Entre a ciência e a cultura popular

2021 ◽  
Vol 2 (4) ◽  
pp. e599
Author(s):  
Maria Inês Batista Campos
Keyword(s):  

Este relato de pesquisa objetiva discutir o impacto argumentativo do discurso da produção da vacina CoronaVac pelo Instituto Butantan, em São Paulo, por meio do videoclipe de divulgação da vacina, durante o trágico cenário brasileiro da pandemia da Covid-19. Para tanto, foram considerados dois aspectos: o embate entre ciência e negacionismo científico e os argumentos verbo-visuais do gênero funk, permitindo analisar como o discurso da ciência, na voz popular, traz uma abordagem mais acessível ao grande público. Partindo do slogan “A vacina do Brasil” e da divulgação do videoclipe de MC Fioti, jovem da periferia urbana, este trabalho assume a perspectiva da Análise dialógica do discurso (Bakhtin e o Círculo), procurando, em primeiro lugar, identificar os discursos da ciência presentes na paródia funk “Vacina Butantan, remix Bum Bum Tam Tam” (01/2021), para, em seguida, analisar a argumentação presente no clipe, explorando diferentes formas da presença do discurso do outro.  Ademais, ressalta os seguintes resultados: o deslocamento de sentido em torno de quem faz ciência e a aproximação do funkeiro com o espaço do Instituto Butantan, as relações que se estabelecem entre a se aproximar do centro de pesquisa de modo, ao mesmo tempo, ético e  cultural e por fim discutir a posição científica da produção e uso da vacina contra o Coronavírus.

2018 ◽  
Vol 10 (2) ◽  
pp. 297
Author(s):  
Maurício Silva
Keyword(s):  

Resenha do livro: GANS, Herbert . Cultura popular e alta cultura. Uma análise e avaliação do gosto. São Paulo, Edições Sesc, 2014.


2021 ◽  
Vol 18 ◽  
pp. 1
Author(s):  
Paulo Arthur Silva Aleixo ◽  
Eline Maria Mora Pereira Caixeta

Durante os primeiros anos da década de 1960, no período que permeia o golpe militar no Brasil, houve um momento singular em que os profissionais das artes e da arquitetura estiveram interessados em sair de suas estritas esferas, posicionando-se politicamente ao repensar a produção cultural e visando estreitar a relação com as camadas populares e mudar a situação estabelecida. Nesse contexto, dentre diversos agentes, pode-se recortar os nomes da arquiteta ítalo-brasileira Lina Bo Bardi (Roma, 1914 – São Paulo, 1992) e do artista carioca Hélio Oiticica (Rio de Janeiro, 1937 – Rio de Janeiro, 1980) como protagonistas na construção de um pensamento que buscou, sobretudo, caminhos para questionar o status quo. Atuando em lugares distintos e pertencentes a diferentes gerações e campos de atuação, suas trajetórias em nenhuma ocasião se cruzaram, apesar de apresentarem uma forte afinidade de convicções. Sendo assim, este trabalho busca mobilizar uma reflexão acerca das interlocuções entre as produções de Bo Bardi e de Oiticica com a cultura popular, reconhecendo essa aproximação como uma forma de resistência à difícil realidade do Brasil durante a ditadura militar. Para tanto, determinadas atividades desenvolvidas são colocadas em uma mesma perspectiva e analisadas,objetivando contribuir para a imagem de um potente fenômeno cultural que lutou por um maiorengajamento social e político.


2019 ◽  
Vol 1 (26) ◽  
pp. 11-33
Author(s):  
Matheus Colli-Silva ◽  
Vagner Gonçalves Da Silva

O Santuário Nacional da Umbanda, localizado na Região Metropolitana de São Paulo, é um espaço de Mata Atlântica reivindicado e recuperado pelos seus frequentadores. É reservado às práticas rituais dos adeptos das religiões afro-brasileiras, sobretudo da umbanda, onde as entidades estão diretamente associadas aos elementos naturais. Com base em um trabalho etnográfico (observação de campo e entrevistas) realizado com frequentadores do Santuário, analisamos as características do conhecimento religioso associado aos significados das plantas cultuadas, bem como o acesso a esse material e a importância da existência do Santuário. Foram mencionados 64 tipos de plantas cultuadas, sendo grande parte delas componente da cultura popular brasileira, e que possuem um sistema de classificação baseado em pares de oposição que corresponde à lógica do pensamento umbandista. Os relatos mostram como as concepções de natureza, energia, entidades e conservação estão interligadas. Para os frequentadores, o Santuário também é visto como um lugar para o culto sagrado da umbanda, diante dos problemas contemporâneos como violência e intolerância religiosa. O processo de urbanização dificultou a relação dos umbandistas com a natureza e o acesso às ervas; daí o anseio da comunidade pela existência de um espaço natural íntegro, sagrado e acolhedor, ainda que uma natureza “construída” para o culto.


2016 ◽  
Vol 16 (1) ◽  
Author(s):  
Alexandre Leonarde ◽  
Ricardo Ricci Uvinha
Keyword(s):  

Este estudo é uma primeira exploração, ainda não profunda, sobre a natureza diversa das identidades da cidade de São Paulo, assumindo-as como dinâmicas e abertas, não fixas e não permanentes, caracterizadas pela multiplicidade, entendidas como obras em construção. Como cidade global, São Paulo possui múltiplas identidades; diante da ausência de referenciais estáveis, analisou-se sua narrativa identitária, que pode ser apreendida na história, na literatura, na música, nos meios de comunicação, na cultura popular, que assumem o papel de indícios, permitindo captar como a cidade é imaginada, descrita e apresentada. Na perspectiva histórica, a identidade da cidade foi vinculada à velocidade, ao trabalho e ao progresso, caracterizada como centro financeiro e industrial do País. Porém, em São Paulo o entretenimento vem ganhando relevância econômica, espaço nos meios de comunicação, tornando-se importante empreendimento econômico, meio de sua promoção turística, por fim, ao compor suas narrativas identitárias, podendo ser considerado no tempo presente como mais um elemento da identidade cultural da cidade de São Paulo.


2018 ◽  
Vol 7 ◽  
pp. 70-109
Author(s):  
Paula Caruso ◽  
Juliana Magalhães Machado Pedroso
Keyword(s):  

O artigo procura analisar as proposições do novo documento normativo para a educação nacional - a Base Nacional Comum Curricular quanto ao ensino da dança do Brasil no ensino fundamental, levantando hipóteses que indagam as escolhas do documento e quais as consequências para o trabalho a ser feito com o tema dentro do âmbito escolar. Busca-se levantar alguns conceitos sobre as características da cultura popular que afetam a qualidade da proposição a ser realizada na escola, apontando caminhos e opções percorridas pela autora em sua formação em dança e em sua docência na rede municipal de São Paulo. Por fim, conclui-se refletindo quais os aprendizados possíveis em um projeto aprofundado com a cultura popular e a dança do Brasil.


2017 ◽  
Vol 20 (0) ◽  
Author(s):  
Ricardo Costa Rodrigues de Camargo ◽  
Karen Linelle de Oliveira ◽  
Maria Isabel Berto

Resumo Os méis das abelhas sem ferrão são produtos únicos da biodiversidade brasileira, presentes e valorizados pela cultura popular desde os povos originais das Américas. Por ser mais ácido e apresentar maior teor de umidade, seu sabor é peculiar e sua viscosidade é menor quando comparada ao mel proveniente da espécie exótica Apis mellifera. Devido a essas diferenças, esse produto necessita do estabelecimento de parâmetros físico-químicos específicos que sejam referência tanto para controle de qualidade como para sua comercialização. Com base em pesquisas realizadas pela Embrapa, pelo Instituto de Tecnologia de Alimentos de Campinas e pelo levantamento bibliográfico de diversos estudos científicos realizados por outros institutos de ensino e pesquisa, esta comunicação tem como objetivo esclarecer as peculiaridades deste produto e apresentar uma proposta de Regulamento Técnico de Identidade e Padrão para o Mel das Abelhas Sem Ferrão, visando sua comercialização no Estado de São Paulo, contribuindo assim para a disponibilidade de um produto seguro e de qualidade para o consumidor final.


2017 ◽  
Vol 31 (90) ◽  
pp. 267-282
Author(s):  
IVAN VILELA
Keyword(s):  

RESUMO O presente artigo trata do surgimento da música caipira como uma expressão da cultura popular brasileira e como essa música, desde o momento em que foi gravada em disco e divulgada pelo rádio, ajudou no processo de reenraizamento dos migrantes caipiras na Grande São Paulo.


2020 ◽  
Vol 12 (1) ◽  
Author(s):  
Andre Rezende Benatti

Este artigo tem como objetivo uma apreciação de alguns aspectos que envolvem o realismo e a violência na Literatura, para tal tomamos como objetos de estudo que nos auxiliarão na compreensão dos conceitos contos da escritora hispano-paraguaia Josefina Plá, a saber “La pierna de Severina”, “La Vitrola”, “Sisé” e “Siesta”. Para tal, nos valeremos dos estudos sobre real e o realismo de Roman Jakobson, Roland Barthes e Tânia Pellegrini, entre outros, assim como dos estudos da violência de Hannah Arendt, Xavier Crittiez e Karl Erik Schollhammer. A RENDT, Hannah. Sobre a violência. Trad. André Duarte. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2011.ARISTÓTELES. Poética. Tradução de: SOUZA, Eudoro de. São Paulo: Nova Cultural, 1987. p. 209.BAKHTIN, Mikhail Mikhailovich. Cultura popular na idade média e no renascimento: o contexto de François Rabelais – 7ª edição. Trad. Yara Frateschi Vieira. São Paulo: Hucitec, 2010.BARTHES, Roland. O efeito de real. In: _______. O rumor da língua. Trad. Mário Laranjeira. São Paulo: Cultrix, 2004. CANDIDO, Antonio. Literatura e sociedade. Rio de Janeiro: Ouro sobre azul, 2014. CRITTIEZ, Xavier. As formas da violência. Tradução de Lara Christina de Malimpensa e Mariana Paolozzi Sérvulo da Cunha. São Paulo: Edições Loyola, 2011. GALEANO, Eduardo. Las venas abiertas de América Latina. Barcelona: Siglo Veintiuno Editores, 2011. GRAMUGLIO, Maria Teresa. El imperio realista. Tomo 6. Noé Jitrik (Dir.) Historia crítica de la literatura argentina. Buenos Aires: Emecé, 2002. GOMES, Renato Cordeiro.  Por um realismo brutal e cruel. In: MARGATO, Izabel; _______. (Org.). Novos Realismos. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2012. JAKOBSON, Roman. Do realismo na arte. In: TODOROV, Tzvetan. Teoria da literatura: textos dos formalistas russos. Trad. Roberto Leal Ferreira. São Paulo: Editora UNESP, 2013. LEENHARDT, Jacques. O que se pode dizer da violência? In.: LINS, Ronaldo Lima. Violência e literatura. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1990. LINS, Ronaldo Lima. Violência e literatura. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1990. PELLEGRINI, Tânia. Realismo: modos de usar. In: Estudos de Literatura Brasileira Contemporânea, n.39, p. 11-17, 5 jun. 2012. PLÁ, Josefina. Cuentos completos. Miguel Ángel Fernández. Asunción (org.), Asunción: El Lector, 1996. SCHOLLHAMMER, Karl Erik. A cena do crime: violência e realismo no Brasil contemporâneo. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2013. WELLEK, René; WARREN, Austin. Teoria da literatura. 4. ed. Lisboa: Europa-América, s.d.


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