scholarly journals Dessecação do campo nativo para semeadura direta da cultura da soja

1998 ◽  
Vol 28 (2) ◽  
pp. 235-240 ◽  
Author(s):  
Miguel Vicente Weiss Ferri ◽  
FIávio Luiz Foletto Eltz ◽  
Nelson Diehl Kruse

Para avaliar doses do herbicida glyphosate, isolado ou misturado com 2,4-D, na dessecação do campo nativo para semeadura direta de soja, foi conduzido um experimento no compus da UFSM. Os tratamentos foram: glyphosate a 360, 720 e 1080g ha-1 de equivalente ácido, isolado ou em mistura com 200g ha-1 de 2,4-D éster, aspergidos em dois volumes de calda (50 e 200l ha-1), além de testemunha sem controle. A aspersão dos herbicidas ocorreu em 30/10/95 e a semeadura da soja em 27/12/95. Das 57 espécies presentes no campo nativo, as principais foram: Paspalum notatum var. notatum biótipos "C" e "D", Vernonia polyanthes, Vernonia nudiflora, Eryngium horridum e Baccharis trimera. Os resultados mostram que o uso de 2,4-D e a redução do volume de calda de 200 para 50l ha-1 não melhoraram a eficácia de controle do glyphosate, que mostrou controle geral de 48, 73 e 90% para as doses de 360, 720 e 1080g ha-1. O glyphosate mostrou controle ineficiente de V. polyanthes, V. nudiflora e E. horridum, independente da dose ou mistura com 2,4-D, sendo eficiente para B. trimera à 720 e 1080g ha-1. Houve controle do Paspalum de 54, 79 e 93% para o glyphosate à 360, 720 e 1080g ha-1 . O rendimento médio de grãos de soja foi de 1762, 2502, 2690 e 2793 kg ha-1, para testemunha e glyphosate a 360, 720 e 1080g ha-1. Conclui-se que, para semeadura direta de soja sobre campo nativo, a dose de 1080g ha-1 de glyphosate é adequada.

2007 ◽  
Vol 36 (5) ◽  
pp. 1247-1254 ◽  
Author(s):  
Luiz Giovani de Pellegrini ◽  
Carlos Nabinger ◽  
Paulo César de Faccio Carvalho ◽  
Mikael Neumann

O experimento foi desenvolvido em área de pastagem nativa representativa da transição entre a Serra do Sudeste e a Depressão Central do Rio Grande do Sul, onde as espécies indesejáveis foram representadas especialmente por carqueja (Baccharis trimera (Less.) DC.), caraguatá (Eryngium horridum (Spreng.) Less.) e alecrim (Vernonia nudiflora Less.). Foram avaliados os efeitos iniciais de dois métodos de controle de espécies indesejáveis (até 60 dias após aplicação) sobre a produção de forragem, a dinâmica da vegetação e a eficiência de controle: sem-controle; controle mecânico; e controle químico (herbicida comercial à base de Picloram [64 g/L] + 2,4-D [240 g/L], na dosagem de 5 L do produto comercial/ha). Os tratamentos foram arranjados em um delineamento em blocos ao acaso, com quatro repetições. A massa gramíneas verdes secas e a massa total de MS não diferiram entre os métodos de controle. Foram obtidos valores de 587,9; 472,0 e 0 kg de MS com o controle mecânico, o controle químico e sem-controle, respectivamente, o que comprova influência do método de controle sobre a massa de forragem de leguminosas. A eficiência de controle das espécies indesejáveis, em comparação à ausência de controle, foi de 76,2% para o controle químico e 27,9% para o controle mecânico. A eficiência de controle de espécies, sob aspectos de freqüência dos componentes da pastagem, evidenciou que o controle mecânico não foi eficiente aos 60 dias após aplicação no controle de plantas de alecrim no segundo toque (-27,7%) e plantas de caraguatá no primeiro toque (-30,0%).


2003 ◽  
Vol 33 (5) ◽  
pp. 921-927 ◽  
Author(s):  
Fernando Luiz Ferreira de Quadros ◽  
Gabriela Schenato Bica ◽  
Paulo Rogério Viegas Damé ◽  
Rubens Dorow ◽  
César Kersting ◽  
...  

Este trabalho foi realizado com o intuito de se obter um levantamento das pastagens naturais da região de Santa Maria, a qual foi subdividida, para este objetivo, em quatro localidades: Dilermando de Aguiar, Pains, Santa Flora e São Martinho. O levantamento utilizou estimativas visuais da freqüência de espécies através do método BOTANAL e permitiu a identificação de 61 espécies, dentre as quais 45 apresentaram contribuição significativa para a biomassa aérea da vegetação. No distrito de Pains, encontrou-se maior freqüência das espécies Axonopus affinis, Eragrostis plana, Desmodium barbatum e Aristida spp.. Em Dilermando de Aguiar, houve maior contribuição de Calamagrostis viridiflavescens, Schizachyrium microstachyum e Paspalum notatum a qual foi, também, uma espécie abundante em Santa Flora, assim como Desmodium incanum. As espécies mais freqüentes em São Martinho foram: Baccharis trimera, Paspalum plicatulum e Erianthus angustifolius. O teste de aleatorização mostrou que, em todas as localidades, ocorreu diferença significativa na sua composição florística (P= 0,0058), evidenciando a inexistência de associação entre os tipos fisionômico-florísticos e os tipos de solo. A partir disto, este levantamento permite que se estabeleçam prioridades quanto à pesquisa e manejo das pastagens naturais dos diferentes grupos fisionômico-florísticos da região.


2004 ◽  
Vol 34 (3) ◽  
pp. 769-777 ◽  
Author(s):  
Enrique Pérez Gomar ◽  
José Miguel Reichert ◽  
Dalvan José Reinert ◽  
Fernando García Prechac ◽  
Elbio Berretta ◽  
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A semeadura direta de espécies forrageiras de estação fria permite reduzir a marcada estacionalidade da sua produção em campos naturais. Durante quatro anos, conduziu-se um experimento de aplicação de herbicidas sobre campo nativo, em um solo Argissolo Vermelho-Amarelo, de textura arenosa do norte do Uruguai visando introduzir forrageiras de estação fria e estudar o impacto dos herbicidas na composição botânica de espécies estivais. Foram testadas doses de herbicidas (glifosate 1L ha-1, glifosate 4L ha-1, paraquat 3L ha-1 e testemunha), como tratamento principal, aplicadas no ano 1994, em um delineamento blocos ao acaso. A repetição ou não das mesmas doses no ano 1995 constituiu a subparcela e a aplicação ou não das mesmas doses no ano de 1996 constituiu a sub-subparcela. No levantamento de espécies da vegetação existentes no outono de 1998, observou-se que o maior distúrbio sobre a composição botânica do campo nativo foi provocado com a aplicação continuada da dose de 4L ha-1 de glifosate, onde foram identificadas seis espécies. No levantamento de espécies existentes no tratamento testemunha, no outono, foram identificadas onze espécies, sendo que as espécies Andropogon lateralis, Paspalum notatum, Conyza bonariensis, Eryngium horridum, Desmodium incanum, Cyperus sp. e Digitaria sp. constituiram 90% da composição botânica. Com a aplicação de herbicida, ocorreu uma substituição de espécies perenes por anuais.


Agrarian ◽  
2019 ◽  
Vol 12 (46) ◽  
pp. 443-448
Author(s):  
Sara Samanta Silva Brito ◽  
Cláudia Helena Cysneiros Matos de Oliveira ◽  
Carlos Romero Ferreira de Oliveira

O efeito fumigante e repelente dos óleos essenciais de Baccharis trimera (Less.) DC., Copaifera sp., Cymbopogon winterianus Jowitt, Myrocarpus frondosus Allemão e Pimpinella anisum L. foram testados sobre adultos de Zabrotes subfasciatus (Boh., 1833) em sete concentrações para o efeito fumigante (0,0; 0,63; 1,25; 2,5; 5; 10; 15; 20 µL / L de ar) e duas concentrações para o efeito repelente (0,63; 20 µL / L de ar).  Para o efeito fumigante foram utilizadas câmaras de fumigação em recipientes de vidro, tipo bomboniere, onde cada óleo foi impregnado em tiras de papel filtro fixadas na superfície inferior da tampa dos recipientes; para o efeito repelente foram confeccionadas arenas compostas de dois recipientes plásticos circulares interligados simetricamente a outro recipiente circular no centro por dois tubos plásticos sendo um sem óleo (testemunha) e o outro tratado com óleo. Após 48 horas, observou-se no efeito fumigante que os óleos de C. winterianus e B. trimera ocasionaram 100% de mortalidade nas suas maiores concentrações, enquanto que Copaifera sp. apresentou apenas 40% de mortalidade. Em relação à repelência todos os óleos mostraram-se neutros na menor concentração, e apenas os óleos de C. winterianus, M. frondosus e P. anisum mostraram-se repelentes na maior concentração. O óleo essencial de C. winterianus ocasionou 100% de redução de emergência da progênie nas duas concentrações utilizadas.  Os óleos essenciais avaliados mostraram-se promissores no manejo de Z. subfasciatus em feijão, uma vez que reduzirão significativamente a geração seguinte do inseto, contribuindo para uma menor infestação.


Author(s):  
Gleise M Silva ◽  
Lautaro R Cangiano ◽  
Thiago F. Fabris ◽  
Victoria R Merenda ◽  
Ricardo C Chebel ◽  
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Abstract This experiment evaluated the effects of providing artificial shade during summer on activity, behavior, and growth performance of pregnant grazing beef heifers. Thirty-six black-hided Angus and Angus crossbred pregnant heifers [418 ± 9 kg body weight (BW); approximately 90 d of gestation] were stratified by breed, blocked by BW, and allocated to 12 ‘Pensacola’ bahiagrass pastures (Paspalum notatum Flüggé; 1.3 ha, n = 3 heifers/pasture) with or without access to artificial shade (SHADE vs. NO SHADE; 6 pastures each) for 7 wk during summer. The shade structures were composed of shade cloth (11 × 7.3 m length, 2.4 m height: 26.8 m 2 of shade per heifer). Shrunk BW was recorded on enrollment (d 0) and wk 7 (d 47), whereas full BW was obtained on wk 2 (d 14), 4 (d 28), and 6 (d 42) to assess average daily gain (ADG). Vaginal temperature was recorded for five consecutive days during wk 1, 3, 5, and 7 using an intravaginal digital thermo-logger, and individual GPS devices were used to quantify the use of shade for an 8-h period. Activity was monitored using automated monitoring devices (HR-LDn tags SCR Engineers Ltd., Netanya, Israel) through the experimental period. Vaginal temperature was lower (P < 0.01) for heifers in the SHADE compared with heifers in the NO SHADE treatment from 1200 to 1600 h and 1100 to 1900 h for wk 1 and 3, respectively. Heifers in the SHADE treatment spent 70% of the 8-h period evaluated under the shaded structure. Provision of shade increased (P < 0.01) daily lying time (11.4 ± 0.2 vs. 10.3 ± 0.2 h/d) and standing bouts per day (P < 0.01; 12.6 ± 0.4 vs. 10.8 ± 0.4 bouts/d), whereas it reduced (P < 0.01) standing bout duration (61.6 ± 3.0 vs. 82.9 ± 3.0 min/bout) relative to heifers without access to shade. The interaction between treatment and hour affected (P < 0.01) daily rumination time because heifers with access to SHADE had greater rumination between 1000 and 1200 h. Although ADG tended (P = 0.08) to be greater for the heifers in the SHADE treatment (0.20 vs. -0.02 kg, respectively), the access to shade did not (P = 0.79) affect the final BW. In conclusion, providing artificial shade during summer to pregnant grazing beef heifers was effective in reducing vaginal temperatures and exerted changes in heifer behaviors that translated into slight improvements in growth performance.


2020 ◽  
Vol 98 (Supplement_4) ◽  
pp. 129-130
Author(s):  
Gleise Medeiros da Silva ◽  
Tessa M Schulmeister ◽  
Federico Podversich ◽  
Federico Tarnonsky ◽  
Maria E Zamora ◽  
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Abstract A completely randomized design study with a 2 × 2 factorial arrangement of treatments evaluated the impact of artificial shade (SHADE or NO SHADE) and breed (ANGUS vs. BRANGUS) on performance of cows, nursing calves, and subsequent offspring. Twenty-four Angus and 24 Brangus black-hided pregnant cows (579 ± 8 kg BW; 6.5 yr; approximately 85 d of gestation) and their nursing calves were randomly allocated to 12 ‘Pensacola’ bahiagrass pastures (Paspalum notatum Flüggé; 1.3 ha; n = 4 pairs/pasture), with or without access to artificial shade (NO SHADE BRANGUS [NSB], NO SHADE ANGUS [NSA], SHADE BRANGUS [SB], and SHADE ANGUS [SA]) for 56 d during summer. Body condition score (BCS) of cows and BW of pairs were obtained on d -1, 0, 55, and 56 (weaning weight). Following weaning, calves were randomly allocated to 4 pens (n = 12/pen) equipped with GrowSafe feed bunks for 14 d to measure feed intake (DMI) and efficiency (G:F). A shade × breed interaction (P < 0.05) was observed for average daily gain (ADG) and BCS of cows, with SB being greatest (P ≤ 0.05). Pre-weaning calf ADG tended to be greater (P = 0.10) for SHADE vs. NO SHADE. Weaning weight and BW 14-d post-weaning were lesser for NSB vs. NSA, SA, and SB, whereas no differences in DMI, ADG, or G:F were observed (P > 0.11). Gestation length was greater for SHADE vs. NO SHADE cows (292 vs. 274; P = 0.02), but calf birth weight was not different. Providing artificial shade to pregnant-lactating beef cows positively impacted the growth of Brangus but not Angus cows. However, weaning BW of calves from Angus cows regardless of shade access did not differ from that of Brangus calves with shade. Further research should investigate the potential long-term effects of shade on the subsequent offspring.


Author(s):  
Evandro Francisco Ferreira da Silva Souza ◽  
Leonardo Oliveira Medici ◽  
Marcello Antonio Duarte Gentile ◽  
Mohammad Bagher Hassanpouraghdam ◽  
Daniel Fonseca Carvalho ◽  
...  

1996 ◽  
Vol 10 (1) ◽  
pp. 37-50 ◽  
Author(s):  
Ilsi Iob Boldrini ◽  
Lilian Eggers
Keyword(s):  

O presente estudo objetivou avaliar modificações ocorridas na vegetação em uma área de campo natural, após oito anos sem influência de pastoreio. A área situa-se na Estação Experimental Agronômica da UFRGS, no município de Eldorado do Sul, RS, onde foram realizadas amostragens em 1984 e 1992. Dezesseis unidades amostrais permanentes de 0,25 m² foram utilizadas para verificar a presença e o valor de cobertura das espécies, pela escala de Daubenmire. São apresentados os valores de freqüência e cobertura absolutas (FA e CA, respectivamente) das espécies de Gramineae, Compositae, Rubiaceae, Leguminosae, Umbelliferae e Cyperaceae nos levantamentos de 1984 e 1992. O trabalho evidenciou a relação entre a forma biológica das espécies predominantes e os estados pastejado ou excluído. Em Gramineae, espécies rasteiras, estoloníferas ou rizomatosas (Paspalum notatum, Axonopus affinis e outras), características da área pastejada, foram substituídas por plantas de hábito cespitoso (Andropogon lateralis, Elyonurus candidus e outras), capazes de sombrear e sobrepujar as de baixo porte. Espécies de compostas e rubiáceas, de um modo geral, apresentaram uma redução em FA e pouca alteração em CA. As leguminosas apresentaram principalmente um aumento em FA, mantendo a CA praticamente constante. As umbelíferas destacaram-se pelo aumento da CA em metade de suas espécies. Ocorreu o surgimento de 25 e o desaparecimento de 42 espécies em 1992.


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