scholarly journals Prevalência da lipodistrofia associada ao HIV em pacientes ambulatoriais brasileiros: relação com síndrome metabólica e fatores de risco cardiovascular

2008 ◽  
Vol 52 (4) ◽  
pp. 658-667 ◽  
Author(s):  
Leandro A. Diehl ◽  
Janaína R. Dias ◽  
Aline C. S. Paes ◽  
Maria C. Thomazini ◽  
Lorena R. Garcia ◽  
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A lipodistrofia associada ao HIV (LAHIV) acomete 40% a 50% dos pacientes infectados pelo vírus, mas sua prevalência no Brasil é desconhecida. O objetivo deste trabalho foi avaliar a prevalência de LAHIV entre adultos brasileiros infectados, bem como sua relação com fatores de risco cardiovascular e síndrome metabólica (SM). Foram avaliados 180 pacientes maiores de 18 anos, infectados por HIV, atendidos no Ambulatório de Infectologia da Universidade Estadual de Londrina. Por meio de entrevista e revisão de prontuário, foram avaliados dados antropométricos, pressão arterial, antecedentes mórbidos pessoais e familiares, duração da infecção por HIV e da aids, drogas anti-retrovirais utilizadas, CD4+, carga viral, glicemia e perfil lipídico. A LAHIV foi definida como a presença de alterações corporais percebidas pelo próprio paciente e confirmadas ao exame clínico. A SM foi diagnosticada usando os critérios do Adult Treatment Panel III (NCEP-ATPIII), revistos e atualizados pela American Heart Association (AHA/NHLBI). A prevalência observada de LAHIV foi de 55%. Os pacientes com LAHIV apresentaram maior duração da infecção por HIV, da aids e do uso de anti-retrovirais. Na análise multivariada, estiveram independentemente associados ao risco de LAHIV: sexo feminino (p = 0,006) e duração da aids > 8 anos (p < 0,001). Quanto aos critérios para SM, hipertensão foi detectada em 32%, baixo HDL-colesterol em 68%, hipertrigliceridemia em 55%, cintura aumentada em 17% e glicemia aumentada e/ou diabetes em 23% dos indivíduos. A cintura aumentada e a hipertrigliceridemia foram mais comuns em portadores de LAHIV. A SM foi identificada em 36% dos pacientes. Na análise multivariada, estiveram associados à SM: IMC > 25 kg/m² (p < 0,001), história familiar de obesidade (p = 0,01), uso de indinavir (p = 0,001) e idade > 40 anos no diagnóstico do HIV (p = 0,002). A LAHIV apresentou tendência a ser mais comum em portadores de SM (65% versus 50%, p = 0,051). A prevalência de LAHIV que se observou neste grupo (55%) foi similar à descrita em estudos prévios de outros países. A prevalência de SM nestes pacientes parece ser diferente da descrita em adultos brasileiros não-infectados pelo HIV.

2004 ◽  
Vol 10 (4) ◽  
pp. 319-324 ◽  
Author(s):  
Emmanuel Gomes Ciolac ◽  
Guilherme Veiga Guimarães

A prática regular de atividade física tem sido recomendada para a prevenção e reabilitação de doenças cardiovasculares e outras doenças crônicas por diferentes associações de saúde no mundo, como o American College of Sports Medicine, os Centers for Disease Control and Prevention, a American Heart Association, o National Institutes of Health, o US Surgeon General, a Sociedade Brasileira de Cardiologia, entre outras. Estudos epidemiológicos têm demonstrado relação direta entre inatividade física e a presença de múltiplos fatores de risco como os encontrados na síndrome metabólica. Entretanto, tem sido demonstrado que a prática regular de exercício físico apresenta efeitos benéficos na prevenção e tratamento da hipertensão arterial, resistência à insulina, diabetes, dislipidemia e obesidade. Com isso, o condicionamento físico deve ser estimulado para todos, pessoas saudáveis e com múltiplos fatores de risco, desde que sejam capazes de participar de um programa de treinamento físico. Assim como a terapêutica clínica cuida de manter a função dos órgãos, a atividade física promove adaptações fisiológicas favoráveis, resultando em melhora da qualidade de vida.


2003 ◽  
Vol 22 (05) ◽  
pp. 222-232
Author(s):  
H.-H. Eckstein

ZusammenfassungNach Durchführung prospektiv-randomisierter Studien liegen für die Karotis-Thrombendarteriektomie (KarotisTEA) höhergradiger Karotisstenosen gesicherte Indikationen auf dem Evidenzlevel Ia mit dem Empfehlungsgrad A vor. Dies betrifft sowohl >50%ige symptomatische als auch >60%ige asymptomatische Stenosen (NASCET-Kriterien). In Subgruppen-Analysen aus NASCET konnten klinische und morphologische Variablen identifiziert werden, die auf ein besonders hohes Risiko eines karotisbedingten Schlaganfalls im natürlichen Verlauf hinweisen. Patienten mit folgenden Variablen profitieren daher besonders von der Karotis-TEA: Stenosegrad >90%, schlechter Kollateralkreislauf, kontralateraler Karotisverschluss, Plaque-Ulzerationen, Tandemstenosen, intraluminale Thromben, nicht-lakunärer Hirninfarkt, Lebensalter >75 Jahre, komplexes klinisches Risikoprofil, Hemisphären-TIA (vs. Amaurosis fugax), männliches Geschlecht. Der präventive Effekt der Karotis-TEA kann jedoch nur unter Beachtung eines niedrigen perioperativen Schlaganfallbzw. Letalitätrisikos realisiert werden. Nach Empfehlungen der American Heart Association (AHA) darf das perioperative Risiko 3% bei asymptomatischen Stenosen ohne kontralaterale Stenose, 5% bei asymptomatischen Stenosen mit hochgradiger kontralateraler Stenose oder Verschluss und 6% bei symptomatischen >50%ige Stenosen (NASCET-Kriterien) nicht überschreiten. Die Ergebnisse der Qualitätssicherung Karotis-TEA der Deutschen Gesellschaft für Gefäßchirurgie (DGG) zeigen, dass diese maximal akzeptablen Obergrenzen zum Teil deutlich unterschritten werden. Vor diesem Hintergrund stellt das Stenting von Karotisstenosen einen klinischen Heilversuch dar, der nur nach interdisziplinärem Konsil und/oder i. R. randomisierter Studien zulässig ist.


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