scholarly journals Nova Configuração do Estado Contemporâneo Pós Crise 2008 e a Perda da Substância Democrática No Contexto das Relações Internacionais

Author(s):  
Mariana Gasbarra Daniel

O tema está delimitado em torno da nova configuração do Estado contemporâneo como produto  da  crise  de  2008  que  gerou  perda  da  substância  democrática  nas  relações internacionais  e  consequêntes  reflexos  no  panorama  interno,  como  a  incapacidade  de financiar direitos, políticas públicas, impossibilidade de garantir novas demandas, déficit de legitimidade democrática (ex. submissão do Estado às regras do mercado e a escassez de programas políticos). A problemática fundamental consiste na possibilidade de aplicação de regramentos  mais  rígidos  dos  mercados  no  segmento  internacional  e  suas  principais implicações no âmbito do direito e da democracia. Quais seriam as novas configurações do Estado como produto da globalização e da crise? Quais os fatores que acarretaram a perda da substância democrática que levaram à crise do Estado-Nação e quais os novos fins do Estado? Hipótese norteadora da pesquisa pende para a procura da retomada da figuração de organismos supranacionais que venham a regrar e controlar o mercado de forma de legítima. Nesse contexto, o propósito da investigação advém da importância de se delimitar parâmetros medianos  de  comportamento  e  procedimento  para  a  intervenção  estatal  no  domínio econômico a partir da leitura do real Estado contemporâneo, do novo direito e até mesmo de novas concepções de democracia. A fundamentação teórica se divide em três momentos, a saber: primeiramente é proposto um estudo histórico dos Estados nacionais a partir da década de 70 e, de forma paralela, a evolução e transformações da democracia. Segundo, trata de identificar as características no novo Estado contemporâneo após a crise de 2008 e os principais fatores que levara a perda da substância democrática. Por fim, realizando um estudo  comparado,  merece  especial  atenção  os  apontamentos  e  a  contribuição  de doutrinadores como Jürgen Habermas, Eduardo Appio e Floriano P. A. Marques Neto. A pesquisa será implementada a partir de operações dedutivas, chegando-se às conclusões mediante apreciação de premissas gerais concernentes à temática proposta, podendo ser utilizada, eventual e complementarmente as operações dialéticas e comparativas, a forma como operacionalizada a pesquisa espera-se atingir seus objetivos de maneira eficiente e satisfatória.

2015 ◽  
Vol 70 (04) ◽  
pp. 931-955 ◽  
Author(s):  
Simona Cerutti

RésuméL’history from belowa marqué plusieurs générations d’historiens, en suscitant des débats sur la recherche des sources ainsi que sur l’élaboration des méthodes nécessaires pour mettre en oeuvre cette formule de recherche historique. La publication en français de l’ouvrage d’E. P.Thompson,Customs in Common (Les usages de la coutume. Traditions et résistances populaires en Angleterre, XVIIe-XIXesiècle), est l’occasion de revenir sur cette approche. Il s’agit moins de se demandercommentréaliser une histoire d’en bas que de s’interroger surquiest ce « bas » dont on voudrait restituer l’histoire. L’article commence par passer en revue les traductions dont les textes d’E. P. Thompson ont fait l’objet en différentes langues, en montrant à quel point celles-ci ont contribué à produire une identification entre lebelowet les classes populaires que l’historien britannique avait lui-même tenté d’éviter. Ensuite sont analysées les réponses formulées par différents courants historiographiques récents –microstoria,spatial turn, études inspirées par Jürgen Habermas. Enfin, l’article propose une interprétation originale de ce programme de recherche, qui en fait moins l’histoire d’une couche sociale qu’un travail de sauvetage(rescue)de « ce qui aurait pu se passer ».


2021 ◽  
Vol 3 (11) ◽  
pp. 260
Author(s):  
Leonardo Tajes Tajes Ferreira

Tendo como base a Teoria Crítica de Jürgen Habermas e a visão de Michel Foucault sobre a dominação de caráter microssocial, este trabalho visa debater o papel do Direito na democracia brasileira e seu impacto como garantidor do respeito à pluralidade de vivências, uma vez que a moral ética pautada no  diálogo não vem se mostrando um modo efetivo de se garantir a harmonia na convivência social. 


2016 ◽  
pp. 88
Author(s):  
Anderson De Alencar Menezes

O presente texto procura discutir as relações entre os discursos produzidos pelas religiões no Espaço Público. A perspectiva é de perceber a pluralidade e a heterogeneidade do Espaço Público e a possibilidade de se pensar as religiões como caminhos de diálogo, tolerância, reciprocidade e alteridade. O intuito é de pensar a partir do quadro teórico postulado por Jurgen Habermas. Neste sentido, busca-se compreender o verdadeiro significado do Espaço Público enquanto possibilidade de pensar a relação entre o secular e o pós-secular.


2020 ◽  
Vol 2 (1) ◽  
pp. 114-128
Author(s):  
Juliano Cordeiro Da Costa Oliveira

O presente artigo objetiva debater o conceito de poder em Hannah Arendt e Jürgen Habermas. Em ambos, o conceito de poder relaciona-se com o princípio da comunicação. Em Arendt, o poder resulta da capacidade humana de se unir a outros. O poder nunca é propriedade de um indivíduo. Em Arendt, o poder resulta, portanto, da capacidade para agir com os outros. Para Habermas, assim como Arendt, o poder relaciona-se com a capacidade de agir com os outros. Porém, ao contrário de Arendt, Habermas articula o poder comunicativo, de herança republicana, com o poder administrativo, de herança liberal, a partir de seu conceito de democracia deliberativa. Se para Arendt a administração moderna é um obstáculo que impede necessariamente a formação de um espaço público e uma democracia radical, Habermas realiza uma síntese entre o republicanismo e o liberalismo, tentando pensar o poder comunicativo com a dimensão institucional. Enquanto Arendt está inserida na tradição republicana de poder, Habermas realiza uma síntese entre o republicanismo e o liberalismo, pensando o poder no âmbito do conceito de democracia deliberativa.


2017 ◽  
Vol 1 (1) ◽  
pp. 149-201
Author(s):  
Leno Francisco Danner ◽  
Fernando Danner ◽  
Agemir Bavaresco

a partir da crítica à cegueira histórico-sociológica das teorias da modernidade euronorcêntricas – utilizaremos a teoria da modernidade de Jürgen Habermas como caso exemplar –, defenderemos que o colonialismo se constitui em uma frutífera e consistente teoria da modernidade que permite a desconstrução dessa cegueira histórico-sociológica, caracterizada (a) pela formulação de um discurso filosófico-sociológico da modernidade sobre si mesma que, se por um lado é autorreferencial, auto-subsistente e endógeno, por outro, ao fim e ao cabo, descobre o gênero humano, imbricando diretamente modernização, racionalização, universalismo e gênero humano, modernização como gênero humano; (b) pela separação entre modernidade cultural e modernização econômico-social, a primeira enquanto esfera puramente normativa, a segunda como esfera basicamente lógico-técnica, instrumental, de modo que, por essa separação, a modernidade cultural aparece pura e santa, autêntico universalismo sob a forma de racionalização cultural-comunicativa e procedimentalismo imparcial, neutro, formal e impessoal, ao passo que a modernização econômico-social passa a ser a única causa das patologias psicossociais modernas – por isso, a modernidade cultural pode ser defendida em sua universalidade, contra qualquer crítica dirigida à modernização; (c) pelo apagamento e pelo silenciamento do colonialismo como parte constitutiva fundamental da teoria da modernidade, uma vez que, se ele fosse colocado como conseqüência da própria modernização, haveria a necessidade de se correlacionar modernidade cultural e modernização econômico-social, o que implodiria a pretensão de a modernidade servir como universalismo epistemológico-político, como guarda-chuva normativo de todas as diferenças, como condição da crítica, da reflexividade e da emancipação; e (d) a separação, como ponto de partida e pré-conceito político-normativo das teorias da modernidade, entre modernidade europeia como racionalização e universalismo versus todo o resto como tradicionalismo em geral, dogmático e preso ao contexto de emergência. Com isso, defenderemos que o colonialismo como teoria da modernidade permite trazer-se para dentro desta a própria voz-práxis das vítimas, dos sujeitos epistemológico-políticos e dos contextos socioculturais periferizados, colonizados, o que possibilitaria a reconstrução e a correção-complementação dessa mesma teoria da modernidade. 


2004 ◽  
Vol 3 (2) ◽  
Author(s):  
José Rodrigues Filho

Tem havido recentemente um grande interesse em estudos críticos em administração, pelo menos na literatura de língua inglesa, dando origem a uma nova disciplina denominada de Estudos Críticos em Administração (ECA). Já que uma forma de se conhecer uma disciplina ou campo de estudo é analisar o conteúdo dos escritos ou literatura considerados mais influentes, no presente estudo tentou-se identificar os trabalhos mais citados em administração estratégica, oriundos da produção acadêmica no Brasil. Um levantamento de mais de 100 artigos da especialidade de administração estratégica foi efetuado, formando-se um banco de dados de todas as referências utilizadas nestes artigos. Algumas destas referências são básicas ou centrais para esta especialidade e, como textos dominantes, tendem a ser invocadas para apoiar a construção de conhecimento. Em seguida, uma tentativa foi feita para classificar os textos mais referenciados, utilizando a taxonomia do filósofo e sociólogo alemão, Jürgen Habermas, que faz uma distinção entre três formas de interesses que constituem o conhecimento: interesse técnico, prático e emancipatório. O propósito foi o de verificar até que ponto os estudos críticos permeiam esta especialidade. Os resultados mostraram que a corrente de pensamento dominante no Brasil parece não permitir a crítica, sendo a área carente ainda de um interesse de conhecimento hermenêutico ou interpretativo.


Author(s):  
Émilien Vilas Boas Reis ◽  
Bruno Torquato de Oliveira

A nova técnica de engenharia genética CRISPR-Cas9 projeta benefícios e riscos de se manipular e alterar geneticamente organismos vivos, de forma a trazer características favoráveis a eles mesmos e aos seres humanos. Com abordagem interdisciplinar, envolvendo a Filosofia, o Direito, a Biossegurança e a Bioética, o artigo objetiva verificar quais as consequências que o uso da referida técnica pode trazer à natureza genética dos organismos, sobretudo dos pontos de vista ético e jurídico. Como referência jurídica e de Biossegurança, optou-se pela Lei brasileira n. 11.105/2005 e, como referência filosófica e bioética, abordou-se a controvérsia entre os pensadores alemães Jürgen Habermas e Peter Sloterdijk, que analisaram o tema da engenharia genética e do risco da eugenia. Trata-se de pesquisa teórico-bibliográfica, que emprega o raciocínio dedutivo sobre os impactos jurídicos-filosóficos do uso da técnica do CRISPR-Cas9. A prática da engenharia genética, apesar dos riscos, pode ser um procedimento inevitável diante do atual estágio de desenvolvimento humano e enfrentá-la com a compreensão das responsabilidades jurídica e bioética torna-se essencial.


2013 ◽  
Vol 1 (1) ◽  
pp. 58-86
Author(s):  
Jorge Adriano Lubenow

O objetivo do artigo é elucidar os argumentos centrais da teoria da modernidade de Habermas. Em vez de abandoná-lo, Habermas procura reconstruir o projeto de emancipação moderno através da reconstrução dos fundamentos da racionalidade da ação e da racionalização social moderna a partir: da reconstrução da explicação e superação crítica das interpretações unilaterais e funcionalistas de Max Weber e Talcott Parsons, e da fundamentação de uma teoria da racionalidade comunicativa capaz de se desvencilhar dos pressupostos subjetivistas e individualistas teoria social moderna.


Sapere Aude ◽  
2019 ◽  
Vol 10 (19) ◽  
pp. 145-156
Author(s):  
Bruno Luciano De Paiva Silva

Uma subjetividade tecida pela intersubjetividade elucida o tema proposto pelo presente artigo, a saber, de se pensar uma concepção comunicativa de educação a partir de Habermas. A nossa hipótese é de que a dimensão intersubjetiva, desenvolvida pelo filósofo alemão, renova o conceito de experiência formativa, ao recuperar seu caráter crítico e emancipatório e por propor uma práxis dialógica para a ação pedagógica. Assim, o escopo principal será analisar a configuração da concepção comunicativa da educação na perspectiva habermasiana. Desse modo, o artigo está dividido em duas partes: (a) na primeira, apontaremos o contexto (guinada linguístico-pragmática; razão comunicativa; mundo da vida) em que a educação se insere; (b) para analisar, no segundo momento, de que forma se edifica o conceito comunicativo da educação, oferecendo uma alternativa para o problema da formação humana. A escolha do tema se justifica por contrapor à racionalidade instrumental que, desde a implantação da tendência tecnicista na educação brasileira, promovida pelos governos militares (1964-1985), vem orientando a experiência no Brasil.PALAVRAS-CHAVE: Razão comunicativa. Mundo da vida. Educação. Jürgen Habermas. ABSTRACTA subjectivity woven by intersubjectivity elucidates the theme proposed by the present article, namely, to think about a communicative conception of education from Habermas. Our hypothesis is that the intersubjective dimension, developed by the German philosopher, renews the concept of formative experience by recovering its critical and emancipatory character and by proposing a dialogic praxis for pedagogical action. The present article investigates, from the philosophy of Jürgen Habermas, the construction of a communicative conception of education. In this way, the article is divided into two parts: (a) in the first one, we will point out the linguistic context (linguistic-pragmatic guise, communicative reason, world of life) that education is inserted; (b) to analyze, in the second moment, how the communicative concept of education is built, offering an alternative to the problem of human formation. The choice of theme is justified by opposing the instrumental rationality that, since the implantation of the technicist tendency in Brazilian education, promoted by the military governments (1964-1985), has guided the experience in BraziKEY-WORDS: Communicative Reason. World of Life. Education. Jürgen Habermas


2018 ◽  
Vol 63 (1) ◽  
pp. 93
Author(s):  
Francisco De Castilho Prates

Partindo da análise de casos relacionados com os chamados discursos de ódio, decididos pelo Tribunal Europeu dos Direitos Humanos, o artigo lida com uma das mais importantes questões do pensamento constitucional: os limites da liberdade de expressão diante desses discursos de ódio. O discurso de ódio impõe um problema complexo, principalmente nas modernas sociedades multiculturais, quando manifesta formas abertas de ódio extremo. Esse debate pode ser tido como um dos maiores desafios das modernas democracias constitucionais, já que impõe pensarmos até que ponto pode ir um Estado Democrático de Direito sob pena de negar sua própria abertura. O Tribunal Europeu dos Direitos Humanos construiu alguns parâmetros para distinguir o discurso de ódio como um fenômeno negativo e o direito à liberdade de expressão garantida na Convenção Europeia dos Direitos Humanos. O texto mostra que restrições impostas ao direito de se expressar livremente estão sujeitas a requisitos extremamente exigen­tes e estritos. Em outros termos, colocamos que os limites desse direito fundamental não são meras restrições, mas condição de possibilidade do exercício da mesma liberdade. Desse modo, liberdade de expressão não pode ser traduzida como um instrumento de opressão, sendo, por isso, passível de ser limitada, mas não censurada. Em suma, para a Corte Europeia, responsabilização é a outra face, por isso inseparável, da liberdade de expressão. Nesse sentido, as contribuições de pensadores como Michel Rosenfeld e Jürgen Habermas foram centrais. Registre-se, por fim, que adotamos uma linha crítico-metodológica neste trabalho.


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