scholarly journals As Razões do Opt-out: um Estudo sobre Mulheres que Interromperam suas Carreiras em Função da Maternidade

2021 ◽  
Vol 16 (2) ◽  
pp. 134-154
Author(s):  
Paula Furtado Hartmann De Queiroz Monteiro ◽  
Ana Heloísa Da Costa Lemos ◽  
Alessandra De Sá Mello da Costa
Keyword(s):  
Opt Out ◽  

Este artigo teve como intuito identificar as razões que levaram muitas mulheres a aderirem ao movimento opt-out, bem como as suas experiências com o cuidado integral dos filhos, após a interrupção da carreira. A metodologia de estudo adotada foi de natureza qualitativa, contando com entrevistas semiestruturadas com 14 mulheres pós-graduadas que interromperam suas trajetórias profissionais em função da maternidade. Os resultados revelaram que as entrevistadas não se afastaram de suas carreiras apenas devido a um desejo de se dedicar unicamente aos filhos, mas por razões mais complexas que compreendem, também, aspectos relacionados à dinâmica do trabalho, aos filhos e aos companheiros, tais como: longas jornadas de trabalho, estigma contra as mães no local de trabalho, problemas de saúde dos filhos e ausência dos companheiros no cuidado das crianças e nas tarefas domésticas. Além disso, constatou-se que, durante o tempo de afastamento, elas vivenciaram experiências que envolvem tanto sentimentos positivos, como acompanhamento do desenvolvimento dos filhos, quanto negativos, como crises de identidade, sentimento de improdutividade e medo do futuro. Tais resultados conduziram a uma leitura crítica do movimento opt-out, por se entender que tal fenômeno contribui para uma mudança limitada e/ou manutenção do status quo frente às desigualdades estruturais e organizacionais.

Author(s):  
Jorge Da Cunha Dutra
Keyword(s):  

O presente trabalho tem por objetivo refletir sobre a situação conflitante que a disciplina de Filosofia vive dentro do currículo escolar do ensino médio após a sua reestruturação (BRASIL, 2012). Para tanto, analiso a sua inserção na escola levando em consideração alguns avanços e obstáculos que a disciplina vivencia desde a reestruturação curricular do ensino médio brasileiro. Com o auxílio de referenciais teóricos, discorro sobre a proposta de reestruturação curricular do respectivo nível de ensino, bem como sobre as possibilidades e impossibilidades de se desenvolver um trabalho de qualidade com a disciplina de Filosofia no ensino médio. Por fim, concluo este trabalho constatando que o fato de pensar a inclusão da Filosofia, dentro da nova proposta curricular, requer incisivas mudanças no currículo do ensino médio vigente. Caso isto não ocorra, não será possível a implantação de um currículo emancipatório, pois se o status quo não se modificar, a reestruturação curricular será apenas mais uma nova política que, fingindo ser colocada em prática, estará “presa no papel”.


2020 ◽  
Vol 9 (4) ◽  
pp. 127-144
Author(s):  
Luiz Gustavo Nogueira Barcelos ◽  
Gleiton Malta
Keyword(s):  

A localização é um tema que vem ganhando força em vista da globalização e da necessidade mercadológica de os produtos chegarem a um novo mercado de modo que não apresentem características internacionalistas e que possam interferir na sua recepção na cultura de chegada. O presente artigo integra os estudos propostos pelo grupo de Mapeamento em Tradução (MapTrad), que, além do estudo aqui proposto, desenvolve outras pesquisas, expandindo os estudos propostos inicialmente por Pagano e Vasconcellos (2003) e Alves e Vasconcellos (2013). Este estudo, inserido no campo disciplinar dos Estudos da Tradução, no seu ramo puro, descritivo e orientado à função, tem por objetivo apresentar um mapeamento dos trabalhos acadêmicos de Instituições de Ensino Superior (IES) brasileiras cujo enfoque esteja relacionado às pesquisas direcionadas às práticas de localização e tradução de videogames, no período compreendido entre 1998 e 2018. Para tanto, replicou-se parcialmente a metodologia proposta por Pagano e Vasconcellos (2003) e Alves e Vasconcellos (2016), cujos trabalhos apresentam mapeamentos relacionados aos Estudos da Tradução no Brasil. Justifica-se o trabalho pela necessidade de se levantar o status quo da produção acadêmica brasileira, em nível de mestrado e doutorado, acerca da temática, descobrindo nichos de pesquisa ainda não tão explorados e apontando temas relevantes para estudos acadêmicos dialogando com o mercado. Como resultado, constatou-se um déficit de estudos que tenham como objeto de pesquisa a localização de videogames e que, embora a quantidade de estudos relacionados à tradução tenha crescido, o mesmo não se pode afirmar quanto à tradução/localização de videogames.


2015 ◽  
Vol 19 (02) ◽  
pp. 1550023 ◽  
Author(s):  
SABINE KUESTER ◽  
SILKE C. HESS ◽  
ANDREAS HERRMANN

Innovation rejection remains a serious problem for companies introducing new products, as customers may overvalue products they already own and underestimate the innovation's advantage. Choice data from two experiments demonstrate that innovation rejection is determined by (dis)satisfaction with the status quo and that defaults are powerful instruments to overcome the status quo effect in innovation decision making. Innovation rejection decreases significantly if the innovation is implemented as a default, an option customers select unless they actively opt out. Furthermore, it is observed that implementing the innovation as the default significantly increases the perceived value and decreases the perceived risk of the innovation. Taking into account customer expertise, the authors detect that defaults are more effective in reducing innovation rejection for novices. The study derives managerial implications for new product launch management that aims at preventing innovation rejection.


2015 ◽  
Vol 21 (2) ◽  
pp. 195
Author(s):  
Francis X Hezel

Hezel, Father Francis X. (2015). Why the Pacific status quo is no longer an option. Pacific Journalism Review, 21(2): 195-196. Review of Idyllic No More: Pacific Island Climate, Corruption and Development Dilemmas, by Giff Johnson. Majuro, Marshall Islands: CreateSpace. 2015. 153 pp. ISBN 978-1-512235-58-6Giff Johnson’s latest work, Idyllic No More: Pacific Islands Climate, Corruption and Development Dilemmas, is a call to serious planning and more. The Marshall Islands Journal editor summons leaders to recognise that life has changed in the country and the status quo is the road to disaster. There was a time when this might not have been true—when people who wanted to kick back and live a simple island life could quietly opt out of school and retire to the family land to provide for themselves as their ancestors had done for generations in an island society that offered the resources, physical and social, to support its population.


2021 ◽  
Vol 1 ◽  
pp. 39-54
Author(s):  
Dênis Fernando Barcelos Ângelo ◽  
Franciele Teixeira Berto ◽  
Iris Celeste Silva Santos ◽  
André Luiz dos Santos Silva
Keyword(s):  

Este artigo apresenta e discute os “pontos de tensão” desencadeados pelos processos pedagógicos do projeto “Precisamos falar sobre gênero e Sexualidade”, desenvolvido por acadêmicos bolsistas do Programa de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID). Metodologicamente, o material empírico foi produzido a partir de observações participantes que foram registradas em diário de campo. Além disso, documentos pedagógicos (Projeto e Planos de Aula), que subsidiaram a execução do projeto, também foram utilizados. O conjunto dos dados produzidos foi tratado a partir dos procedimentos da “Análise de Conteúdo” propostos por Bardin (2009). Do processo analítico empreendido, foi possível identificar duas categorias, as quais: “A ‘caixa de gênero’ e a necessidade de se refinar as propostas pedagógicas” e “Sobre resistências e a tentativa de manutenção do status quo”. Assim, foi possível perceber que as propostas pedagógicas nem sempre estiveram adequadas às demandas dos alunos e às suas vivências no campo de gênero e sexualidade. Por outro lado, o conjunto das aulas permitiu aos alunos e alunas perceberem de outros modos concepções de gênero naturalizadas e pouco problematizadas por eles/as. Além disso, a organização de grupos de meninos que passaram a resistir às propostas pedagógicas também se fez notar, o que demandou ajuste nos procedimentos pedagógicos, bem como maior apropriação dos conceitos que sustentavam a prática. Por fim, pode-se dizer que o projeto foi de extrema importância para a experiência dos acadêmicos/bolsistas Pibidianos, bem como para a comunidade escolar, que em alguma medida se mobilizou em torno da proposta.


Entretextos ◽  
2020 ◽  
Vol 20 (1) ◽  
pp. 113
Author(s):  
Fábio Fernando Lima
Keyword(s):  

Circunscrito ao quadro teórico da Análise Crítica do Discurso, o objetivo central desta pesquisa é o de analisar e descrever o noticiário publicado na grande mídia impressa paulista no decorrer dos séculos XIX, XX e XXI acerca de determinados grupos marginalizados socialmente, aqui entendidos enquanto segmentos pauperizados pela precária inserção e/ou exclusão do mercado de trabalho, e que assim se encontram em situação de subordinação socioeconômica, política e/ou cultural em relação a outro grupo, majoritário e dominante. Objetivamos, com essa análise, apresentar uma proposta capaz de suprir uma lacuna sistematicamente não preenchida na ACD, relacionada ao fato de se assumir a “mudança discursiva em relação à mudança social e cultural” (FAIRCLOUGH, 2001a, p. 126) como “foco e preocupação primeira da Análise Crítica do Discurso” (FAIRCLOUGH, 2001 b, p. 28) e, paradoxalmente, mediante uma análise mais detida da bibliografia disponível, constatar-se a primazia absoluta de pesquisas centradas no eixo da sincronia. Considerando que esses veículos de comunicação sempre estiveram sob o controle das classes dominantes, encontramos, nesse noticiário, um preconceito de base, em consonância com a própria ideologia vigente nesses grupos, materializado mediante diversos procedimentos discursivos (contemporaneamente camuflados, em contraposição aos períodos anteriores) que buscam o estabelecimento de determinados consensos hegemônicos e a manutenção do status quo. O material será extraído dos jornais Correio Paulistano e Folha de S. Paulo, selecionado a partir de recortes históricos operados em sintonia com os objetivos gerais da pesquisa.


2016 ◽  
Vol 12 (2) ◽  
pp. 364-381
Author(s):  
Leandro Martins Zanitelli
Keyword(s):  

Resumo O artigo discute a importância de teorias ideais e não ideais da justiça para avaliar propostas de mudança pontual da legislação. Concordando, a esse respeito, com Sen (2006; 2009), defendo que teorias ideais (no sentido de teorias de “estado final”) não são nem necessárias nem suficientes para comparações entre sociedades imperfeitas. Isso, contudo, não significa que teorias ideais não possam ser úteis para essas comparações e, em consequência, para a avaliação de propostas de alteração do status quo. No entanto, à medida que uma teoria ideal se mostre um ponto de partida digno de consideração para as comparações relativas a alterações legislativas em circunstâncias não ideais, é preferível que a teoria em questão seja uma teoria total, isto é, que abranja a totalidade do objeto da justiça (no caso de teorias institucionalistas, como a de Rawls, a totalidade da estrutura básica da sociedade) em vez de se restringir a uma área do direito em particular.


2015 ◽  
Vol 15 (1) ◽  
pp. 83
Author(s):  
Dani Rudnicki

A criminologia deveria ser uma ciência autônoma, mas, percebe-se, tornou-se praticamente um ramo do direito e, por ser domínio dos juristas, parece se contaminar com o “totem jurídico”, ser tão conservadora quanto o próprio  campo jurídico. Se os clássicos estrangeiros (Rusche e Kirchheimer, Foucault, Goffman e Becker) propunham novas leituras sobre a transgressão, o crime e a punição/tratamento oferecida à pessoa selecionada pelo sistema penal, no Brasil também existiu uma leitura crítica da criminologia, promovida, entre outros, por Roberto Lyra Filho, Juarez Cirino dos Santos, Jacinto Coutinho, Nilo Batista e Vera Regina Pereira de Andrade, interessada em propor a defesa dos direitos humanos. No entanto, a queda do Muro de Berlim e a necessidade de busca de novos referenciais parecem ainda não ter contaminado esse pensamento criminológico e influenciado os novos criminólogos críticos pátrios. Se os sociólogos migraram para o estudo da violência, os juristas permanecem vinculados a ideias que se mostravam relevantes, mas que devem, agora, ser questionadas. Assim, por exemplo, no que tange à “questão penitenciária”, não basta denunciá-la falida, há de se buscar a compreensão das razões de sua sobrevivência. E, neste sentido, é consenso que a justiça criminal, a polícia, a prisão e a delinquência são peças de um sistema maior no qual a economia é o elemento mais relevante a ser considerado para sua compreensão. Mas, como se organiza e (se) percebe a prisão no Brasil? Conceitos como os de “sistemas de produção”, “suplício”, “poder”, “disciplina” são suficientes para explicar nossa realidade neste novo século? Diz-se que prisões, escolas, fábricas e quarteis são instituições que constroem “corpos dóceis”, isso permanece sendo realidade? É ou foi realidade no modelo de aprisionamento brasileiro passado e atual? Os relatórios finais das três Comissões Parlamentares de Inquérito criadas pela Câmara dos Deputados, nos anos de 1976, 1993 e 2008, parecem ser documentos interessantes para compreender a situação, bem como os produzidos no âmbito da representação que estabeleceu disputa entre a Associação de Juízes do Rio Grande do Sul e ONGs contra o governo brasileiro na Corte Interamericana de Direitos Humanos, a respeito do Presídio Central de Porto Alegre, dito “o pior do país”. Apesar de serem documentos oficiais, os dois últimos escritos com clara influência da criminologia crítica, se mostram, ao final, extremamente representativos de um pensamento conservador, comprometido com o status quo. Culpa, talvez, da dificuldade de se conhecer o que seja de fato a criminologia crítica, do desconhecimento da realidade penitenciária ou, simplesmente, resultado de compromissos políticos gestados no interior do campo jurídico e que ultrapassam o interesse pela defesa dos direitos humanos.


2019 ◽  
Vol 39 (6) ◽  
pp. 681-692 ◽  
Author(s):  
Domino Determann ◽  
Dorte Gyrd-Hansen ◽  
G. Ardine de Wit ◽  
Esther W. de Bekker-Grob ◽  
Ewout W. Steyerberg ◽  
...  

Background. Discrete choice experiments (DCEs) are increasingly used in the health care context to inform on patient preferences for health care services. In order for such experiments to provide useful and policy-relevant information, it is vital that the design includes those options that the respondent faces in the real-life situation. Whether to include opt-out, neither, or status quo alternatives has, however, received little attention in the DCE literature. We aim to investigate whether the use of different unforced choice formats affects DCE results in different settings: 1) opt-out versus neither in a health care market where there is no status quo and 2) including status quo in addition to opt-out in a health care market with a status quo. Design. A DCE on Dutch citizens’ preferences for personal health records served as our case, and 3189 respondents were allocated to the different unforced choice formats. We used mixed logit error component models to estimate preferences. Results. We found that the use of different unforced choice formats affects marginal utilities and welfare estimates and hence the conclusions that will be drawn from the DCE to inform health care decision making. Conclusions. To avoid biased estimates, we recommend that researchers are hesitant to use the neither option and consider including a status quo in addition to opt-out in settings where a status quo exists.


1996 ◽  
Vol 10 (28) ◽  
pp. 291-316 ◽  
Author(s):  
Eda Terezinha de Oliveira Tassara ◽  
Sueli Damergian
Keyword(s):  

A partir de uma leitura panorâmica da Nova Ordem Mundial e de uma análise do status quo à luz de teorias em psicologia social, neste artigo é desenvolvida uma crítica da antevisão do futuro de impostação neoliberal, interpretando-a como resultado de propaganda das forças sistemáticas sobre as representações sociais que se constrõem da história. Inspirando-se nas preconizações de Marramao, Wallerstein, Balducci, Habermas, Enriquez e Money-Kyrle, argumenta-se, em contraposição, pela necessidade da criação de um homem planetário capaz de se relacionar com base em uma ética de interdependência dos grupos e não da competição. Para tal, propõe-se, como estratégia, a organização social de zonas cada vez mais extensas de abertura do universo da locução e de promoção de redes de diálogos interculturais, como forma de construção de um novo humanismo.


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