scholarly journals A afirmação identitária nas obras Metade Cara, Metade Máscara, de Eliane Potiguara, e Iracema, de José de Alencar

2021 ◽  
Vol 10 (4) ◽  
pp. 119
Author(s):  
Naiara Sales Araújo ◽  
Eveline Gonçaalves Dias

O presente estudo tem por objetivo refletir sobre a afirmação identitária indígena presente nas obras Metade Cara, Metade Máscara, de Eliane Potiguara e Iracema, de José de Alencar, de modo a estabelecer um diálogo comparativo entre as narrativas propostas. O romance Metade Cara, Metade Máscara (2004) nos possibilita realizar reflexões sobre identidade indígena, uma vez que, a autora traz no enredo da obra aspectos referentes aos povos Potiguaras, tais como: suas tradições, vivências, representações culturais e influências dos seus ancestrais. Em Iracema (1865), o autor aponta questões da nacionalidade brasileira a partir da colonização do país. Alencar entre outros escritores do século XIX, buscavam definir a identidade nacional com suas produções literárias inspiradas na representação indígena. A obra narra a história de duas etnias: os povos Tabajaras e Pitiguaras que entram em conflito por causa do relacionamento da protagonista indígena Iracema com o colonizador português Martim. O autor enfatiza as características da paisagem brasileira assemelhada a personagem feminina que supera a beleza exótica da natureza. O estudo estar respaldado e fundamentado nos estudos de teóricos como: Zigmund Balman (2005), Eliane Potiguara (2004), Stuart Hall (2003), Homi Bhabha (2005), Daniel Munduruku (2018) e Graça Graúna (2013), entre outros.Palavras-chave: Identidade; Literatura indígena; Resistência; Metade cara, metade máscara

Author(s):  
Willy Carvalho Coelho
Keyword(s):  

O trabalho discute o papel do crítico literário e cultural na contemporaneidade.Comentamos textos de críticos com história de formação marcada peloquestionamento das fronteiras e da centralidade do saber científico e filosófico.Analisamos excertos do trabalho de Stuart Hall, de Homi Bhabha e de AlbertoMoreiras. A questão subjacente ao trabalho comparativo das opiniões críticas é a deque função assume a voz do crítico frente ao compromisso de ser representante einterventor na arena cultural.


PMLA ◽  
2017 ◽  
Vol 132 (1) ◽  
pp. 179-185
Author(s):  
Henry Schwarz

[T]he idea of Man as his alienated image, not Self and Other but the “Otherness” of the self inscribed in the perverse palimpsest of colonial identity. (116)According to Isaac Julien, the director of Black Skin, White Mask, a film imagining the life of Frantz Fanon, Homi Bhabha is presented in a nonspeaking role as a colored, racialized “colonial subject” to lend “texture” to the cinematography (Interview). Unlike the eloquent postcolonial critics Stuart Hall and Françoise Vergès, who are interviewed extensively in the ilm, the mute Bhabha is a cipher, a visual trace of diference in the philosophical, cinematic, and audio montage that composes Julien's meditation on decolonization (Frantz Fanon [Director's cut]). In many ways, Julien's Fanon seems indebted to Bhabha's strong reading, against the grain of Fanon's oeuvre, in “Remembering Fanon: Self, Psyche and the Colonial Condition,” a foreword Bhabha wrote for a new British edition of Fanon's Black Skin, White Masks, published in 1986. Julien's Fanon is an interstitial igure, stitched together through multiple viewpoints and physically composed of cinematic elements juxtaposed in striking contrast to one another. He emerges from scraps of discourse cast of and reassembled, much as Bhabha's Fanon is captured in Fanon's ungrammatical utterance that betrays by ellipsis the nature of identity, which is that identity is “not”: “The Negro is not. Any more than the white man” (113). The revelation that the nature of identity is spatially split and temporally deferred-the deinition of Derridean diférance-is most truly represented in the colonial situation, where white mythologies of wholeness and authenticity are actualized as performances of power. When these mythologies are accompanied by paranoid fantasies of blackness that reveal the contradictory duplicity of white representations of the other-the simian Negro, the inscrutable Chinaman-this racial discrimination and its neurotic imagery reveal the nature of the white self and its pretense of universality: that the human is not whole and that the Enlightenment dream of self-presence is an illusion thrown up by the anxious exercise of mastery over those lesser humans, the Negroes.


Trama ◽  
2019 ◽  
Vol 15 (36) ◽  
Author(s):  
Natacha Iria Pereira LOPES ◽  
Marly Catarina SOARES

O presente artigo tem o objetivo de refletir a respeito das diásporas modernas e das múltiplas identidades que advém destes movimentos migrantes, que caracterizam o contexto da globalização e da pós-modernidade. Objetiva-se também explanar algumas das consequências e dos impactos sociais causados pelo Imperialismo, que reverberam ainda na atualidade. Para isto, pretende-se analisar, sob o viés da multiculturalidade e dos distúrbios identitários causados pelos movimentos diaspóricos, a obra literária Americanah, escrita pela autora nigeriana Chimamanda Ngozi Adichie. Através da narrativa e da fundamentação teórica constituída por autores como Stuart Hall, Homi Bhabha, Kabengele Munanga, Kwame Anthony Appiah e Michel Agier, espera-se demonstrar a maneira como as migrações em massa resultam na formação de indivíduos culturalmente híbridos, o que os leva, por vezes, a experienciar sensações de não-pertencimento e conflitos internos acerca da própria identidade.REFERÊNCIAS:ADICHIE, C. N. Americanah. São Paulo: Companhia das Letras, 1a ed., 2014.AGIER, M. Distúrbios identitários em tempos de globalização. Mana, Oct. 2001, vol.7, no.2, p.7-33.APPIAH, K. A. Na casa do meu pai: A África na filosofia da cultura. Rio de Janeiro: Contraponto Editora, 2a ed., 2007.BHABHA, H. O local da cultura. Belo Horizonte: EDUFMG, 2007.CUNHA, M. C. Negros estrangeiros: Os escravos libertos e sua volta à África. São Paulo: Brasiliense, 1985HALL, S. A Identidade Cultural na Pós-Modernidade. Rio de Janeiro: DP A, 2002______. Da Diáspora: identidades e mediações culturais. Org. Liv Sovik. Belo Horizonte: Editora UFMG, Brasília: Representação da UNESCO no Brasil, 2003.______. Quem precisa de identidade? In: Silva, Tomaz Tadeu da (org.). Identidade e diferença: A perspectiva dos Estudos Culturais. Petrópolis: Editora Vozes, 2000. p. 103-133.MUNANGA, K. Construção da identidade negra no contexto da globalização. In: DELGADO, Ignacio G. (org). Vozes da África: tópicos sobre identidade negra, literatura e história africanas. Juiz de Fora: Ed UFJF, 2006.TAYLOR, C. Multiculturalismo. Difference et démocratie. Paris: Aubier, 1994.ENVIADO EM 08-05-19 | ACEITO EM 05-08-19


2019 ◽  
Vol 25 (1) ◽  
pp. 41
Author(s):  
Elison Antonio Paim ◽  
Guilherme Braunsperger de Lima Vieira
Keyword(s):  

O Livro Didático é uma ferramenta fundamental na prática docente, ele tem no Brasil a diretriz dada pelo Plano Nacional do Livro Didático (PNLD) e tem neste trabalho as questões étnico raciais inerentes a pluralidade cultural brasileira. Analisamos as coleções Nova História Integrada e História Sociedade e Cidadania presentes no PNLD 2015 sob o viés da religiosidade dos povos abordados, com a intenção de demonstrar a colonialidade das mentes; como a influência de uma historiografia eurocêntrica ainda é predominante dentro dos livros didáticos e como as religiosidades dos diferentes povos apresentados são tratadas nas coleções. Analisamos estas coleções didáticas pela perspectiva da decolonialidade, apoiados fundamentalmente em autores como Franz Fanon, Catherine Walsh, Homi Bhabha, Arturo Escobar, Walter Mignolo e Stuart Hall; na análise de Livros Didáticos há aproximação da metodologia de abordagem de Circe Bittencourt e Kazumi Munakata. Em ambas as coleções, a história dos povos oprimidos tem pouca expressão em comparação com a história europeia e eurocentrada; as discussões sobre exploração e opressão durante o período colonial são suprimidas; a cultura e as religiosidades têm diferentes espaços, minimizando as Áfricas e as Américas, homogeneizando-as e até justificando o caráter civilizador do colonizador.


Sankofa ◽  
2019 ◽  
Vol 12 (23) ◽  
pp. 84-101
Author(s):  
Caue Gomes Flor
Keyword(s):  

Desde o final dos anos 1980 os povos, tradições e culturas de origem africana têm ocupado o centro de um profundo debate epistemológico. A perspectiva pós-colonial, se não for a maior protagonista desse debate epistêmico, tem concentrado grande parte de suas preocupações na investigação dos modos pelos quais as tradições de pensamento ocidental conheceram e, sobretudo, representaram o Outro do ocidente (em nosso caso o Negro). Esse artigo busca realizar justamente essa tarefa desconstrutivista. Busca-se compreender como a antropologia, particularmente na figura de Gilberto Freyre, construiu o negro no Brasil como um objeto teórico autorizado e passou a proporcionar um vocabulário capaz de identifica-lo e representa-lo. Por meio das críticas de autores internos a própria antropologia e autores pós-coloniais, como Homi Bhabha, Stuart Hall e Franz Fanon acerca das representações ocidentais sobre o Negro, o artigo conclui que, não diferente de outros contextos colonizados, a formulações de Freyre e, grosso modo, a antropologia se desdobram e reproduzem as problemáticas relações epistemológicas que marcam a relação colonial.


Author(s):  
Bárbara Maria de Jesus Oliveira ◽  
Maria Anória de Jesus Oliveira
Keyword(s):  

Os Cadernos Negros mantêm, desde 1978, publicações ininterruptas anuais, autofinanciadas pelos próprios escritores, os quais são responsáveis, também, pela divulgação dos mesmos. Tais textos trazem à cena as questões sociais e existenciais que afligem os personagens negros. A questão que se insurge é: até onde prevalece, de fato, a anunciada afirmação? Para responder a essa questão analisaremos os contos da autoria de Cristiane Sobral e Elizandra Souza. Partindo da pesquisa bibliográfica, nos pautaremos nos estudos de Florentina Souza (2008), Cuti (2010), Nilma Lino Gomes (2008), Stuart Hall(2003) e Homi Bhabha (2005), Neuza Santos Souza (1983), entre outros. Esperamos, por meio da presente pesquisa, ampliar as reflexões a respeito dessa literatura, ao contribuir para visibilizá-la mais, visto que se trata de produções marginalizadas nos espaços acadêmicos e pouco conhecidas na Educação Básica.Palavras-chave: Literatura Brasileira. Cadernos Negros. Contos. Personagens.


2011 ◽  
Vol 7 (1) ◽  
Author(s):  
Jose Luis Fornos
Keyword(s):  

O presente ensaio visa à análise do romance As mulheres do meu pai (2009), do escritor angolano José Eduardo Agualusa, tendo como reflexão teórica os estudos de M. Bakhtin, Homi Bhabha, Stuart Hall e Boaventura de Sousa Santos. Recorre-se às categorias de raça e de hibridismo, considerando-as numa perspectiva histórica e geográfica. Aponta para a idéia de um cosmopolitismo multicultural como utopia das novas relações internacionais e sociais, através dos princípios de uma hermenêutica diatópica.


Visualidades ◽  
2018 ◽  
Vol 16 (1) ◽  
Author(s):  
Pedro Ernesto Freitas Lima

A partir da fotografia e do audiovisual, Bárbara Wagner produz representações do que chama de “corpo popular”. O interesse da artista está em produzir imagens de corpos coletivos, a maioria participante da cena urbana de Recife. Pretendemos debater aqui a distância que a obra de Wagner mantém do estereótipo como mecanismo de representação identitária. Para isso, analisaremos duas séries de fotografias – Crentes e pregadores (2014), Mestres de cerimônias (2016) – e o vídeo Vai que fica (2015) a partir da discussão sobre identidade de autores pós-coloniais como Homi Bhabha e Stuart Hall.AbstractUsing photography and audiovisual, Bárbara Wagner produces, how she calls, “popular body” representations. The artist interest to produce collective bodies images, mostly them take part in Recife’surban scene. We want to debate here the Wagner's work distance from the stereotype, understanding it as an identity representation mechanism. For this, we will analyze two series of photographs – Crentes e pregadores (2014), Mestres de cerimônias (2016) – and the video Vai que fica (2015) taking up the identity discussion of postcolonial authors such as Homi Bhabha and Stuart Hall.ResumenA partir de la fotografía y del audiovisual, Bárbara Wagner produce representaciones de lo que llama “cuerpo popular”. El interés de la artista está en producir imágenes de cuerpos colectivos, en su mayoría participantes de la escena urbana de Recife. Pretendemos debatir aquí la distancia que la obra de Wagner mantiene del estereotipo como mecanismo de representación identitaria. Para ello, analizaremos dos series de fotografías – Crentes e pregadores (2014), Mestres de cerimônias (2016) – y el vídeo Vai que fica (2015) a partir de la discusión sobre identidad de autores postcoloniales como Homi Bhabha y Stuart Hall.


2016 ◽  
Vol 8 (16) ◽  
pp. 137-147
Author(s):  
Raquel Aparecida Cesar da Silva ◽  
Márcia Helena Saldanha Barbosa
Keyword(s):  

A literatura produzida na África ocupa uma posição ainda incerta no pa­norama cultural do Ocidente, tanto pela condição incipiente de sua pro­dução quanto pelo pensamento, profundamente arraigado, de que haveria uma essencialidade africana a ser preservada contra toda e qualquer forma de intercâmbio, inclusive o intercâmbio de ideias. Porém, a verdade é que tal essencialidade, se de fato existiu, há muito que se tornou uma ilusão projetada sobre o continente de fora para dentro. Partindo desse princípio, o trabalho aqui apresentado procura analisar de que maneira a literatura e o pensamento do autor moçambicano Mia Couto, ao se afastarem da su­posta essencialidade africana, aproximam-se do que podemos considerar uma postura pós-modernista. Para tanto, recorremos a obras romanescas e ensaísticas do autor, assim como às ideias de Linda Hutcheon (1991), Homi Bhabha (2014) e Stuart Hall (2006) sobre identidade cultural e artística no pós-modernismo.---DOI: http://dx.doi.org/10.21881/abriluff.2016n16a325


Author(s):  
Eliano Silva

Este artigo se trata de uma análise sobre a violência descrita por Fanon (1997) dentro de um romance do escritor angolano Ondjaki, intitulado Os transparentes (2013). Traçando um paralelo entre a Argélia colonial e a Luanda representada no romance. Em nosso aporte teórico aparecem nomes como Homi Bhabha, Edward Said, Stuart Hall, Paulo Freire dentre outros.


Sign in / Sign up

Export Citation Format

Share Document