Conídios de Trichoderma spp. para controle de larvas de geohelmintos isoladas das praias da Zona Sul de Ilhéus, Bahia.
A areia constitui um reservatório de microrganismos patogênicos, sendo a manutenção das condições de balneabilidade um parâmetro para garantir a saúde dos banhistas. Assim, estudos prévios de monitoramento das praias da Zona Sul de Ilhéus (2012 a 2016) indicaram alta frequência de contaminação parasitária por larvas de geohelmintos, as quais necessitam de um estágio no solo para completar seu ciclo de vida, configurando uma oportunidade de invadir hospedeiros. Usualmente, como medidas profiláticas, aplicam-se a limpeza mecânica da areia da praia para redução da matéria orgânica e o uso de agentes químicos nematicidas. Entretanto, tais ações podem desequilibrar a ecologia do ambiente, aumentar o nível de resíduos tóxicos e eliminar microrganismos benéficos. Este estudo propôs uma alternativa para elucidar a morte conclusiva das larvas de Ancylostoma spp. e Strongyloides stercoralis mediante a aplicação do controle biológico com conídios de Trichoderma spp., sob condições laboratoriais. Para tanto, foram coletadas e processadas amostras de solo do litoral sul de Ilhéus. Em sequência, com a extração das larvas de geohelmintos foram identificados padrões comportamentais e fisiológicos específicos para análise do mecanismo de morte das larvas de ancilostomídeos. Dessa forma, a avaliação da ação antagonista teve como critérios: a perda de motilidade, constatada pela redução ou ausência de movimentação caudal das larvas no período de quinze segundos, e a degradação das estruturas constituintes de Ancylostoma spp. e Strongyloides stercoralis, indicada por alterações anatômicas tegumentares. O ensaio da interação in vitro entre Trichoderma spp. e larvas de geohelmintos consistiu na aplicação do extrato fúngico obtido do Fertilizante Foliar Trichoderma® em placas de Petri com contaminação larval ativa. Outros tratamentos consistiram no uso da solução 37% de Formaldeído, com ação biocida verificada (controle positivo) e do controle negativo. Os resultados mostraram a ausência de larvas móveis nos meios com aplicação de Trichoderma spp. e solução Formaldeído 37%. Em contrapartida, no controle negativo, registrou-se taxa de sobrevida equivalente a 71,43% e movimentação ativa das larvas de geohelmintos. Destarte, a inclusão do Trichoderma spp. como ferramenta de controle biológico, mostra-se uma alternativa para controle de geohelmintos in vitro, na busca da melhoria da qualidade de vida em cidades litorâneas.,