scholarly journals Uma sociologia das políticas de waterfront regeneration no Brasil: análise de três casos emblemáticos

2021 ◽  
Vol 36 (2) ◽  
pp. 719-743
Author(s):  
Luciano Fedozzi ◽  
Mariana Vivian

Resumo Este artigo discute o tema das políticas de waterfront regeneration (WR) no Brasil. Especificamente, propõe uma sociologia política dos processos institucionais de produção de tais intervenções através da análise dos casos dos projetos Porto Maravilha, no Rio de Janeiro (RJ), do Cais Mauá, em Porto Alegre (RS) e do Porto Novo e Novo Recife, em Recife (PE). Para tanto, articula uma leitura teórica de diferentes abordagens direcionadas aos fenômenos do político e do urbano a uma pesquisa empírica qualitativa de estudo de casos múltiplos baseado em análises documentais e entrevistas. Ao final, propõe um modelo analítico para interpretação dos casos com base na síntese teórica desenvolvida e, especialmente, na perspectiva neoinstitucionalista, e apresenta um enquadramento possível de leitura dos processos de produção de tais políticas no Brasil.

2019 ◽  
Vol 11 (3) ◽  
pp. 139-155
Author(s):  
Marta Maria Aragão Maciel

Resumo: O presente texto objetiva uma abordagem, no interior do pensamento de Ernst Bloch (1885/1977), acerca da relação entre marxismo e utopia: um vínculo incomum no interior do marxismo, comumente tido numa oposição inconciliável. Daí a apropriação do termo “herético” em referência ao marxismo do autor alemão: a expressão é usada não em sentido pejorativo, mas apenas para situar seu distanciamento do marxismo vulgar, bem como sua intenção de crítica radical dessa tradição. Aqui entendemos que é, em particular, por meio da relação entre marxismo e utopia que o pensamento de Ernst Bloch aparece como um projeto inelutavelmente político com vistas a uma filosofia da práxis concreta na principal obra do autor: O Princípio esperança (Das Prinzip Hoffnung) [1954/1959]. Neste livro encontramos, com efeito, a tentativa de pensar a atualidade do marxismo para o contexto do século XX, a era das catástrofes, conforme definição do historiador Eric Hobsbawm. Palavras-chave: Marxismo. Utopia. Dialética. Crítica social. Cultura.  Abstract: This paper presents an approach within the thinking of Ernst Bloch (1885/1977) about the relation between Marxism and Utopia: an unusual link within Marxism, commonly held in an irreconcilable opposition. Hence the appropriation of the term "heretical" in reference to the German author's Marxism: the expression is used not in a pejorative sense, but only to situate its distancing from vulgar Marxism, as well as its intention of a radical critique of this tradition. Here we understand that it is particularly through the relationship between Marxism and Utopia that Ernst Bloch's thought appears as an ineluctably political project with a view to a philosophy of concrete praxis in the principal work of the author: The Principle Hope (Das Prinzip Hoffnung) [1954/1959]. In this book we find, in effect, the attempt to think the actuality of Marxism in the context of the age of catastrophe - as defined by Eric Hobsbawm - that is, the long twentieth century that experienced the extreme barbarism of the concentration camp, of which the thinker in question, Jewish and Communist, managed to escape.  Keywords: Marxism. Utopia. Dialectics. Social criticismo. Culture. REFERÊNCIAS   ALBORNOZ, Suzana. O enigma da Esperança: Ernst Bloch e as margens da história do espírito. Petrópolis, RJ: Vozes, 1995.   ALBORNOZ, Suzana. Ética e utopia: ensaio sobre Ernst Bloch. 2ª edição. Porto Alegre: Movimento; Santa Cruz do Sul: EdUSC, 2006.  BICCA, Luiz. Marxismo e liberdade. São Paulo: Loyola, 1987.  BLOCH, Ernst. Filosofia del Rinascimento. Trad. it. de Gabriella Bonacchi e Katia Tannenbaum. Bologna: il Mulino, 1981.     BLOCH, Ernst. Héritage de ce temps. Trad. Jean Lacoste. Paris: Payot, 1978.  BLOCH, Ernst. O Princípio Esperança [1954-1959]. Vol. I.  Trad. br. Nélio Schneider. Rio de Janeiro: EdUERJ; Contraponto, 2005.   BLOCH, Ernst. O Princípio Esperança [1954-1959]. Vol. II. Trad. br. Werner Fuchs. Rio de Janeiro: EdUERJ; Contraponto, 2006.   BLOCH, Ernst. O Princípio Esperança [1954-1959]. Vol. III. Trad. br. Nélio Schneider. Rio de Janeiro: EdUERJ; Contraponto, 2006.  BLOCH, Ernst. Du rêve à l’utopie: Entretiens philosophiques. Textos escolhidos e prefaciados por Arno Münster. Paris: Hermann, 2016.  BLOCH, Ernst. Thomas Münzer, Teólogo da Revolução [1963]. Trad. br. Vamireh Chacon e Celeste Aída Galeão. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1973.  BLOCH, Ernst. L’esprit de l’utopie, [1918-1023]. Trad. fr. de Anne Marie Lang e Catherine Tiron-Audard. Paris: Gallimard, 1977.  BLOCH, Ernst. El pensamiento de Hegel. Trad. esp. de Wenceslao Roces. Mexico; Buenos Aires: Fondo de Cultura Economica, 1963.   BOURETZ, Pierre. Testemunhas do futuro: filosofia e messianismo. Trad. J. Guinsburg. São Paulo: Perspectiva, 2011, p. 690.  FREUD, Sigmund. Los sueños [1900-1901]. Trad. Luis Lopez-Ballesteros et al., Madrid: Biblioteca Nueva, 1981.  FREUD, Sigmund. A Interpretação dos sonhos. Vol. I. Trad. Jayme Salomão. Rio de Janeiro: Imago, 2006.  HORKHEIMER, Max. Filosofia e teoria crítica. In: Textos escolhidos. Trad. de José Lino Grünnewald. São Paulo: Abril Cultural, 1980, p. 155 (Coleção Os Pensadores.). MÜNSTER, Arno. Ernst Bloch: filosofia da práxis e utopia concreta. São Paulo: UNESP, 1993.     MÜNSTER, Arno. Utopia, Messianismo e Apocalipse nas primeiras de Ernst Bloch. Trad. br. de Flávio Beno Siebeneichler. São Paulo: UNESP, 1997.  PIRON-AUDARD, Catherine. Anthropologie marxiste et psychanalyse selon Ernst Bloch. In: RAULET, Gérard (org.). Utopie-marxisme selon Ernst Bloch: un système de l'inconstructible. Payot: Paris, 1976. VIEIRA, Antonio Rufino. Princípio esperança e a “herança intacta do marxismo” em Ernst Bloch. In: Anais do 5° Coloquio Internacional Marx-Engels. Campinas: CEMARX/Unicamp. Disponível em: <www.unicamp.br / cemarx_v_coloquio_arquivos_arquivos /comunicacoes/gt1/sessao6/Antonio_Rufi no.pdf>.  VIEIRA, Antonio Rufino. Marxismo e libertação: estudos sobre Ernst Bloch e Enrique Dussel. São Leopoldo: Nova Harmonia, 2010.  RAULET, Gérard (Organizador). Utopie - marxisme selon Ernst Bloch: un sistème de l’inconstructible. Paris: Payot, 1976.  ZECCHI, Stefano. Ernest Bloch: Utopia y Esperanza en el Comunismo [1974]. Trad. esp. de Enric Pérez Nadal, Barcellona: Península, 1978.  


2017 ◽  
Vol 2 (4) ◽  
Author(s):  
Marlise Sanchotene de Aguiar ◽  
Jacqueline Custódio
Keyword(s):  

A análise morfológica de intervenções urbanas que estão ocorrendo em algumas metrópoles brasileiras reforça os sinais da crise urbana agravada principalmente pela maneira como se deu o Planejamento Urbano no Brasil durante as últimas décadas. Desde o caso Barcelona, as experiências de operações urbanas motivadas pela realização de megaeventos nas áreas centrais de grandes cidades têm se traduzido em padrões morfológicos, se considerarmos a transformação desses espaços e suas novas ocupações.  Tais padrões devem-se não somente por contemplar os mesmos usos, mas também, em grande parte, pela forma como os instrumentos jurídicos são apropriados e a consequente alteração dos índices urbanísticos, que têm o papel de atrair olhares para essas áreas. Como resultado, prenunciamos a profunda transformação da paisagem dessas frentes d’água. A principal questão versa sobre como estão se configurando as paisagens propostas por essas operações no que se refere ao plano inicial elaborado pelos atores envolvidos, incluindo investidores financeiros, administração pública e população. Os casos referência tratam-se de espaços emblemáticos no contexto histórico brasileiro que estão sendo alvos de intervenções motivadas pela recepção de megaeventos e são o Projeto Porto Maravilha (Rio de Janeiro) e o Complexo Cais Mauá (Porto Alegre). O primeiro está em fase de implementação desde o ano de 2009, e o segundo busca realizar desde 2010 um Plano de Negócios para a sua zona portuária, que tem como objetivo reutilizar e rentabilizar essas áreas. Dentre os instrumentos jurídicos utilizados, nos deteremos na Operação Urbana Consorciada, utilizada pelo município carioca, e nos programas municipais de Parcerias Público-privadas (Lei nº 9.875/05, em Porto Alegre, e a Lei Complementar nº 105/09, do Rio de Janeiro). Essa discussão mostra-se importante ferramenta, na medida em que traça paralelos entre os casos referência, propiciando uma reflexão sobre os elementos que efetivamente são considerados na transformação de espaços urbanos emblemáticos.


2007 ◽  
Vol 56 (2) ◽  
pp. 94-101 ◽  
Author(s):  
Marcelo Gomes ◽  
André Palmini ◽  
Fabio Barbirato ◽  
Luis Augusto Rohde ◽  
Paulo Mattos

OBJETIVO: Verificar o conhecimento da população sobre o transtorno do déficit de atenção/hiperatividade (TDAH) e de médicos, psicólogos e educadores sobre aspectos clínicos do transtorno. MÉTODOS: 2.117 indivíduos com idade > 16 anos, 500 educadores, 405 médicos (128 clínicos gerais, 45 neurologistas, 30 neuropediatras, 72 pediatras, 130 psiquiatras) e 100 psicólogos foram entrevistados pelo Instituto Datafolha. A amostra da população foi estratificada por região geográfica, com controle de cotas de sexo e idade. A abordagem foi pessoal. Para os profissionais (amostra aleatória simples), os dados foram coletados por telefone em Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, Brasília, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba e Porto Alegre. resultados: Na população, > 50% acreditavam que medicação para TDAH causa dependência, que TDAH resulta de pais ausentes, que esporte é melhor do que drogas como tratamento e que é viável o tratamento psicoterápico sem medicamentos. Dos educadores, > 50% acreditavam que TDAH resulta de pais ausentes, que tratamento psicoterápico basta e que os esportes substituem os medicamentos. Entre psicólogos, > 50% acreditavam que o tratamento pode ser somente psicoterápico. Dos médicos, > 50% de pediatras e neurologistas acreditavam que TDAH resulta de pais ausentes. CONCLUSÕES: Todos os grupos relataram crenças não respaldadas cientificamente, que podem contribuir para diagnóstico e tratamento inadequados. É urgente capacitar profissionais e estabelecer um programa de informação sobre TDAH para pais e escolas.


ILUMINURAS ◽  
2016 ◽  
Vol 17 (42) ◽  
Author(s):  
Ivana Teixeira

Através de uma análise das atividades desenvolvidas pelos terapeutas da zooterapia, apresentado pela experiência de um trabalho de observação de longa duração, este artigo se propõe a colocar em questão a associação do homem e do animal, em um corpus de conhecimentos vindo de uma “etologia” empírica e de um corpus elaborado e estruturado de saberes antropológicos. A zooterapia enquanto mediação animal é uma técnica de cuidado para além de uma constatação trivial interespecífica ou de uma projeção antropomórfica sobre os animais de categorias universalmente reconhecidas como humanas. Ela permite nos interrogarmos sobre o recurso à participação animal e seu estatuto de sujeito dotado de capacidades agentivas, ao lado de um terapeuta humano e face à uma pessoa doente. Por ocasião de três estudos de caso contextualmente situados nas cidades de Porto Alegre, Rio de Janeiro e São Paulo, destacamos a questão mais geral da interação entre os dados empíricos que a zooterapia acumula e as representações sociais que são implicitamente mobilizadas para situar o animal dentro de uma cadeia operativa. De modo geral a problemática de interesse deste artigo trata das práticas e horizontes relacionais que atravessam vários grupos sociais e indivíduos contemporâneos que apostam na direção de uma relação interespecífica. Essa problemática é também empírica e epistemológica, pois demarca uma remodelação das diferenças entre natureza e cultura, baseada em uma conjunção de fenômenos invocados a caracterizar os sujeitos (conduta, ações, afetos, comportamento).Palavras-chave: Antropologia da natureza. Agentividade dos animais. Zooterapia. Modalidades de ações.The interspecific relations for human care in the conventional health system: an anthropological analysis of the dynamics of zootherapyAbstractThrough an analysis of the activities developed by zootherapy therapists, presented by the experience of a long-term work of observation, this article proposes to put in question the association of man and animal, in a corpus of knowledge coming from an empirical "ethology" and an elaborate and structured anthropological knowledge corpus. The zootherapy as an animal care mediation is a technique other than an interspecific trivial finding, or an anthropomorphic projection on animals of universally recognized as human categories. It allows us to interrogate about the use of animals and their status as subjects endowed with agentive capacities, alongside a human therapist and in face of a sick person. Based on three case studies contextually located in the cities of Porto Alegre, Rio de Janeiro and São Paulo, we highlight the more general question of the interaction between the empirical data that zootherapy accumulates and social representations that are implicitly mobilized to locate the animal inside of an operative chain. More comprehensively the issue of interest in this paper deals with the practical and relational horizons that cut across social groups and contemporary individuals who bet on the direction of an interspecies relationship. This problem is also empirical and epistemological because it marks a remodel of the differences between nature and culture, based on a combination of phenomena invoked to characterize the subjects (behavior, actions, feelings).Keywords: Anthropology of nature. Animal agency. Zootherapy. Modalities of actions.


2006 ◽  
Vol 22 (7) ◽  
pp. 1375-1384 ◽  
Author(s):  
Andréa Fachel Leal ◽  
Daniela Riva Knauth
Keyword(s):  

Analisamos a iniciação sexual masculina como um momento de aquisição de conhecimento, com base em 62 entrevistas de cunho etnográfico com homens jovens (18-24 anos) residentes em Porto Alegre, Rio de Janeiro e Salvador, Brasil, numa etapa da Pesquisa GRAVAD. Adotando uma perspectiva antropológica e comparativa, o exame dos relatos da primeira experiência amorosa e sexual revela que a primeira experiência sexual dos homens é um aprendizado corporal e social, através do qual os jovens adquirem conhecimento técnico sobre o uso de seus corpos e habilidade para se relacionar com outros, especialmente as mulheres. Estes são importantes demarcadores no processo de passagem à vida adulta. Consideramos, além de diferenças em termos de pertença a diferentes segmentos sócio-econômicos, as relações de gênero, especialmente modelos de masculinidade, demonstrando que a primeira relação sexual de um jovem é um momento social e simbolicamente marcante, que não se limita a um evento isolado, sendo, pelo contrário, uma experiência que envolve aprendizados de diferentes ordens e que integra um processo de se tornar homem.


2018 ◽  
Vol 33 (97) ◽  
Author(s):  
Sonia Karam Guimarães ◽  
Lucas Rodrigues Azambuja

RESUMO O artigo aborda o fenômeno internacionalização de micro, pequenas e médias empresas (MPMEs) inovadoras, no Brasil. O crescimento desse fenômeno, mundialmente, está relacionado a mudanças econômicas, científicas e tecnológicas que marcaram as ultimas décadas do século XX, cuja dinâmica contribuiu para a emergência de um novo paradigma de desenvolvimento, em que a principal vantagem comparativa encontra-se no conhecimento e inovação, considerados o motor da economia. O estudo, de caráter exploratório e descritivo, baseou-se em pesquisa realizada no período 2012-2014, que investigou 60 empresas inovadoras localizadas nas cidades do Rio de Janeiro, São Paulo, Campinas, Porto Alegre e Florianópolis. Dentre as conclusões do estudo, afirma-se que o ambiente econômico, social e cultural do país tende tanto a promover o processo de internacionalização dessas empresas – através de globalização, novas tecnologias e políticas publicas – quanto a enfraquecê-lo – através de um ambiente fiscal desfavorável, burocracia excessiva, isolamento econômico-cultural, nível geral insatisfatório de educação e de qualificação dos recursos humanos, e instabilidade econômica. Algumas evidências sugerem que o ingresso na “nova economia” ocorre sem abandono de comportamentos e valores “tradicionais”. Contudo, qualquer generalização seria precipitada dada a natureza da amostra, restrita e não aleatória.


Trama ◽  
2018 ◽  
Vol 14 (33) ◽  
pp. 118-129
Author(s):  
Espedito Saraiva MONTEIRO ◽  
Elisangela Alves da Silva SCAFF

Este artigo tem como objetivo analisar o processo de implementação do Programa Mais Educação na rede municipal pública de Dourados-MS, no período compreendido entre 2009 e 2015, com vistas a identificar e discutir a concepção de educação de tempo integral explicitada nesse processo. Para tanto, realizou-se pesquisa qualitativa, tendo como campo empírico as 45 escolas públicas municipais de Dourados – MS, utilizando como instrumento de coleta de dados questionário junto aos integrantes do Programa. Constata-se que a concepção de educação integral presente no Programa Mais Educação está relacionada à ampliação da jornada escolar; consequentemente, tal concepção está em consonância com a proposta preconizada pelo Programa que considera como educação integral, além de outros fatores, a jornada escolar com duração igual ou superior a sete horas diárias.REFERÊNCIASARROYO, M. O direito a tempos-espaços de um justo e digno viver. In MOLL, J. et al. Caminhos da Educação Integral no Brasil: direito a outros tempos e espaços educativos. Porto Alegre: Penso, 2012.BRASIL. Portaria Normativa Interministerial n° 17, de 24 de abril de 2007. Institui o Programa Mais Educação que visa fomentar a educação integral de crianças, adolescentes e jovens, por meio do apoio a atividades sócio-educativas no contraturno escolar. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 26 abr. 2007a._______. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília: Senado Federal, 1998.________ Decreto nº 7.083, de 27 de janeiro de 2010. Institucionaliza o Programa Mais Educação. Brasília, DF, 2010a.________. Lei n º 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Brasília: Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Poder Executivo, 23 dez. 1996._______. Lei nº 10.172 de 9 de janeiro de 2001. Aprova o Plano Nacional de Educação e dá outras providências. Brasília: Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Poder Executivo, 9 de janeiro de 2001. Obtido em [https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/leis_2001/l10172.htm]. Acesso em 29 de dezembro de 2016.________. Manual de Educação Integral para Obtenção de Apoio Financeiro através do Programa Dinheiro Direto na Escola – PDDE/Integral, no exercício de 2008. Brasília, DF.________. Manual de Educação Integral para Obtenção de Apoio Financeiro através do Programa Dinheiro Direto na Escola – PDDE/Integral, no exercício de 2009 Brasília, DF, 2009a.________. Estatuto da Criança e do Adolescente: promulgado em 13 de julho de 1990. 9ª Ed. São Paulo: Saraiva, 1999b.________. Manual de Educação Integral para Obtenção de Apoio Financeiro através do Programa Dinheiro Direto na Escola – PDDE/Integral, no exercício de 2013 a. Brasília, DF.________. Programa Mais Educação: passo a passo. Brasília: MEC, Secad. 2009b. Disponível em http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/passoapasso_maiseducacao.pdf. Acesso em 21 de junho de 2015.CAVALARI, R. M. F. Integralismo – ideologia e organização de um partido de massa no Brasil (1932-1937). Bauru: EDUSC, 1999. 239 p.CAVALIERE, A.M. Escolas de tempo integral versus alunos em tempo integral. Em Aberto, v.21, p. 51-63, 2009.CARVALHO, L. M. As políticas públicas de educação sob o prisma da ação pública: esboço de uma perspectiva de análise e inventário de estudos. Currículo sem fronteiras. V. 15, n.2, p.314-333, maio/ago. 2015.COELHO, L.M. da C. História (s) de educação integral. In: MAURÍCIO, L. V. (org).: Educação Integral em Tempo Integral. Em Aberto, Brasília, v. 22, n° 80, 2009. p. 83-96.CEPAL. Comissão Economica Para a America Latina e Caribe. Equidad, desarrollo y ciudadanía. México, DF: CEPAL, 2000.DOURADO, L. F; OLIVEIRA, J. F. A qualidade da educação; perspectivas e desafios. Cadernos Cedes. Campinas vol. 29, n. 78, maio/ago. 2009.DOURADOS. Secretaria Municipal de Educação. Relatório de Avaliação do Programa Mais Educação. Dourados: SEMED, 2014.GADOTTI, M. Educação integral no Brasil: inovações em processo. São Paulo: Instituto Paulo Freire, 2009.LECLERC, G. F. E.; MOLL, J. Programa Mais Educação: avanços e desafios para uma estratégia indutora da Educação Integral e em tempo integral. Educar em Revista. Curitiba. nº. 45, p. 91-110, jul./set. 2012.MONTEIRO, E. S. A implementação do Programa Mais Educação no município de Dourados-MS: concepções e práticas. Dourados, MS: Universidade Federal da Grande Dourados, 2016. (Dissertação de Mestrado).O PROGRESSO. Cidade de Dourados (MS) universaliza a educação em tempo integral.  28 de Abril, 2014.PARO, V. Educação integral em tempo integral: uma concepção de educação para a Modernidade. In: COELHO, Lígia Martha C. da Costa (Org.). Educação integral em tempo integral: estudos e experiências em processo. Petrópolis, RJ: FAPERJ, 2009.RODRIGUES, C. M. L.; VIANA, L. R.; BERNARDES, J. A. O Programa Mais Educação: breve análise do contexto político e dos pressupostos teóricos. Cadernos ANPAE, v. 17, p. 1-16, 2013.ROSA, V. S. O Programa Mais Educação como Política Pública Nacional de Educação Integral. In: IX ANPEd SUL Seminário de Pesquisa em Educação da Região Sul, 2012, Caxias do Sul, RS. Anais: ANPEd SUL, 2012.TEIXEIRA, A. Centro Educacional Carneiro Ribeiro. Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos. Rio de Janeiro, v.31, n.73, jan./mar. 1959. p. 78-84. Disponível em: http://www.bvanisioteixeira.ufba.br/produde.htm. Acesso em: 17 jul. 2015.UNESCO. Boletin. Proyecto principal de educacion em America Latina y Caribe. Santiago UNESCO, 1996.Recebido em 11-04-2018 e aceito em 28-08-2018.


Trama ◽  
2018 ◽  
Vol 14 (33) ◽  
pp. 106-117
Author(s):  
Telma Adriana Pacifico MARTINELI ◽  
Carolina De Moura VASCONCELOS ◽  
Eliane Maria de ALMEIDA

O estudo teve objetivo analisar a BNCC para o Ensino Fundamental, em seus aspectos pedagógicos e curriculares, com foco na Educação Física e na concepção e classificação do esporte. Tratou-se de um estudo bibliográfico e documental fundamentado em uma perspectiva histórica- crítica. No documento, a Educação Física é um componente curricular que permite a aprendizagem de práticas corporais: brincadeiras e jogos, ginásticas, dança, lutas, práticas corporais de aventura e esportes. Essa concepção fundamenta-se na Praxiologia Motriz, que estuda a lógica interna e externa dos jogos e esportes, a partir da cooperação, interação com o adversário, desempenho motor e objetivos táticos da ação, na tentativa de romper com a perspectiva positivista, busca-se na linguagem e no significado da ação motriz uma vertente social do esporte. Essa concepção pelo viés da motricidade, continua se perpetuando na Educação Física, repercutindo na BNCC e contrariando as críticas histórias.REFERÊNCIASARAÚJO P. A., RIBAS, J. F. M. Contribuições da praxiologia motriz para a abordagem crítico-superadora. Disponível em: https://repositorio.ufsm.br/bitstream/handle/1/881/Araujo_Pablo_Aires.pdf?sequence=3. Acesso em: 20/03/2017.BETTI, Mauro. Por uma Teoria da Prática. Motus Corporis. Rio de Janeiro, v. 3, n. 2, p. 73-127, dez. 1996.BITTENCOURT, J. A base nacional comum curricular: uma análise a partir do ciclo de políticas. In: XIII Congresso Nacional de Educação. Anais do EDUCERE. Paraná, 2017. BRASIL. Base Nacional Comun Currícular. Ministerio da Educação. Brasília, DF, 2018. Disponivel em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/wp-content/uploads/2018/02/bncc-20dez-site.pdf. Acesso em: 07/08/2018.KUNZ, E. Transformação didático-pedagógica do esporte. Ijuí: Editora Unijuí, 1994.MARTINELI, T. A. P.; MAGALHÃES, C. H.; MILESKI, K. G.; ALMEIDA, E. M.. A Educação Física na BNCC:  concepções e fundamentos políticos e pedagógicos. Motrivivência. Santa Catarina, v. 28,   n. 48,   p. 76-95,   setembro/2016. Disponível em: https://periodicos.ufsc.br/index.php/motrivivencia/article/view/2175-8042.2016v28n48p76/32564 Acesso em: 09/08/2018.MELLO, R. A. A necessidade da Educação Física na escola. São Paulo: Instituto Lukács, 2014.MOREIRA, L. R.et al. Apreciação da Base Nacional Comum Curricular e a Educação Física em foco. Motrivivência, v. 28, n. 48, p. 61-75, setembro/2016.NEIRA, M. G.; JUNIOR, M. S. A Educação Física na BNCC: procedimentos, concepções e efeitos. Motrivivência. Santa Catarina, v. 28, n. 48, p. 188-206, setembro/2016. Disponível em: https://periodicos.ufsc.br/index.php/motrivivencia/article/view/45356 Acesso em: 09/08/2018.NORA, D. D.; WALTER, J; BUFFON, E.; RIBAS, J. F. M. Praxiologia motriz, trabalho pedagógico e didática na educação física. Movimento, Porto Alegre, v. 22, n. 4, 1365-1378, out./dez. de 2016. Disponível em: http://seer.ufrgs.br/index.php/Movimento/article/view/65268. Acesso em: 21/03/2018.OLIVEIRA, G. T; RIBAS, J. F. M. Articulações da praxiologia motriz coma Concepção Crítico-Emancipatória. Movimento, Porto Alegre, v. 16, n. 01, p. 131-148, jan./mar. 2010. Disponível em: http://www.seer.ufrgs.br/Movimento/article/viewFile/9680/7521. Acesso em: 03/05/2018.OLIVEIRA, A. A. B; PERIM, G. L. Fundamentos Pedagógicos do Programa Segundo Tempo. Maringá: EDUEM, 2009.PARLEBAS, P. Eléments de sociologie du sport. Revue française de sociologie. França, n. 3, v. 28, p. 547-550, 1987.PAULO-NETTO, J. Introdução ao estudo do método de Marx. São Paulo: Editora Expressão Popular, 2011.PIAGET, J. A Epistemologia genética; Sabedoria e ilusões da filosofia. São Paulo: Abril Cultural, 1983.PIMENTEL, A. O método da análise documental: seu uso numa pesquisa historiográfica. Cadernos de Pesquisa, n. 114, p. 179-195, novembro/ 2001. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/cp/n114/a08n114.pdf .Acesso em: 03/08/2018.RENE, B. X. L’education physique Au XX e Siecleen France. Paris: Nouvelle, 1994.RIBAS, J. F. M. Praxiologia Motriz: construção de um novo olhar dos jogos e esportes na escola. Motriz, Rio Claro, v.11 n.2 p.113-120, mai./ago. 2005. Disponível em: http://www.rc.unesp.br/ib/efisica/motriz/11n2/10MRJ.pdf . Acesso em: 20/03/2017.RIBAS, J. F. M. O voleibol e os novos olhares dos jogos esportivos coletivos. In: RIBAS, J. F. M (Org.). Praxiologia motriz e voleibol: elementos para o trabalho pedagógico. Ijuí: Editora Unijuí, p. 21-56, 2014.RODRIGUES, A. T. Base Nacional Comum Curricular para a área de linguagens e o componente curricular Educação Física. Motrivivência, v. 28, n. 48, p. 32-41, setembro/2016.RUFINO, L. G. B; NETO, S. de S. Saberes docentes e formação de professores de Educação Física: análise da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) na perspectiva da Profissionalização do Ensino. Motrivivência, v. 28, n. 48, p. 42-60, setembro/2016.SARAVÍ, J. R. A praxiologia motriz: presente, passado e futuro. Entrevista com Pierre Parlebas. Movimento, Porto Alegre, v. 18, n. 01, p. 11-35, jan/mar de 2012.  Disponível em: http://seer.ufrgs.br/Movimento/article/view/27065 . Acesso em: Acesso em: 21/03/2018.SILVA, M. R; PIRES, G. L.; PEREIRA, R. S. A Base Nacional Comum Curricular da Educação Básica em tempos de neoconservadorismo e de “neoliberalismo que saiu do armário”; mas também de tempos de resistência: Fora Temer!!!. Motrivivência. Santa Cataria, v. 28, n. 48, 2016. Disponível em: https://periodicos.ufsc.br/index.php/motrivivencia/article/view/2175-8042.2016v28n48p7/32530 Acesso em: 09/08/2018. SHIROMA, E.O.; CAMPO, R. F.; GARCIA, R. M. C. Decifrar textos para compreender a política: subsídios teórico-metodológicos para análise de documentos. Perspectiva. Florianópolis, v. 23, n. 02, p. 427-446, jul./dez. 2005.TABORDA, D. S. Aproximações teóricas entre a praxiologia motriz e a proposta transformação didático-pedagógica do esporte: por um diálogo da possibilidade. Dissertação (Mestrado). UFSM. Programa de Pós-Graduação em Educação Física. RS, 2014. Disponível em: http://repositorio.ufsm.br/bitstream/handle/1/6744/TABORDA%2c%20DOUGLAS%20DOS%20SANTOS.pdf?sequence=1isAllowed=y . Acesso em: 20/03/2017.Recebido em 15-05-2018 e aceito em 14-08-2018.


2020 ◽  
Vol 12 (1) ◽  
Author(s):  
Dulcinéa Silva Jerônimo ◽  
Nádia Dolores Fernandes Biavati

A partir das teorias que envolvem o processo avaliativo da aprendizagem, torna-se possível conceber a avaliação como ferramenta indispensável na tomada de decisões do professor. Na verdade, a avaliação, no presente texto, será considerada para além disso, pois destacamos preceitos analisando-os, indicando-a parte constitutiva do discurso escolar e do discurso pedagógico. Nessa direção, pelo aporte da vertente francesa de Análise de Discurso, voltamos nosso olhar para práticas que indicam a ideia de avaliação ideal (e por vezes idealizada) pautada no bom planejamento e condizente com a realidade dos discentes e descrevemos o modo como os discursos funcionam, analisando a tendência de a formação  classificatória perpassar o processo avaliativo.  Percebemos que o discurso legitimador da avaliação prevalece, superestimando sua face regulatória,  na medida em que ela deve  fornecer (e muitas vezes não fornece) bons indicadores para os processos de didatização. Ao considerar a escola a partir de uma perspectiva discursiva, destacamos o que acreditamos ser dois fundamentos efetivos diretamente relacionadas à avaliação, a saber: o discurso pedagógico e o discurso escolar – a partir das concepções de Orlandi (1996). Nessa perspectiva, no presente texto, traçamos, pela ótica francesa de Análise de Discurso, uma reflexão acerca das estratégias avaliativas, a fim de buscar compreender melhor o processo de acompanhamento da aprendizagem, sua função e a forma como os discursos perpassam o contexto escolar, especificamente na avaliação escolar de aprendizagem. ALTHUSSER, Louis. Aparelhos ideológicos de Estado. Rio de janeiro: Graal, v. 2, 1985.AMORIM, Vanessa; MAGALHÃES, Vivian. Cem aulas sem tédio. Porto Alegre: Padre Reus, 1998.BARRETTO, Elba Siqueira de Sá. A avaliação na educação básica entre dois modelos. Educação & Sociedade, ano XXII, no 75, Agosto/2001.BIAVATI, Nadia Dolores Fernandes. Entre o fato e a regra: unidade e fragmentação na constituição da identidade e representação de valores e práticas do professor-mosaico. 2009. Tese (Doutorado em Estudos Linguísticos) –Faculdade de Letras, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2009.ESTEBAN, M. Teresa. Avaliação: uma prática em busca de novos sentidos. Rio de Janeiro: DP&A, 2003._______. Microfísica do poder. 21 ed. Rio de Janeiro. Graal, 2005._______. Vigiar e Punir: Nascimento da Prisão. 30. ed., Petrópolis, RJ, Vozes.  1987.HOFFMANN, Jussara. Avaliação mediadora: Uma prática em construção da pré-escola à universidade: Editora Medição, Porto Alegre, 2006.LIBÂNEO, José Carlos. Didática. São Paulo: Cortez, 1994.LUCKESI, Cipriano C., Avaliação da aprendizagem escolar. São Paulo, Ed. Cortez, 1996._______. Carlos. Verificação ou avaliação: o que se pratica a escola? São Paulo: FDE, Série Ideias n. 8, 1998.MACEDO, Lino de. Avaliação na educação. Marcos Muniz Melo (Organizador). 2007.MORETTO, Vasco Pedro. Prova – um momento privilegiado de estudo: não um acerto de contas. Rio de Janeiro: DP&A, 2001.ORLANDI, Eni Puccinelli. A linguagem e seu funcionamento: as formas do discurso. Campinas: Pontes, 4. ed. 1996._______. Paráfrase e polissemia: a fluidez nos limites do simbólico. Rua, v. 4, n. 1, p. 9-20, 1998._______. A linguagem e seu funcionamento: as formas do discurso. 4. ed. rev. e aum. Campinas: Pontes, 2003.PÊCHEUX, Michel et al. Análise automática do discurso. Por uma análise automática do discurso: uma introdução à obra de Michel Pêcheux. v. 3, 1990.


2017 ◽  
Vol 4 (1) ◽  
pp. 3
Author(s):  
Lelio Antonio Teixeira Brito ◽  
Lucas Fraporti Heller

Há um limitado número de bases de dados climáticos históricos para estações brasileiras disponíveis para a modelagem do comportamento mecânico de pavimentos flexíveis; nenhum que contemple todos os parâmetros necessários para o uso com modelos de previsão de desempenho destes materiais. O objetivo deste trabalho foi o de compilar um banco de dados climáticos para uso com o método de dimensionamento da AASHTO – um dos mais completos pacotes de dimensionamento mecanísticos para pavimentos flexíveis da atualidade. O método necessita longas séries históricas com parâmetros específicos para a projeção do clima ao longo da vida de serviço dos pavimentos dimensionados. Para tanto, foi feita a criação de um arquivo HCD (hourly climatic data) para as cidades de Porto Alegre, Brasília, Fortaleza, Rio de Janeiro e São Paulo, possibilitando a utilização do software da AASHTO – Pavement ME Design. O arquivo HCD foi montado com dados disponibilizados pelo INMET. Após a compilação dos dados, foram determinados os parâmetros adicionais necessários (e.g. incidência de luz nos pavimentos). Os resultados das análises mostram que os resultados para Porto Alegre foram coerentes e com significativas diferenças para as estações norte-americanas que podem ser usadas na falta de dados locais (Miami e Savannah). Após as análises de consistência foi realizada uma análise de sensibilidade com variação de ±5% da temperatura média, para avaliação do desempenho dos pavimentos frente a variação de temperatura. Os resultados demonstraram que um aumento de 5% na temperatura média é capaz de aumentar em até 12% o afundamento de trilha de rodas nas cidades testadas.


Sign in / Sign up

Export Citation Format

Share Document