scholarly journals PRONTIDÃO PARA A MUDANÇA DE COMPORTAMENTO DE DEPENDENTES QUÍMICOS DE ÁLCOOL EM TRATAMENTO EM CAPS AD

2021 ◽  
pp. 67-79
Author(s):  
Roberto Mendes dos Santos ◽  
Murilo Duarte da Costa Lima

A prontidão para mudança, expressa como a vontade de se inserir em um processo pessoal de adotar um novo comportamento, pode ser associada à adesão ao tratamento de alcoolistas. Objetivo: conhecer as características clínicas relacionadas à prontidão de alcoolistas para permanecer em tratamento. Método: Trata-se de estudo analítico, longitudinal, de acompanhamento de pacientes, com amostragem não probabilística do tipo intencional, realizada com 41 indivíduos dependentes químicos de álcool em tratamento em dois Centros de Atenção Psicossocial para álcool e outras Drogas (CAPSad) da região metropolitana de João Pessoa/ PB. O estudo verificou a existência de dependência química de álcool dos sujeitos na chegada para o tratamento, por meio do instrumento The Alcohol Use Identification Test (AUDIT), e identificou o estágio de prontidão para a mudança de comportamento em três diferentes momentos, através da escala University of Rhode Island Change Assessment Scale (URICA). Resultado: o público foi formado, em sua maioria, de indivíduos do sexo masculino, com idade média de 44 anos, baixa escolaridade, de classificação econômica Brasil C1 e C2, desempregados, e com cerca de 24 anos de consumo alcoólico. Em relação ao estágio motivacional, a maioria dos pacientes (53,66%) encontrava-se em estado de pré-contemplação, no qual os indivíduos não enxergam a mudança como algo necessário, e apenas 7 sujeitos chegaram ao final dos três meses de pesquisa em tratamento regular. Conclusão: os dados obtidos demonstram a importância da identificação de fatores de modificação dos aspectos motivacionais na construção de projetos terapêuticos mais consentâneos às necessidades terapêuticas individuais.

HU Revista ◽  
2019 ◽  
Vol 45 (2) ◽  
pp. 140-147
Author(s):  
Nayara Baptista Silva ◽  
Maira Leon Ferreira ◽  
Laisa Marcorela Andreoli Sartes

Introdução: O consumo abusivo de álcool acompanha os indivíduos durante a idade economicamente ativa, sendo a causa de diversos problemas no ambiente de trabalho. Objetivos: Este estudo teve como objetivo avaliar a relação entre o consumo de álcool e características sociodemográficas e psicossociais de trabalhadores do setor metalúrgico. Metodologia: Foram selecionados, por conveniência, 104 dos 120 trabalhadores de uma empresa de médio porte do setor metalúrgico, sendo que, deste total dezesseis foram excluídos por não estarem presentes nos dias das entrevistas ou por falta de disponibilidade no dia da aplicação dos testes. Os instrumentos utilizados na coleta de dados foram: (1) o AUDIT (Alcohol Disorders Identification Test) para avaliar o padrão de consumo de álcool e comparar os funcionários usuários e não usuários de álcool; (2) a área médica do ASI6 (Addiction Severity Index 6), para associar outras questões de saúde com o uso de álcool; (3) o URICA (University of Rhode Island Change Assessment Scale), para analisar o estágio de motivação para mudança dos usuários de risco e (4) questionário de dados sociodemográficos e questões sobre o álcool, para descrever a amostra. Resultados: Os resultados demonstram que, quanto ao padrão de uso de álcool, 75% dos participantes pontuaram como uso de baixo risco de álcool, 21,2% como uso nocivo e 3,8% como dependência. Observou-se que a maioria da amostra afirmou ter consumido álcool nos últimos meses (61 trabalhadores/ 58,7%). Conclusão: Como a maioria dos funcionários entrevistados fazia uso de álcool e, destes, a maior parte fazia uso episódico excessivo do álcool, padrão denominado de binge drink, fica evidenciada a necessidade das empresas de investirem em programas de prevenção e tratamento, reduzindo os riscos de acidentes de trabalho e problemas como absenteísmo e queda de produtividade.


Psychologica ◽  
2014 ◽  
Vol 57 (1) ◽  
pp. 7-22
Author(s):  
Flaviane Bevilaqua Felicíssimo ◽  
Víviam Vargas Barros ◽  
Sabrina Maura Pereira ◽  
Natália Quintela Rocha ◽  
Lélio Moura Lourenço

Introdução: O estudo sobre o álcool tem aumentado em todo o mundo devido ao seu impacto social e econômico, e as doenças relacionadas ao uso de álcool estarem entre os distúrbios mais comuns de abuso de substâncias. Desta forma, faz-se necessário investigar os métodos mais eficazes e adequados de tratamento para diferentes populações. Método: Este trabalho analisou a literatura científica sobre o Modelo Transteórico de Mudança de Comportamento relacionados ao consumo de álcool. Foram consultadas as bases de dados Scopus, PubMed, PsycINFO, PepsiCo e Lilacs, utilizando os descritores transtheoretical model, transtheoretical approach, stages of change, processes of change e cycle of change cruzado com o descritor alcoholism, no período de dez anos (2001 a 2011). Principais resultados: A maioria das pesquisas encontradas utilizavam métodos longitudinais e quantitativos, além de uma prevalência no uso dos questionários Readiness to Change Questionnaire e University of Rhode Island Change Assessment utilizados na mensuração do ModeloTransteórico. Os resultados indicaram que outras variáveis podem influenciar o comportamento do indivíduo em relação à sua fase de mudança de comportamento e identificou problemas relacionados ao uso de álcool em pacientes que procuravam tratamento para outras condições de saúde. Esta constatação reforça a necessidade de práticas de triagens para a prevenção dos agravos relacionados ao uso de álcool.Implicações: O modelo Transteórico é importante no processo de mudança de comportamento, uma vez que permite a identificação dos estágios e a escolha de intervenções mais adequadas ao estágio do paciente, além de evitar que esforços sejam feitos na direção contrária à necessidade do usuário. Conclusão: Ressalta-se a necessidade de mais estudos na área, especialmente em relação às práticas de profissionais de saúde.


2015 ◽  
Vol 64 (2) ◽  
pp. 107-114 ◽  
Author(s):  
Juliana Medeiros Leão ◽  
Letícia Catharina Vitoretti Lisboa ◽  
Mariana de Almeida Pereira ◽  
Luciane de Freitas Lima ◽  
Kelly Cavalheiro Lacerda ◽  
...  

Objetivo Embora existam programas efetivos para tratamento da obesidade, são grandes as taxas de abandono. O objetivo deste trabalho foi investigar o estágio motivacional em que se encontravam pacientes com sobrepeso ou obesidade I e II atendidos em ambulatório de Nutrição e seus fatores associados. Métodos Trata-se de um estudo transversal, com amostragem por conveniência, em que foram coletadas informações da história clínica, antropometria, compulsão alimentar (BES – Binge Eating Scale) e motivação para o tratamento (URICA – University of Rhode Island Change Assessment Scale). Resultados Dos 48 avaliados, 29,2% encontravam-se em pré-contemplação, 41,7%, em contemplação e 29,2%, em ação. Quem procurou tratamento para controle de alguma comorbidade além da perda de peso teve maior escore de prontidão (p = 0,024). Motivação não foi relacionada ao estado nutricional nem à tentativa anterior de perda de peso, mas relacionou-se à orientação profissional anterior (p = 0,005). Dos 26,8% que apresentavam sintomatologia moderada ou grave para compulsão alimentar, 90,9% estavam em contemplação, com diferença significativa quanto à pré-contemplação (p = 0,001) e à ação (p = 0,02). Conclusão Esses resultados sugerem que parte dos indivíduos que procuram tratamento para perda de peso não o faz com a motivação necessária e que, se o aconselhamento profissional quanto à importância da perda de peso ocorresse antes que patologias associadas à obesidade se instalassem, indivíduos mais motivados poderiam procurar tratamento e evitar tais complicações.


1983 ◽  
Author(s):  
Eileen A. McConnaughy ◽  
James O. Prochaska ◽  
Wayne F. Velicer

2015 ◽  
Vol 18 (1) ◽  
pp. 13-24 ◽  
Author(s):  
Tatiana Gonçalves dos Reis ◽  
Luiz Carlos Marques de Oliveira

OBJETIVO: Identificar aspectos relacionados ao consumo alcoólico entre estudantes de um município do interior do sudeste brasileiro. MÉTODOS: Neste estudo transversal foram avaliados 638 alunos de 13 a 17 anos, sendo 355 (55,6%) meninas, escolhidos de modo randomizado em 13/40 (32,5%) escolas públicas entre novembro de 2009 e agosto de 2010. Foi utilizado um questionário estruturado para coleta de dados pessoais/familiares e o Alcohol Use Disorders Identification Test (AUDIT) para avaliar o consumo alcoólico. Foi usada análise bivariada e regressão logística. RESULTADOS: Foi verificado que 516 (80,9%) estudantes fizeram uso de álcool na vida e 115 (18,4%) faziam consumo de risco (AUDIT ≥ 8). Pela análise bruta, o consumo de risco associou-se à faixa etária (16 a 17 anos), idade do primeiro consumo (≤ 12 anos), maior renda familiar, ambiente familiar conflituoso, não praticar uma religião e consumo alcoólico dos pais. Pela análise ajustada observou-se associação com a idade do primeiro consumo (≤ 12 anos), sendo odds ratio (OR) = 2,5 e intervalo de confiança de 95% (IC95%) 1,4 - 4,4. Vida sexual foi mais frequente entre os que já fizeram uso de álcool na vida (OR = 3,3; IC95% 2,0 - 5,3). Sob efeito do álcool, 22/103 alunos (21,4%) nem sempre utilizaram preservativos. Entre todos, 25,4% acreditam que não há risco em beber e 98% já compraram bebidas alcoólicas. Sentir vontade de beber após assistir a propagandas de bebidas alcoólicas foi mais frequente entre adolescentes que já as consumiram (OR = 1,7; IC95% 1,1 - 2,6). CONCLUSÃO: Foi verificado preocupante e precoce consumo alcoólico entre estudantes, mostrando a necessidade tanto de conscientização dos jovens e de seus responsáveis para os riscos desse consumo, quanto de se cumprir a lei que proíbe a venda de bebidas alcoólicas a menores de idade.


2012 ◽  
Vol 18 (2) ◽  
pp. 77-80 ◽  
Author(s):  
Gabriel Soares Ledur Alves ◽  
Renata Brasil Araujo

O objetivo deste estudo foi avaliar a efetividade dos jogos cooperativos no manejo do craving (fissura) e da ansiedade, bem como na motivação para a mudança do comportamento aditivo em dependentes de crack/cocaína internados em uma unidade de desintoxicação. Trata-se de um ensaio clínico do tipo quase-experimental, em que foram pesquisados 30 sujeitos, do sexo masculino, entre 18 e 50 anos, dependentes de crack/cocaína, distribuídos em oito grupos. Os instrumentos utilizados foram: ficha com dados sociodemográficos, mini-mental state examination, University of Rhode Island Change Assessment scale (URICA), Beck anxiety inventory (BAI) e escala analógica visual (EAV). Foram apresentadas imagens e vídeos da cocaína sob a forma de crack com o objetivo de induzir o craving nos participantes e, em seguida, foram aplicados a EAV, a URICA e o BAI. Após, foi realizada uma oficina de jogos cooperativos, sendo reaplicados os instrumentos. Foi encontrada diferença significativa no craving e sintomas de ansiedade a partir dos jogos cooperativos (p < 0,001), porém não houve alteração na motivação para mudança do comportamento aditivo. Conclui-se que os jogos cooperativos podem ser um importante instrumento no tratamento de dependentes de crack/cocaína.


Author(s):  
Jennis Freyer-Adam ◽  
Sophie Baumann ◽  
Inga Schnuerer ◽  
Katja Haberecht ◽  
Ulrich John ◽  
...  

Zusammenfassung. Ziel: Persönliche Beratungen können bei stationären Krankenhauspatienten Alkoholkonsum und Mortalität reduzieren. Sie sind jedoch mit hohen Kosten verbunden, wenn aus Public-Health-Erfordernis viele Menschen einer Bevölkerung erreicht werden müssen. Computerbasierte Interventionen stellen eine Alternative dar. Jedoch ist ihre Wirksamkeit im Vergleich zu persönlichen Beratungen und im Allgemeinkrankenhaus noch unklar. Eine quasi-randomisierte Kontrollgruppenstudie „Die Bedeutung der Vermittlungsform für Alkoholinterventionen bei Allgemeinkrankenhauspatienten: Persönlich vs. Computerisiert“ soll dies untersuchen. Design und Methoden werden beschrieben. Methode: Über 18 Monate sind alle 18- bis 64-jährigen Patienten auf Stationen der Universitätsmedizin Greifswald mittels Alcohol Use Disorder Identification Test (AUDIT) zu screenen. Frauen/Männer mit AUDIT-Consumption ≥ 4/5 und AUDIT < 20 werden einer von drei Gruppen zugeordnet: persönliche Intervention (Beratungen zur Konsumreduktion), computerbasierte Intervention (individualisierte Rückmeldebriefe und Broschüren) und Kontrollgruppe. Beide Interventionen erfolgen im Krankenhaus sowie telefonisch bzw. postalisch nach 1 und 3 Monaten. In computergestützten Telefoninterviews nach 6, 12, 18 und 24 Monaten wird Alkoholkonsum erfragt. Schlussfolgerung: Das Studienvorhaben, sofern erfolgreich umgesetzt, ist geeignet die längerfristige Wirksamkeit einer persönlichen und computerbasierten Intervention im Vergleich zu untersuchen.


Sign in / Sign up

Export Citation Format

Share Document