scholarly journals A palavra poética no ter-lugar da língua: estética, ética e política

2016 ◽  
Vol 11 (3) ◽  
pp. 120-131
Author(s):  
Maria Rosa Duarte de Oliveira
Keyword(s):  

RESUMO Trata-se de um trabalho que objetiva especular sobre a natureza e a função da palavra poética do ponto de vista da relação que estabelece entre o estético, o ético e o político. Inquieta-nos saber como a linguagem poética, inscrita no seio da língua, pode se configurar como um gesto de resistência e subversão ao investir na não-representação e na apresentação de um (quase) ser nascente no aqui e agora de sua presença no "ter-lugar" da língua. Filósofos contemporâneos, como Alain Badiou e Giorgio Agamben, apontam possíveis respostas para essa questão por meio da operação de negatividade que se faz na língua, de modo a torná-la não informativa. Barthes também acena nessa direção ao se deter sobre o vazio da aparição do "é isto" na forma poética do haicai, que bloqueia qualquer interpretação ulterior. Espera-se que esses modos de pensar o poético possam oferecer à crítica literária novos parâmetros investigativos.

CounterText ◽  
2016 ◽  
Vol 2 (1) ◽  
pp. 85-99
Author(s):  
William Watkin

There has been little direct discussion between perhaps the two leading philosophers of our age: Alain Badiou and Giorgio Agamben. Yet both men have written about the same poem by Osip Mandelstam, ‘The Age’, around the topic of time. Significantly, Agamben's response, written after Badiou's, is a subtle and damning critique of Badiou's conceptualisation of time, in particular extended across the categories of the modern, the contemporary, and the now or the event – although it never actually mentions Badiou by name. In this paper the lens of the central role of indifference in the work of both is used to present alternating and competing views as to the nature of modern, contemporary, and ‘now’ time. Specifically, a contrast is drawn between Badiou's use of indifference as both quality-neutral and absolutely non-relational, and Agamben's application of the indifferent suspension of the temporal signature as such. The paper concludes that while Badiou uses temporal indifference to question and problematise the idea of modern time as ‘now’, through a theory of the event, Agamben appears to go further. Rather than analyse the nature of modern time, the contemporary and the now through his reading of Mandelstam, Agamben uses Mandelstam's poem to suspend the Western conception of time as a line composed of points in its entirety.


2018 ◽  
Vol 13 (20) ◽  
Author(s):  
Diego Lock Farina

Publicada originalmente na coleção “La philosophie en effet”, da prestigiada editora Galilée, na França em 2015, com o título Demande. Philosophie, littérature, a coletânea de textos de Jean-Luc Nancy, inédita enquanto tal e organizada por Ginette Michaud, professora da Universidade de Montreal, chega ao Brasil devido à iniciativa em parceria entre a editora da UFSC e a editora Argos, da Unochapecó. Nancy (1940-), professor emérito da Universidade de Estrasburgo, é certamente um dos filósofos mais conceituados no universo acadêmico atual, ao lado de Alain Badiou, Hélène Cixous, Judith Butler, Giorgio Agamben e Jacques Rancière. Seu destaque se dá sobretudo em função das contribuições acerca do político e da democracia, da obra em conjunto com Philippe Lacoue-Labarthe, de seus escritos sobre Jacques Derrida e da preocupação constante em relacionar a arte de maneira geral com o pensamento filosófico. Sua produção, entretanto, é ainda pouquíssimo traduzida no Brasil. Na tarefa de suprir essa falta, Demanda: Literatura e Filosofia (365 p.) reúne textos de 1977 a 2015, disponíveis até então somente em periódicos ou resultantes de conferências e entrevistas, dando mostras da trajetória do autor no que concerne o debate entre o aproveitamento da literatura e do modo singular (a singularidade para Nancy é sempre uma singularidade plural) com que ela convoca a filosofia para um pensamento conjunto, crítico e afectante a respeito da vida, da atividade política e dos sentidos nas suas concepções mais amplas.


2018 ◽  
pp. 291-306
Author(s):  
Joacy Ghizzi Neto

A partir das narrativas Clube da luta (1996) de Chuck Palahniuk e A praia(1996) de Alex Garland, o presente artigo investiga as configurações comunitáriasque essas ficções propõem na virada do milênio. Os dois livros sãoo ponto de partida para analisar uma dialética da ruptura e da fundação, dolugar e do território, mas também entre arte e vida, já que a narrativa comunitáriaassombra a própria paixão pelo real (Alain Badiou, O século). É diantedessa contradição que as leituras de Giorgio Agamben (A comunidade que vem),Jean-Luc Nancy (A comunidade inoperante) e Massimo Cacciari (Nomes de lugar:confim) nos permitem discutir o paradoxo da relação sujeito e comunidade. Asduas narrativas analisadas propõem um deslocamento diante do mundo emnome de um outro lugar. Tornados território, configuram-se a partir de identidades,Clube, ou de restrições geográficas, Praia, e passam então a encenarexatamente as contradições que pretendiam romper. É para esse fracasso, quenão é mais o universalista, que o presente trabalho atenta.


2021 ◽  
pp. 15-47
Author(s):  
Geoffrey Bennington

The difficult relation of politics and philosophy has most often been negotiated with reference to the distinction between the bios theōrētikos and the bios politiōs. It is argued that this opposition is unstable from Aristotle onwards, and that effects of that instability can be read throughout the tradition, through Kant and Hegel, up to and including Hannah Arendt and John Rawls, Jacques Ranciere, Alain Badiou, Giorgio Agamben and Hardt & Negri. The instability of that distinction calls for a deconstructive rather than a dialectical understanding of difference.


2017 ◽  
Vol 15 (7-8) ◽  
pp. 849-860 ◽  
Author(s):  
Joris Vlieghe ◽  
Piotr Zamojski

In this article, we read together the work of two philosophers, Alain Badiou and Giorgio Agamben, as profound educational thinkers. This means that their philosophical approaches help us to articulate what is at stake in education today. As a starting point for this discussion we take their work on Saint Paul. This is because, throughout his Letters, Paul has found the appropriate words to think and speak about the fate of our world and about new ways of beginning with this world. Therefore, with their reading of Paul, Badiou and Agamben can be said to develop fresh ideas about the contemporary challenges of education. We argue that this joint educational reading of their work, opens a post-critical view on education. This is to say, the alternative we suggest is not just a criticism of the existing system, but an entirely affirmative one. It is about fidelity to an event which has the force to install a particular attitude towards life and which installs a messianic interruption of time. With Badiou and Agamben it can be shown that education is about the possibilities we have at our disposal to begin anew with our world – which turns education into an important political issue too. Following that thread, we give an ontological account of teaching, which defines the teacher not in terms of pedagogical expertise, but in terms of passion for a subject matter.


Author(s):  
Rafał Tomasz Szczerbakiewicz

<p>Przedmiotem artykułu jest znaczące przekształcenie kulturowego obrazu historycznej postaci w związku z ideologicznym wpływem dominujących na przełomie XX i XXI wieku mód kulturowych i ideologii. Tkwiąca w człowieku narracyjna skłonność jest zarazem potrzebą nieustannego korygowania znanych z historii opowieści o wybitnych dziejowych postaciach – ich osobowościach, motywacjach, czynach (swoisty retelling rekapitulizujący znane i weryfikowalne bądź mityczne ich losy).</p>


Author(s):  
Gabriel Liceaga

El autor explora el estado de la cuestión de las obras escritas por algunos filósofos contemporáneos (Franz Hinkelammert, Alain Badiou, Jacob Taubes, Giorgio Agamben y Enrique Dussel) a propósito de las epístolas paulinas. De esta manera, se pretende esclarecer cuáles son los principales intereses teóricos con que se ha acudido al apóstol de los gentiles en las últimas décadas, y también presentar qué líneas interpretativas predominan en cada autor. Asimismo, se intenta formular algunas hipótesis acerca de las preocupaciones teóricas que han orientado las diversas aproximaciones a Pablo.Realidad: Revista de Ciencias Sociales y Humanidades No. 121, 2009: 471-485


2020 ◽  
pp. 177-184
Author(s):  
Ole Jakob Løland

Paul is a figure through whom Jacob Taubes can discern his true disagreement with his intellectual opponents, such as Friedrich Nietzsche. The Pauline epistles provide some perspectives for Taubes to reconsider the Christian culture that shaped his identity as a German-speaking Jew in a post-Holocaust Europe. These texts are useful for this particular reader to reconsider history without ever fully separating it from philosophy. The contemporary philosophical turn to Paul, considered by taking Taubes as its prime example, can partly be explained by these philosophers’ (Taubes, Badiou, Agamben, Žižek) attraction to Paul as an antinomian figure, a figure of lawlessness and freedom from law that can lead to apocalyptic violence (for Taubes) or pave the way for an existential and political break with the domain of law, as in the philosophies of Alain Badiou and Slavoj Žižek. While these two continental philosophers draw upon other readings of the apostle than Taubes’s, Giorgio Agamben bases his readings of Paul on several aspects in Taubes’s works. Nonetheless, the call from Taubes to reinterpret Paul through Freud and Nietzsche is more consistently followed in the recent work of Ward Blanton.


Author(s):  
Clayton Rodrigo Da Fonsêca Marinho
Keyword(s):  

Quando pensamos nas muitas proposições feitas sobre a arte contemporânea, a maioria gira (ou desorienta-se) sobre sua compreensão, isto é, sobre qualquer tipo de vínculo que a obra de arte tenha com o entendimento, no sentido kantiano de seu termo. Alia-se a isso a postura de que a obra de arte coloca-se diante de alguém com qualquer proposição a ser decodificada, cabendo ao “homem de gosto” decifrá-la ou ser devorado por ela. O que se tem aí não é uma possibilidade de emancipação pela arte, tão almejada, quando ela “se encontra” com a política. Tem-se um aprisionamento da arte nas redes do entendimento do espectador-especialista. Há uma série de pressuposições aí: (1) a de que a arte dá-se integralmente (e transparentemente) ao espectador, o qual quando muito precisa agir pacientemente para alcançá-la; (2) a de que pré-existe uma rede, pela qual a obra passa para ser compreendida e, portanto, aprisionada na sua cognoscibilidade revelada, e, por fim; (3) a de que o espectador é um sujeito passivo na relação, estando diante da obra, seja para capturar o “sentido” da obra, ou pior, do autor. Toda essa relação está sustentada por outra relação, sub-reptícia: a de que há um grupo que domina, seja a confecção das obras, seja a distribuição de seu(s) sentido(s). Partindo de Alain Badiou e Giorgio Agamben, numa proposta do “piorar” do primeiro, tentarei apresentar dois movimentos, duas variações de exercício que escapam a essa rede, e abrem à obra de arte uma política, senão mais autêntica, pelo menos mais inventiva, que poderia ir de encontro, ou criar um local de encontro para outras relações entre a arte e a política.


Sign in / Sign up

Export Citation Format

Share Document