scholarly journals Genealogia da ética: o sujeito em questão

2008 ◽  
Vol 8 ◽  
pp. 204
Author(s):  
Márcio Aparecido Mariguela

Freud ocupou uma função dobradiça nas pesquisas que Michel Foucault realizou em torno da arqueologia do saber, da genealogia do poder e na genealogia da ética. As diferentes posições do filósofo francês sobre Freud e a psicanálise permitem articular o projeto de escrita de uma genealogia da ética com o movimento de retorno a Freud empreendido pelo psicanalista Jacques Lacan. Pretendo sustentar que a visada de Foucault sobre Freud é recorrente pela função autor que reconheceu atuar na tática genealógica. A obra de Freud, interpretada por Lacan, foi decisiva para Foucault investigar os modos de sujeição e assim estabelecer a distinção entre o que pertence ao campo da moral e aquilo que é próprio ao campo da ética. A problematização do sujeito do desejo permitiu um deslocamento da analítica do poder para a constituição do cuidado de si como um princípio ético para instaurar uma estética de si. 

Isegoría ◽  
2017 ◽  
pp. 205 ◽  
Author(s):  
Begonya Sáez Tajafuerce ◽  
Andrés Armengol Sans

Con remisión a las obras de Michel Foucault y de Jacques Lacan, en el presente artículo se trazan los límites de la teoría de la performatividad de Judith Butler con respecto al sujeto de lo político y a su capacidad de acción tomando como referente fenomenológico la consulta que se llevara a cabo en Cataluña el 9 de noviembre de 2014. Dichos límites se hacen manifiestos mediante la distinción entre acción y acto políticos o entre subversión en tanto que transgresión de la norma que da lugar a la reconfiguración del orden socio-simbólico e interrupción en tanto que transgresión de la norma que constituye un acontecimiento radicalmente otro de dicho orden.


2010 ◽  
Vol 11 ◽  
pp. 1
Author(s):  
Gildenir Carolino Santos

Com muita satisfação, abrimos o ano de 2010 com este número especial: “Psicanálise e Filosofia: um diálogo possível?”, composto por 15 trabalhos: cinco artigos, nove textos do dossiê e um relato de experiência. Trataremos da representatividade de duas áreas do campo do conhecimento: a Psicanálise e a Filosofia. Nos diálogos traçados neste número especial, vários autores trouxeram suas contribuições de diferentes localidades e países: Uruguai, Inglaterra e Brasil e, com isso, conseguimos idealizar uma capa de abertura da revista com os psicanalistas e os filósofos das áreas envolvidas, comentados nos diversos trabalhos deste número: Jacques Lacan, Sigmund Freud, Michel Foucault, Gilles Deleuze e Friedrich Niestche, como elo entre os referidos autores nesse quebra-cabeça.


2014 ◽  
Vol 1 (2) ◽  
pp. 147
Author(s):  
Jhon Saldarriaga Flórez

Este trabajo se centrará en el poder en torno a la clínica psicoanalítica. Foucault, fue un áspero crítico del psicoanálisis. “El nacimiento de la clínica” es prueba de ello. Aludir la creación de las ciencias de la psique como el resultado de las condiciones de occidente, es decir, aquello es resultado de una condición social que, casi de forma metonímica pone de forma marginal la locura, es una idea bastante interesante. Anormales enajenados de la cultura. ¿Qué tendrá que ver con el ejercicio académico de, precisamente, un psiquiatra- psicoanalista, como lo fue Lacan? Aquello en la producción de los cuatro discursos que parte de una postura Hegeliana. Cuatro discursos en una relación, irreductible con el poder: el discurso del amo (que tiene sus raíces en la dialéctica del amo y el esclavo de Hegel), del universitario, el histérico y del analista. Es en éstos donde el sujeto se inscribe. He ahí por parte de la vertiente del analista un punto de enlace con Foucault. Sí, precisamente es el llamado de Lacan a que el analista sea el opuesto al amo, lo contrario al amo, no un esclavo, sino, más bien una subversión al amo.


Author(s):  
Derick Davidson Santos Teixeira

O presente trabalho pretente investigar as marcas da desrazão na escrita da poeta Sylvia Plath, em especial, em seu livro Ariel. Veremos não a suposta loucura da escritora, mas uma loucura da própria escrita. Para analisar o projeto poético da autora, partiremos de algumas propostas teóricas de Roland Barthes acerca do desejo insensato da literatura, cotejando-as com propostas teóricas de Michel Foucault, dos filósofos Giorgio Agamben e Gilles Deleuze e do psicanalista Jacques Lacan. Veremos quais são os loucos procedimentos poéticos utilizados pela poeta, no seu esforço para dizer o impossível. Será possível ver como a poeta tensiona ao máximo a linguagem e revela um grão de loucura no centro do texto. Neste ponto, a insensatez da poesia ameaça vencer o juízo da língua, a escrita enlouquece e murmura, enquanto se afasta do utilitarismo comunicacional e se livra dos comuns princípios linguísticos.


Author(s):  
Paul Earlie

This chapter explores a series of ‘creation myths’ in the reception of Freud’s work in France. In understanding myth as a fictive unity that conceals otherwise troubling ‘aporias’ (a term developed here in detail), Derrida’s work provides a useful lens through which to understand a number of recurrent gestures on the part of Freud’s French inheritors, from passionate devotion to forceful denials of indebtedness, from open hostility to bitter personal and professional rivalries. The resistance of Freud’s textual legacy to interpretation means that it is always accompanied by attempts to mythologize what remains irreducibly plural or undecidable in Freud’s writings, an argument tested here through readings of Claude Lévi-Strauss, Michel Foucault, Jean-Paul Sartre, and Jacques Lacan. If each of the latter seek to recuperate the singular meaning of Freud’s work for a particular concern of the present (anthropological, clinical, existentialist, or linguistic), for Derrida the legacy of psychoanalysis can never be appropriated without remainder, an impossibility which is also the paradoxical source of the rich possibilities generated by Freud’s thought.


2007 ◽  
Vol 24 (1) ◽  
pp. 78-103 ◽  
Author(s):  
Michelle T. Helstein

This article draws on the work of two poststructural theorists, Michel Foucault and Jacques Lacan, to illustrate that although it is possible to posit identity from an exclusively discursive account (Foucault) or an exclusively psychoanalytic account (Lacan), it is necessary to put such accounts into conversation to more productively engage in the process of identification. Through use of an advertisement (in which a female athlete sees herself in a mirror) and an analogy to the scientific laws of reflection, this article illustrates that in order to see oneself (identify) one must recognize something in, on, or through their body, and this recognition of the body is always a misrecognition that might more appropriately be called identification. This article is therefore a reading of identification through the productive exploration of the woman on both sides of the mirror, highlighting both discursive and psychoanalytic accounts of her subjectivity. The pervasiveness of the body within these accounts is notable because it highlights the possibilities of the body as a point of articulation between discursive and psychic accounts of identification. The article also illustrates that even when identity is acknowledge as constructed, fragmented, and multiple, it is still meaningful, material, and political.


2016 ◽  
Vol 2 (2) ◽  
pp. 160-180
Author(s):  
Giovana Aparecida Zimermann

O presente artigo aborda reflexões sobre minha atuação política e social, no campo da arte. Entre os exemplos estão a mostra O Lugar do Outro, realizada no Museu de Arte de Santa Catarina, como parte de um evento que lembrou os 20 anos do pensador francês Michel Foucault, em 2004. Um projeto de Arte Relacional, realizado no Presídio Feminino de Florianópolis, entre 2004 e 2005, intitulado Escreva a frase que te liberta, que iniciou colhendo depoimentos das mulheres em reclusão e finalizou com uma exposição de fotos no Museu da Imagem e do Som, em Florianópolis, e com um fórum para discutir o investimento na reinserção das mulheres no mercado de trabalho. No mesmo período fui afetada pelo depoimento de outra jovem mulher sobre um estupro sofrido. A afecção nos leva para uma potência maior de ser e agir no mundo. Com o passar do tempo, escrevi um roteiro ficcional de um curta-metragem intitulado Da Janela, 2009. O audiovisual revela-se como dispositivo do discurso sobre a violência de gênero: por ser exibido em espaço para debates, o filme motivou o surgimento de outros dois curtas, relacionados com os três tempos mencionados por Jacques Lacan: instante de ver (Da Janela), tempo para compreender (branCURA), e momento de concluir (A Cor da Liberdade) ainda em processo. 


2015 ◽  
Vol 1 (3) ◽  
pp. 104
Author(s):  
Juliana Bravo

Este artigo busca compreender, a partir do conceito de heteronormatividade, como a formação<br />do “Eu” pelos processos de negociação e negação com o “Outro” implica em normas e diretrizes sobre a<br />performance e a performatividade, além de condicionar a estilização, regulação e a inteligibilidade dos<br />corpos nas sociedades. Relacionando a ideia de um corpo queer estilizado com os preceitos impostos pela<br />cultura somática, o objeto de análise definido foram os corpos queer na telenovela brasileira. Dessa forma,<br />propõem-se três tipos de possibilidades de seus usos na teledramaturgia. Através das teorias de gêneros,<br />sexualidades e identidades discutidas por Judith Butler associadas à Teoria Queer, psicanálise e sociologia,<br />nomes como Michel Foucault, Guacira Lopes Louro, Jacques Lacan e Gilles Deleuze são a base para a<br />discussão teórica.


2020 ◽  
Vol 11 (3) ◽  
pp. 196
Author(s):  
Bernardo Sollar Godoi

A pesquisa em psicanálise é um tema recorrentemente debatido e possui um já extenso histórico no contexto brasileiro. Este texto parte de uma discussão a respeito desse tema, mais especificamente, de uma discussão suscitada pelo texto Pesquisa de tipo teórico, de Luiz Alfredo Garcia-Roza, acerca da utilização do significante como modalidade própria de pesquisa psicanalítica. Para trabalhar tal questão, foram abordados os fundamentos do conceito de significante de Ferdinand de Saussure, bem como a sua passagem para a psicanálise, com o trabalho de Jacques Lacan. Com a elaboração da teoria do significante lacaniano, foi identificado que o significante não funciona como um conceito, mas como um método de abordagem, o que justifica compreendê-lo como uma lógica em detrimento de tratá-lo como um termo ordinário. Posteriormente, foram explorados o alcance e as implicações desse método de pesquisa, tendo como chaves de leitura importantes textos de Roland Barthes e Michel Foucault.


Sign in / Sign up

Export Citation Format

Share Document