scholarly journals Sob o primado da palavra: o universo feminino/feminista das mulheres d’A República dos sonhos, de Nélida Piñon

Author(s):  
Lúcia Osana Zolin

Trata-se de uma leitura de A república dos sonhos, de Nélida Piñon, alicerçada na teoria crítica feminista, por meio da qual pretendo evidenciar o modo de representação de personagens femininas que compõem o romance, atrelado à perspectiva sociocultural da escritora e ao pensamento feminista. Nessas reflexões, saliento que o processo de subjetificação galgado pelo conjunto das mulheres da obra, e sintetizado na figura de Breta, passa pela conquista do direito de narrar/falar, nos termos de Gayatri Spivak (2010) e de Homi Bhabha (2014). A ancestral subalternidade feminina, nesse sentido, é superada à medida que a narradora-protagonista vai se constituindo como sujeito, no movimento mesmo em que se investe da capacidade enunciativa e toma a palavra.

2001 ◽  
Vol 7 (15) ◽  
pp. 107-147 ◽  
Author(s):  
José Jorge de Carvalho

O artigo propõe, em primeiro lugar, uma revisão teórica da Antropologia, avaliando seu lugar no rol das teorias atuais das Ciências Humanas. Para tanto, constrói a metáfora das metamorfoses do olhar etnográfico, o que permite detectar momentos importantes da recepção e reprodução, em países periféricos como o Brasil, desse saber plasmado nos países centrais nos dias do colonialismo. Em seguida passa em revista as idéias de teóricos do pensamento pós-colonial e dos estudos subalternos, como Edward Said, Gayatri Spivak e Homi Bhabha. Num terceiro momento, discute as possibilidades de uma etnografia pós-colonial, voltada para a narração das vozes subalternas, o que aproxima a Antropologia da Literatura Comparada. Finalmente, ilustra essas discussões com a apresentação de uma narrativa extraordinária de uma quebradeira de côco de babaçu do Maranhão, texto que erijo como emblemático da condição contemporânea de desenraizamento e perplexidade a que estamos submetidos, tanto os nossos supostos nativos como os etnógrafos e intelectuais dos países periféricos.


Author(s):  
Liz Harvey-Kattou

This chapter delves into the psyche of Costa Rica’s identity, providing a historical and sociological analysis of the creation of the dominant – tico – identity from 1870 to the present day, framing these around theories of colonial discourse. Considering work by postcolonial scholars such as Benedict Anderson, Frantz Fanon, Homi Bhabha, Gayatri Spivak, and Judith Butler, it explores how the discourse of centre and ‘Other’ has been created within the nation. It then provides a historical account of ‘Otherness’ within the nation, detailing the existence and rights won by Afro-Costa Rican, feminist, and LGBTQ+ groups, detailing a framework of hybrid subalternity which will be used to consider the challenges put forward to dominant national identity in chapters two and three.


Author(s):  
Luana Barossi
Keyword(s):  

resumo O presente ensaio tem como foco a discussão sobre alguns loci de enunciação mantidos pela crítica literária em uma posição subalterna ao serem proscritos do campo literário. A perspectiva teórica enfoca as noções de direito à literatura, de Antonio Candido, a (im)possibilidade de enunciação do subalterno, de Gayatri Spivak, o direito de narrar, de Homi Bhabha e o conceito de escrevivência, de Conceição Evaristo.


Author(s):  
Grace Adeniyi Ogunyankin

Postcolonial theory has been embraced and critiqued by various scholars since the 1980s. Central to the field of postcolonial studies is the examination of colonial episteme and discourse, European racism, and imperial dominance. Broadly, postcolonialism analyzes the effects, and enduring legacies, of colonialism and disavows Eurocentric master-narratives. Postcolonial ideas have been significant to several academic disciplines, largely those in the humanities and social sciences, such as cultural and literary studies, anthropology, political science, history, development studies, geography, urban studies, and gender and sexuality studies. The key scholars that are connected to postcolonial theory, Edward Said, Homi Bhabha, and Gayatri Spivak, have been critiqued for grounding their work in the Western theories of postmodernism and poststructuralism. Given the predominant association of these three scholars to postcolonial theory, Africanists have argued that postcolonial theory is dismissive of African theorizing. Moreover, some scholars have noted that Africanists have hesitated to use postcolonial theory because it is too discursive and has limited applicability to material reality. As such, the relevancy of postcolonial theory to Africa has been a repetitive question for decades. Despite this line of questioning, some scholars have posited that there are African thinkers and activists who are intellectual antecedents to the postcolonial thought that emerged in the 1980s and 1990s. Additionally, other Africanist scholars have engaged with the colonial discursive construction of African subjectivities and societies as inferior. These engagements have been particularly salient in women and gender studies, urban studies and studies of identity and global belonging.


Author(s):  
Jan Wilkens

Some of the main genealogies within postcolonial scholarship are discussed, with a focus on key thinkers, such as Edward Said, Homi Bhabha, Gayatri Spivak, Aníbal Quijano, and Walter Mignolo. Key concepts, such as colonial discourse theory, development, and subaltern studies are presented. The discussion of postcolonial thought is embedded in a reflection on its relation to other theoretical paradigms and social theories (e.g., poststructuralism, world-system theory, Marxism). This focus seeks to highlight some of the main contours of the field, while also pointing out the ways postcolonialism has shaped the discipline of international relations (IR).


2019 ◽  
Vol 23 (1) ◽  
pp. 113-120
Author(s):  
Maria Andréia de Paula Silva ◽  
Emânia Aparecida Rodrigues Gonçalves ◽  
Luciana Genevan Da Silva Dias Ferreira

Contos escritos por Nélida Piñon, Orlanda Amarílis e Lídia Jorge, escritoras lusófonas, oportunizam uma abordagem crítica sobre discursos e espaços femininos enunciados e encenados na literatura de língua portuguesa do final do século XX. O embasamento teórico do trabalho pauta-se, principalmente, em Simone de Beauvoir (1970), sobre o feminino, em Gayatri Spivak (2010), sobre a representação da subalternidade, em Pierre Bourdieu (2002) sobre a violência.


2020 ◽  
Vol 16 (27) ◽  
pp. 226-243
Author(s):  
Tarik Mateus Adão da Costa de Almeida ◽  
Gabriela Soares Nogueira Andreatti
Keyword(s):  

O presente artigo propõe-se a realizar uma leitura da obra Becos da Memória, de Conceição Evaristo, tendo como principal referência o conceito de escrevivência, desenvolvido por esta escritora. Propomo-nos a debater a forma como Maria-Nova resgata o próprio passado como um ato de resistência contra a opressão e o silenciamento impostos pelas classes dominantes na pós-colonialidade. A escrevivência tornou-se um conceito chave para a compreensão das narrativas contemporâneas desenvolvidas por escritoras negras, porque estabelece um parâmetro que, não só representa os marginalizados da sociedade brasileira, dando voz a eles, mas corrobora para a denúncia de um sistema que oprime e silencia o povo negro do Brasil. Além disso, interessa-nos investigar, nesse texto literário, manifestações de violência, tendo como ponto de partida o princípio de que esta temática atravessa a história de sociedades pós-coloniais, como o Brasil. Dessa forma, pretendemos evidenciar como essas manifestações atravessam esse romance, desembocando em processos de descolonização. Nesse sentido, convoca-se autores como Thomas Bonicci (1998), Homi Bhabha (1983) e Gayatri Spivak (1985) em suas discussões sobre pós-colonialismo e sobre o sujeito colonizado, além de autores como Franz Fanon (1990) e Michael Pollak (1989), que serão de grande importância para a constituição de nossa análise.


2020 ◽  
Vol 37 (1) ◽  
pp. 51-62
Author(s):  
Naomi Waltham-Smith

This response situates Stephen Amico’s provocation within the context of an intimate connection between postcolonial thought and the drive towards interdisciplinarity. It examines via three critical moments the deeply intertwined desires to destroy the colony on the one hand and disciplinarity on the other. To this end it analyses the debates around interdisciplinarity between Gayatri Spivak, Homi Bhabha, and Laurent Dubreuil, before turning to the explicit thematization of transdisciplinarity as part of the neoliberalization of the university. Finally, the essay turns to Hélène Cixous’s reflections in “Mon Algériance” to develop another way of thinking about the irreducible dispersal and dissemination of disciplinarity and its imbrication in the (post)colonial.


Author(s):  
Aline Lisboa ◽  
Osvando José De Morais

A proposta analisa a representação de grupos subalternos no filme pernambucano Amor, plástico e barulho (2013), de Renata Pinheiro, examinando as personagens centrais e os principais temas da obra. O percurso metodológico utiliza a análise fílmica, com base em Vanoye; Goliot-Letè (2011), a fim de propor uma acurada observação, descrição e discussão acerca do filme, estabelecendo ainda uma relação com teorias que discutem Estudos dos Subalternos e cinema de Terceiro Mundo, em uma perspectiva revisitada de cinema periférico contemporâneo. Para tanto, Gayatri Spivak; Homi Bhabha; Djamila Ribeiro; Patrícia Hill Collins; Ângela Prysthon; Robert Stam são alguns dos autores que embasam nossas argumentações teóricas. Os resultados de nossa investigação apontam para um agenciamento de vozes de mulheres subalternas, realizado pela diretora, sendo este feito de modo responsável, através do trabalho cênico das atrizes principais e da construção de todo contexto trabalhado no filme.


2020 ◽  
Author(s):  
Maria do Mar Castro Varela ◽  
Nikita Dhawan

Das Standardlehrbuch zu Postkolonialer Theorie in neuer Auflage. Kompakter Überblick über die Theorien von Edward Said, Gayatri Spivak und Homi Bhabha Diese Einführung erschließt das weite Feld postkolonialer Theoriebildung über eine kritische Debatte der Schriften der drei prominentesten postkolonialen Stimmen – Edward Said, Gayatri Spivak und Homi Bhabha. Die aktualisierte dritte Auflage unterzieht insbesondere die neuen Schriften Spivaks und Bhabhas einer kritischen Würdigung und erlaubt einen aktuellen Überblick über diese bedeutenden Theoriewerke. Die dritte Auflage setzt sich zugleich mit den gegenwärtigen Diskussionen um Globalisierung, Religion, Menschenrechte und Dekolonisierung auseinander und gibt einen Überblick über die aktuellen Debatten in den Postcolonial Studies. Das Standard-Lehrbuch zum Thema Postkoloniale Theorie gibt einen Überblick über die wichtigsten Theorien und Debatten in den Postcolonial Studies und bereitet diese systematisch für das Studium der Kulturwissenschaften auf.


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