lucia miguel pereira
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2021 ◽  
Author(s):  
Otília Beatriz Fiori Arantes ◽  
Paulo Eduardo Arantes

O conceito de formação já foi “uma verdadeira obsessão nacional", como nos é explicado logo no início de O sentido da formação. Dos anos 1930 aos 50, a sociedade brasileira e suas estruturas foram dissecadas em termos histórico-econômicos, antropológicos e estéticos por intelectuais que, cada qual a sua maneira, procuraram estabelecer e dar sentido a uma situação nacional periférica, deslocada e, por isso mesmo, diferente. Assim, a Formação do Brasil contemporâneo (Caio Prado Jr.) pela primeira vez traçava em termos marxistas consequentes a estrutura social legada pela colonização; a Formação econômica do Brasil (Celso Furtado) explica os sentidos do atraso e os impasses do subdesenvolvimento; a Formação do patronato político brasileiro (Raymundo Faoro) revela os estamentos nos quais se assentavam nossas elites políticas. Foi em 1959, alguns anos antes do golpe de 1964 dar o ar de sua terrível graça, que Antonio Candido tratou de reunir essa experiência intelectual acumulada nas ciências sociais e no ensaísmo brasileiro (com o olho também nas obras precursoras de Gilberto Freyre e Sérgio Buarque) publicando sua Formação da literatura brasileira, que trazia para o campo da análise cultural aquelas mesmas preocupações e inaugurava a tradição crítica a qual o livro de Otília e Paulo Arantes retoma e investiga os pressupostos. De Antonio Candido a Roberto Schwarz, formação significou um salto notável na compreensão cultural e política do Brasil, enfatizando a necessidade de analisar como entre nós se dá o processo de formalização estética de uma experiência histórica determinada. Foi dentro dessa nova tradição, contemporânea das conquistas especulativas já devidamente estabilizadas, do Modernismo, da imagem subversiva do Cinema Novo, do debate sobre os significados da abstração nas artes plástica e das ousadias da Nova Arquitetura, que redefiniu-se também, por força do salto a ser empreendido, a tarefa do crítico pautado pelo ideário, agora podemos dizer, dialético, do conceito de formação: compreender as vicissitudes da experiência cultural na periferia do capitalismo transcendendo a análise especializada (sem dela prescindir) visando respeitar a relativa independência do objeto, colhendo os saberes dispersos e fraturados nas esferas das humanidades, na cena contemporânea. Pois é dentro dessa tradição e desses pressupostos que o leitor encontrará O sentido da formação, estudo que analisa a figuração da experiência cultural brasileira em três esferas (literatura, pintura, arquitetura) abordando aspectos desses movimentos artísticos, do século XIX ao XX, bem como as posturas e inflexões de seus primeiros grandes críticos: Antonio Candido, Gilda de Mello e Souza e Lúcio Costa. Nesse livro os autores acompanham, dentro da mais criteriosa leitura de obras, a maneira com que nossos melhores críticos, bem como nossos melhores artistas, vão criando formas de superar um certo estado de dependência, procurando estabelecer, a partir dos exemplos históricos anteriores, uma linha evolutiva que esclarece os dinamismos específicos da vida cultural brasileira, que aqui, vez por outra, aparece definida como diferença brasileira. Afinal de contas, é disso mesmo que esse livro trata, da “figuração paulatina de uma sociedade deprimida pela própria imagem”, uma sociedade onde, ontem como hoje, letra, figura, fundo, plano e monumento estão a procura de um país. (Orelha de Francisco Alambert) Esta edição virtual de Sentimento da Dialética, reproduz parcialmente a da Paz e Terra de 1997. Os ensaios sobre Antonio Candido e Lucio Costa são mantidos na íntegra, o ensaio a quatro mãos, sobre Gilda de Mello e Souza teve os apêndices suprimidos (estão incluídos no livro dedicado a Gilda publicado nesta coleção). Foi acrescentado ao final a entrevista com Ricardo Musse sobre o livro, publicada na Revista Praga, nº 4, 1997.    Palavras-chave: Formação, Realidade Nacional, Ilustração brasileira, Grupo Clima, Antonio Candido, José Veríssimo, Eliot, Lúcia Miguel Pereira, Sílvio Romero, Gilda de Mello Souza, Lucio Costa, Pintura brasileira, Almeida Jr, Mário de Andrade, Roberto Schwarz, Arquitetura Moderna Brasileira, Oscar Niemeyer, Brasília.


Author(s):  
Edwirgens Aparecida Ribeiro Lopes de Almeida

Em Surdina (1933) é o segundo romance publicado por Lúcia Miguel Pereira. Como explica Luís Bueno (2006), essa obra apresenta forte tendência documental, comum nos romances sociais da década de 30. Assim, põe em destaque as contradições do tempo, desde a desagregação de valores, passando aos costumes, ao papel mediador do trabalho na construção das identidades, à economia e às relações internacionais. Contudo, o mais evidente diálogo com o contexto pode ser entrevisto na postura das personagens, sobretudo no temor de viver a vida por algumas mulheres. Há, na narrativa, aquelas criaturas que experimentam diversos tipos de sensações, porém a narrativa é protagonizada por Cecília. Esta tem sua existência questionada a partir do pedido de casamento. Se no discurso tradicional, o casamento constitui uma forma de controle do homem sobre a mulher, contraditoriamente, nessa narrativa, o casamento é posto, na perspectiva crítica do narrador, como a única forma encontrada pela mulher para gozar a vida. Esse convite ao carpe diem provoca em Cecília certo questionamento sobre si mesma e sobre o contexto tradicional que condiciona as práticas, sobretudo das mulheres. Portanto, a narrativa nos apresenta mecanismos de reflexões sobre o modo de vida da mulher e o lugar ocupado por ela naquela sociedade, tanto a ficcional quanto a real. 


2021 ◽  
Vol 9 (2) ◽  
pp. 272-293
Author(s):  
Rafael Morato Zanatto

No presente artigo, analisaremos parte completamente desconhecida da trajetória intelectual de Paulo Emílio Sales Gomes: os manuscritos do curso Os filmes na cidade (1966), elo perdido entre as pesquisas históricas que realizou sobre o cinema brasileiro, antes e depois do golpe civil-militar (1964). Aqui, veremos apenas como Paulo Emílio investiga nas manifestações culturais e nas fisionomias femininas no Rio de Janeiro do século XIX a gênese das comédias musicais, tomadas como o gênero de maior expressividade de nossa fisionomia. Para tanto, Paulo Emílio se vale de relatos de viajantes estrangeiros como Carl Schlichthorst, Theodor von Leithold, Ludwig von Rango e John Lucook; e obras como Aparência do Rio de Janeiro. Notícia histórica e descritiva da cidade (1949), de Gastão Cruls, Corografia do Distrito Federal (1949), de Mario da Veiga Cabral, Machado de Assis: Estudo Crítico e Biográfico (1936), de Lúcia Miguel Pereira, Arthur Azevedo e sua época (1966), de R. Magalhães Jr. e Cavaquinho e Saxofone (1940), de Alcântara Machado. Remontando um mosaico de indicações de leitura e transcrições, veremos como a expressividade cultural da comédia musical é interpretada na perspectiva de uma história econômica, psicológica e social de longa duração, na qual persistirá no cinema aspectos do teatro, música, dança, ou ainda, das revistas, do erotismo e de fisionomias femininas que ambientam a cidade do Rio de Janeiro no século XIX.


2021 ◽  
Vol 29 (3) ◽  
Author(s):  
Andrea Angel Baquero

Resumen: Las luchas de las mujeres por adquirir independencia y autonomía respecto a sus cuerpos y sus vidas han sido una constante histórica. Desde la colonia, el cuerpo de la mujer y el control de su sexualidad se atribuyó a la potestad masculina. Amanhecer (1938) es una novela de formación con protagonista femenina. La novela, escrita por Lúcia Miguel Pereira, narra el proceso madurativo de Maria Aparecida, una mujer idealista y romántica que atraviesa por la angustia existencial y la crisis que generó el cambio de paradigma sobre lo femenino en la primera mitad del siglo XX en Brasil. Con esta transformación, muchas mujeres encontraron otros espacios fuera del hogar en los que desempeñarse. Sin embargo, tuvieron que enfrentar el peso de la herencia cultural, adversa a los cambios, y el anquilosamiento de las prácticas e imaginarios sociales.


2020 ◽  
pp. 246-266
Author(s):  
Maria A. de Oliveira

This chapter discusses Woolf’s reception in Brazil as revealed through the work of Brazilian women writers. As a theoretical framework, the chapter relies on a transnational approach including Jessica Berman’s Modernist Commitments: Ethics, Politics and Transnational Modernism; Chandra Talpade Mohanty’s ‘Under Western eyes: Feminist scholarship and colonial discourse’, Gayatri C. Spivak’s article ‘Can the subaltern speak?’ and Pelogia Goulimari’s Women Writing Across Cultures. The chapter traces the waves of feminism in Brazil over the decades, examines Woolf’s surge of popularity in Brazil following the publication of Brenda Silver’s Virginia Woolf Icon (1999), and analyses Woolf’s impact on multiple Brazilian women writers: Tetrá de Teffé (1897–1995), Lucia Miguel Pereira (1901–59), Clarice Lispector (1920–77), Carolina Maria de Jesus (1914–77), Ana Cristina Cesar (1952–83), Lygia Fagundes Telles (1923–), Hilda Hilst (1930–2004), Sônia Coutinho (1939–), Adriana Lunardi (1964–), Luiza Lobo (1948–) and Hilda Gouveia de Oliveira (1946–). By the twenty-first century, Woolf’s work has become truly global. Woolf died more than sixty years ago, but her texts are still alive, and she is still moving and inspiring other women writers, to the point that we can talk about a multiplicity of Woolfs.


2020 ◽  
Vol 4 (1) ◽  
pp. 188-192
Author(s):  
Roberto Acízelo De Souza
Keyword(s):  

O presente texto objetiva trazer luz ao romance Dona Guidinha do Poço, do escritor cearense Manuel de Oliveira Paiva (1861-1892), que permaneceu praticamente desconhecido até 1950, quando Lúcia Miguel-Pereira descobriu alguns fragmentos dele nas páginas da Revista Brasileira. O volume foi publicado na íntegra apenas em 1952, pela editora Saraiva. O artigo, entre outros pontos, põe em relevo o modo pelo qual a narrativa figura a moral patriarcal típica da sociedade rural nordestina, de maneira avessa às ênfases sentimentais do romantismo.


2020 ◽  
Vol 1 (39) ◽  
Author(s):  
Sheila Maria dos Santos

O Brasil é um dos poucos países no mundo a possuir duas traduções integrais da obra maior de Marcel Proust, À la Recherche du temps perdu (1919-1927), ambas realizadas por escritores-tradutores renomados, a saber, Mario Quintana, tradutor dos quatro primeiros volumes, Manuel Bandeira, Carlos Drummond de Andrade e Lucia Miguel Pereira, pela Livraria do Globo, entre 1948 e 1957, bem como a retradução, assinada integralmente por Fernando Py, publicada pela Ediouro, em 2001. Além de conferir prestígio e credibilidade à tradução, a presença do escritor-tradutor suscita uma série de questionamentos quanto à identificação das vozes poéticas presentes nesse novo texto traduzido. Em vista disso, este trabalho pretende analisar a forma como os escritores-tradutores lidaram com aspectos fundamentais do texto proustiano, tais como o ritmo, a pontuação e o componente cultural, no segundo volume da Recherche, À l’ombre des jeunes filles en fleurs (1919). Para tanto, serãoutilizadas como base teórica as contribuições de Henri Meschonnic, no que concerne à questão rítmica do texto literário, bem como os aportes de Isabelle Serça, particularmente a respeito da pontuação e do ritmo proustianos. Outrossim, no que tange ao componente cultural da Recherche, a reflexão partirá do pressuposto da transculturação para explicar as diversas transformações culturais identificadas nas traduções de Mario Quintana e Fernando Py, com base nas reflexões propostas por Fernando Ortiz e que foram, posteriormente, aplicadas à literatura, por Ángel Rama. Palavras-chave: Escritor-tradutor. Tradução rítmica. Marcel Proust.


2019 ◽  
Vol 1 (50) ◽  
pp. 165-175
Author(s):  
Sheila Maria Dos Santos

O objetivo desse artigo é apresentar uma leitura crítica das notas paratextuais da obra À la Recherche du Temps Perdu, de Marcel Proust, na primeira tradução integral brasileira, a qual possui como particularidade o fato de ter sido assinada por eminentes escritores-tradutores, a saber, Mario Quintana, Manuel Bandeira, Carlos Drummond de Andrade e Lucia Miguel Pereira, de modo a identificar a função exercida pelas notas na tradução de cada escritor-tradutor, contemplando, dessa forma, a unidade discursiva da Recherche. Para tanto, serão utilizadas como base teórica a obra de Gérard Genette, Paratextos editoriais (2009), bem como obras de autores que se debruçaram sobre o contexto histórico brasileiro da época, como os editores Bertaso (1993) e Verissimo (1996), entre outras.


2019 ◽  
Vol 32 (1) ◽  
pp. 486-491
Author(s):  
Edwirgens Aparecida Ribeiro Lopes de Almeida

PEREIRA, Lúcia Miguel.  A Fada menina. Porto Alegre: Edição da Livraria do Globo, 1939. PEREIRA, Lúcia Miguel. Maria e seus bonecos. A filha do Rio Verde e Na floresta mágica. Rio de Janeiro: Gráfica O Cruzeiro, 1943.


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