PEDRO ABELARDO E O MOVIMENTO DE REVALORIZAÇÃO DA DIALÉTICA NO AMBIENTE ESCOLAR DO SÉCULO XII

Este texto tem por objetivo examinar as vinculações entre o ofício de Mestre em Pedro Abelardo (1079-1142) e o movimento de revalorização da dialética, por meio da Questão dos Universais. A Lógica para Principiantes e o Sim e Não, são as fontes deste estudo. Os pressupostos metodológicos que fundamentam esta pesquisa são os da História Social, apresentados por Marc Bloch (2001) e o princípio de ‘longa duração’, cunhado por Fernand Braudel (1990). Assim, entendemos que as discussões realizadas por Abelardo, sobre os universais, contribuíram para a ‘revalorização’ da dialética no ambiente escolar do século XII.

Braudel nas Terras Baixas: caminhos da Arqueologia na construção de Histórias Indígenas de longa duração

O conceito de longa duração de Fernand Braudel configura-se como uma das ideias centrais do movimento feito, nos últimos trinta anos, por parte da Arqueologia brasileira, sobretudo a amazônica, de aproximação com a História e com os povos indígenas. Este artigo revisa produções bibliográficas arqueológicas traçando a trajetória que leva determinadas pesquisas a se reivindicarem como construtoras de Histórias Indígenas de longa duração. Por meio das leituras foi possível perceber que a utilização desse conceito, integrado à luta indígena pelos seus direitos, bem como renovações do fazer historiográfico e arqueológico, permitiram uma expansão desse movimento e a criação de abordagens variadas. Ao fim, refletimos sobre o conjunto das temporalidades de Braudel, que podem culminar em pontes teóricas e políticas junto aos povos indígenas.

UMA LEITURA DO CONCEITO DE CAPITALISMO NA LONGA DURAÇÃO: AS CONTRIBUIÇÕES DE FERNAND BRAUDEL, IMMANUEL WALLERSTEIN E GIOVANNI ARRIGHI

O objetivo do artigo é fazer uma leitura, a partir de um breve diálogo com os autores, Fernand Braudel, Immanuel Wallerstein e Giovanni Arrighi, sobre o conceito de capitalismo na longa duração. O estudo consiste em demonstrar as contribuições conceitual e metodológica destes autores, para se pensar e compreender a constituição do capitalismo em suas análises de sistema-mundo, que se fundamentam empiricamente. O objetivo consiste em compreender as características e a dinâmica do capitalismo nos dias atuais, a partir da perspectiva do conceito de capitalismo histórico. Para tanto, iremos percorrer uma análise sobre a concepção da dinâmica do capitalismo em Fernand Braudel, seguido pela compreensão do conceito de capitalismo histórico, de acordo com Immanuel Wallerstein, e, por fim, analisar a perspectiva dos ciclos sistêmicos de acumulação, de acordo com Giovanni Arrighi.

Wir wollen Mittelalter!

Das Geschichtsbild zum Mittelalter ist bei Schülerinnen und Schülern wesentlich vorgeprägt durch die allgegenwärtige Populärkultur. Es dient zumeist als Negativfolie, die die Vorstellung von der eigenen Gegenwart als überlegen und zivilisiert scheinbar bestätigt. Exemplarisch kann dieses Bild im Schulgeschichtsunterricht aufgebrochen und damit auch für andere Bereiche der Geschichte Vorarbeit geleistet werden, um übereilte historische Urteile über vermeintlich unzivilisierte oder rückständige frühere Gesellschaften zu überwinden. Ausgehend von der Beschäftigung mit der überaus dynamischen Zeit des Mittelalters kann im Schulgeschichtsunterricht vermittelt werden, dass gegenwärtige Strukturen historisch gewachsen sind. Im Sinne der „longue durée“ nach Fernand Braudel können dabei sowohl soziale als auch ökonomische Entwicklungen erfasst werden. In der Forschung wurde die Epoche des Mittelalters in Vergangenheit und Gegenwart auch immer wieder zum Spielball einer gemeinsamen Erinnerungskultur und zur Legitimation von Herrschaftsverhältnissen herangezogen. Über die Beschäftigung mit der Instrumentalisierung der Epoche zur Zeit des Nationalsozialismus und der DDR, aber auch in den vergangenen Jahren unter Bezugnahme auf den Mythos Karls des Großen als „Vater Europas“ können Schülerinnen und Schüler zu Erkenntnissen über den Konstruktcharakter von Geschichte, ihrer Bedeutung als Legitimationsinstrument und als identitätsstiftendes Element gelangen.

PERAN MEDIA DALAM MEMBANGUN OPINI PUBLIK TENTANG KERUSUHAN TASIKMALAYA 1996

The Tasikmalaya incident was a major and historic event that occurred in 1996. As a major event, media such as newspapers will never forget to report it. Interestingly, each newspaper has its own perspective in seeing reality. This method is used by media in a reality to then be constructed and produced in the form of news. As a result, the production of news varies even if the object is the same, whether we realize it or not. In the world of the press, this activity is known as media politics. And also, a historical event by Fernand Braudel declared as a historical event in a quick period of time. It is interesting to study how the media with Islamic and nationalist ideology reported on the Tasikmalaya incident because the incident involved these two elements. To answer this problem, the historical method is used which begins with a heuristic process, criticism, enters the interpretation process and historiography activities at the end. As a result, the construction of the news carried out by the Islamic and nationalist newspapers was very different. Ideology does influence the news. However, ownership and environmental factors cannot be ignored. Even more influential than ideology. In reporting Tasikmalaya, Islamic newspapers tend to defend Muslims. Meanwhile nationalist newspapers blame Muslims.

Celso Furtado, a Ascensão Chinesa e a Complexificação do Sistema Centro-Periferia

O presente artigo apresenta as reflexões de Celso Furtado sobre o desenvolvimento da China. Na primeira parte, procura-se mostrar como a ampliação do seu arsenal metodológico, nas obras do final dos anos 1970, permite incorporar a China e os dilemas vividos durante o período das reformas à sua agenda de pesquisa. Na segunda parte, o artigo se detém na compreensão de Furtado sobre as transformações econômicas e geopolíticas do “capitalismo global” anos 1990 e o crescente papel exercido pela China. Na última parte do artigo, o autor procura traçar seu próprio itinerário de reflexões sobre a ascensão chinesa, revelando como essa nova perspectiva furtadiana pode se revelar fértil, especialmente se posta em diálogo com os conceitos e interpretações de outros autores como Fernand Braudel, Immanuel Wallerstein e Giovanni Arrighi.

Problems and Perspectives of Methodological Reflection (Using H. White, F. Braudel, and P. Bourdieu's Works as Examples)

The article deals with the problem of analyzing the methodology of historical research. The author dwells on three possible strategies of such an analysis, going back to the concepts of Hayden White, Pierre Bourdieu, and Fernand Braudel. All three concepts belong to the second half of the 20th century, a period when methodological reflection was actively developing, and although the theory of history has moved on since then, the author believes that an analysis of the classical works will make it possible to create a better methodological map on their basis in the future. The author believes that the problems of methodological reflexion raised in the article stimulate discussions about the methodology of historical research and the ways of its analysis.

Multiple Times and the Stratigraphies of History

In this article one of the leading theorists of multiple historical time adopts the language of stratigraphy, which Krzysztof Pomian and Reinhart Koselleck used to refer to the layered time of history. It is obvious to the author that “world-time” now exists only as a set of “world-times.” However, unidirectional linear time continues be dominant in the culture, and therefore the main challenge is to come up with unconventional ways of conceptualizing multiple time. During the eighteenth and nineteenth centuries, the “temporalization of history” described by Koselleck took place in the form of “denaturalization” — an opposition between the orders of natural and human life. However, the author concludes that denaturalization today is no longer up to that previous task and calls for treating microbes, planets, rocks and human affairs as having various temporal regimes that permeate each other. The plurality of times is manifested both in practical matters and in branches of knowledge. Fernand Braudel suggested that historians turn to the longue durée of landscapes and climates in order to make history a nomothetic science, but today the task is to analyze the historical and natural worlds, studying their interweaving without reducing them to each other. The author sees the theory of multilayer time as a full-fledged alternative to the idea of linear unidirectional time. Nevertheless, there are phenomena that it cannot describe: how does the quickly streaming surface of everyday life dissolve away, and how do slowly formed events erupt on the surface as natural disasters? In conclusion, the author calls for the incorporation of historiography within a comprehensive theory covering many temporal scales, within which the historical life of people is intertwined with the historical life of rocks and geological deposits.