scholarly journals AS NOVAS RELAÇÕES ENTRE ESTADO E SOCIEDADE CIVIL NA TERCEIRA VIA: MECANISMOS DE PARTICIPAÇÃO SOCIAL E ECONÔMICA NA EDUCAÇÃO

Trama ◽  
2018 ◽  
Vol 14 (33) ◽  
pp. 15-24
Author(s):  
Camila Maria BORTOT ◽  
Angela Mara de Barros LARA

Tivemos por objetivo compreender como se estabelecem as relações entre Estado e Sociedade Civil na Terceira Via, em relação aos mecanismos de participação social e econômica na educação e suas intencionalidades. A reconfiguração da relação entre Estado e sociedade civil ativa a partir dos anos 2000, cujo Estado, estrategicamente, chamou a sociedade para atuar em conjunto, procurou relações consensuais. Com um Estado Catalisador, voltado ao empreendedorismo e à colaboração, o Terceiro Setor e as Redes atuam como parceiros, fazendo com que o Governo não atue unicamente na prestação direta da educação. As intencionalidades desse movimento de sociabilidade apontam à privatização do ensino público, cuja colaboração se direciona a descentralização da educação.REFERÊNCIAS BALL, S. J. Educação global S. A.: novas redes políticas e o imaginário neoliberal. Tradução de Janete Bridon. Ponta Grossa: UEPG, 2014.CASTELO, R. O Social-liberalismo: auge e crise da supremacia burguesa na era neoliberal. 1. ed. São Paulo: Expressão popular, 2013.FALLEIROS, V. P. A política social no Estado capitalista. SP: Cortez, 2005.GIDDENS, A. A terceira via e seus críticos. Rio de Janeiro: Record, 2001.GIDDENS, A. A Terceira Via: reflexões sobre o impasse político atual e o futuro da socialdemocracia. Rio de Janeiro: Record, 1999.GRAMSCI, A. Caderno 12 (1932): Apontamentos e notas dispersas para um grupo de ensaios sobre a história dos intelectuais. Cadernos do Cárcere, vol. 2. Edição e tradução Carlos Nelson Coutinho, co-edicação Luiz Sérgio Henriques e Marco Aurélio Nogueira. 7ª ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2014.LIMA, J. Á. Redes na educação: questões políticas e conceptuais. Revista Portuguesa de Educação, Lisboa, Portugal: Universidade do Minho, v. 20, n. 2, p. 151-181, 2007.MARTINS, A. S.; NEVES, L. M. W.; MELO, A. A. S. et al. Educação Básica: tragédia anunciada? São Paulo: Xamã, 2015.NEVES, L. M. W. A sociedade civil como espaço estratégico de difusão da nova pedagogia da hegemonia de difusão da nova pedagogia da hegemonia. In: NEVES, L. M. W. (Org.). A nova pedagogia da hegemonia: estratégias do capital para educar o consenso. São Paulo: Xamã, 2005. p. 85-126.OSBORNE, D.; GAEBLER, T. Reinventando o governo: como o espírito empreendedor está transformando o setor público. Brasília: MH Comunicação, 1994.OSZLAK, O.; O'DONNELL, G. Estado y políticas estatales en América Latina: hacia una estrategia de investigación. Centro de Estudios de Estado y Sociedad (CEDES), Documento G.E. CLACSO, 1995: Buenos Aires, Argentina. p. 11-23.PAULO NETTO, J.; BRAZ, M. Economia Política: uma introdução crítica. SP: Cortez, 2011.PERONI, V.; OLIVEIRA, R.; FERNANDEZ, M.; Estado e Terceiro Setor: as novas regulações entre o público e o privado na gestão da educação básica brasileira. Educação e Sociedade, Campinas, vol. 30, n. 108, p. 761-778, out. 2009.SCHNEIDER, V. Redes de políticas públicas e a condução de sociedades complexas. Civitas – Revista de Ciências Sociais, Porto Alegre, v. 5. n. 1, p. 29-58, jan./jun. 2005.THOMPSON, E. Desencanto ou apostasia? In: THOMPSON, E. Os românticos: a Inglaterra na era revolucionária. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2001. p. 49-101.__________. Costumes em comum. São Paulo: Cia das Letras, 1998.WILLIAMS, R. Palabras claves. Buenos Aires: Nueva Vision, 2003.Recebido em 10-04-2018 e aceito em 10-08-2018.

Trama ◽  
2018 ◽  
Vol 14 (33) ◽  
pp. 118-129
Author(s):  
Espedito Saraiva MONTEIRO ◽  
Elisangela Alves da Silva SCAFF

Este artigo tem como objetivo analisar o processo de implementação do Programa Mais Educação na rede municipal pública de Dourados-MS, no período compreendido entre 2009 e 2015, com vistas a identificar e discutir a concepção de educação de tempo integral explicitada nesse processo. Para tanto, realizou-se pesquisa qualitativa, tendo como campo empírico as 45 escolas públicas municipais de Dourados – MS, utilizando como instrumento de coleta de dados questionário junto aos integrantes do Programa. Constata-se que a concepção de educação integral presente no Programa Mais Educação está relacionada à ampliação da jornada escolar; consequentemente, tal concepção está em consonância com a proposta preconizada pelo Programa que considera como educação integral, além de outros fatores, a jornada escolar com duração igual ou superior a sete horas diárias.REFERÊNCIASARROYO, M. O direito a tempos-espaços de um justo e digno viver. In MOLL, J. et al. 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2019 ◽  
Vol 23 (2) ◽  
pp. 65-78
Author(s):  
Regina Kohlrausch ◽  
Maria Edilene de Paula Kobolt

O presente artigo volta-se para a análise da obra Chicas muertas (2014), de Selva Almada, visando mostrar de que maneira se cumpre a função social da arte, conforme Candido (2000), na voz dessa escritora argentina e também indicar como exemplo do processo de ocupação de espaço pela mulher no universo literário. Apresentam-se ainda dados biográficos situando-a também como mulher que se inclui na própria obra ficcional. Palavras-chave: Autoria feminina. Selva Almada. Chicas muertas. Referências ALMADA, Selva. Biografia. Disponível em: https://www.portaldaliteratura.com/autores.php?autor=3049 . Acesso em: 08 out 2018. ALMADA, S. Chicas muertas. Youtube, 13 nov. 2015. Disponível em <https://www.youtube.com/watch?v=LBpESnvgTHk&t=28s>. Acesso em: 08 jun.19 BEAUVOIR, Simone de. O segundo sexo: a experiência vivida. Tradução Sérgio Milliet. São Paulo: Difusão Européia do Livro, 1967. Disponível em: <http://brasil.indymedia.org/media/2008/01/409680.pdf>. Acesso em: 08 out. 2018. 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(orgs.) Teoria literária: abordagens históricas e tendências contemporâneas. Maringá: Eduem, 2012. p. 327-336.


Author(s):  
Roberta Guimarães ◽  
Vanessa Marx

A apresentação do Dossiê “Espaços, simbolismos e relações de poder” expõe e comenta sete textos que debatem os processos de produção e simbolização dos espaços, sejam eles classificados como urbano, rural, popular, étnico-racial, de gênero etc. Com o objetivo de intercruzar olhares e fomentar um amplo diálogo, selecionamos pesquisas realizadas em Lisboa, Buenos Aires, Cariri cearense, São Paulo, Curitiba, Porto Alegre e Rio de Janeiro. O resultado foi a formação de um corpo de artigos que analisa traços marcantes do tempo presente, como a crescente mercantilização dos espaços, a onda de políticas governamentais de viés conservador e a disseminação de iniciativas de reconhecimento de memórias coletivas. Foram ainda observados como indivíduos e coletividades percebem os locais que habitam, quais ações impetram para garantir seus interesses ou provocar mudanças na ordem social e como determinadas intervenções reificam ou desestabilizam ordenamentos territoriais, diferenças culturais e desigualdades sociais. A partir dos textos, desenhamos um itinerário de leitura dividido em dois grandes eixos. O primeiro composto por análises que privilegiam a compreensão dos processos de financeirização e explorações fundiária, imobiliária, turística e securitária, bem como a operação da máquina política e burocrática do Estado pelos entes privados e seus interesses. E o segundo com estudos que se voltam de forma mais acentuada para o entendimento dos dissensos e conflitos em torno dos modos de ocupação dos espaços e dos pleitos de reconhecimento social de segmentos subalternizados e minoritários.


2019 ◽  
Vol 23 (2) ◽  
pp. 159-169
Author(s):  
Fernanda Roberta Rodrigues Queiroz ◽  
Thales Nascimento Buzan

Este artigo tem como finalidade abordar questões relacionadas à autoria feminina na Literatura Infantil, como a trajetória histórica dessa escrita, a abertura para debates, a desconstrução de estereótipos, a escrita feminina infantil do século XIX e a literatura infantil escrita por mulheres negras. Buscamos abordar, nesse contexto, a representação social da mulher e os caminhos para a escrita infantil junto com uma bagagem ideológica que proporcionou uma grande mudança desse campo literário. Palavras-chave: Literatura Infantil. Autoria feminina. Gênero. Raça. Referências AVANCI, Patrícia. Retratos da mulher na literatura infantil: desigualdades de gênero em uma pré-escola. Monografia (Pedagogia) - Universidade Estadual de Campinas, Campinas, São Paulo, 2004. DUARTE, Cônstancia L. Nísia Floresta. Recife: Fundação Joaquim Nabuco, Massangana, 2010. Disponível em: www.dominiopublico.com.br. Acesso em: 16 maio 2019. hooks, bell. Ensinando a transgredir: a educação como prática da liberdade. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2013. HUNT, Peter. Crítica, teoria e literatura infantil. São Paulo: Cosac Naify, 2010. LAJOLO, M.; ZILBERMAN, R. Literatura infantil brasileira: história e histórias. 2. ed. São Paulo: Ática, 1985. LOURO, Guacira Lopes. Gênero e sexualidade: pedagogias contemporâneas. Pro-Posições, Campinas, v. 19, n. 2, maio/ago. 2008. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/pp/v19n2/a03v19n2.pdf. Acesso em: 24 abr. 2019. MENDONÇA, Simone Cristina. Mulheres e educação no Brasil do Século XIX. Polifonia, Cuiabá, v. 21, n. 30, p. 228-241, jul-dez, 2014. OLIVEIRA, Alaíde Lisboa de. A bonequinha preta. São Paulo: Lê,1938. PINTO, Neusa Baptista. Cabelo ruim?: a história de três meninas aprendendo a se aceitar. Cuiabá: Tanta Tinta, 2007. SANTOS, A. do N. Pátria, nação, povo brasileiro na produção didática de Manoel Bonfim e Olavo Bilac: Livro de leitura (1899) e Atravez do Brasil (1910). São Paulo, 2010. 122f. Dissertação (Mestrado em Educação) - Pontifícia Universidade Católica, São Paulo, 2010. SANTOS, Salete Rosa Pezzi dos. Literatura infantil e gênero: subjetividade e autoconhecimento. Conjectura, Caxias do Sul, v. 14, n. 2, jul./dez. 2009. Disponível em: http://www.ucs.br/etc/revistas/index.php/conjectura/article/view/21. Acesso em: 18 abr. 2019. SANTOS, Shirlene Almeida dos. Do silêncio à caneta: a escrita da mulher negra na literatura negro-brasileira. Dissertação (Mestrado em Letras) - Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2016. SCHMIDT, Aline Van Der. Entre, coelhos, tranças e guerras: dilemas contemporâneos na literatura infantil de Angola de Ondjaki. Dissertação (Mestrado em Letras) - Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2014. SHOWALTER, Elaine. A crítica feminista no território selvagem. In: HOLLANDA, Heloísa Buarque de (org.). Tendências e impasses: o feminismo como crítica da cultura. Rio de Janeiro: Rocco, 1994. p. 23-57. SOARES, Lívia Maria Rosa; CARVALHO, Diógenes Buenos Aires. A representação da menina e da mulher no conto de fadas moderno: novos destinos em “Além do bastidor” e “A moça tecelã” de Marina Colasanti. Teresina: Signo, 2014. TATAR, Maria. Introdução. In: ______. Contos de fadas: edição comentada e ilustrada. Tradução Maria Luiza X. de A. Borges. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2004. TELES, N. Escritoras, escritas, escrituras. In: PRIORE, Mary Del (org.). História das mulheres no Brasil. 9. ed. São Paulo: Contexto, 2008. p. 401-442. TENKA, Lia Zatz. Preta pretinha. São Paulo: Biruta, 2007. ZILBERMAN, Regina (org.). A produção cultural para a criança. 4. ed. Porto Alegre: Mercado Aberto, 1990. (Novas Perspectivas, 3).


2020 ◽  
Vol 12 (1) ◽  
Author(s):  
Andre Rezende Benatti

Este artigo tem como objetivo uma apreciação de alguns aspectos que envolvem o realismo e a violência na Literatura, para tal tomamos como objetos de estudo que nos auxiliarão na compreensão dos conceitos contos da escritora hispano-paraguaia Josefina Plá, a saber “La pierna de Severina”, “La Vitrola”, “Sisé” e “Siesta”. Para tal, nos valeremos dos estudos sobre real e o realismo de Roman Jakobson, Roland Barthes e Tânia Pellegrini, entre outros, assim como dos estudos da violência de Hannah Arendt, Xavier Crittiez e Karl Erik Schollhammer. A RENDT, Hannah. Sobre a violência. Trad. André Duarte. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2011.ARISTÓTELES. Poética. Tradução de: SOUZA, Eudoro de. São Paulo: Nova Cultural, 1987. p. 209.BAKHTIN, Mikhail Mikhailovich. Cultura popular na idade média e no renascimento: o contexto de François Rabelais – 7ª edição. Trad. Yara Frateschi Vieira. São Paulo: Hucitec, 2010.BARTHES, Roland. O efeito de real. In: _______. O rumor da língua. Trad. Mário Laranjeira. São Paulo: Cultrix, 2004. CANDIDO, Antonio. Literatura e sociedade. Rio de Janeiro: Ouro sobre azul, 2014. CRITTIEZ, Xavier. As formas da violência. Tradução de Lara Christina de Malimpensa e Mariana Paolozzi Sérvulo da Cunha. São Paulo: Edições Loyola, 2011. GALEANO, Eduardo. Las venas abiertas de América Latina. Barcelona: Siglo Veintiuno Editores, 2011. GRAMUGLIO, Maria Teresa. El imperio realista. Tomo 6. Noé Jitrik (Dir.) Historia crítica de la literatura argentina. Buenos Aires: Emecé, 2002. GOMES, Renato Cordeiro.  Por um realismo brutal e cruel. In: MARGATO, Izabel; _______. (Org.). Novos Realismos. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2012. JAKOBSON, Roman. Do realismo na arte. In: TODOROV, Tzvetan. Teoria da literatura: textos dos formalistas russos. Trad. Roberto Leal Ferreira. São Paulo: Editora UNESP, 2013. LEENHARDT, Jacques. O que se pode dizer da violência? In.: LINS, Ronaldo Lima. Violência e literatura. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1990. LINS, Ronaldo Lima. Violência e literatura. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1990. PELLEGRINI, Tânia. Realismo: modos de usar. In: Estudos de Literatura Brasileira Contemporânea, n.39, p. 11-17, 5 jun. 2012. PLÁ, Josefina. Cuentos completos. Miguel Ángel Fernández. Asunción (org.), Asunción: El Lector, 1996. SCHOLLHAMMER, Karl Erik. A cena do crime: violência e realismo no Brasil contemporâneo. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2013. WELLEK, René; WARREN, Austin. Teoria da literatura. 4. ed. Lisboa: Europa-América, s.d.


2020 ◽  
Vol 12 (1) ◽  
Author(s):  
Ieda Lourdes Gomes de Assumpção ◽  
Maicon Farias Vieira ◽  
Leticia Fonseca Richthofen de Freitas

Este trabalho tem como objetivo investigar como licenciandos de um curso de letras entendem a didática e a didatização como prática pedagógica na perspectiva decolonial. Pretende investigar, também, como a didática pode fomentar uma prática educativa de vanguarda a partir da análise de narrativas sobre como alunos de uma universidade privada lidam com tais conceitos, passam a operar com eles e constroem suas identidades docentes a partir da(s) linguagem(ns). Para tanto, nos embasamos no campo da Linguística Aplicada Indisciplinar, em sintonia com os estudos culturais, tendo como argumento a relação entre a linguagem e a produção de identidades, considerando a função que as narrativas desempenham no processo de construção identitária, no sentido de propor uma organização dos discursos nos espaços sociais. Sendo assim, a metodologia que se propõe está pautada na análise das narrativas dos licenciandos no processo de construção de conhecimentos a partir da utilização da didática. O resultado desta investigação quanto à formação de professores aponta indícios para refletir sobre a perspectiva da decolonialidade e sobre as identidades docentes como reflexo das performances narrativas da formação, das propostas e das estratégias formativas vivenciadas por meio das mediações didáticas promovidas ao longo do curso de formação dos sujeitos de pesquisa. ARFUCH, Leonor. O espaço biográfico: Dilemas da subjetividade contemporânea. Rio de Janeiro: EdUERJ, 2010.BAPTISTA, Lívia Márcia Tiba Rádis. (De)Colonialidade da linguagem, lócus enunciativo e constituição identitária em Gloria Anzaldúa: uma “new mestiza”. Polifonia, Cuiabá: PPGEL/UFMT, v. 26, n. 44, p. 123-145, out./dez. 2019.BASTOS, Liliana Cabral; SANTOS, William Soares. A entrevista na pesquisa qualitativa: perspectiva em análise da narrativa e da interação. Rio de Janeiro: FAPERJ, 2013.CANDAU, Vera Maria. A didática e a formação de educadores – Da exaltação à negação: a busca da relevância. In: _________(Org.). A didática em questão. 18. ed. Petrópolis: Vozes, 2000. p. 13-24.FABRICIO, Branca Falabella. Linguística aplicada como espaço de “desaprendizagem”: redescrições em curso. In: MOITA LOPES, Luiz Paulo da (Org.). Por uma linguística aplicada INdisciplinar. 1. ed. São Paulo: Parábola, 2006. p. 45-65.HALL, Stuart. A identidade cultural na pós-modernidade. Rio de Janeiro: Lamparina, 2015.MOITA LOPES, Luiz Paulo da. Contemporaneidade e construção de conhecimento na área de estudos linguísticos. SCRIPTA, Belo Horizonte: PPGL/PUC Minas, v. 7, n. 14, p. 159-171, 1º sem. 2004.MOITA LOPES, Luiz Paulo da. Linguística aplicada e vida contemporânea: Problematização dos construtos que têm orientado a pesquisa. In: _________ (Org.). Por uma linguística aplicada INdisciplinar. 1. ed. São Paulo: Parábola, 2006. p. 85-107.MOITA LOPES, Luiz Paulo da. Práticas narrativas como espaço de construção das identidades sociais: uma abordagem socioconstrucionista. In: RIBEIRO, Branca Telles; LIMA, Cristina Costa; DANTAS, Maria Tereza Lopes(orgs.). Narrativa, Identidade e Clínica. 1. ed. Rio de Janeiro: Edições IPUB/CUCA, 2001. p. 55-71.NÓVOA, António (org.). Vidas de Professores. Porto: Porto Editora, 1995.OLIVEIRA, Luiz Fernandes. O que é uma educação decolonial? Nuevamérica – La revista de la patria grande, Buenos Aires, v. 149, p. 35-39, jan./mar. 2016.OLIVEIRA, Luiz Fernandes; CANDAU, Vera Maria Ferrão. Pedagogia Decolonial e educação antirracista e intercultural no Brasil. Educação em Revista, Belo Horizonte: Fae/UFMG, v. 26, n. 1, p. 15-40, abr. 2010.PAIVA, Vera Lúcia Menezes de Oliveira. Manual de pesquisa em estudos linguísticos. São Paulo: Parábola, 2019.PENNYCOOK, Alastair. Uma linguística aplicada transgressiva. In: MOITA LOPES, Luiz Paulo da (Org.). Por uma linguística aplicada INdisciplinar. 1. ed. São Paulo: Parábola, 2006. p. 67-84.RIBEIRO, Djamila. O que é lugar de fala? Belo Horizonte: Letramento, 2017.VEIGA NETO, Alfredo. A Didática e as experiências de sala de aula: uma visão pós-estruturalista.  Revista Educação e Realidade, Porto Alegre: FaE/UFRGS, v. 21, n. 2, p. 161-175, jul./dez. 1996WALSH, Catherine. Pedagogía decoloniales: prácticas insurgentes de resistir, (re) existir y (re) vivir. Tomo I. Quito : Ediciones Abya-Yala, 2013.WALSH, Catherine. Interculturalidad crítica y educación intercultural. In: Viaña, Jorge Uzieda; Tapia Luis Mealla & ________ (Eds.). Construyendo Interculturalidad Crítica . 1. ed. Bolivia: Instituto Internacional de Integración del Convenio Andrés Bello, 2009. p. 75-96.


2018 ◽  
Vol 21 (0) ◽  
Author(s):  
Suely Aparecida Kfouri ◽  
José Eluf Neto ◽  
Sérgio Koifman ◽  
Maria Paula Curado ◽  
Ana Menezes ◽  
...  

RESUMO: Objetivo: Estimar a fração de câncer de cabeça e pescoço (CCP) atribuível ao tabaco e ao álcool em cidades das regiões Centro-Oeste, Sudeste E Sul do Brasil. Métodos: Estudo caso-controle com 1.594 casos de CCP e 1.292 controles hospitalares. A associação de CCP com tabaco e álcool foi estimada pela odds ratio e intervalos de confiança de 95% via regressão logística não condicional, ajustada por idade, sexo, escolaridade, consumo de frutas e legumes, consumo de bebidas alcoólicas (para examinar o efeito do tabaco) e tabagismo (para examinar o efeito do álcool). As proporções de CCP atribuíveis ao tabaco e ao álcool foram estimadas pelo cálculo da fração atribuível (FA). Foram realizadas estimativas separadas para Goiânia (Centro-Oeste), Rio de Janeiro e São Paulo (Sudeste) e Pelotas e Porto Alegre (Sul). Resultados: A fração de CCP atribuível ao tabagismo foi discretamente mais elevada em Goiânia (FA = 90%) em comparação às cidades do Sudeste (FA = 87%) e do Sul (FA = 86%). A fração de CCP atribuível ao consumo de bebidas alcoólicas apresentou resultados similares e mais altos nas cidades do Sudeste (FA = 78%) e Sul (FA = 77%) em comparação a Goiânia (FA = 62%). Conclusão: As frações de CCP atribuíveis ao tabagismo foram mais expressivas do que para o consumo de álcool. Embora com discretas distinções entre si, as FA para tabaco e álcool observadas nas cidades das três regiões brasileiras foram semelhantes às obtidas em estudos em outras regiões da América Latina, porém, mais altas que em outras partes do mundo.


Trama ◽  
2019 ◽  
Vol 15 (36) ◽  
Author(s):  
Dênis Moura de QUADROS

Ao pensarmos as obras produzidas por mulheres negras temos certa dificuldade de listá-las e ao listar precursoras como Carolina Maria de Jesus (1914-1977) e Conceição Evaristo (1946- ) constatamos que as autoras publicam no eixo Rio-São Paulo. Ao nos direcionarmos ao sul do Brasil, a lista lacunar ecoa mais ausências. Contudo, em 2016, o ponto de cultura negra “Sopapo Poético” publica sua primeira antologia de poemas Sopapo Poético: Pretessência (2016) em que dos nove organizadores, quatro são mulheres e dos dezenove poetas, dez são mulheres. Assim, recortamos quatro poetas da antologia que também a organizam: Delma Gonçalves, Fátima Farias, Lilian Rocha e Pâmela Amaro. Além do gênero e da raça, a ancestralidade lhes serve como inspiração para suas poesias resistentes.REFERÊNCIAS:AMARO, Pâmela. Pâmela Amaro. In: ROCHA, Lilian Rose Marques da. [et. al]. Sopapo poético: Pretessência. Porto Alegre: Libretos, 2016. P. 159-167.CARNEIRO, Sueli. Enegrecer o feminismo: A situação da mulher negra na América Latina a partir de uma perspectiva de gênero. 2011. Disponível em https://www.geledes.org.br/enegrecer-o-feminismo-situacao-da-mulher-negra-na-america-latina-partir-de-uma-perspectiva-de-genero/ Acesso em 10/04/2019.FONTOURA, Pâmela Âmaro; SALOM, Júlio Souto; TETTAMANZY, Ana Lúcia Liberato. Sopapo Poético: Sarau de poesia negra no extremo sul do Brasil. Estudos de Literatura Brasileira Contemporânea, n. 49, p. 153-181, set./dez. 2016.EVARISTO, Conceição. Gênero e etnia: uma escre (vivência) de dupla face. In: MOREIRA, Nadilza Martins de Barros; SCHNEIDER, Liane (Org). Mulheres no mundo: etnia, marginalidade e diáspora. João Pessoa: Ideia, 2005, p. 201-212.FARIAS, Fátima. Fátima Farias. In: ROCHA, Lilian Rose Marques da. [et. al]. Sopapo poético: Pretessência. Porto Alegre: Libretos, 2016. P. 46-61.GOMES, Heloísa Toller. “Visíveis e invisíveis grades”: Vozes de mulheres na escrita afrodescendente contemporânea. Caderno Espaço Feminino. Uberlândia: Ed. UFU, v. 12, n. 15, p.13-26, 2004.GONÇALVES, Delma. Delma Gonçalves. In: ROCHA, Lilian Rose Marques da. [et. al]. Sopapo poético: Pretessência. Porto Alegre: Libretos, 2016. P.22-34.RIBEIRO, Djamila. O que é lugar de fala? Belo Horizonte: Letramento: Justificando, 2017. (Feminismos Plurais)ROCHA, Lilian Rose Marques da. [et. al]. Sopapo poético: Pretessência. Porto Alegre: Libretos, 2016.ROCHA, Lilian. Lilian Rose Marques da Rocha. In: ROCHA, Lilian Rose Marques da. [et. al]. Sopapo poético: Pretessência. Porto Alegre: Libretos, 2016. P.116-125.SANTIAGO, Ana Rita. Vozes literárias de escritoras negras. Cruz das Almas: Ed. UFRB, 2012.SANTOS, Mirian Cristina dos. Prosa negro-brasileira contemporânea. 2018. 180f. Tese (Doutorado em Letras)- Programa de Pós-Graduação em Estudos Literários, Universidade Federal de Juiz de Fora, Juiz de Fora, 2018.SPIVAK, Gayatri. Quem reivindica alteridade? In: HOLLANDA, Heloisa Buarque de. Tendências e impasses: O feminismo como crítica da cultura. Rio de Janeiro: Rocco, 1994.SPIVAK, Gayatri. Pode o subalterno falar? Trad. Sandra Regina Goullart Almeida, Marcos Pereira Feitosa, André Pereira Feitosa. Belo Horizonte: Ed. UFMG, 2010.ENVIADO EM 03-05-19 | ACEITO EM 24-07-19


Author(s):  
Sarah Feldman

A partir do final da  década de 1930 a associação entre habitação e planejamento com base nas especificidades da urbanização dos grandes centros latino-american começa a ser formulada . Esta nova formulação tem como fator determinante a inserção do Brasil no circuito  da cooperação interamericana  promovida por organismos internacionais. Ao longo de duas décadas, entre  o Primer Congreso Panamericano de la Vivienda Popular, em Buenos Aires, em 1939, e  o Seminário de Técnicos y Funcionários en Planeamiento Urbano organizado  pelo Centro Interamericano de Vivienda y Planeamiento em Bogotá, em 1958, com a participação de urbanistas brasileiros, emerge uma visão de planejamento que incorpora a habitação como um direito, a política como intrínseca ao processo de planejamento,  o controle da especulação da terra urbana  e o planejamento na escala metropolitana. Estes princípios profundamente enraizados nos problemas enfrentados pelo acelerado crescimento dos grandes centros da América Latina, expressos  na Carta de los Andes  resultante  do Seminário em Bogotá, estarão nas décadas seguintes no centro do ideário urbanístico no Brasil. Sua primeira  formalização ocorre no Seminário de Habitação e Reforma Urbana realizado no Rio de Janeiro e em São Paulo, em 1963, no âmbito de movimentos sociais que reivindicavam as “reformas de base” no governo de Jango Goulart (1961-1964), dentre as  quais se incluía a reforma urbana.


Trama ◽  
2020 ◽  
Vol 16 (39) ◽  
pp. 65-80
Author(s):  
Jonatas Rodrigues MEDEIROS ◽  
Sueli De Fátima FERNANDES

O artigo tem como objetivo apresentar um estudo inicial de aspectos composicionais que caracterizam gêneros textuais sinalizados, registrados em vídeo, que circulam na internet. A produção de dados empíricos da investigação seguiu pressupostos da pesquisa netnográfica, com levantamento de vídeos sinalizados em páginas na internet, demarcados por esferas de circulação na vida cotidiana e páginas institucionais. A produção técnico-material e o uso de recursos verbais e não-verbais foram as categorias que nortearam a análise metodológica deste estudo. Como resultados, apontamos o caráter recorrente de elementos composicionais que articulam recursos verbais e não-verbais na estrutura dos gêneros sinalizados, demandando etapas da pré-sinalização, da gravação do texto e da pós-sinalização, o que remete ao caráter intencional e planejado da articulação entre a dimensão linguística a dimensão visual produção de gêneros textuais em videolibras.Recebido em: 01-12-2019Revisões requeridas em: 04-05-2020Aceito em:21-05-2020REFERÊNCIAS:AMARAL, Adriana; NATAL, Geórgia; VIANA, Lucina. Netnografia como aporte metodológico da pesquisa em comunicação digital. Cadernos da Escola de Comunicação, v. 1, n. 6, 2017ARAÚJO. A.D. gêneros textuais acadêmicos: reflexões sobre metodologias de investigação. Rev. de Letras - N0. 26 - Vol. 1/2 - jan/dez. 2004BAKHTIN, M. M. ([1952-1953]). Os gêneros do discurso. In: ______. Estética da criação verbal.6 ed. São Paulo: Editora. WMF Martins Fontes, 2011BARRETO, A.G; Preservation of Sign Language (Veditz, 1913): uma leitura das Normas Surdas de Tradução para América Latina. In SILVA, Anderson Almeida da; ALBRES, Neiva de Aquino, RUSSO, Ângela (org.).   Diálogos em estudos da tradução e interpretação de língua de sinais 1.ed. – Curitiba: Editora Prismas, 2016BRAIT, Beth. Olhar e ler: verbo-visualidade em perspectiva dialógica. Bakhtiniana: Revista de Estudos do Discurso, v. 8, n. 2, p. 43-66, 2013.DELMAR, A.S.M. Conto e Reconto de histórias na Educação Infantil: o uso de estratégias visuais no letramento da criança surda. Trabalho de Conclusão de Curso. Instituto Nacional de Educação de Surdas Departamento de Ensino Superior Curso Bilíngue de Pedagogia. Rio de Janeiro. 2016LÉVY, PIERRE. Cibercultura. São Paulo, Editora 34, 1999MARCUSCHI, A.L. A Questão do suporte dos gêneros textuais. DLCV – V.1 N. 1, João Pessoa, Out./2003, 9-40MARQUES, R.R; OLIVEIRA, J.S. A normatização de artigos acadêmicos em Libras e sua relevância como instrumento de constituição de corpus de referência para tradutores. In: Anais. Congresso Nacional de Pesquisa em Tradução e Interpretação de Libras e Língua Portuguesa, 3, 2012.ROJO, Roxane. Gênero do discursos e gêneros textuais: questões teóricas e aplicadas. In: MUER, J.L; BONINI. A; MOTTA-ROTH, D [orgs.] Gêneros teorias, métodos, debates. São Paulo: ParábolasSEGALA, R.R; QUADROS, RM. Tradução intermodal, intersemiótica e interlinguística de textos escritos em português para a libras oral. Cad. Trad., Florianópolis, v.35, n° especial, p.354-386, jul-dez, 2015SILVA, Rodrigo Custódio. Gêneros emergentes em Libras da esfera acadêmica: a prova como foco de análise. 241 p. Tese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Comunicação e Expressão, Programa de Pós-Graduação em Linguística, Florianópolis, 2019KOZINETS, Robert. V. Netnografia: Realizando pesquisa etnográfica online. Porto Alegre: Penso, 2014.FERNANDES, S; MEDEIROS. J.R. Contribuições ao letramento acadêmico de estudantes surdos no ensino superior. CADERNO ABRALIN EM CENA. Maceio-AL, 2016.FERNANDES, S. MEDEIROS. J.R. Tradução de libras no ensino superior: contribuições ao letramento acadêmico de estudantes surdos na Universidade Federal do Paraná. Revista Arqueiro. Instituto Nacional de Educação de Surdos. Rio de Janeiro, JAN/JUN 2017.FERNANDES, S. MEDEIROS. J.R. Libras e arte: manifestações verbovisuais de artefatos culturais da comunidade surda. REVISTA ESPAÇO. Instituto Nacional de Educação de Surdos.  Rio de Janeiro, 2020 (no prelo). FERNANDES, S; MEDEIROS. J,R. SANTOS. R.L. Tradução em videolibras: uma contribuição para a inclusão de estudantes surdos do ensino superior.  In: LEITE.L.P; MARTINS.S.E.S e VILLELA.L.M Recursos de acessibilidade aplicados ao ensino superior.  (org.). 2 ed. São Paulo: Cultura Acadêmica, SP, 2017  


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