scholarly journals Pandemia e Política

NAU Social ◽  
2020 ◽  
Vol 11 (20) ◽  
pp. 71
Author(s):  
Maria Elisabete Pereira dos Santos ◽  
Renata Alvarez Rossi

<p class="Corpo">Este texto passeia por alguns dilemas da nossa política em tempos de pandemia. Recorre a Albert Camus e a pensadores clássicos no campo do liberalismo, como Bernard Mandeville, Adam Smith e Friedrich Hayek, para discutir o significado, em tempos idos e nos dias de hoje, da exacerbação da tese da liberdade individual, em contextos de crise sanitária. Hannah Arendt, Richard Sennett e Wilhelm Reich, com Zé Ninguém, ajuda-nos a refletir sobre a complexa associação entre pandemia, autoritarismo e neofascismo. O texto recorre ainda a Lilia Schwarcz e a Jessé de Souza, com o objetivo de explicitar as raízes escravistas e autoritárias da sociedade brasileira. A discussão estrutura-se a partir da recorrência a textos dos referidos autores e conclui pela necessidade, no atual contexto de esquecimento da política, ataque à democracia liberal burguesa e hegemonia de forças políticas de extrema direita, nestes tempos de Zé Ninguém, de reinventar a esfera pública, a politica e o futuro.</p>

2018 ◽  
Vol 8 (2) ◽  
pp. 361-380
Author(s):  
Sávia Lorena Barreto Carvalho De Sousa

Este ensaio teórico de base analítica visa entender criticamente aspectos do liberalismo e da intervenção do Estado. Com o objetivo central de resgatar questões trabalhadas por autores modernos da Ciência Política a respeito das formas que uma sociedade pode ser mais justa e combater as desigualdades no mundo, o questionamento principal se desdobra em reflexões sobre como conciliar a liberdade com a atuação dos mercados e a respeito dos limites da democracia neste contexto, discutidos em uma problematização de pensadores como Adam Smith, Alex de Tocqueville, Stuart Mill, Max Weber e Karl Marx em diálogo com teóricos mais contemporâneos, como Friedrich Hayek, John Rawls, Jürgen Habermas e Anthony Giddens. Conclui-se a urgência de um processo de fortalecimento dos Parlamentos, com políticas públicas de inclusão social que permitam uma sociedade mais igualitária e uma educação que abra portas para formar um cidadão crítico, que compreenda as diferenças dentro do campo do respeito ao Outro e às liberdades de escolha. A proposta de contínuo aprimoramento das instituições e juízos através de sistemas de consultas, reformas e revisões jurídicas e políticas, é cada vez mais necessária em um mundo de constantes mudanças.


2020 ◽  
Vol 10 (1) ◽  
pp. 41-55
Author(s):  
Maciej Kałuża

In the presented essay, I would like to focus on the relationship between force and power. The idea that power, without resorting to forceful, even violent solutions, is less problematic, is both deceitful and dangerous. Once accepted, it can cause an oversight of violence‐free but possibly harmful forms of power. My focus in the article will be on the two reinterpretations of Master‐Slave dialectics, as presented by Alexandre Kojève and Albert Camus. This will be presented with reference to the position of Hannah Arendt and her remarks on power and force. In conclusion, I will be abstemious: my goal is rather to diagnose and bind the existentialist judgement with the contemporary situation and suggest that thinking outside the force‐power relationship may be continuously fruitful and an important part of reflection on the nature of political power.


2018 ◽  
Vol 20 (1) ◽  
pp. 1
Author(s):  
Antonio Carlos Dias Junior ◽  
Wenceslao Machado de Oliveira Junior
Keyword(s):  

O historiador inglês da intelectualidade francesa Tony Judt, em um de seus ensaios, lembra que Hannah Arendt, ao visitar Paris em 1952, teria dito que o escritor Albert Camus seria “sem dúvida, o melhor homem neste momento na França. É claramente superior aos outros intelectuais”.3 Um dos heróis da Resistência francesa, editor de Combat, jornal mais influente na França pós libertação, autor de obras como O mito de Sísifo (1942) e O estrangeiro (1942) - que lhe valeriam o Nobel de literatura em 1957 (três anos antes de sua morte prematura aos 46 anos) - Camus encarnou por algum tempo, na Paris  intelectual de sua época, a imagem do homem cuja retidão moral e engajamentos políticos o colocavam na condição de intelectual público, cujo epítome definitivo seria outro filósofo de sua geração, Jean-Paul Sartre.


Author(s):  
Sebastián Botticelli
Keyword(s):  

Con el objetivo de cuestionar aquellas interpretaciones que identifican la comprensión liberal del Estado con una estructura organizativa reducida a su mínima expresión cuyo desempeño debe quedar supeditado a las dinámicas económico-productivas, el presente artículo se propone revisar críticamente las propuestas de dos figuras destacadas dentro de la tradición del liberalismo: Adam Smith y Friedrich Hayek. Para ello se compara el modo en el que estos autores articulan el concepto de Estado sobre un plano operativo, en particular, en lo referido al principio de “gobierno limitado”. Se identifican las funciones adjudicadas a las instituciones públicas y se caracteriza el modo en el que se presentan las relaciones entre la órbita estatal y la órbita social. Por último, se destacan continuidades y diferencias entre ambas posturas. Sobre esa base, se proponen algunas reflexiones en torno a la eventual distinción entre un liberalismo ético-político y un liberalismo económico.


Author(s):  
Rainer Klump ◽  
Lars Pilz

In 1564, Leonhard Fronsperger, a military expert and citizen of the Free Imperial City of Ulm in Upper Germany, publishes the booklet “On the Praise of Self-Interest” (“Von dem Lob deß Eigen Nutzen”). Using the form of a satirical poem, he demonstrates how the individual pursuit of self-interest can lead to the common good. Writing long before Bernard Mandeville and Adam Smith, Fronsperger presents a thorough analysis of all kinds of self-interested social, political, and economic relations. His praise of self-interest demonstrates how, over the sixteenth century, the interplay of economic success (in particular in major trading cities), a more realistic conception of human behavior, and some aspects of humanism and the Reformation led to a new understanding of the origins of economic dynamics. This becomes the basis for what Max Weber ([1904–05] 2009) would later term “the spirit of capitalism.”


2021 ◽  
Vol 9 (04) ◽  
pp. 321-337
Author(s):  
KASONGO CEDRIC Christian

Généralement en économie classique, une idée est parfois admise, selon laquelle, « l’Economie n’a pas besoin du Droit pour se gérer ou pour faire ses preuves » Autrement « l’Economie n’a pas de morale ». Dans cette même ligne, la fable de BERNARD MANDEVILLE vient donner effet positif à cette pensée car celle-ci se résume dans le fait que « les vices prives font les biens publics et la vertu condamne la société à la pauvreté »[1] ; d’où il faut laisser faire les commerçants et les opérateurs économiques… Cette idée est complétée par une théorie développée par le célèbre économiste ADAM SMITH, « La théorie de la main invisible », celle-ci accompagnée de la logique libérale, voudrait « qu’il faut laisser-faire les vices qui favorisent le bien-être commun ou l’intérêt général »[2]. Il ajoute dans la même logique que le marché n’a pas besoin des règles de droit car le marché s’autorégule… car le principe universel des activités économiques est basé sur la liberté de commerce et de l’industrie, qui sont aussi à leur tour résumé dans la liberté d’entreprendre. Les activités économiques, bien que s’autorégulant, mais menées par l’homme pour l’homme, nécessitent au-delà de la logique libérale un certain ordre. Cet ordre est en effet apporté par le Droit Pénal Economique. D’où, bien que l’économie libérale exclut dans le domaine de l’économie la présence du Droit Pénal Economique car ce denier se présente comme un obstacle aux activités économiques, il faut constater aussi que cette logique libérale devient complète lorsqu’elle est adjointe à un minimum de morale et d’éthique, car l’ordre public économique et la libre concurrence comme piliers de l’économie imposent le respect d’un certain nombre de principes. Ce respect est assuré par le Droit Pénal Economique. L’ordre étant par essence un noyau du développement, on comprend logiquement que dans son rôle d’Etat gendarme, l’Etat a toutes les raisons d’intervenir dans le domaine économique par un Droit pénal spécial spécialisée qu’est le Droit pénal des Affaires.


2008 ◽  
Vol 1 (1) ◽  
pp. 87 ◽  
Author(s):  
Alexander Bick

Studies of Bernard Mandeville by economists and historians of economic thought have focused overwhelmingly on the problem of situating his work within the development of the theory of laissez-faire and evaluating his influence on major figures in the Scottish Enlightenment, especially Adam Smith. This paper explores Mandeville's economic thought through the lens of a very different transition: England's rapid growth following the Glorious Revolution and its gradual eclipse of Dutch economic hegemony. By situating Mandeville within an Anglo-Dutch context and carefully examining his comments on the Dutch in Remark Q of The fable of the bees, the paper shows the manner in which Mandeville's ideas both appropriated lessons from Dutch history and sought to revise ideas about the Dutch current among his English contemporaries. The paper thus sheds new light on core concepts in Mandeville's economic thought and permits exploration of an important moment in the development of political economy.


2017 ◽  
Vol 26 (2) ◽  
pp. 301-316 ◽  
Author(s):  
Rubens Da Cunha

Entre 1967 e 1969, Hilda Hilst escreveu oito peças de teatro, entre elas O verdugo. Essa peça apresenta a história de um executor que se recusa a matar um homem condenado por incitar a revolta e a mudança na sociedade. Neste artigo, analisamos O verdugo como uma peça que defende a revolta como princípio ético. A análise fundamentou-se nos conceitos de revolta propostos por Albert Camus em O homem revoltado, que propõe a revolta como amor e fecundidade, criticando severamenterevoltas que se tornam tiranias. Fundamentamo-nos também em Michel Foucault, cujo texto “É inútil revoltar-se” defende a necessidade da insurreição, e nos conceitos de responsabilidade coletiva advindos de Hannah Arendt.


Sign in / Sign up

Export Citation Format

Share Document