Introdução: a fibrose cística, também conhecida como mucoviscidose, é uma doença genética cujas manifestações resultam da disfunção do gene cystic fibrosis transmembrane conductorance regulator. Cerca de 85% dos indivíduos com essa doença desenvolvem insuficiência pancreática exógena. Objetivo: comparar os custos da terapia de reposição enzimática empírica com a terapia de reposição enzimática empírica guiada pelo teste da elastase fecal, em indivíduos com fibrose cística, acompanhados em um centro de referência para assistência à doença. Metodologia: realizou-se um estudo descritivo e comparativo, que incluiu indivíduos de 0 a 21 anos, com fibrose cística. Coletaram-se dados referentes ao período de janeiro de 2016 a fevereiro de 2020, com registros clínicos, demográficos e laboratoriais. Inicialmente, com base em critérios clínicos, os participantes foram classificados como suficientes pancreáticos ou insuficientes pancreáticos. Após o resultado da dosagem da elastase fecal, o diagnóstico do status pancreático foi reavaliado. Realizou-se a estimativa dos custos do teste da elastase fecal por participante e da terapia por reposição enzimática empírica da insuficiência pancreática em indivíduos que, posteriormente, foram diagnostica dos como suficientes pancreáticos. Resultados: incluíram-se 50 participantes, com média de idade de 9,4 anos, sendo 52% do sexo masculino. Após o resultado da dosagem da elastase fecal, 7 participantes considerados insuficientes pancreáticos e foram reclassificados como suficientes pancreáticos. No período estudado, a economia média estimada, por participante suficiente pancreático, com a suspensão das enzimas, após resultado da elastase fecal, foi de R$ 6.770,13. Conclusão: a terapia de reposição enzimática empírica no tratamento da insuficiência pancreática pode levar a custos desnecessários. A medida de dosagem da elastase fecal contribui para decisão mais objetiva da avaliação da função pancreática