Introdução: A Artemisia annua é uma planta natural da Ásia e foi introduzida em diversos países ao redor do mundo(1). Conhecida há séculos por suas características medicinais, essa planta pode ser utilizada, por exemplo, na forma de óleo essencial ou pó para auxiliar contra diversas patologias, desde uma simples inflamação até mesmo infecção viral e bacteriana, diabetes e cânceres(1,3,4). O amplo espectro de ação da A. annua se deve ao fato de haver em sua composição metabólitos como artemisinina, flavonóides, terpenóides, cumarinas e saponinas(4). A Artemisia annua possui também ação contra a leishmaniose, uma doença causada por mais de 20 agentes etiológicos intracelulares(4). Transmitida por insetos dos gêneros Phlebotomus e Lutzomyia spp, a leishmaniose é considerada uma doença de preocupação global e se divide em três formas, sendo elas a cutânea, mucocutânea e visceral(2,4). Uma vez que os medicamentos que existem atualmente no mercado possuem graves efeitos colaterais, fez-se necessário o melhor entendimento acerca da ação da Artemisia annua sobre as espécies de Leishmania(4). Objetivos: Este resumo tem como objetivo analisar a ação anti-leishmania da Artemisia annua e em quais formas do parasita essa planta é capaz de atuar. Métodos: Foi realizada uma busca nas plataformas de dados PubMed e Google Acadêmico, e os artigos científicos foram encontrados por meio do descritor “artemisia annua AND leishmania”. Resultados: As folhas da Artemisia annua apresentaram ação contra as amastigotas da Leishmania panamensis, agente etiológico da leishmaniose cutânea, e não foi observada cito e genotoxicidade(4). Além disso, as sementes e folhas da A. annua mostraram atividade contra promastigotas e amastigotas de Leishmania donovani, agente causador da leishmaniose visceral. A ação anti-leishmania ocorreu por meio da ativação da morte celular programada, onde foi possível observar a exteriorização de fosfatidilserina e fragmentos de DNA. Os componentes da A. annua identificados na pesquisa foram a cânfora, n-hexano, acetato de alfa-amirina, β-cariofileno e derivados da artemisinina. Ademais, não foi encontrada citotoxicidade nas células de mamíferos(2,3). Conclusões: Em decorrência do que foi exposto, conclui-se que a Artemisia annua possui componentes com ação anti-leishmania, provocando a morte de amastigotas e promastigotas. Com isso, é necessário que pesquisas continuem sendo realizadas com a A. annua para que mais compostos com potencial contra espécies de Leishmania possam ser identificados e, assim, abordagens terapêuticas mais baratas e seguras possam ser aplicadas em indivíduos infectados por esse parasita.