scholarly journals RECONSTRUÇÃO NORMATIVA VS. PROCEDIMENTALISMO: A CRÍTICA DE AXEL HONNETH AO LIBERALISMO PROCEDIMENTAL

Author(s):  
Gustavo Oliva de OLIVEIRA (PUCRS) ◽  
Thadeu WEBER (PUCRS)

A filosofia política contemporânea é, de certa forma, dominada por uma família de teorias que se valem de um procedimento hipotético como método de justificação normativa. O artigo pretende analisar a crítica do filósofo alemão Axel Honneth ao chamado “procedimentalismo” em teoria da justiça, bem como avaliar o método alternativo de justificação proposto pelo autor, a “reconstrução normativa”. As reclamações são divididas em três partes: critica-se a noção de justiça, o método de justificação e o escopo das teorias da justiça procedimentalistas, cada um destes recebendo uma proposta de reforma peloautor. Após a leitura dos textos de Axel Honneth, John Rawls — autor de Uma teoria da justiça, famoso por apresentar um dos mais conhecidos argumentos procedimentalistas — e Jürgen Habermas e Nancy Fraser, que elencam diferentes problemas para a “reconstrução normativa” de Honneth, levanta-se a suspeita de que embora a crítica de Honneth ao procedimentalismo e sua proposta de teoria sejam inicialmente plausíveis, elas só serão possíveis se abandonarmos algumas das restrições básicas da Filosofia Política para fazer o que o próprio autor chama de Filosofia Social.

Caderno CRH ◽  
2011 ◽  
Vol 24 (62) ◽  
pp. 331-352 ◽  
Author(s):  
Nathalie Bressiani

O debate entre Nancy Fraser e Axel Honneth sobre redistribuição e reconhecimento abarca uma multiplicidade de questões. Tomando como fio condutor a pergunta acerca da possibilidade de compreender o conjunto de injustiças existentes a partir do conceito de reconhecimento ou da necessidade de recorrer, para isso, ao par conceitual redistribuição e reconhecimento, este artigo tem como objetivo defender que a disputa entre o monismo de Honneth e o dualismo de Fraser remete a discordâncias em suas teorias sociais. A partir de uma reconstrução das críticas dirigidas pelos autores ao dualismo social de Jürgen Habermas, bem como das diferentes teorias sociais que desenvolvem com o intuito de resolvê-las, procuraremos também mostrar que as saídas encontradas por eles a essas dificuldades estão no centro do debate sobre redistribuição e reconhecimento e que Fraser, ao desenvolver um dualismo social perspectivo, adota uma posição intermediária àquelas sustentadas por Honneth e Habermas.


2015 ◽  
Vol 41 (131) ◽  
pp. 393 ◽  
Author(s):  
Nythamar De Oliveira

O artigo propõe uma reconstrução normativa da crítica comunitarista ao liberalismo, revisitando a crítica iniciada por Michael Sandel com relação à teoria da justiça em John Rawls e reformulada por “simpatizantes” comunitaristas (Michael Walzer, Charles Taylor, Alaisdair MacIntyre) e pensadores políticos da Teoria Crítica (Jürgen Habermas, Seyla Benhabib, Axel Honneth), sobretudo quanto aos problemas correlatos do individualismo metodológico, da concepção de bem e da socialidade.Abstract: The article proposes a normative reconstruction of the communitarian critique of liberalism, recasting the critique initiated by Michael Sandel vis à vis John Rawls’s theory of justice and reformulated by communitarian “sympathizers” (Michael Walzer, Charles Taylor, Alaisdair MacIntyre) and political thinkers of Critical Theory (Jürgen Habermas, Seyla Benhabib, Axel Honneth), especially as for the related problems of methodological individualism, the conception of the good, and sociality.


2014 ◽  
Author(s):  
Ana Crhistina Vanali

o debate entre Nancy Fraser e Axel Honneth sobre redistribuição e reconhecimento abarca uma multiplicidade de questões. Tomando como fio condutor a pergunta acerca da possibilidade de compreender o conjunto de injustiças existentes a partir do conceito de reconhecimento ou da necessidade de recorrer ao par conceitual redistribuição e reconhecimento, este artigo tem como objetivo entender a discordâncias das teorias sociais de Honneth e de Fraser. A partir de uma reconstrução das críticas dirigidas pelos autores ao dualismo social de Jürgen Habermas, bem como das diferentes teorias sociais que desenvolvem com o intuito de resolvê-las, procuraremos também mostrar que as saídas encontradas por eles a essas dificuldades estão no centro do debate sobre redistribuição e reconhecimento e que Fraser, ao desenvolver um dualismo social perspectivo, adota uma posição intermediária àquelas sustentadas por Honneth e Habermas.


2010 ◽  
Vol 55 (1) ◽  
Author(s):  
Jorge Adriano Lubenow

O artigo apresenta os argumentos centrais da política deliberativa de Jürgen Habermas (1), e as perspectivas críticas de Axel Honneth (2) e Nancy Fraser (3) de forma a conferir à política habermasiana uma dimensão mais realista, um conteúdo político de vínculo mais concreto com a orientação emancipatória da práxis, e capaz de lidar melhor com a diferença, a diversidade e o conflito.


2016 ◽  
Vol 7 (11) ◽  
Author(s):  
Sílvia Alves (Universidade de Lisboa, Portugal)

Este artigo tem como objetivo analisar a relação entre a desobediência civil e a democracia no pensamento político contemporâneo, através das obras de Hannah Arendt, Norberto Bobbio, John Rawls e Jürgen Habermas. A indissociabilidade entre democracia e desobediência civil emerge num ambiente favorável mas antinómico e pleno de tensão.


2015 ◽  
Vol 35 (1) ◽  
pp. 43-63
Author(s):  
Mariano Garreta Leclercq

El presente artículo propone algunas objeciones contra la concepción deliberativa de la democracia desarrollada por Carlos Nino. El blanco central de las objeciones es la tesis del filósofo argentino según la cual el valor del debate democrático derivaría, fundamentalmente, de sus virtudes epistémicas, es decir, de su capacidad para elevar las probabilidades de que el sistema político tome las decisiones correctas. Se cuestiona el modo en que el autor presenta su propuesta como una forma de superar las deficiencias que presentarían las concepciones de John Rawls y Jürgen Habermas en el campo de la epistemología moral. Se intentará demostrar que el modelo de deliberación defendido por Nino no resulta aplicable a un contexto de pluralismo razonable filosófico, religioso y moral como el que resulta característico de las democracias liberales contemporáneas. Por último, se ofrece el esbozo de una concepción alternativa, práctica y moral, no epistémica, del valor de los procedimientos democráticos y de la naturaleza de la legitimidad política.


2018 ◽  
Vol 8 (2) ◽  
pp. 361-380
Author(s):  
Sávia Lorena Barreto Carvalho De Sousa

Este ensaio teórico de base analítica visa entender criticamente aspectos do liberalismo e da intervenção do Estado. Com o objetivo central de resgatar questões trabalhadas por autores modernos da Ciência Política a respeito das formas que uma sociedade pode ser mais justa e combater as desigualdades no mundo, o questionamento principal se desdobra em reflexões sobre como conciliar a liberdade com a atuação dos mercados e a respeito dos limites da democracia neste contexto, discutidos em uma problematização de pensadores como Adam Smith, Alex de Tocqueville, Stuart Mill, Max Weber e Karl Marx em diálogo com teóricos mais contemporâneos, como Friedrich Hayek, John Rawls, Jürgen Habermas e Anthony Giddens. Conclui-se a urgência de um processo de fortalecimento dos Parlamentos, com políticas públicas de inclusão social que permitam uma sociedade mais igualitária e uma educação que abra portas para formar um cidadão crítico, que compreenda as diferenças dentro do campo do respeito ao Outro e às liberdades de escolha. A proposta de contínuo aprimoramento das instituições e juízos através de sistemas de consultas, reformas e revisões jurídicas e políticas, é cada vez mais necessária em um mundo de constantes mudanças.


2018 ◽  
Vol 38 (1) ◽  
Author(s):  
José Luís López de Lizaga

Este artículo se pregunta si los últimos escritos de Foucault, pertenecientes ya a la década de 1980, superan el déficit normativo que autores como Nancy Fraser o Jürgen Habermas habían criticado en la obra foucaultiana anterior. Y se argumenta que los últimos textos siguen siendo vulnerables a esas críticas, a pesar del giro hacia la cuestión ética del “cuidado de sí” y a pesar de la reivindicación del legado kantiano e ilustrado. En esta argumentación, la comparación de las ideas de Foucault y Kant sobre las revoluciones y su legitimidad es determinante para comprender las dificultades normativas de la producción foucaultiana tardía.


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