scholarly journals Cultura e identidade na política pública municipal de Paragominas – Pará

Author(s):  
Maria Aparecida Luciano ◽  
Maria José Souza Barbosa ◽  
Walery Costa Reis ◽  
Farid Eid ◽  
Samuel Carvalho de Aragão

Resumo: O artigo apresenta uma discussão sobre o processo de construção da política municipal de cultura no município de Paragominas, estado do Pará, como estratégia de inclusão social de diferentes identidades. Trata-se de um debate necessário à reflexão sobre a implementação de ações de política pública que tem por princípio a participação democrática sob relação dialógica entre poder público e sociedade civil. Para se delinear esse debate percebeu-se a importância da escuta dos atores sociais: dança, audiovisual, multimídia, música, cultura popular, teatro, patrimônio material e imaterial, literatura, mídias contemporâneas, design, arte digital, artes visuais, arquitetura, respeitando-se a identidade cultural desses diversos atores, a fim de se valorizar a multiplicidade de manifestações que abrangem o patrimônio cultural existente no município. Objetivou-se com este artigo mostrar as diferentes dimensões da cultura enquanto reflexos da sociedade, sua dinâmica na construção das identidades dos diferentes grupos que constroem a sociedade paragominense em suas especificidades. Apoiou-se no debate teórico referenciado em Stuart Hall e Nestor Garcia Canclini, os quais possibilitaram a ampliação do conceito de cultura ao abordarem diferentes dimensões da vida social de um povo. Conclui-se com a perspectiva de abertura para uma concepção democrática da política cultural, enquanto necessária ao desenvolvimento socioeconômico e cultural. Palavras-chave: Política Pública. Cultura. Desenvolvimento Municipal.

2014 ◽  
Vol 4 (5) ◽  
Author(s):  
Réia Sílvia Gonçalves Pereira

<p>Associado à juventude negra das camadas populares brasileiras, o caráter diaspórico do funk revela-se por meio da música, do corpo e do estilo. O funk é compreendido como uma intrigante expressão da cultura popular. Para embasar tal argumento, este artigo ampare-se nas conceituações de Stuart Hall sobre a diáspora negra e nas reflexões de Néstor García Canclini sobre culturas híbridas. </p>


2019 ◽  
Vol 1 (2) ◽  
pp. 190
Author(s):  
Thais Morais Salomão

As primeiras décadas do século XX, no Brasil, foram marcadas por uma grande aceitação das elites às influências culturais provenientes das capitais europeias. As cidades de São Paulo e Rio de Janeiro passaram por um extenso processo de reforma urbana, assim como o barão Georges-Eugène Haussmann havia promovido em Paris. Na cena social destas capitais, surgiram os chamados salões, ambientes frequentados por intelectuais, poetas, artistas e pela alta sociedade, nos mesmos moldes adotados pela burguesia parisiense. Nestes ambientes realizavam-se serões literários, palestras e exposições e eram servidos banquetes com pratos de nomes franceses, que seguiam as regras de boas maneiras e etiqueta nascidas nas sociedades de corte da França. O presente estudo busca apresentar o processo de urbanização da cidade de São Paulo e o cenário social e cultural da elite daquele período e também compreender de que forma aquele grupo via a necessidade de se distanciar do estilo de vida provinciano e romper com os costumes da sociedade imperial para considerar-se civilizado. O grande esforço da elite brasileira para se afastar de seu passado colonial e se aproximar dos padrões franceses pode ser, de certo modo, elucidado pelo raciocínio de Stuart Hall de que a identidade é algo sempre em processo, em constante modificação. Assim, na contramão do que havia sido visto durante o Romantismo, período em que nossos autores expressavam forte nacionalismo e certa ânsia de criar um estilo autêntico que valorizasse as tradições do país, nos primeiros anos do século XX prevalece a vitória do cosmopolitismo francês e adotam-se o mobiliário, as roupas e o modo de vida parisienses. Nos encontros da alta sociedade paulistana nos salões do senador José de Freitas Valle, os convivas falavam francês sobre poesia, literatura e artes, o que, conforme Norbert Elias, demonstra o anseio de usar da língua como forma de definir o seu caráter nacional. Ademais, naqueles ambientes predominavam a etiqueta e o refinamento à mesa franceses que, segundo Pierre Bourdieu, são instrumentos de diferenciação social e evidenciam que a cultura que une é também a cultura que separa. A partir do trabalho dos autores mencionados e também dos arquivos de periódicos em circulação desde aquela época, como O Estado de S. Paulo, A Cigarra e A Lua, esta pesquisa analisará os fatores que são relevantes na formação de uma identidade nacional e como o “desejo de ser brasileiro”, que imperou no Brasil durante o período do Romantismo, afastou-se de qualquer elemento da cultura popular e transformou-se em “desejo de ser estrangeiro”.


GEOgraphia ◽  
2016 ◽  
Vol 18 (36) ◽  
pp. 26
Author(s):  
Iná Elias De Castro

A análise aqui proposta tem como ponto de partida conceitual o fato de que a ocupação do espaço é por definição conflituosa, tendo em vista os interesses diferenciados daqueles que dele se apropriam. Este texto resulta da pesquisa sobre o problema da política de patrimonialização e discute as nuanças do debate sobre o conflito de interesses no espaço urbano do Rio de Janeiro, a partir dos problemas e das ações da política municipal de preservação do patrimônio cultural na cidade. A questão levantada foi como em um espaço urbano historicamente projetado pelos interesses do capital imobiliário e da propriedade privada houve a possibilidade de se realizar uma intervenção que contrariou em grande medida tais interesses. O objeto de análise é a Área de Proteção do Ambiente Cultural (APAC) do bairro do Leblon, pelo caráter paradigmático das questões envolvidas no projeto da Prefeitura.


2017 ◽  
Vol 14 (1) ◽  
pp. 45
Author(s):  
Andréa De Oliveira Tourinho
Keyword(s):  
De Se ◽  

A intervenção urbana desempenha um papel fundamental na política municipal, por constituir um instrumento de mudança de dinâmicas territoriais consolidadas, que enseja o enfrentamento da relação entre transformações e permanências, principalmente em projetos de grande porte. Em São Paulo, a Operação Urbana tem sido o instrumento privilegiado de intervenção, considerado estratégico para incentivar novos empreendimentos, em busca da chamada requalificação urbana. As mudanças decorrentes da implantação desse tipo de instrumento podem causar maior ou menor impacto sobre o território, dependendo da relação que se estabelece entre as transformações e permanências urbanas. A Operação Urbana, por ter como fundamento o projeto urbanístico, constitui oportunidade de se evitarem processos de ruptura física e social no território. Importante proposta de intervenção, em andamento na cidade de São Paulo, é a Operação Urbana Consorciada Bairros do Tamanduateí, cuja implementação, se aprovada, implicará mudanças significativas no setor sudeste do município. A análise da proposta do projeto, objeto deste artigo, mostra como essas questões têm sido enfrentadas no âmbito da política urbana municipal mais recente.PALAVRAS‑CHAVE: Desenvolvimento urbano. Intervenção urbana. Política pública. Patrimônio cultural. São Paulo.


2016 ◽  
Vol 31 (2) ◽  
pp. 297
Author(s):  
Rodrigo Otávio dos Santos

O presente trabalho visa apresentar a questão da produção e do consumo nas histórias em quadrinhos desde sua gênese até a criação dos syndicates norte-americanos. Para tanto, recorremos a uma criteriosa análise bibliográfica, refazendo os caminhos da chamada Nona Arte e sua proliferação enquanto mídia de massa. Nesta pesquisa bibliográfica, iniciamos com a origem moderna desta arte, com o pedagogo suíço Rodolphe Töpffer que em 1933 desenvolveu seus primeiros trabalhos, e já destacava o hibridismo inerente da mídia: nem apenas desenho, nem apenas texto, e sim uma fusão de ambos. Esta e mais algumas características das histórias em quadrinhos são contempladas neste artigo, que pretende alinhavar a história deste tipo de produção midiática ao mesmo tempo em que procura contemplar as relações de produção e consumo instrínsecas já desde o princípio. O artigo encerra-se com a criação dos syndicates norte-americanos. Portanto, passamos por autores como o já citado Töppfer, Wilhelm Busch, Christophe, Rudolph Dirks, Ângelo Agostini, Richard Felton Outcault, Winsor McCay, George Herriman, Hergé, Mort Walker, Charlie Schulz, Quino e Maurício de Sousa. Cada um desses autores, motivados pelo sistema de produção e consumo, modificou a linguagem dos quadrinhos ao mesmo tempo em que tinha suas personagens modificadas pela cultura e pela sociedade em que estavam inseridas. Os principais autores de teoria das histórias em quadrinhos que norteiam este trabalho são Ian Gordon, Waldomiro Vergueiro, Moacy Cirne, Antônio Luiz Cagnin, entre outros. Para nos auxiliar em relação à História e à sociologia em nossa análise, temos Umberto Eco, Peter Burke, Nestor Garcia Canclini e Nicolau Sevcenko. Ao fim e ao cabo, chegamos à conclusão que as histórias em quadrinhos são fruto intrínseco do binômio produção/consumo. Há formas e maneiras de se fazer, analisar ou ler, mas todas estão ligadas à produção e ao consumo da sociedade circundante.


Guaju ◽  
2019 ◽  
Vol 5 (2) ◽  
pp. 71
Author(s):  
Cássia Morgana Faxina Pacheco ◽  
Hilda Alberton de Carvalho
Keyword(s):  
De Se ◽  

Este trabalho objetiva uma reflexão sobre a separação em dois tipos de agricultura que se formaram no Brasil e entender suas origens e a razão de serem colocadas como antagônicas. Considerando os constantes e perpétuos ataques à política pública de reforma agrária, este trabalho fará uma Análise do Discurso da Frente Parlamentar Agropecuária (FPA) a fim de se aprofundar na narrativa que tem sido formatada desde a redemocratização do país e provocar reflexões sobre esse discurso nos últimos anos. Conclui-se que essa disputa tem implicação direta na destinação do fundo público e no modelo de Estado que cada um desses grupos almeja.


2021 ◽  
Vol 6 (1) ◽  
pp. 1534-1545
Author(s):  
Karla de Oliveira Santos
Keyword(s):  
De Se ◽  

RESUMO: O corpo tem se configurado como objeto de controle do Estado e de suas instituições, a exemplo da escola, que tenta enclausurar as infâncias, na intencionalidade de formar corpos dóceis e disciplinados, para se tronarem força produtiva e consumidores, que atendam aos interesses do capital. A partir de uma reflexão teórica com base nos estudos foucaultianos, o objetivo deste trabalho é problematizar como a escola, juntamente com os seus aparatos, como: o trabalho pedagógico e o currículo tentam confinar as infâncias, para a formação de sujeitos dóceis e disciplinados, a partir do controle do corpo e suas implicações na subjetividade dos sujeitos. Sendo assim, é importante destacar que a política pública educacionais dos últimos três anos, tem apresentado retrocessos com modelos conservadores de se pensar as infâncias e consequentemente os corpos infantis, reforçando práticas mecânicas e instrumentalizadoras em atendimento a um currículo homogêneo e às avaliações em larga escala, sendo a escola responsável pela formação de corpos dóceis, úteis, participativos, responsáveis, produzindo subjetividades específicas, ou seja; a criação do sujeito moderno. PALAVRAS-CHAVE: Escola, Crianças, Corpo.


2014 ◽  
Vol 25 (3) ◽  
pp. 608-627 ◽  
Author(s):  
Isabela Rosa Sette ◽  
Maria Izabel Marques do Valle ◽  
Marcela Pimenta Campos Coutinho
Keyword(s):  
De Se ◽  

Este artigo discorre sobre a política de regionalização do turismo do governo de Minas Gerais, com enfoque no papel das Associações de Circuitos Turísticos. Para tanto, recorre-se à revisão dos conceitos de turismo e de políticas públicas, abordando, nesse contexto, a política de regionalização adotada pelo Ministério do Turismo e pela Secretaria de Estado de Turismo de Minas Gerais (SETUR/MG). Discute os resultados da pesquisa desenvolvida em 2012, fruto da monografia de conclusão do curso de pós-graduação em Administração Pública pela Fundação João Pinheiro. Tal pesquisa foi feita por meio de investigação documental e bibliográfica, além de documentação direta, ligada a pesquisa de campo sobre o papel das Associações de Circuitos Turísticos na implementação da política estadual de turismo. Os resultados indicam o reconhecimento da política de regionalização mineira como uma estratégia de sucesso. Por outro lado, apontam certa dificuldade no desenvolvimento de ações que resultem em benefícios práticos em curto prazo, além do desejo de maior clareza nas diretrizes emitidas pela SETUR/MG e certa preocupação com uma aparente descontinuidade da política de turismo no estado. Foi apontada também a necessidade de melhoria dos canais de comunicação entre a SETUR/MG e os Circuitos Turísticos e a importância de se estabelecer diretrizes políticas para superar as dificuldades financeiras das Associações.Palavras-chave: turismo, políticas públicas, regionalização, descentralização.


2016 ◽  
pp. 99-112
Author(s):  
Marta Martines Ferreira

A proposta do artigo é rastrear a história e o contexto cultural da viola-de-cocho, instrumento que se instituiu como símbolo da cultura popular nos estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, alçado a patrimônio nacional pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Há mais de dois séculos, constitui a base sonora do cururu e siriri, fonte de representação da alegria e religiosidade do povo dessa extensa e dilatada região. A partir da análise de documentos organológicos reconstituímos os possíveis caminhos da viola-de-cocho até o modelo que se propõe na contemporaneidade. Argumentamos que isto possibilitou, em parte, a plasticidade e a capacidade de aglutinação do instrumento graças a sua própria capacidade de se difundir e perfazer através da diáspora humana.


2019 ◽  
Vol 19 (37) ◽  
pp. 98-103
Author(s):  
Luiz Alberto Ruiz da Silva ◽  
Bruna Tadeusa Genaro Martins de Oliveira ◽  
Gleizze Ilana Gomes ◽  
Ana Carolina Sacco
Keyword(s):  
De Se ◽  

Este artigo tem por objetivo, a análise e reflexão sobre as noções de integralidade e o sentido que tais elementos causam nas necessidades sociais em saúde. Qual a necessidade do estudo de um conceito para a formação de uma política pública na área de saúde? Qual a importância em se discutir, a partir de uma premissa histórica, a formação das noções de integralidade e como estas noções se relacionam com as necessidades sociais em saúde? Foi partindo dessas questões que o presente artigo foi construído, procurando observar a formação das noções de integralidade, bem como dos seus significados, tendo como base para tal uma abordagem histórica. Nesta análise pode ser observada a necessidade de se fazer com que as ideias em relação as noções de integralidade sejam inseridas na formação dos profissionais de saúde, tendo a percepção de que ainda não existe uma ação prática em campo neste processo de formação, e no serviço oferecido à população. Dessa forma faz-se necessário uma reformulação no modo como é conduzida a formação profissional, fazendo com que sejam destacadas as noções de integralidade aplicadas às necessidades sociais em saúde, dentro do contexto de atuação. Esse contexto constitui-se em uma proposta de ação estratégica para transformar a organização dos processos formativos e dos serviços oferecidos à população, implicando na compreensão da saúde a partir de uma visão ampliada e totalizante.   


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