scholarly journals Caracterização microbiológica do veneno do ferrão do Bagre (Cathorops agassizii and Genidens genidens)

Author(s):  
Marcos Emerson Pinheiro Junqueira ◽  
Alice Cristina Mondin ◽  
Carlos Alberto de Magalhães Lopes

Este trabalho teve por objetivo o estudo da contaminação bacteriana do veneno do ferrão dos bagres Genidens genidens (Valenciennes, 1839); e Cathorops agassizii (Agassiz, 1829) encontrados no Complexo Baia-Estuário de Santos e de São Vicente (Estado de São Paulo). Foram obtidas amostras dos peixes para análises bacteriológicas que constituíam de um grupo de 50 espécimes sendo, 25 Cathorops agassizii e 25 de Genidens genidens. As análises bacteriológicas mostraram que havia contaminação nos ferrões por 13 diferentes linhagens de Enterobacteriaceae, sendo a Klebsiella pneumoniae (26,80%) a bactéria mais freqüente enquanto que as Enterobacter sp e Escherichia coli (16,27%), Serratia marcescens, Serratia sp e Proteus mirabilis (1,16%) apresentaram os mais baixos percentuais de contaminação. Nas amostras que apresentaram Bactérias Gram positivas não foram detectadas espécies de fungos. Enquanto que nas amostras que apresentaram bactérias Gram negativas, foi possível considerar alta contaminação bacteriana representando periculosidade em relação aos aspectos ambientais voltados á saúde pública. Destaca-se ainda que acidentes ocorridos por ferimentos causados em função do ferrão do bagre podem desenvolver significativas infecções secundárias agudas em humanos.

Author(s):  
Marcos Paulo Vieira Cunha ◽  
Marta Brito Guimarães ◽  
Yamê Miniero Davies ◽  
Liliane Milanelo ◽  
Terezinha Knöbl

Anualmente o tráfico de animais silvestres retira milhões de aves da natureza. Os cardeais (Paroaria coronata) e cardeais-do-nordeste (Paroaria dominicana) estão incluídos entre as espécies de aves mais traficadas. A microbiota cloacal de passeriformes de vida livre é composta principalmente por bacilos e cocos gram-positivos, já os bacilos gram-negativos predominam em aves de cativeiro. Em situações de estresse e baixa de imunidade as bactérias gram-negativas podem causar infecções oportunistas. O presente trabalho identificou bactérias da microbiota da cloaca de 49 espécimes de P. coronata e P. dominicana apreendidas do tráfico de animais silvestres em São Paulo (SP). Foram isoladas treze espécies de bactérias gram-negativas, incluindo Salmonella spp. e Pseudomonas aeruginosa. A maior frequência de ocorrência foi de Escherichia coli, identificada em 42/49 (85,7%) das amostras fecais. Dentre os isolados de E. coli, 21/42 pertenciam aos grupos filogenéticos B2 e D, relacionados a estirpes patogênicas que causam doença extraintestinal em humanos. Klebsiella pneumoniae foi isolada em 28/49 (57,1%) das amostras. Esses resultados reforçam que as condições estressantes a que esses animais são submetidos em situações de tráfico, incluindo o contato com humanos, podem favorecer a colonização da microbiota cloacal das aves por patógenos, o que representa um risco para a sua reintrodução na natureza considerando-se o possível contato com humanos e outros animais.


2019 ◽  
Vol 20 ◽  
Author(s):  
Marcone Helmer Silva ◽  
Hilma Lúcia Tavares Dias ◽  
Ednaldo da Silva Filho ◽  
Sarah Raphaela Rocha de Azevedo Scalercio ◽  
Wellington Bandeira da Silva ◽  
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Resumo Os objetivos desta pesquisa foram identificar bactérias isoladas da cavidade oral e da ampola retal de Saimiri collinsi e Callithrix jacchus e determinar a sensibilidade a 16 antimicrobianos. Trinta indivíduos de cada espécie foram analisados e foram isoladas 136 bactérias em C. jacchus e 84 em S. collinsi. As bactérias isoladas em maior número em S. collinsi foram Klebsiella pneumoniae, Escherichia coli, Enterobacter cloacae, Raoutella ornithinolytica, Staphylococcus xylosus e Proteus mirabilis. As bactérias isoladas em C. jacchus foram K. pneumoniae, E. cloacae, E. coli, Serratia marcescens e S. xylosus na cavidade oral e ampola retal. O teste de sensibilidade mostrou que, dentre as cepas isoladas, os maiores percentuais de resistência foram observados para ampicilina, amoxicilina, cefalotina e nitrofurantoína. Na cavidade oral de ambas as espécies as cepas foram sensíveis à ceftazidima, ceftriaxona, meropenem, amicacina, levofloxacina e a sulfametoxazol/trimetoprim. Na ampola retal, as isoladas foram sensíveis à cefoxitina, ceftazidima, ceftriaxona, ertapenem, meropenem, amicacina e levofloxacina. Conclui-se que as espécies de S. collinsi e C. jacchus apresentam sua microbiota oral e retal composta por várias espécies bacterianas e que a resistência pode ser um problema no criatório, uma vez que as cepas mostraram percentuais elevados de resistência a diferentes antimicrobianos.


Author(s):  
J.A. Ambrosim ◽  
F. S. Almeida ◽  
E. C. Rigobelo ◽  
A. F.P. Castro ◽  
R. P. Schocken Iturrino ◽  
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Des échantillons de fèces prélevés chez 266 veaux de race laitière, provenant de la région au nord de l’Etat de São Paulo, ont été examinés afin d’étudier la fréquence des différents agents entéropathogènes et de déterminer la résistance des souches isolées à plusieurs substances antimicrobiennes. Au total, 127 souches d’Escherichia coli – parmi lesquelles 60 étaient entérotoxigéniques – ont été isolées, ainsi que 23 souches d’Enterobacter cloacae, 18 souches de Klebsiella pneumoniae, 15 souches de Citrobacter freundii, 7 souches de Salmonella avec des sérotypes différents et une souche de Pseudomonas aeruginosa. Trente-six souches positives pour Cryptosporidium sp. ont aussi été identifiées, dont quatre ont été classées sous l’espèce Cryptosporidium parvum. L’association de deux ou plus agents a été rencontrée dans 27 échantillons de fèces diarrhéiques. Parmi les antibiotiques testés, la lincomycine et la pénicilline G ont été ceux contre lesquels Escherichia coli et Salmonella sp. ont présenté une résistance plus importante.


2021 ◽  
Vol 30 (03) ◽  
pp. e165-e170
Author(s):  
David Andrés Castañeda-Millán ◽  
Juan Carlos Osorio-Iriarte ◽  
Juan Pablo Alzate-Granados ◽  
Daniel Amórtegui-Rodríguez ◽  
Juan Sebastián Arbeláez-Teuzaba ◽  
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ResumenLa infección del tracto urinario (ITU) es una de las principales complicaciones postrasplante renal, los datos a nivel nacional en ese grupo poblacional son limitados. Objetivos caracterizar la microbiología de las ITU presentadas en receptores de trasplante renal (TxR) en un centro colombiano durante el periodo 2017–2019, los factores relacionados con la resistencia antimicrobiana y el impacto de la ITU en la función del injerto renal. Métodos estudio de corte transversal ejecutado mediante el análisis de la base de datos de ingresos hospitalarios por urgencias de pacientes receptores de TxR con sospecha clínica de ITU en una institución de cuarto nivel en Bogotá, Colombia. El análisis de datos se ejecutó en STATA 13.0. Resultados La ITU causó 12,69% de visitas a urgencias en pacientes trasplantados. Los microorganismos aislados fueron: Escherichia coli 52,22%, Klebsiella pneumoniae 16,67%, Pseudomonas aeruginosa 4,44%, Salmonella spp 4,44%, Proteus mirabilis 3,33%, Serratia marcescens 2,22%, Klebsiella oxytoca 2,22%, Citrobacter koseri 1,11%, Enterobacter cloacae 1,11%, otros 2,22%; El urocultivo fue negativo en 10% de los casos. El 28,39% (n:23) de gérmenes aislados fue multisensible mientras que el 71,60% (n:58) expresó algún tipo de patrón de resistencia distribuido así: 68,96% productor de betalactamasa de espectro extendido (BLEE), 15,52% productor de carbapenemasas, 12,06% productor de betalactamasa tipo IRT, 3,45% fue catalogado como multirresistente. 17,78% de los pacientes presentó criterios de urosepsis, no se registró ningún caso de mortalidad asociada a la ITU. La creatinina sérica tuvo un incremento promedio de 0,46 mg/dl durante el episodio de ITU (p: <0,0001) y el antecedente de diabetes mellitus se relacionó con la ITU causada por gérmenes resistentes (p: 0,008). Conclusiones La ITU es una causa frecuente de atención en urgencias para pacientes receptores de TxR; la Escherichia coli es el microorganismo causal más frecuente y cerca del 70% de los gérmenes aislados presentó algún patrón de resistencia antimicrobiana.


2015 ◽  
Vol 35 (6) ◽  
pp. 518-524 ◽  
Author(s):  
Helio Langoni ◽  
Felipe Freitas Guimarães ◽  
Elizabeth Oliveira da Costa ◽  
Samea Fernandes Joaquim ◽  
Benedito Donizete Menozzi

Resumo: A mastite é a principal afecção do gado destinado à produção leiteira, que impacta significativamente a cadeia produtiva do leite, com reflexos ainda para a saúde pública. Estudou-se aspectos relacionados à etiologia, celularidade e de contagem bacteriana em 10 propriedades leiteiras, localizadas no Estado de São Paulo. Foram examinadas 1148 vacas em lactação, totalizando 4584 glândulas mamárias. Foram considerados os casos, em que houve isolamento de estafilococos coagulase positiva (SCP) e estafilococos coagulase negativa (SCN). Os resultados revelaram microbiota com vários patógenos e diferentes espécies de SCN (128 casos) e SCP (45), Staphylococcus aureus(90), Streptococcus agalactiae(70), Streptococcus dysgalactiae (69), Streptococcus uberis(29), Corynebacteriumspp. (230), Klebsiella pneumoniae(28), Klebsiella oxytoca(2), Escherichia coli(15), Enterobactersp. (3). Os resultados de contagem de células somáticas (CCS) relacionados aos SCP e SCN não mostraram diferenças entre as propriedades avaliadas, entretanto com diferenças significantes ao se avaliar a CCS entre os dois grupos de estafilococos, como pode ser evidenciado ao comparar SCN Discreto e SCP exuberante (P<0,01), SCP Discreto e SCP exuberante (P<0,001) e SCN moderado e SCP exuberante (P<0,01). A avaliação da CCS relacionada à intensidade da infecção, considerando-se como crescimento discreto o isolamento de até nove colônias, moderado de dez a 29 colônias e exuberante, com 30 ou mais colônias, revelou para ambos os grupos de estafilococos que quanto maior o número de unidades formadoras de colônias (UFC), a CCS é mais elevada, sendo sempre maior nos casos de SCP. Conclui-se que quando há maior número de UFC, há concomitantemente maior CCS/mL de leite, no caso dos SCP e SCN, o que mostra relação direta da intensidade do processo infeccioso com a resposta da celularidade do leite, bem como pela relevância desses na etiologia das mastites e dos aspectos negativos tanto para a produção, quanto na qualidade do leite produzido nas propriedades.


2009 ◽  
Vol 39 (6) ◽  
pp. 1836-1841 ◽  
Author(s):  
Thaís Mioto Martineli ◽  
Oswaldo Durival Rossi Junior ◽  
Natacha Deboni Cereser ◽  
Marita Vedovelli Cardozo ◽  
Cristianne Lino Fontoura ◽  
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The consumption of lamb meat in Brazil has increased in the last years but little information about the microbiological quality of this product is available. To evaluate the hygienic-sanitary conditions of lamb carcasses, the quantification of microorganism populations indicators (mesophiles and psychrotrophs; total and thermotolerant coliforms; Escherichia coli; moulds and yeasts) and the pathogenic microorganisms indentification (Salmonella sp. and Listeria spp.) were performed. A total of 60 lamb carcasses were sampled from one abattoir in São Paulo. Swab samples were collected from three points (forequarter, back and hindquarter) on the muscle surface after carcasses final washing. Statistical analysis consisted of descriptive evaluation of the results whose counts were grouped by intervals of microorganism populations. Counts ranged from 1.0 x 10¹ to 8.0 x 10(4) colony-forming unit cm-2 (CFU cm-2) for mesophiles; 1.0 x 10(0) to 4.4 x 10(4)CFU cm-2 for psychrotrophs; < 1.0 x 10(0) to 4.4 x 10(4)CFU cm-2 for moulds and yeasts; < 0.3 to > 32.0 most probable number/cm² (MPN cm-2) for total and thermotolerant coliforms and Escherichia coli. Salmonella sp. and Listeria spp. were not found in any of the carcasses. Most carcasses presented low counts for all microorganisms. Overall results may be explained by the small size of the industry where the study was taken. Results suggest that good microbiological quality lamb meat is possible to be obtained, but improvement in hygienic-sanitary conditions is still required.


2014 ◽  
Vol 81 (2) ◽  
pp. 180-185 ◽  
Author(s):  
Lilian Gregory ◽  
Rodolfo Santos Rossi ◽  
João Padilha Gandara Mendes ◽  
Natalie Neuwirt ◽  
Eduardo Carvalho Marques ◽  
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A população de bubalinos estimada no Brasil é de aproximadamente 3 milhões de animais, encontrando-se distribuídos em todos os Estados brasileiros, com crescimento médio anual de 12%. Apesar disso, os trabalhos realizados buscando os avanços na bubalinocultura são escassos. Em função da complexidade etiológica da diarreia em bubalinos e da falta de informações recentes nesta área, o presente estudo teve como objetivo avaliar a ocorrência dos principais agentes bacterianos e parasitários envolvidos na diarreia de bezerros búfalos lactentes, de explorações leiteiras semi-intensivas e intensivas em regiões dos estados de São Paulo e Paraná. De março de 2010 a junho de 2011, foram colhidas 53 amostras para exame coproparasitológico e 46 amostras para o exame bacteriológico de animais com quadro de diarreia nos municípios paulistas de São João da Boa Vista, Dourado, Pirassununga, Registro, Pariquera Açu, Pilar do Sul e uma propriedade no estado do Paraná, município de Santana do Itararé. No exame parasitológico, 45,28% (24) foram positivos para Eimeria spp., 26,42% (14) para Strongyloidea e 1,88 (1) para Toxocara vitulorum. No exame bacteriológico, 97,83%, (45) das amostras foram positivas para E. coli, contudo, somente duas foram consideradas patogênicas (E. coli STEC). Em uma amostra (2,17%) isolou-se Klebsiella pneumoniae; já a presença de Salmonella spp. não foi constatada. Para o presente estudo, a presença de endoparasitas foi bastante relevante, principalmente os casos Eimeria spp., sendo a higiene das instalações e falhas de manejo fatores importantes na ocorrência de diarreia em bezerros búfalos no estado de São Paulo.


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