A urbanização nas zonas costeiras torna necessário avaliar o impacto antrópico sobre os ecossistemas associados. O objetivo deste trabalho foi analisar temporalmente a dinâmica de populações de macroalgas com potencial bioindicador, estabelecendo-as como ferramenta para avaliação da saúde ambiental. Foi amostrado o ambiente recifal intertidal da Praia de Formosa, no Município de Cabedelo, Estado da Paraíba, Nordeste do Brasil, durante intervalos trimestrais de agosto/2013 a novembro/2014. A variação temporal da frequência de ocorrência (F') das populações macrofitobênticas foi avaliada pela análise de variância (One-Way Anova) com teste Post-Hoc de Tukey. A influência das variáveis ambientais sobre F’ foi avaliada pela Correlação Linear de Pearson e pela PERMANOVA. A análise da qualidade ambiental e a proposta de biomonitoramento basearam-se no Grupo 1, formado por espécies perenes e/ou raras com maiores valores ao longo do Componente Principal 1 (CP1) da Análise de Componentes Principais (ACP), e Grupo 2, formado por espécies com comportamento errático com menores valores ao longo do CP1 da ACP. Foram encontradas 33 espécies macrofitobênticas. A frequência de ocorrência apresentou variação temporal, porém não influenciada pelo conjunto de variáveis ambientais. Phyllodictyon anastomosans, Gelidiella acerosa e Gelidium corneum compuseram o Grupo 1, com Dictyopteris delicatula, Canistrocarpus cervicornis e Hypnea spinella formando o Grupo 2. O Grupo 2 apresentou correlação positiva com a temperatura, alcançando as máximas frequências nos períodos mais quentes, mas esse fator isolado não é capaz de explicar a distribuição errática das espécies. A ocorrência de espécies bioindicadoras de eutrofização foi considerada natural, fato que, aliado à alta frequência de espécies bioindicadoras de qualidade ambiental, sugerem que o Recife de Formosa não sofre impactos antrópicos significativos. O desaparecimento de espécies perenes ou crescimento populacional significativo de espécie rara (Grupo 1), bem como a fuga do padrão temporal de frequência ou dominância do recife pelas espécies do Grupo 2, são indícios da ocorrência de impactos. Este trabalho fornece à gestão do Recife de Formosa uma eficiente ferramenta para avaliação do impacto urbano sobre a comunidade macrofitobêntica.