Tratamento da síndrome dos ovários policísticos entre estudantes de medicina do Estado do Rio de Janeiro
Resumo: A síndrome dos ovários policísticos (SOP) é uma endocrinopatia relevante, uma vez que acomete parte significativa da população feminina mundial. Tem etiologia complexa, que abrange diversos campos da Medicina, e necessita de certos critérios para ser diagnosticada. Nesse contexto, admite-se a presença de quatro fenótipos da síndrome (A, B, C e D), com sintomas e sinais clínicos distintos. Logo, em razão da complexidade diagnóstica e da alta prevalência mundial dessa síndrome, surgem alguns tipos de tratamento para o seu controle. Objetivo: Analisar quais opções terapêuticas estão sendo utilizadas nas mulheres com SOP e verificar se há correlação com os diversos fenótipos da síndrome. Métodos: Enviou-se questionário on-line a estudantes de Medicina do estado do Rio de Janeiro, de universidades públicas e privadas. Idealizou-se um questionário que foi disponibilizado on-line e desenvolvido no Google Docs®. Utilizou-se um link ou código QR que foi enviado via e-mail, WhatsApp® ou Facebook® de forma espontânea às alunas. O questionário ficou disponível na rede para preenchimento durante o mês de setembro de 2018 (30 dias). Os dados coletados permitiram analisar quais opções terapêuticas estão sendo utilizadas para tratamento da SOP e qual a prevalência dos diversos fenótipos. Os resultados obtidos foram analisados no programa Microsoft Office Excel® (2013). Resultados: Participaram do questionário 450 mulheres, das quais 150 tinham SOP. O perfil clínico e epidemiológico está representado na Tabela 1. Entre os sinais e sintomas que determinam os fenótipos da SOP, nosso estudo identificou como mais prevalente o achado ultrassonográfico (86%), seguido de hiperandrogenismo (79%) e poucos fluxos menstruais ao ano (quatro ou menos) (40%). O principal fenótipo identificado foi o C. A pílula anticoncepcional combinada foi a terapêutica mais utilizada (61,3%) e impressionantes 21% das mulheres não estavam utilizando nenhum tratamento para a SOP. Entre as terapias complementares (metformina, peeling, laser facial, isotretinoína, espironolactona) utilizadas apenas para quem apresentava hiperandrogenismo (acne e/ou hirsutismo), a terapia mais comum foi a isotretinoína (21%). Conclusão: A pílula anticoncepcional combinada continua sendo a abordagem preferencial nos casos de SOP. Terapias complementares foram adotadas por 41,3% das mulheres.