scholarly journals A violência atmosférica na Luanda de Ondjaki

Author(s):  
Eliano Silva

Este artigo se trata de uma análise sobre a violência descrita por Fanon (1997) dentro de um romance do escritor angolano Ondjaki, intitulado Os transparentes (2013). Traçando um paralelo entre a Argélia colonial e a Luanda representada no romance. Em nosso aporte teórico aparecem nomes como Homi Bhabha, Edward Said, Stuart Hall, Paulo Freire dentre outros.

2016 ◽  
Vol 51 (4) ◽  
pp. 501
Author(s):  
Gustavo Henrique Rückert

Neste artigo, pretendemos analisar algumas marcas do hipercontemporâneo nas literaturas de língua portuguesa. Para isso, tomamos a ideia do contemporâneo enquanto as “trevas de nosso tempo”, formulada por Giorgio Agamben.  esse sentido, defendemos que as “trevas de nosso tempo” são os problemas relacionados às travessias identitárias das fronteiras da modernidade. Desse modo, analisaremos as obras Estive em Lisboa e lembrei de você, do brasileiro Luiz Ruffato, e O meu nome é Legião, do português Lobo Antunes, as quais representam a questão do imigrante brasileiro e africano em Portugal. Como aporte teórico, utilizaremos conceitos de Homi Bhabha, Stuart Hall, Edward Saïd, João Guimarães Rosa, Boaventura de Sousa Santos e Margarida Calafate Ribeiro. Os resultados apontam que uma hipercontemporaneidade na comunidade lusófona está extremamente relacionada à questão colonial, uma vez que marcas identitárias (língua, nacionalidade, classe social, gênero, religiosidade) são impostas ou reivindicadas a partir das fronteiras que perduram do império.********************************************************************A history of others returns: the Lusophone Community and the borders of the empireAbstract: In this article, we examine some traces of hyper-contemporary in Portuguesespeaking literatures. For this, we take the idea of contemporary as the "darkness of our time", formulated by Giorgio Agamben. In this regard, we argue that the "darkness of our time" are the problems related to identity crossings of the borders of modernity. Thus, we will analyze the works Estive em Lisboa e lembrei de você, by Brazilian Luiz Ruffato, and O meu nome é Legião, by the Portuguese Lobo Antunes, which represent the question of Brazilian and African immigrants in Portugal. As a theoretical contribution, we will use concepts of Homi Bhabha, Stuart Hall, Edward Saïd, João Guimarães Rosa, Boaventura de Sousa Santos and Margarida Calafate Ribeiro. The results indicate that a hyper-contemporaryness in Lusophone community is extremely related to the colonial question, because identifying marks (language, nationality, social class, gender, religiousness) are imposed or claimed from the borders that remain of the empire.Keywords: Hyper-contemporary; Immigration; Empire


2001 ◽  
Vol 7 (15) ◽  
pp. 107-147 ◽  
Author(s):  
José Jorge de Carvalho

O artigo propõe, em primeiro lugar, uma revisão teórica da Antropologia, avaliando seu lugar no rol das teorias atuais das Ciências Humanas. Para tanto, constrói a metáfora das metamorfoses do olhar etnográfico, o que permite detectar momentos importantes da recepção e reprodução, em países periféricos como o Brasil, desse saber plasmado nos países centrais nos dias do colonialismo. Em seguida passa em revista as idéias de teóricos do pensamento pós-colonial e dos estudos subalternos, como Edward Said, Gayatri Spivak e Homi Bhabha. Num terceiro momento, discute as possibilidades de uma etnografia pós-colonial, voltada para a narração das vozes subalternas, o que aproxima a Antropologia da Literatura Comparada. Finalmente, ilustra essas discussões com a apresentação de uma narrativa extraordinária de uma quebradeira de côco de babaçu do Maranhão, texto que erijo como emblemático da condição contemporânea de desenraizamento e perplexidade a que estamos submetidos, tanto os nossos supostos nativos como os etnógrafos e intelectuais dos países periféricos.


Author(s):  
Jan Wilkens

Some of the main genealogies within postcolonial scholarship are discussed, with a focus on key thinkers, such as Edward Said, Homi Bhabha, Gayatri Spivak, Aníbal Quijano, and Walter Mignolo. Key concepts, such as colonial discourse theory, development, and subaltern studies are presented. The discussion of postcolonial thought is embedded in a reflection on its relation to other theoretical paradigms and social theories (e.g., poststructuralism, world-system theory, Marxism). This focus seeks to highlight some of the main contours of the field, while also pointing out the ways postcolonialism has shaped the discipline of international relations (IR).


Author(s):  
Willy Carvalho Coelho
Keyword(s):  

O trabalho discute o papel do crítico literário e cultural na contemporaneidade.Comentamos textos de críticos com história de formação marcada peloquestionamento das fronteiras e da centralidade do saber científico e filosófico.Analisamos excertos do trabalho de Stuart Hall, de Homi Bhabha e de AlbertoMoreiras. A questão subjacente ao trabalho comparativo das opiniões críticas é a deque função assume a voz do crítico frente ao compromisso de ser representante einterventor na arena cultural.


PMLA ◽  
2017 ◽  
Vol 132 (1) ◽  
pp. 179-185
Author(s):  
Henry Schwarz

[T]he idea of Man as his alienated image, not Self and Other but the “Otherness” of the self inscribed in the perverse palimpsest of colonial identity. (116)According to Isaac Julien, the director of Black Skin, White Mask, a film imagining the life of Frantz Fanon, Homi Bhabha is presented in a nonspeaking role as a colored, racialized “colonial subject” to lend “texture” to the cinematography (Interview). Unlike the eloquent postcolonial critics Stuart Hall and Françoise Vergès, who are interviewed extensively in the ilm, the mute Bhabha is a cipher, a visual trace of diference in the philosophical, cinematic, and audio montage that composes Julien's meditation on decolonization (Frantz Fanon [Director's cut]). In many ways, Julien's Fanon seems indebted to Bhabha's strong reading, against the grain of Fanon's oeuvre, in “Remembering Fanon: Self, Psyche and the Colonial Condition,” a foreword Bhabha wrote for a new British edition of Fanon's Black Skin, White Masks, published in 1986. Julien's Fanon is an interstitial igure, stitched together through multiple viewpoints and physically composed of cinematic elements juxtaposed in striking contrast to one another. He emerges from scraps of discourse cast of and reassembled, much as Bhabha's Fanon is captured in Fanon's ungrammatical utterance that betrays by ellipsis the nature of identity, which is that identity is “not”: “The Negro is not. Any more than the white man” (113). The revelation that the nature of identity is spatially split and temporally deferred-the deinition of Derridean diférance-is most truly represented in the colonial situation, where white mythologies of wholeness and authenticity are actualized as performances of power. When these mythologies are accompanied by paranoid fantasies of blackness that reveal the contradictory duplicity of white representations of the other-the simian Negro, the inscrutable Chinaman-this racial discrimination and its neurotic imagery reveal the nature of the white self and its pretense of universality: that the human is not whole and that the Enlightenment dream of self-presence is an illusion thrown up by the anxious exercise of mastery over those lesser humans, the Negroes.


Trama ◽  
2019 ◽  
Vol 15 (36) ◽  
Author(s):  
Natacha Iria Pereira LOPES ◽  
Marly Catarina SOARES

O presente artigo tem o objetivo de refletir a respeito das diásporas modernas e das múltiplas identidades que advém destes movimentos migrantes, que caracterizam o contexto da globalização e da pós-modernidade. Objetiva-se também explanar algumas das consequências e dos impactos sociais causados pelo Imperialismo, que reverberam ainda na atualidade. Para isto, pretende-se analisar, sob o viés da multiculturalidade e dos distúrbios identitários causados pelos movimentos diaspóricos, a obra literária Americanah, escrita pela autora nigeriana Chimamanda Ngozi Adichie. Através da narrativa e da fundamentação teórica constituída por autores como Stuart Hall, Homi Bhabha, Kabengele Munanga, Kwame Anthony Appiah e Michel Agier, espera-se demonstrar a maneira como as migrações em massa resultam na formação de indivíduos culturalmente híbridos, o que os leva, por vezes, a experienciar sensações de não-pertencimento e conflitos internos acerca da própria identidade.REFERÊNCIAS:ADICHIE, C. N. Americanah. São Paulo: Companhia das Letras, 1a ed., 2014.AGIER, M. Distúrbios identitários em tempos de globalização. Mana, Oct. 2001, vol.7, no.2, p.7-33.APPIAH, K. A. Na casa do meu pai: A África na filosofia da cultura. Rio de Janeiro: Contraponto Editora, 2a ed., 2007.BHABHA, H. O local da cultura. Belo Horizonte: EDUFMG, 2007.CUNHA, M. C. Negros estrangeiros: Os escravos libertos e sua volta à África. São Paulo: Brasiliense, 1985HALL, S. A Identidade Cultural na Pós-Modernidade. Rio de Janeiro: DP A, 2002______. Da Diáspora: identidades e mediações culturais. Org. Liv Sovik. Belo Horizonte: Editora UFMG, Brasília: Representação da UNESCO no Brasil, 2003.______. Quem precisa de identidade? In: Silva, Tomaz Tadeu da (org.). Identidade e diferença: A perspectiva dos Estudos Culturais. Petrópolis: Editora Vozes, 2000. p. 103-133.MUNANGA, K. Construção da identidade negra no contexto da globalização. In: DELGADO, Ignacio G. (org). Vozes da África: tópicos sobre identidade negra, literatura e história africanas. Juiz de Fora: Ed UFJF, 2006.TAYLOR, C. Multiculturalismo. Difference et démocratie. Paris: Aubier, 1994.ENVIADO EM 08-05-19 | ACEITO EM 05-08-19


Author(s):  
Avani Souza Silva
Keyword(s):  

Com base nas noções de identidade postuladas por Stuart Hall (1996, 2003, 2006), Kathryn Woodward (2012) e Boaventura Sousa Santos (1999) e no papel do intelectual definido por Edward Said (2005), analisamos o conto “As mãos dos pretos”, do livro Nós matamos o cão tinhoso, do moçambicano Luis Bernardo Honwana, publicado em 1964, em plena guerra de libertação nacional moçambicana do governo colonial português. A obra é uma constante denúncia do racismo contra a população negra e uma busca pela identidade e é considerado por nós como o marco da literatura infantil e juvenil moçambicana, embora não tenha sido especialmente escrito para crianças e jovens.


2019 ◽  
Vol 19 (1) ◽  
pp. 71-86

This paper explores the question of cultural identity in Monica Ali’s Brick Lane (2003) through making specific reference to Homi Bhabha’s views of hybridity, third space, mimicry and ambivalence. Though Ali’s novel has been discussed in light of traditional postcolonialism, it has not been duly scrutinized through a dominantly Bhabhian perspective. Besides making use of Bhabha’s theories, this article draws upon the works of some other theorists of cultural identity such as Stuart Hall and Edward Said to highlight its emphasis on a Bhabhian approach. Grounding its discussion in Bhabha’s theory of cultural identity, it explores the way/s the major characters in Ali’s novel struggle to realize their sense of cultural identity in their own different ways. Specific emphasis is laid on the novel’s protagonist Nazneen and the development of her cultural identity.


2019 ◽  
Vol 25 (1) ◽  
pp. 41
Author(s):  
Elison Antonio Paim ◽  
Guilherme Braunsperger de Lima Vieira
Keyword(s):  

O Livro Didático é uma ferramenta fundamental na prática docente, ele tem no Brasil a diretriz dada pelo Plano Nacional do Livro Didático (PNLD) e tem neste trabalho as questões étnico raciais inerentes a pluralidade cultural brasileira. Analisamos as coleções Nova História Integrada e História Sociedade e Cidadania presentes no PNLD 2015 sob o viés da religiosidade dos povos abordados, com a intenção de demonstrar a colonialidade das mentes; como a influência de uma historiografia eurocêntrica ainda é predominante dentro dos livros didáticos e como as religiosidades dos diferentes povos apresentados são tratadas nas coleções. Analisamos estas coleções didáticas pela perspectiva da decolonialidade, apoiados fundamentalmente em autores como Franz Fanon, Catherine Walsh, Homi Bhabha, Arturo Escobar, Walter Mignolo e Stuart Hall; na análise de Livros Didáticos há aproximação da metodologia de abordagem de Circe Bittencourt e Kazumi Munakata. Em ambas as coleções, a história dos povos oprimidos tem pouca expressão em comparação com a história europeia e eurocentrada; as discussões sobre exploração e opressão durante o período colonial são suprimidas; a cultura e as religiosidades têm diferentes espaços, minimizando as Áfricas e as Américas, homogeneizando-as e até justificando o caráter civilizador do colonizador.


2015 ◽  
Vol 8 (9) ◽  
Author(s):  
Amilton Freire De Queiroz

A pauta principal deste artigo ampara-se no escopo de examinar a poética da travessia no romance O Outro Pé da Sereia (2006), de Mia Couto. Para perambular nessa frutuosa paisagem ficcional, serão articuladas as bússolas teórico-metodológicas lapidadas por Tania Franco Carvalhal, Silviano Santiago, Benjamim Abdala Júnior, Laura Cavalcante Padilha, Eneida Maria de Souza, Zilá Bernd, Maria Zilda Ferreira Cury, Daniel Henri-Pageaux, Édouard Glissant, Linda Hutcheon, Homi Bhabha e Edward Said. Com as chaves de leitura gestadas por esses intelectuais, espera-se entrar pelas portas do romance miacoutiano, de tal forma a lê-lo sob o limbo temático dos laços de solidariedade estabelecidos em torno da construção de cenas literárias alicerçadas na figuração de atores narrativos que modulam na frequência do pensamento da fronteira, do rizoma, da errância e das redes. Passeando na encruzilhada desse rizoma de solidariedade, olhado sob os auspícios da poética da travessia, o presente trabalho movimenta-se rumo ao mapeamento de percursos de personagens que se despem das clausuras da raiz monolíngue, como ensina Glissant (2011), para tornam-se seres errantes que peregrinam nas zonas opacas dos paradoxos da violência física e simbólica imputada à(s) África(s).  A partir da leitura transversal desses lugares de trocas, intercâmbios, desvios, deriva, fragmentação, hibridismo e mestiçagem, quer-se projetar um balbucio que culmine por mapear as passagens e os transportes interculturais operados no plano das textualidades ficcionais contemporâneas. Em face disso, nosso olhar ancora-se na lição de que ler e analisar um texto literário é saber que ele esgarça a fronteira literária, convocando a moldura de outros campos do saber, conforme pontua Eneida Souza. Destarte, para fechar com a prestimosa metáfora de Tania Carvalhal, busca-se rastrear os encontros na travessia (1991), haja vista os encontros contribuírem, em última instância, para investigar os modos de abertura ao Outro na cartografia das cenas rizomáticas, fronteiriças e errantes grafadas no palco da letra de Mia Couto.


Sign in / Sign up

Export Citation Format

Share Document