scholarly journals As Notas de Rodapé e a Visibilidade do Tradutor na Tradução Brasileira de Recherche de Proust

2019 ◽  
Vol 1 (50) ◽  
pp. 165-175
Author(s):  
Sheila Maria Dos Santos

O objetivo desse artigo é apresentar uma leitura crítica das notas paratextuais da obra À la Recherche du Temps Perdu, de Marcel Proust, na primeira tradução integral brasileira, a qual possui como particularidade o fato de ter sido assinada por eminentes escritores-tradutores, a saber, Mario Quintana, Manuel Bandeira, Carlos Drummond de Andrade e Lucia Miguel Pereira, de modo a identificar a função exercida pelas notas na tradução de cada escritor-tradutor, contemplando, dessa forma, a unidade discursiva da Recherche. Para tanto, serão utilizadas como base teórica a obra de Gérard Genette, Paratextos editoriais (2009), bem como obras de autores que se debruçaram sobre o contexto histórico brasileiro da época, como os editores Bertaso (1993) e Verissimo (1996), entre outras.

2020 ◽  
Vol 1 (39) ◽  
Author(s):  
Sheila Maria dos Santos

O Brasil é um dos poucos países no mundo a possuir duas traduções integrais da obra maior de Marcel Proust, À la Recherche du temps perdu (1919-1927), ambas realizadas por escritores-tradutores renomados, a saber, Mario Quintana, tradutor dos quatro primeiros volumes, Manuel Bandeira, Carlos Drummond de Andrade e Lucia Miguel Pereira, pela Livraria do Globo, entre 1948 e 1957, bem como a retradução, assinada integralmente por Fernando Py, publicada pela Ediouro, em 2001. Além de conferir prestígio e credibilidade à tradução, a presença do escritor-tradutor suscita uma série de questionamentos quanto à identificação das vozes poéticas presentes nesse novo texto traduzido. Em vista disso, este trabalho pretende analisar a forma como os escritores-tradutores lidaram com aspectos fundamentais do texto proustiano, tais como o ritmo, a pontuação e o componente cultural, no segundo volume da Recherche, À l’ombre des jeunes filles en fleurs (1919). Para tanto, serãoutilizadas como base teórica as contribuições de Henri Meschonnic, no que concerne à questão rítmica do texto literário, bem como os aportes de Isabelle Serça, particularmente a respeito da pontuação e do ritmo proustianos. Outrossim, no que tange ao componente cultural da Recherche, a reflexão partirá do pressuposto da transculturação para explicar as diversas transformações culturais identificadas nas traduções de Mario Quintana e Fernando Py, com base nas reflexões propostas por Fernando Ortiz e que foram, posteriormente, aplicadas à literatura, por Ángel Rama. Palavras-chave: Escritor-tradutor. Tradução rítmica. Marcel Proust.


2017 ◽  
Vol 6 (2) ◽  
pp. 105-115
Author(s):  
Sheila Maria dos Santos

É inegável a importância da editora Globo de Porto Alegre na consolidação de uma literatura estrangeira de qualidade no Brasil. Por seu intermédio, leitores brasileiros puderam conhecer, em impecáveis traduções, obras de Thomas Mann, Somerset Maughan, Virginia Woolf, Marcel Proust, Giovanni Papini, Conrad, Graham Greene, Aldous Huxley, John Steinbeck, autores das mais diversas nacionalidades. Para fazê-lo, os editores Bertaso e Verissimo, responsáveis pela seleção das obras que seriam traduzidas pela Globo, bem como pela escolha do tradutor incumbido para tal função, faziam questão de manter um seleto e experiente grupo de escritores-tradutores, que contou com nomes tais como Mario Quintana, um dos tradutores mais produtivos da Casa, Manuel Bandeira, Carlos Drummond de Andrade, Cecília Meireles, José Lins do Rego, além do próprio Erico Verissimo. Tendo em vista tais fatos, pretende-se, com esse trabalho, investigar o quadro de tradutores da Coleção Nobel, única coleção da editora Globo dedicada exclusivamente à literatura traduzida, atentando para a escolha dos tradutores de acordo com o valor literário atribuído à obra a ser traduzida, a fim de refletir acerca da influência do escritor-tradutor na formação do cânone de literatura traduzida no Brasil.


Author(s):  
Juliana Lopes Melo Ferreira Sabino

O presente trabalho tem o objetivo principal de analisar a maneira como se constrói a temática da morte e da solidão nos poemas de Carlos Drummond de Andrade e Manuel Bandeira, por meio da utilização das figuras de linguagem, utilizando como corpus quatro poemas, dois de cada autor. Manuel Bandeira é um dos principais nomes da primeira geração do modernismo brasileiro. Dentre os poemas que compõem suas obras há vários voltados ao universo infanto-juvenil, como o famoso “Trem de Ferro”. Mesmo que nas produções literárias Drummonianas o público alvo não sejam, especialmente, voltadas às crianças, grande parte de seus poemas são recomendados para leitura durante essa fase. A Literatura infanto-juvenil não deve ser considerada com gênero menor e sim tomada com a mesma importância que as outras, pois as habilidades e competências discursivas de leitura são desenvolvidas em cada fase de desenvolvimento do ser humano.  


Author(s):  
José Luís Jobim

Neste trabalho, pretendemos explorar as questões das referências francesa e europeia, principalmente em cartas de Carlos Drummond de Andrade, Mário de Andrade e Manuel Bandeira, nos anos 1920, chamando a atenção para os imaginários construídos com as noções de “aqui” (Minas, São Paulo, Rio, Brasil, América Latina) e “lá” (França, Europa), na palavra que circula entre e através desses autores. Também formularemos uma hipótese sobre crítica literária “interna” e “externa”, envolvendo essa correspondência.


Author(s):  
Hu Xudong

É constrangedor confessar, mas antes de eu ir ao Brasil em 2003, ignorava por completo a riqueza da poesia modernista desse grande país. Na realidade, eu não era o único. O desconhecimento total da poesia brasileira entre os poetas contemporâneos chineses ainda é uma situação comum. Antes de eu deixar o Brasil em 2005, além de Vinícius de Moraes, eu também havia traduzido alguns poemas de Manuel Bandeira, Carlos Drummond de Andrade, Mário Quintana, Paulo Leminski, Ana Cristina César. Contudo, logo descobri minha meta de tradução: João Cabral de Melo Neto, mestre da poesia modernista brasileira.


Navegações ◽  
2021 ◽  
Vol 14 (2) ◽  
pp. e40702
Author(s):  
Nuno Brito

O presente artigo surgiu de uma necessidade de pensar o tema da lentidão e do questionamento na obra de Carlos Drummond de Andrade, tomando como ponto de partida estes dois elementos enquanto geradores de uma ideia de diferença. Para isso é estudada a forma como a poesia de Drummond pensa a diferença através de um constante apelo à desaceleração que cruza a sua criação literária, desaceleração da escrita, mas também da leitura, do processo criativo e de um contacto mais intenso com a realidade. Para isso são estudados e alguns poemas de Carlos Drummond de Andrade em contacto com poetas como Manuel Bandeira, Wislawa Szymborska e Jorge Luís Borges.


2020 ◽  
Vol 11 (16) ◽  
pp. 82-97
Author(s):  
Aurora Fornoni Bernardini

Este ensaio apresenta as principais contribuições da teoria formalista russa para o estudo da poesia. Seu foco incide nos principais achados teóricos de Iúri Tyniánov no que se refere à abordagem da linguagem poética. Também aponta analogias e “semelhanças de família” entre as teorias de Tyniánov e as poéticas de Carlos Drummond de Andrade e de Manuel Bandeira.


Author(s):  
Paulo Henrique Araújo

Por meio deste artigo, pretendemos analisar como os projetos estético e ideológico do Modernismo brasileiro propiciaram, em virtude de seu caráter experimental, o surgimento de vertentes do nacionalismo completamente distintas entre si. Mário de Andrade, Carlos Drummond de Andrade e Manuel Bandeira nos fornecerão exemplos dessa multiplicidade, por intermédio de alguns de seus poemas, publicados entre as décadas de 1920 e 1930.Palavras-chave: Estética. Ideologia. Poesia. Modernismo.


2020 ◽  
Vol 9 (1) ◽  
pp. 109-125
Author(s):  
Mariane Pereira Rocha ◽  
Aulus Mandagará Martins

Neste ensaio, são analisados três poemas de Carlos Drummond de Andrade traduzidos para língua inglesa por Richard Zenith e publicados na coletânea Multitudinous heart: selected poems by Carlos Drummond de Andrade em Nova York, no ano de 2015, pela editora Farrar, Straus and Giroux. O objetivo desta análise é, reconhecendo o processo tradutório como um fenômeno intertextual, entender o diálogo entre a obra original e a obra traduzida, analisando como o tradutor soluciona problemas próprios da tradução de poesia, como a correspondência de ritmo e sons e a correspondência semântica entre sistemas linguísticos tão diferentes quanto o inglês e o português. Para elaborar essa reflexão, além dos poemas selecionados, também são utilizadas traduções realizadas anteriormente por outros tradutores, com o intuito de comparar e contrastar diferentes abordagens do texto poético e suas soluções linguísticas. A reflexão teórica leva em consideração as discussões de Gérard Genette (2005) e Walter Benjamin (2008) sobre a tradução enquanto fenômeno intertextual e o papel do tradutor, de Haroldo Campos (2011) para a problematização da tradução literária, bem como de Tania Carvalhal (2000) para se pensar na recepção da tradução. A partir das análises, foi possível depreender características singulares no projeto tradutório de Zenith, o qual faz escolhas e encontra soluções tradutórias que ainda não tinham aparecido em traduções anteriores da poesia drummondiana. Assim, encontra-se em Zenith uma atualização da poesia de Drummond em língua inglesa, em um movimento que busca dialogar com o público leitor, bem como preservar o ritmo e as rimas da poesia drummondiana. Traça-se, então, hipóteses e delimita-se tendências nos poemas analisados a fim de iniciar o debate sobre essa tradução ainda recente de poemas de Drummond traduzidos para a língua inglesa.


Author(s):  
Lenita Rimoli Esteves

O trabalho analisa cinco antologias de poesia brasileira em inglês publicadas entre 1954 e 1972, período em que nossa poesia começou a ser difundida no exterior com maior regularidade, principalmente nos Estados Unidos, em virtude de interesses políticos desse país. Primeiramente há uma descrição de cada antologia e das condições em que ela foi produzida: se foi financiada por instituições universitárias, agências governamentais, ou alguma outra fonte. A atuação de agentes culturais específicos, como poetas e tradutores estrangeiros que se envolveram com a poesia brasileira e por ela se interessaram, também é abordada. Ao final, apresenta-se o modo como quatro poetas modernistas − Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Carlos Drummond de Andrade e Manuel Bandeira − foram caracterizados em cada antologia.


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