scholarly journals MULHERES NEGRAS: BARREIRAS RACIAIS E ASCENSÃO SOCIAL NAS TRAJETÓRIAS DE DIRETORAS

2020 ◽  
Vol 8 (17) ◽  
pp. 49-79
Author(s):  
Aleia Cardoso Corrêa ◽  
Tânia Cruz
Keyword(s):  

Esta pesquisa tem como objetivo geral compreender a trajetória de mulheres negras de professoras a diretoras nas escolas de educação básica de Tubarão/SC em sua dinâmica das relações sociais de gênero, raça e classe. Como objetivos específicos buscou: conhecer o percurso e o enfrentamento de mulheres negras dentro dos espaços de sociabilidade na escola e fora dela; investigar a trajetória acadêmica e profissional de diretoras negras na construção de suas identidades; analisar o processo de ascensão social da professora negra para cargos de direção na escola como um espaço de liderança e lugar de resistência nas relações de raça, gênero e classe. Pautou-se pelo materialismo histórico e dialético propostos por Thompson (1981) e Frigotto (1999); e os autores Thompson (1992) Guimarães (2003) Davis (2011;2016) bell hooks (1995;2019), Carneiro (2003a;2003b), Gonzalez (1982ª;1982b;1985) e Gomes (2005). Como metodologia se utilizou a história de vida relacionada à trajetória de ascensão a partir de entrevistas com diretoras negras. Entre os resultados destacam-se a discriminação racial vivenciada no decurso de suas vidas e no espaço escolar, em contrapartida a uma forte autoestima e autoexigência como fios condutores e à visão da educação como espaço de mudança para mulheres negras.

2017 ◽  
Vol 6 (2) ◽  
pp. 199-208
Author(s):  
Sarah Silva Froz ◽  
Silvana Maria Pantoja dos Santos

O romance Becos da memória (2013), da escritora afro-brasileira Conceição Evaristo, é composto por uma colcha narrativa em que há um entrelaçamento de memórias coletivas e individuais de moradores de uma favela em processo de demolição. Ao que se pode induzir, o contexto histórico remete ao início do século XX. A narradora-personagem Maria-Nova tece os fios soltos da narrativa, ao tempo em que vai ressignificando as memórias que envolvem sua história de vida e a dos outros moradores. Nessa conjuntura, este trabalho intenciona esquadrinhar as vivências da personagem Dora, afim de (des)construir as imagens estereotipadas dos negros como aqueles detentores de um apetite sexual selvagem “só corpo, sem mente” (HOOKS, 1995, p.449). A pesquisa é fundamentada na visão de Bell Hooks (1995), Stuart Hall (2003) e Frantz Fanon (2008). A personagem Dora representa a mulher negra empoderada, consciente da sua negritude, através dela pretendemos esquadrinhar a representatividade da mulher negra na sociedade.


2018 ◽  
Vol 2 (1) ◽  
pp. 35
Author(s):  
Jacquie Kidd

These three poems re-present the findings from a research project that took place in 2013 (Kidd et al. 2018, Kidd et al. 2014). The research explored what health literacy meant for Māori patients and whānau when they accessed palliative care. Through face-to-face interviews and focus groups we engaged with 81 people including patients, whānau, bereaved loved ones, support workers and health professionals. The poems are composite, written to bring some of our themes to life. The first poem is titled Aue. This is a Māori lament that aligns to English words such as ‘oh no’, or ‘arrgh’, or ‘awww’. Each stanza of the poem re-presents some of the stories we heard throughout the research. The second poem is called Tikanga. This is a Māori concept that encompasses customs, traditions and protocols. There are tikanga rituals and processes that guide all aspects of life, death, and relationships. This poem was inspired by an elderly man who explained that he would avoid seeking help from a hospice because ‘they leave tikanga at the door at those places’. His choice was to bear his pain bravely, with pride, within his cultural identity. The third poem is called ‘People Like Me’. This is an autoethnographical reflection of what I experienced as a researcher which draws on the work of scholars such as bell hooks (1984), Laurel Richardson (1997) and Ruth Behar (1996). These and many other authors encourage researchers to use frustration and anger to inform our writing; to use our tears to fuel our need to publish our research.


2011 ◽  
Author(s):  
Mellissa Fernanda Gomes da Silva ◽  
Samuel de Souza Neto
Keyword(s):  

2019 ◽  
Author(s):  
Athena Elafros

In Feminism is for Everybody, bell hooks states, “[t]o be truly visionary we have to root our imagination in our concrete reality while simultaneously imagining possibilities beyond that reality” (hooks, 2000, p. 110). Drawing on this insight, I offer one possible future for teaching theory in sociology based on my own subject position and experiences that seeks to imagine how social theory needs to change regarding a fundamental reorganization of what counts as theory, who counts as a theorist, who teaches theory, and how theory is taught.


2016 ◽  
Vol 4 (8) ◽  
Author(s):  
Tania Pérez Bustos

<p class="p1">S<span class="s1">oy una femini</span><span class="s2">s</span><span class="s1">ta </span>autodidacta en estudios de ciencia y tecnología. Si bien en mi formación de pregrado y posgrado tuve grandes maestras feministas que aún inspiran mis búsquedas personales y profesionales, sólo devine feminista cuando me topé con la teoría feminista y sus cuestionamientos al conocimiento científico.</p><p class="p1">A diferencia de muchas de mis colegas, nunca me hice parte activa del movimiento; no marché ni fui proselitista. Llegué a saberme feminista cuando logré comprobar que mis preguntas personales sobre mis trayectos profesionales tenían resonancia con las reflexiones que autoras anglosajonas blancas, mestizas y negras, como Sandra Harding (1991; 1993) Donna Haraway (1988; 1996; 2004), Gloria Anzaldúa (1987a; 1987b) Chela Sandoval (1991; 1995) y bell hooks (1984; 1994) venían haciendo desde entrados los años ochenta sobre la objetividad, la transgresión, los puntos medios y ciborg, los lugares desde los que producimos conocimiento y las formas en que éste circula.</p>


2011 ◽  
Vol 1 (56) ◽  
pp. 95 ◽  
Author(s):  
Franco Ferroarotti
Keyword(s):  

<p><em>El trabajo da argumentos de fondo que legitiman a los métodos cualitativos como estrategias privilegiadas para el estudio de lo social, en forma particular en el caso de las historias de vida; uno de los argumentos centrales es que el hombre no es un dato sino un proceso, el cual actúa en forma creativa en su mundo cotidiano, es decir, lo social implica una historicidad. Un segundo argumento es el de la necesaria vinculación entre texto y contexto, en el que este último implica reconocer su sentido evocativo y re-creativo, elementos que implican la posibilidad de la autopercepción del individuo-sujeto de la historia de vida en su vinculación experiencial con el ambiente con textual. La relación entre texto y contexto la realiza el individuo como parte de su proceso vivencial en tanto que agente histórico. Las historias de vida tienen, finalmente, la capacidad de expresar y formular lo vivido cotidiano de las estructuras sociales, formales e informales, de ahí su aporte fundamental a la investigación social.</em></p>


2012 ◽  
Vol 35 (4) ◽  
pp. 1016
Author(s):  
Lilian Conceição Guimarães de Almeida ◽  
Ceci Vilar Noronha
Keyword(s):  

Este estudo buscou compreender as dimensões da vulnerabilidade à violência interpessoal contra mulheres vivendo com HIV/Aids, atendidas em serviços de referência para pessoas soropositivas da Bahia. A investigação foi orientada pela abordagem qualitativa, a qual se revelou fundamental para a compreensão do objeto de estudo, centrada no paradigma interpretativo, hermenêutico. As técnicas de coleta de dados foram a observação, registrada em um diário de campo, a análise documental e a entrevista semiestruturada gravada eletronicamente e transcrita na íntegra. Foram entrevistadas 32 mulheres que viviam com HIV/Aids e estavam sendo atendidas em dois serviços de referência dos municípios de Salvador e Santo Antônio de Jesus. A coleta de dados foi realizada no período de dezembro/2008 a setembro/2009. O corpus do estudo foi organizado e tratado com o auxílio da técnica de análise de conteúdo e interpretado com o uso de referências que abordavam a temática. A partir da análise do conteúdo das entrevistas emergiram três sub-temas: (Des)cobrindo a condição sorológica; práticas sexuais e reprodutivas de mulheres antes e após a soropositividade e; vulnerabilidade à violência interpessoal na dinâmica das relações sociais vivenciadas por mulheres. Os resultados revelaram que a história de vida das mulheres soropositivas é dividida, por uma linha imaginária, em um momento antes e outro depois do diagnóstico. As características sociodemográficas e as relações desiguais de gênero que as mulheres mantinham com seus parceiros afetivo-sexuais foram identificadas como condições que interferiram na vulnerabilidade delas à infecção. As agressões fizeram parte do cotidiano das mulheres e puderam ser consideradas como uma causa e uma consequência da infecção pelo HIV/Aids, contudo nem sempre as violências sofridas foram percebidas como tal pelas mulheres, que estavam envolvidas em um contexto relacional afetivo-sexual. Após o diagnóstico, além da violência física, psicológica, sexual e verbal, as mulheres também vivenciaram medos, culpas, estigmas, autoagressões e rupturas nos seus relacionamentos. A sorologia interferiu na maneira como as mulheres lidavam com a sexualidade, pois, após a infecção, algumas apresentaram diminuição da libido e recusaram-se a manter práticas sexuais. Tais condutas contribuíram para a ocorrência de violência entre os parceiros afetivo-sexuais. Nesse contexto, o empoderamento das mulheres é fundamental para que elas interrompam os ciclos de violência e construam outro panorama social, no qual a violência e as desigualdades cedem o lugar à paz e à cidadania plena. Além disso, para a melhoria da assistência a saúde das mulheres vivendo com HIV/Aids, é preponderante ouvi-las, para que, de acordo com suas necessidades, mudanças possam ser implementadas na reorganização das práticas de saúde.


Author(s):  
Cláudia Rodrigues
Keyword(s):  

A Cidade do Porto é, no fim do século XIX, início séc. XX, campo urbano da consubstanciação da sociedade burguesa, apresentando-se, nomeadamente no palco da sua nova ‘Baixa’, como cidade de grande vigor político, público, cultural, comercial, económico, urbano. A ambiência do espaço urbano da Baixa é, nesse tempo, marcada por uma constelação de desenvolvimentos em vários planos urbanos, navega-se aqui no plano do espaço urbano do Porto com contornos públicos, em particular na sua Baixa. Passeia-se fugazmente, numa primeira parte, pelo espaço da cultura, da boémia, do passeio, do encontro e do recreio na Baixa do Porto, entrando-se, numa segunda parte, no seu espaço público e na sua expressão festiva, resistente e resiliente. Contempla-se a cidade como uma caixa de ritmos que contam e cantam a sua actualidade e o seu passado, propondo-se aqui contribuir para a exploração da história de vida da cidade, em jeito de anamnese do espaço urbano na Baixa do Porto. Que ritmos quotidianos e excepcionais do/no espaço urbano do Porto, marcam este momento de consolidação de uma Baixa moderna? Num momento da vida da cidade de excepcional manifestação popular e resistência? Numa Baixa onde o entretenimento é enfatizado, institucionalizando-se na designada ‘cidade do trabalho’, o café, o teatro, o cinema, o salão, o passeio, o jardim? De quem é, como é produzido, e onde pára o espaço urbano desta Baixa? Eis as questões que motivam e norteiam esta passeata ao espaço público e/ou lúdico na/da Baixa de um Porto ‘moderno’.


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