Freud e Eliade: um debate sobre o fenômeno religioso
O pensamento do filósofo romeno Mircea Eliade (1907-1986) situa-se em uma sociedade marcada por um Zeitgeist secularizado e, portanto, vazio de sentido religioso. Dentro dessas perspectivas imanentistas, encontra-se a interpretação de Sigmund Freud (1856-1939), que afirma ser a religião uma ilusão, uma neurose psíquica que precisa ser tratada para o amadurecimento da Humanidade. Freud, considerado por Eliade como o representante principal desse Zeitgeist, promoveu a dessacralização do espírito humano e a crise do teísmo. Ao discordar dessa posição, o pensador romeno elaborou uma teoria antirreducionista que apresentou um horizonte diferente da religião e do fenômeno religioso na vida do homem. Com base nessas afirmações, a presente pesquisa pretende apresentar a abordagem freudiana do fenômeno religioso e, em seguida, a crítica eliadiana ao criador da psicanálise.