity.Keywords: (Trans)Feminism. Travesti. Transgender. Diference e Abjection.


2014 ◽  
Vol 25 ◽  
pp. 80-94
Author(s):  
Raquel Tebaldi

Over the last few decades, educational reforms have been carried out in many different countries with the aim of expanding the concept of literacy in order to respond to challenges posed by the mass media and the new technologies of information and communication technologies and thus was born the concept of media literacy. Even though some activists consider this kind of education a human right, there is still no consensus over its meaning or even over what objectives such educational policy should seek. This paper aims, therefore, to clarify the most important current debates on the area, to emphasize media literacy’s role in improving the quality of people’s political participation in today’s democracies and to highlight important contributions from feminist theories and gender studies in the construction of this concept, such as the concepts of “positionality” (as developed by Linda Alcoff) and of “performativity” (as proposed by Judith Butler).


2019 ◽  
Vol 13 (24) ◽  
pp. 48-65
Author(s):  
Aléxia Bretas

As flores do mal (1857) correspondem ao monumento, por excelência, do ambivalente gênio baudelairiano. Escritos ao longo de vinte e sete anos, os 166 poemas reunidos nesta compilação antológica expressam, segundo Benjamin, o canto de cisne do último grande lírico no auge do capitalismo. Confirmando sua irredutível extemporaneidade, seis de suas “flores doentias” foram sumariamente censuradas pelo tribunal correcional de Paris, sob a alegação de atentar contra a moral e os bons costumes. A posteriori, foram incorporadas ao livro, sob a rubrica “Poemas condenados”, na seção “Marginália”, na qual “Lesbos” e “Mulheres Malditas” figuram em posição de destaque – de certo modo, justificando o outro título cogitado para As flores do mal: “As Lésbicas”. Em todo caso, postado na encruzilhada maldita entre o spleen e o Ideal, a natureza e a história, Baudelaire dá voz aos avatares apócrifos de uma modernidade decadente redimida pela sensibilidade de uma antiguidade heroica. Não por acaso, algumas de suas mais eloquentes invocações performativas encarnam-se em corpos femininos não-normativos, voluptuosamente animados pelo páthos da negatividade: os das lesbianas. Personagens como Safo, Delfina e Hipólita, por exemplo, vêm a protagonizar um enquadramento teórico essencialmente antiplatônico, no qual as múltiplas figuras do antinatural, do anormal e do abjeto são revistas e transvaloradas à luz de uma perspectiva que talvez pudéssemos chamar de “queer” avant la lettre. Trata-se, aqui, de submeter as sublimes composições baudelairianas ao crivo de uma certa genealogia do gênero informada por autoras contemporâneas como Monique Wittig, Judith Butler e Paul Beatriz Preciado.


2020 ◽  
Author(s):  
◽  
Luisina Bolla

Desde fines de la década de 1960, un grupo de teóricas francesas nucleadas en torno a la revista Questions Féministes desarrollan diversas investigaciones sobre la categoría de “sexo”. Los análisis de Nicole-Claude Mathieu, Christine Delphy, Colette Guillaumin y Paola Tabet cuestionan los subtextos naturalistas que subyacen al tratamiento del sexo en la teoría marxista y en el feminismo de la época, y proponen una articulación innovadora entre ambos campos, que denominan “feminismo materialista” y que identificamos con las siglas FMF (Feminismo materialista francés). Si bien las investigaciones del FMF constituyen un aporte pionero a la gran área de las teorías feministas y de género, sus análisis han quedado invisibilizados por los relatos hegemónicos del feminismo teórico, elaborados mayormente en los Estados Unidos. Por ello, el objetivo general de esta Tesis es contribuir al estudio de una corriente, que por su heterodoxia y difícil clasificación, no es recuperada en las narrativas canónicas del feminismo contemporáneo. Ello nos conduce a reflexionar sobre el establecimiento de hegemonías académicas en el campo de la teoría feminista y de los estudios de género. Colectivamente, Mathieu, Delphy, Guillaumin y Tabet elaboran una trama original que permite mostrar el carácter plenamente social del sexo, en sentido anti-biologicista. Mostramos que sus categorías centrales (sexo social, diferenciación socio-sexual del trabajo, trabajo doméstico, sexage) construyen una fecunda teoría que analiza las causas materiales y económicas de la opresión de las mujeres, en una perspectiva histórica y anti-naturalista. El recurso a la lectura sintomática posibilita un abordaje conjunto que, sin embargo, no homogeneiza las posiciones de las autoras y que no desestima las tensiones que atraviesan el propio discurso del FMF. Esta clave de interpretación recorre como un hilo subterráneo los diferentes capítulos y permite comprender las contradicciones (productivas) del marxismo clásico y de El segundo sexo de Beauvoir, antecedentes centrales del FMF que emerge desde los silencios de aquellas teorías. En la última parte de la Tesis, se analizan las derivas de la teoría feminista materialista en otras propuestas. En primer lugar, se aborda la propuesta materialista lésbica de Monique Wittig mostrando sus afinidades y deudas con el pensamiento colectivo de la corriente. Sostenemos que su teoría introduce subrepticia e indirectamente las tesis del FMF en el mundo anglosajón, con particular influencia sobre Judith Butler, y contrastamos el modelo del “sexo social” con el esquema anglosajón del “sistema de sexo/género”. Finalmente, analizamos otras derivas del FMF contemporáneas, que vinculan la corriente con otros horizontes de debate y con ciertas teorías latinoamericanas y caribeñas. Ello introduce nuevas preguntas y discusiones que desafían el marco original de análisis.


Author(s):  
Patricia Mateo Gallego

Resumen de Transdeseantes: de la heterosexualidad obligatoria al deseo lesbianoPatricia Mateo GallegoEn este artículo nos aproximamos a las teorías de cuatro autoras de referencia ineludible en el pensamiento feminista: Audre Lorde, Adrienne Rich, Monique Wittig y Judith Butler. Todas ellas, y en este trabajo por extensión, se ocuparon de desentrañar la lógica que hace que unos grupos opriman a otros. Más concretamente, la lógica por la que la opresión de los hombres se ejerce sobre las mujeres. Nos referimos a la heterosexualidad obligatoria entendida como una institución política al servicio de un sujeto hegemónico que no desea perder su lugar privilegiado. Especialmente nos aproximaremos a posturas vitales desde las que desestabilizar este modo perverso de mantener a las mujeres en una posición de otredad.This article approaches the theories of four main authors in feminist thought: Audre Lorde, Adrienne Rich, Monique Wittig and Judith Butler. All of them focused �as this article does� on the logic relations that makes some groups oppress others. Specifically, the logic that allows and perpetuates the tyranny exercised by men over women. We refer here to the compulsory heterosexuality that functions as a political institution by which an hegemonic subject preserves his privileged position. Moreover, we approach some personal positions from which it is possible to destabilize that established perverse way of keeping women in a position of otherness.


Hypatia ◽  
2007 ◽  
Vol 22 (1) ◽  
pp. 149-165 ◽  
Author(s):  
Bonnie Mann

For many of us, entry into motherhood involves an ambiguous visibility and intelligibility, where our acceptance into mainstream spaces as mothers entails a loss of lesbian difference. Mann explores this loss using the work of two philosophers of lesbian difference, Monique Wittig and Judith Butler. She argues that the figure of the lesbian mother is deployed on a broad cultural scale to reinvigorate and renaturaUze the myth of the happy, natural, heterosexual mother.


2011 ◽  
Vol 19 (1) ◽  
pp. 21-33
Author(s):  
Isabel Balza

La posición sexual analizada por Jacques Lacan en su Seminario XX (1973) muestra la estructura de la heterosexualidad normativa: un orden binario de los cuerpos sexuados que asumen dos modos excluyentes de la sexualidad. Esta economía sexual se cifra en la ecuación tener/ser el falo. Frente a esta ética corporal lacaniana, el pensamiento feminista ha planteado otras posiciones sexuales. Propongo analizar el feminismo radical de Monique Wittig, interpretando su El cuerpo lesbiano (1973) como un modo crítico de ser el falo lacaniano, y examinar la crítica de Judith Butler con su falo lesbiano (Cuerpos que importan, de 1993). Butler rompe la lógica binaria excluyente, abriendo la posibilidad a un cuerpo sexuado de ser y tener el falo al mismo tiempo. Por último, analizaré la propuesta de los dildos que Beatriz Preciado plantea en su Manifiesto contra-sexual (2002).


2017 ◽  
Vol 1 (7) ◽  
pp. 388 ◽  
Author(s):  
Mariana Ferreira Pombo
Keyword(s):  

<p>Este artigo pretende problematizar a noção de binarismo sexual na contemporaneidade, noção que parece insuficiente para o entendimento de novas subjetividades, sexualidades e arranjos familiares. Seguindo a premissa foucaultiana sobre a historicidade da subjetividade e dos discursos, será proposto um percurso com quatro autoras, feministas e <em>queer</em>, que desconstroem o sistema sexual binário e apresentam estratégias para subvertê-lo: Judith Butler, Monique Wittig, Gayle Rubin e Beatriz Preciado.</p>


Sign in / Sign up

Export Citation Format

Share Document